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18 Vícios Redibitórios

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VÍCIO REDIBITÓRIO
Art. 441 - Defeito oculto que diminui o valor ou prejudica a utilização, da coisa, recebida por força de um contrato cumutativo (de prestação certa). Sua verificação permite ao adquirente “em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, [...] reclamar abatimento no preço” (art. 442).
Difere do erro, que psicológico, subjetivo, estando na vontade, pois é exterior ao agente, objetivo, estando na coisa. 
Art. 443 - Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu e pagará perdas e danos; se o não conhecia, apenas restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. É razoável a tese, segundo a qual, a titulo de compensação, a má-fé do alienante pode justificar na quanti minoris em um desconto maior.
São as teorias que busca explicar o fundamento para esta garantia ao adquirente:
· Do erro: não distingue defeitos ocultos e erro sobre as qualidades essenciais do objeto;
· Dos riscos: o alienante responde pelos vícios redibitórios porque tem a obrigação de suportar os riscos da coisa alienados;
· Da equidade: afirma a necessidade de se manter justo equilíbrio entre as prestações dos contratantes;
· Do inadimplemento contratual: fundada no principio da garantia, segundo o qual o alienante deve assegurar, ao adquirente a título oneroso, o uso da coisa por ele adquirida para os fins a que é destinada. 
Requisitos
1. Negócio oneroso: além dos contratos comutativos, pode se aplicar às doações:
1.1 Onerosas: que impõe ao donatário um encargo (incumbência ou dever) até o limite deste (art. 441, único);
1.2 Remuneratórias: feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário, não havendo liberalidade pura, mas onerosidade até o valor dos serviços remunerados (art. 540);
2. Contrato comutativo: de prestações determinadas, cujas vantagens e desvantagens podem ser previstas pelas partes;
3. Defeito que torne a coisa impropria para uso ou lhe subtraia valor econômico;
4. Existência do defeito no momento da tradição: ainda que venha a se manifestar apenas posteriormente (art. 444), pois os defeitos posteriores à alienação presumem-se resultantes do mau uso da coisa pelo comprador;
5. Descoberta posterior: o defeito precisa ser oculto, não podendo ser aparente, facilmente verificável com um rápido exame e diligência normal, pois, neste caso, seria presumido que o defeito é conhecido do adquirente e que por ele foi aceito ao contratar, renunciando à garantia;
6. Gravidade dos defeitos: é necessário que sejam aptos a prejudicar o uso da coisa ou diminuir-lhe o valor;
7. Propositura de uma das ações edilícias.
Ações edilícias 
Em alusão aos edis curules, que atuavam junto aos grandes mercados na época do direito romano, em questões referentes à resolução do contrato ou ao abatimento do preço. Usadas para verificar o vício, se dividem em:
· Redibitória: para rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço pago. É a que deve ser proposta no caso de perecimento da coisa em razão do defeito, previsto no art. 444, não sendo possível a ação quanti minoris visto que não será possível conservar a coisa;
· Estimatória/quanti minoris: para obter abatimento do preço, conservando a coisa apesar do defeito;
· Exempto: para complementação da área;
· De substituição do produto ou serviço: quando se trata de relação de consumo.
Esta escolha tem como efeito concentrar a prestação, motivo pelo qual é irrevogável (electa uma via non datur recursus ad alteram).
Prazo decadencial 
As ações edilícias são constitutivas negativas, portando sujeitas aos seguintes prazos decadenciais, contatos da entrega da coisa ou, se já estava na posse do adquirente [independentemente do período pelo qual isto ocorreu], o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade, conforme se trate de em (art. 445):
· 30 dias: se relativas a bem móvel;
· 1 ano: se relativas à imóvel.
Podem os contraentes ampliar este prazo convencionalmente por meio do estabelecimento de cláusula de garantia, durante o qual este prazo não corre, devendo, porém, o adquirente, “denunciar o defeito ao alienante nos 30 dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência” (art. 446), em observância ao princípio da boa-fé. 
São exceções à regra destes prazos:
§ 1º - “Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde [como no caso de venda de máquinas cuja verificação de defeitos depende de experimentação, sujeita a ajustes técnicos], o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de 180 dias, em se tratando de bens móveis; e de um 1 ano, para os imóveis”.
§ 2º - “Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria”, ou seja, no prazo de 180 dias a partir da manifestação dos sintomas da doença, em razão da possibilidade de período de incubação do agente nocivo.
No CDC, que consagra um sistema mais protetivo, os prazos decadenciais para o exercício do direito potestativo de reclamar por vicio redibitório, que abrange o aparente ou oculto de produto ou serviço são de, conforme art. 26:
· 30 dias: se durável;
· 90 dias: se não durável, respectivamente. 
Quando o vício for oculto, a contagem destes prazos inicia no momento em que ficarem evidenciados. 
Obsta a decadência, a reclamação comprovada formulada perante o fornecedor até resposta negativa e inequívoca. Quando esta for formulada, os fornecedores têm o prazo de 30 dias para sanar o vício, depois disso voltando a correr o prazo decadencial período restante, podendo o consumidor exigir, alternativamente:
· Substituição do produto;
· Restituição da quantia paga, atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
· O abatimento proporcional do preço.
Este prazo pode ser reduzido, de comum acordo, para o mínimo de 7 dias ou ampliado até o máximo de 180 dias (art. 18, §§ 1º e 2º).
Hipóteses de descabimento
Não são cabíveis as ações edilícias:
· Coisas vendidas conjuntamente (art. 503): não pode ser proposta ação redibitória para rejeitar coisa vendida em conjunto com outra que possui vício, devendo ser restituída e abatido seu preço, salvo se as coisas formarem um todo inseparável (como um par de sapatos);
· Inadimplemento contratual: a entrega de coisa diversa da contratada não é vício redibitório, mas inadimplemento contratual, podendo o credor apenas exigir o cumprimento do contrato ou sua resolução com perdas e danos;
· Erro quanto às qualidades essenciais do objeto: também não configura vício redibitório, sendo erro de natureza subjetiva, residindo na manifestação da vontade, ensejando ação anulatória do negócio.

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