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PROVAS
O processo civil é actum trium personarum (entre no mínimo 3 pessoas). Quem demanda a tutela jurisdicional afirma a ocorrência de um fato, da qual decorrem consequências jurídicas, afirmações estas que podem ser contrapostas pela outra parte em atendimento ao devido processo legal. As alegações de ambas as partes podem ou não ser verdadeiras, dúvida que constitui questão de fato a ser resolvida pelo juiz, que, atuará tendo em vista as provas apresentadas e/ou produzidas. Assim, prova é o instrumento pelo qual o juiz forma sua convicção diante de fatos controvertidos.
O CC trata da prova dos arts. 212 a 232 permeando assuntos que vão desde a determinação das provas, a indicação de seu valor jurídico e as condições para admissibilidade. Já o CPC dispõe acerca da construção probatória e sobre sua produção em juízo.
Elas devem ser:
· Admissíveis: as aplicáveis ao caso sob análise, desde que não proibidas por lei, conforme art. 5º, LVI, CF e 369 CPC, exceto em caso de legítima defesa como nos casos, por exemplo, de uma babá que espanca uma criança e esta ação é filmada;
· Pertinentes: adequadas;
· Concludentes: que esclarecem os fatos em discussão, visto que o juiz não pode fundamentar “sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas” (art. 155, CPC).
Principios
· Alegar não é suficiente, tem-se que provar; 
· Prova-se o fato alegado e não do direito a se aplicar, as alegações de fato são os objetos da prova; 
· Regra geral, o ônus da prova é de quem alega;
· Não são admitidas provas dos fatos notórios (conhecidos de todos), conforme art. 374 CPC.
O mesmo se aplica para aqueles afirmados por uma parte e confessados pela outra, sendo incontroversos; que que tenham presunção legal de existência ou de veracidade; sejam impossíveis (que não podem acontecer e, logo, não podem ser provados). A doutrina ainda traz a inadmissibilidade de provas impertinentes (fatos estranhos à causa) e irrelevantes (que pertencem à causa, mas não influem na decisão do juiz ).
Ônus da prova
É a necessidade de provar. 
É distribuído às partes de modo equânime, conferindo proporcional razão de oportunidade e de experiência, sendo exercício de democracia frente à jurisdição, pois não impõe somente a um o ônus de provar.
Conforme art. 373 CPC, ele cabe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do autor. Pode, porém, conforme § 1º o juiz, por decisão fundamentada, atribuir o ônus da prova de modo diverso nos casos em que há previsão legal ou nos casos em que a peculiaridade da causa exigir, devendo dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe é atribuído, desde que (§ 3º) isto não seja impossível ou excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito ou recaia sobre direito indisponível da parte. Esse poder de iniciativa do juiz é relevante demonstra a presença do modelo inquisitório.
Para assegurar o devido processo legal, o art. 6º, VII, CDC possibilita ao juiz a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, que é a parte mais fraca na relação jurídica de consumo, quando for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
É válido lembrar que o mandado de segurança é concedido para a proteção de direito líquido e certo, ou seja, que pode ser demonstrado por prova pré-constituída, de pronto, não admitindo, portanto, dilação probatória. Também é válida a correção doutrinária de que todo direito, se existe, é líquido e certo, sendo os fatos geradores de sua aplicação que podem ser imprecisos e incertos, exigindo, comprovação e esclarecimento.
Valoração da prova
São três os sistemas de apreciação da prova:
· Da prova legal: o valor atribuído a cada meio de prova é fixado em lei; 
· Da valoração segundo a consciência do juiz: o juiz é livre em sua avaliação;
· Da persuasão racional/livre convencimento: há liberdade intelectual do juiz, devendo porém ser apoiada nas provas dos autos, e motivada, devendo o juiz fornecer os caminhos do raciocínio que o levaram à decisão. Adotada pelo Brasil, conforme art. 369 CPC
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada
Essa teoria compara a produção de provas ao transporte da seiva, de modo que provas secundárias não podem ser consideradas em um processo se há ilegalidade (afronta a direitos constitucionais) ou ilegitimidade (afronta a legislação por não seguir o procedimento ou desrespeitar o DPL) na obtenção das provas primárias, visto que, em analogia com o transporte de seiva que ocorre de uma angiosperma a seus frutos, que transmite contaminações, a ilegalidade também estaria sendo transmitida. Assim provas obtidas por prisão ilegal, interrogatório coercitivo ou busca e apreensão irracional são inadmissíveis, não poderão ser consideradas, devendo ser desentranhadas do processo, conforme art. 5º, LVI, CF e no art. 157 CPP. 
