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32 Embargos de Declaração

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 1.022 - de fundamentação vinculada, usado para recorrer de decisão que apresente omissão, obscuridade ou contradição:
Contradição
Para corrigir erros de coerência internos, entre fundamentos da própria decisão, ou entre os fundamentos e o dispositivo, em razão da necessidade de a decisão ser internamente coerente/congruente, seguindo uma sequencia lógica, com fundamentos harmônicos entre si, “apontando para o mesmo lado”. Não podem ser usados para questionar decisão que contrarie outros elementos do processo, como provas apresentadas, neste caso cabendo apelação, visto que o juiz pode decidir em desacordo com as provas caso justifique esta decisão. 
É possível identificar contradição na fixação de honorários, como em situação de culpa concorrente, em que a uma pessoa foi condenada a 70% e outra a 30% do valor do dano, devendo os honorários sucumbenciais serem também assim fixados.
Omissão
Não enfrentamento de todos os argumentos levantados no processo, como exige o art. 489, § 1º, IV, não necessariamente todos os pedidos, que podem ser fundamentos em mais de um argumento. É omissão a ausência de manifestação sobre pedidos implícitos, como correção monetária, juros ou honorários advocatícios. 
Obscuridade/dubiedade
Falta de clareza, sendo ela incompreensível para o ser humano médio, possibilitando múltiplas interpretações. A letra ilegível de juiz em processo físico aqui se encaixa.
Não pode ser seu objeto, por exemplo, erro de procedimento ou julgamento. Porém, pode ser usado para corrigir erro material, visto que podem ser corrigidos a qualquer tempo. Também é possível embargar de declaração decisão sobre embargos já interpostos se persistido ou surgido novo vício, bem como acórdão.
Tem natureza jurídica de recurso de revisão, sendo enviado ao próprio juiz. Em consequência disso, assim como no agravo interno, diante da desnecessidade de envio remessa física do processo, não existem custas à sua oposição, não exige preparo.
Prazo
É de 5 dias (art. 1.023). Após, a omissão, obscuridade ou contradição podem ser discutidos em apelação ou agravo de instrumento, já que são de fundamentação livre.
Apenas para os embargos (não para outros recursos), MP, fazenda pública, defensoria pública e semelhantes possuem prazo em dobro, sendo de 10 dias (§ 1º).
São cabíveis às decisões administrativas, em razão da necessidade defundamentação do ato administrativo. Para o direito eleitoral, por exemplo, o prazo é de 3 dias.
Procedimento
§ 2º - “O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada”, o que não ocorre, por exemplo, havendo erro material.
Art. 1.024 - O juiz julgará os embargos em 5 dias.
§ 1º - “Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente. § 2º - Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente”. Se a decisão for de juiz monocrático, o juiz decidirá sozinho, caso contrário sendo necessário solicitar pauta para julgamento.
§ 3º - “O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º”, caracterizando a fungibilidade dos recursos.
Efeitos
Além do efeito devolutivo, atribuído a todo recurso, não possuem efeito suspensivo automático (art. 1.026), mas interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, que começam a contar do zero após a decisão dos embargos. Pode, porém, o efeito suspensivo ser atribuído pela decisão “se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação” (§ 1º). Por fim, é possível o efeito modificativo, ou seja, os embargos mudarem a decisão.
§ 2º - Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa. § 3º - Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º - Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 anteriores houverem sido considerados protelatórios.
Não há critério objetivo para o juiz observar a presença de embargos protelatórios, que caracterizam litigância de má-fé, abuso do direito de recorrer, observado geralmente quando o recurso não tem qualquer fundamento ou possibilidade de procedência.

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