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36 Recurso Extrordinário

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102, CF – São de competência do STF, que funciona como guarda da constituição. III - São cabíveis em todas as causas julgadas em única ou ultima instancia, independentemente de sua origem, não precisando ser apenas dos TRF’s ou TJ’s, mas também do juizado, TST e TSE.
Hipóteses de cabimento – art. 102, III, CF
Contrariar dispositivo da CF – “a”
Apenas quando isto ocorre diretamente, violando dispositivo presente na CF, não indiretamente, de modo reflexo, por meio da violação de dispositivos infraconstitucionais, apesar destes estarem teoricamente embasados na CF, de modo que, teoricamente, a violação a tratado ou lei federal, também seja violação à CF, análise que, como visto, é feita pelo STJ em RESP. Não se aplica na hipótese de violação á ato normativo ao qual a CF faz referencia, como o CTB.
Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal – “b”
Quando esta análise for feita em controle difuso de constitucionalidade, que possui efeitos inter partis, fazendo-se o recurso ao STF pois ele pode transformá-lo em erga omnes ao efetuar a modulação dos efeitos da sentença, o que Gilmar Mendes denomina “transcendência dos motivos determinantes da decisão”, pois se aplicam-se a um caso deveriam aplicar-se também às demais situações iguais.
Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF – “c”
Pode ser municipal ou estadual. 
Julgar válida lei local contestada em face de lei federal – “d”
Houve a discussão sobre isto ser de competência do STF ou STJ, optando-se pelo STF para ser a decisão definitiva, bem como por tratar-se de questão de competência, que é definida pela CF, não de mera hierarquia.
Também é cabível face à decisão que contrarie tratado internacional de direitos humanos, que são EC’s (depois de 2004) ou supralegais (antes de 2004), não cabendo ao STJ.
Art. 1.033 – Há fungibilidade, sendo possível transformar o REX em RESP, salvo se a contradição for entre tribunais não submetidos ao RESP, como juizado.
Também pode haver a “devolução” do recurso que foi enviado como RESP e convertido em REX, entendendo o STF que se trata de questão reflexa, não constitucional, transformando em RESP de novo, sendo esta ultima decisão a prevalecer.
Repercussão geral – 105, § 3º
Art. 1.035 – É critério de admissibilidade, sem sua demonstração não se conhecendo do recurso.
§ 1º – É a relevância “do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os objetivos do processo”. É o que justifica a transcendência da decisão por meio de sua aplicabilidade obrigatória. 
§ 3º - “Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do STF; III – Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal”, trata-se de rol exemplificativo em que há presunção absoluta (decorrente de lei) de repercussão geral, havendo outras situações em que esta presunção é relativa, como o IRDR.
Este rol apresenta as presunções de repercussão geral, havendo outras hipóteses nas quais, porém, ela precisa ser demonstrada.
§ 2º - Ela precisa ser demonstrada pelo recorrente e é analisada pelo próprio STF, que aprecia a admissibilidade. Assim, não pode o STJ determinar que a questão seja analisada em REX em razão da repercussão geral, visto que apenas o STF pode analisa-la.
Ademais, é necessário que o julgador tome cuidado para não considerar o mérito, prevendo a decisão que tomará, ao decidir sobre a repercussão geral, visto que nem sempre será ele a decidir o mérito.
Efeitos
O REX tem efeito vinculante, tornando-se precedente de aplicação obrigatória, diferente das decisões em RESP. Por este motivo, em razão do fato de que a decisão do recurso aceito com repercussão geral afetará os demais processos sobre o mesmo tema, estes devem ser sobrestados, podendo as partes destes participarem naquele que será julgado como amicus curiae.

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