§ 1º - Só são admissíveis provas derivadas das ilícitas (sem distinção das ilegítimas), quando puderem ser obtidas por fonte independente das primeiras ou quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras (sendo de fonte independente). Também podem ser usadas quando para beneficiar o réu e quando ela for descoberta inevitável (de uma forma ou de outra, ela apareceria no processo). Lenza ainda as possibilita para legítima defesa.
Meios de prova
São eles, conforme art. 212 CC: 
Confissão
Quando a parte admite uma verdade contrária ao seu interesse e favorável ao interesse da parte adversa (art. 389, CPC). É necessária a capacidade da parte, a declaração de vontade e o objeto possível. Ela poderá (art. 390 CPC), ser espontânea ou provocada. Não prejudica os litisconsortes (art. 391, CPC). Quando se tratarem de direitos indisponíveis, não será válida nem eficaz (art. 392, CPC). Será eficaz, somente, a feita por representante nos limites em que o representante vincular o representado, conforme § 1º e 2º, art. 392, CPC. Apesar de irrevogável, pode ser anulada se decorreu de fato ou de coação (art. 393, CPC). A confissão extrajudicial oral só terá eficácia nos casos em que não houver exigência legal de prova literal (art. 394). É indivisível (art. 395, CPC)
Documentos e instrumentos
Documento é qualquer papel útil para provar fato de interesse ao direito ou qualquer representação material que reproduza pensamento de forma duradoura. O instrumento, espécie de documento, é aquele criado com a intenção de fazer prova, ao passo que documento faz prova. Os documentos podem públicos (emanados de autoridades públicas, como avisos ministeriais e portarias) e particulares (criados por particular, como cartas, livros, atas de assembleias e artigos de jornal). Os instrumentos dividem-se entre públicos (lavrados por oficial público, como certidões e escrituras públicas) e particulares (como contratos e livros contábeis).
Se escritos em língua estrangeira deverão ser traduzidos por tradutor juramentado. Cópias fotográficas ou equivalentes são admitidas como documentos se autenticadas ou não tiverem sua validade impugnada (art. 223, CC). Certidões extraídas de ato do processo têm valor probatório dos originais (art. 216, CC), bem como translados e certidões extraídas por oficial público, de instrumento ou documento lançado em suas notas (art. 217, CC).
Documentos públicos provam a materialidade dos negócios que exigem tal forma. Há fé pública quando o documento é transcrito perante oficial público. Quando instrumento público não for exigido pela lei, valerá o particular (somente entre as partes; a validade contra terceiros exige inscrição no Registro Público), que deve ser assinado por declarante capaz. O escrito particular, conforme art. 221 CC, poderá ser suprido por outras provas de caráter legal. 
Ao telegrama que tenha autenticidade questionada, procede-se à conferência do original assinado (art. 222, CC). Nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição, a prova nãosupre a ausência do título de crédito, ou do original (art. 223, CC).
No que se refere à ata notarial, dispõe o art. 384, CPC que a existência e o modo de existir de fatos podem ser atestados ou documentados mediante ata lavrada por tabelião, a requerimento do interessado, sendo possível que se constem dados de imagens ou som gravados em arquivos eletrônicos.
Prova testemunhal
Resulta de depoimento oral de quem viu, ouviu ou soube dos fatos relacionados à causa sob tutela jurisdicional, sendo perceptíveis pelos sentidos. É utilizada, preferencialmente, quando outros meios não podem ser aplicados. A testemunha é pessoa estranha ao processo, mas que pode contribuir com informações relevantes. A prova testemunhal independe de quantidade, pois é qualitativa e leva em conta a idoneidade da testemunha, testemunha idônea pode autorizar o juiz a formar sua convicção. Estão proibidas de servir como testemunhas (art. 447, CPC):
· Incapazes: interdito por enfermidade ou deficiência mental; o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; menor de 16 anos; o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
· Impedidos: cônjuge, companheiro, ascendente e descendente em qualquer grau e o colateral, até o 3º grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; o que é parte na causa; o que intervém em nome de uma parte, como tutor, representante legal da PJ, juiz, advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
· Suspeitos: inimigo da parte ou seu amigo íntimo; que tiver interesse no litígio. 
§ 4º - Sendo necessário, pode o juiz admitir depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas, que (§ 5º) serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Presunção
Conclusão extraída de fato conhecido para a prova de outro que não seja conhecido, podem ser:
1. Legais: dadas na lei. Podem ser:
1.1 Absolutas: que não admitem prova em contrário, sendo indiscutíveis, como de que todos conheçam a lei;
1.2 Relativas: que admitem prova em contrário como o art. 8º, CC, que prevê a morte simultânea/comoriência.
2. Comuns: decorrem do que ocorre na realidade e fundam-se na consequência obtida pelo raciocínio lógico. Não são admitidas quando a lei exclui a prova testemunhal (art. 230, CC).
Difere do indício, que é ponto de partida para, por inferência, estabelecer uma presunção. É, portanto, causa ou meio para se chegar à presunção.
Perícia
É meio indireto de prova, utilizado quando o magistrado necessitar de conhecimento técnico para ser convencido. Consiste em:
· Exame: a apreciação de algo visando ao esclarecimento do juiz;
· Vistoria: tem mesmo sentido de exame, porém se refere à inspeção ocular somente.
· Arbitramento: tende a fixar valor pecuniário de obrigação. 
Normalmente se comporá de exame e vistoria. Uma vez nomeado, o perito não poderá recusar-se sem justo motivo. Quando o exame é feito pelo próprio juiz, fala-se inspeção judicial, que é o é exame ocular de algo, enquanto que a perícia é exame técnico. A falsa perícia é punida penalmente (art. 342, CP). O juiz não fica adstrito em sua decisão a admitir conclusão do perito, podendo determinar nova perícia e, ainda, não adotar nova conclusão pericial, pois se ficasse vinculado a ela, transferiria a missão de julgar ao perito.
A perícia pode ser feita extrajudicialmente. Se visa à fixação de fatos que se modificam com o tempo, é denominada vistoria ad perpetuam rei memoriam, servindo de prova para o futuro, havendo a produção antecipada de provas. Sobre isto, dispõem os arts. 381 e 382, CPC. O requerente, na petição, deve apresentar as razões que justifiquem a necessidade de antecipação, mencionando, os fatos sobre os quais ela prova recairá. Ela será admitida quando houver fundado receio de que poderá ser impossível a verificação de fatos na pendência da ação; quando a prova a ser produzida for suscetível de viabilizar a autocomposição ou quando houver prévio conhecimento de fatos que justifiquem ou evitem o ajuizamento da ação.
Nos pedidos de adicional de insalubridade ou periculosidade deve se proceder à perícia para provar se o requerente tem direito a ele, não importando quem o alegou (empregado ou sindicato). Caso de não haja perito habilitado na localidade, o juiz requisitará que seja realizada por órgão competente do Ministério do Trabalho.
Prova emprestada
Conforme art. 372 CPC, o juiz poderá admitir o uso de prova produzida em outro processo e atribuir-lhe valor adequado, visando à economicidade e eficiência processuais. São passíveis de empréstimo depoimentos, exame pericial, confissão e inspeção judicial. Não há necessidade em importar prova documental, pois bastará a cópia do documento. 
Ela guarda a eficácia do processo em que foi colhida, na conformidade do poder de convencimento que trouxer consigo. A eficácia e a aproveitabilidade da prova emprestada estão na razão inversa da possibilidade de sua reprodução: se a prova pode ser reproduzida, sem maiores custos, a prova emprestada tem diminuído o seu valor probante.
Também é necessário que a parte contra a qual se pretende fazer o uso da prova emprestada não tenha participado do processo anterior, o que se não ocorrer constituirá um vício que não pode ser sanado, devendo a prova ser produzida novamente no novo processo. Caso contrário, será inadmissível e deverá ser desentranhada. Caso permaneça nos autos, não poderá ser considerada no julgamento, condicionando o poder da livre valoração do juiz ao uso de provas legais, caso contrário, será nula a decisão.
A nulidade absoluta da decisão fundamentada na prova emprestada ilegítima irá ocorrer independentemente de se considerar a parte que requereu o empréstimo, porque perante a nulidade absoluta não se aplica o princípio do interesse. Posteriormente, em vista do princípio da comunhão, a prova é do juiz e não das partes do processo. 
Por isso, independe de quem a requer. A constatação é válida, como regra, para o processo penal, especialmente em virtude da indisponibilidade da ação pública e da defesa técnica, as partes não podem dispor do contraditório perante o juiz constitucionalmente competente.
No processo civil, a regra geral é a disponibilidade das posições processuais, de modo a ser necessário que se tenha outra solução. Se a parte a quem a prova desfavorece requereu o empréstimo (ou não impugnou) fica afastado o óbice de ela não haver participado em contraditório no processo anterior. A situação não será diferente daquela que no próprio processo em que tal prova foi produzida, se houvesse sido dado a oportunidade de contraditório a essa parte e ela tivesse desistido do seu exercício. 
Ainda, quando, no processo civil, a própria parte desfavorecida por prova não-produzida perante a Jurisdição é quem pleiteia seu empréstimo, ou com ele concorda, também então este não será inadmitido. De todo modo, ficará sempre ressalvada a hipótese de o juiz, com base nos seus poderes probatórios, fundamentadamente determinar nova produção da prova – a despeito da concordância das partes quanto ao empréstimo (aliás, em qualquer caso, o juiz sempre terá essa possibilidade).

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