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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA – UNIVAR ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE EXCREÇÃO SALIVAR E INFECÇÕES ENDODÔNTICAS MIKAELLI CRISTINA CASSIMIRO DE SOUSA Barra do Garças – MT, outubro de 2022. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA – UNIVAR ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE EXCREÇÃO SALIVAR E INFECÇÕES ENDODÔNTICAS MIKAELLI CRISTINA CASSIMIRO DE SOUSA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito parcial para obtenção do título de bacharel em odontologia pelo Centro Universitário do Vale do Araguaia, sob orientação da Professor (a) Me. Twigg Mitsue Daltro Hayash. . Barra do Garças – MT, outubro de 2022 Este trabalho é dedicado aos meus pais e a minha irmã. Obrigado por serem o meu lar, o lugar seguro a qual sei que sempre poderei retornar, descansar e confiar. Agradecimentos Acredito que em nenhum momento estamos sozinhos, e que nossos passos são sempre guiados por Deus para o melhor caminho, nada sem ele, tudo por obra dele. Agradeço aos meus pais por estarem comigo nesta caminhada, por seus conselhos e incentivo, a minha irmã o maior presente na minha vida. As minhas amigas aqueles a qual conheci na faculdade e se tornaram como uma família. A minha melhor amiga e ao meu namorado por toda paciência, carinho, amor e cumplicidade. Ao corpo docente, principalmente a nossa excelentíssima coordenadora Natalina Abud Chaud, a professora de tcc Erika Neif e a minha orientadora Twigg Mitsue Daltro Hayash uma mulher e profissional admirável. Epígrafe “Mesmo se um dia comum for seguido por outro dia comum, ainda vale a pena viver. Não desperdice o presente lamentando o passado e se preocupando com o futuro. Apenas viva o dia lindamente. Você merece isso, todos vocês” Eyes are dazzyling. SUMÁRIO RESUMO .......................................................................................................................1 ABSTRACT....................................................................................................................1 1.INTRODUÇÃO...........................................................................................................1 2. METODOLOGIA......................................................................................................4 2.1 COLETA DE DADOS...........................................................................................4 2.2 POPULAÇÃO ESTUDADA AO TODO..............................................................4 2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .............................................................................4 2.4 Protocolo de BIOSSEGURANÇA DE PROTEÇÃO CONTRA COVID19.........4 2.5 COLETA DE SALIVA..........................................................................................5 2.6 ANÁLISE DA SALIVA........................................................................................5 2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA....................................................................................5 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 7 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................10 5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 11 1 ANÁLISE DA RELAÇÃO DA EXCREÇÃO SALIVAR E INFECÇÕES ENDODÔNTICAS . Mikaelli Cristina Cassimiro de Sousa.1 Twigg Mitsue Daltro Hayashida.2 RESUMO As infecções endodônticas são na maioria das vezes difundidas por bactérias e seus subprodutos que alcançam a região coronária e se perpertuam entre os canais radiculares. De encontro a este processo, a excreção salivar é responsável pela homeostase da cavidade oral, tendo como uma de suas características principais a sensibilidade nas modificações que ocorrem na cavidade bucal, essas alterações podem refletir em sua composição, desta forma, compreende-se que a presença de bactérias na região pulpar pode influenciar na componsição da saliva. O objetivo deste trabalho é avaliar o comportamento da excreção salivar na presença de infecções endodônticas através da coleta da saliva não estimulda. Para tal, foi realizado um estudo analítico, caso controle, com delineamento transversal, utilizando 28 amostras de saliva, utlizando 14 voluntários com a cavidade bucal saudavel e o outro grupo com 14 pacientes com infecção endodôntica em inicio de tratamento na clínica odontológica II da UNIVAR. Os resultados obtidos são: Pacientes com infecção endontica possui um fluxo salivar mais resduzido media de 0,22 m/minutos e pH 5.8 com caracteriscticas mais acidas em comparação o grupo controle. Palavras-Chave: Bactérias, endodontia, pH, saliva. ABSTRACT Endodontic infections are most often spread by bacteria and their by-products when they reach the coronary region and become root canals. Which presents itself as a buccal appearance, which can be reflected in its, in this way, the pulp region can influence the composition. The objective of this work is to evaluate the behavior of salivary excretion in the presence of endodontic entities through salivary fluid. For, an analytical, control, cross- sectional study was carried out, using 28 samples of saliva samples, where 14 healthy sonological volunteers and the other group with 14 patients with integrated infection, the cases in the dental clinic II of UNIVAR, the cases at UNIVAR dental clinic II, the case at UNIVAR dental clinic II results: Patients with endodontic infection have an average lower salivary flow of 0.22 m/minute and pH 5.8 with more acidic characteristics compared to the group control. Keywords: Bacterium, Endodontics, pH, Spittle. 1. INTRODUÇÃO A endodontia é a especialidade odontológica diretamente relacionada com a conservação da estrutura dental na cavidade bucal. As infecções endodônticas são provocadas na maioria das vezes por bactérias anaeróbicas e seus subprodutos, tais patógenos podem se proliferar e se difundirem internamente nos sistemas de canais radiculares, ocasionando danos nos tecidos pulpares e periapicais (SCHAEFFER, 2019). Tendo em vista os prejuízos provocas por infecções endodônticas no paciente, ressaltando não apenas a sintomatologia dolorosa como 1Acadêmica Mikaelli Cristina Cassimiro de Sousa do curso de odontologia do Centro Universitário do Vale do Araguaia UNIVAR – mikaeellicristina@gmail.com. 2 Docente Orientadora Twigg Mitsue Daltro Hayash do Centro Universitário do Vale do Araguaia – UNIVAR – MT. 2 também o risco da perda dentária, se faz essencial seu diagnóstico precoce para que o tratamento seja realizado o mais breve possível e seus danos na cavidade bucal ao menos amenizados. O tratamento endodôntico é realizado clinicamente, por intermédio de uma série de procedimentos tanto químicos quanto mecânicos, onde o objetivo primordial é impedir que as bactérias possam no futuro ocasionar injúrias aos tecidos dentários de suporte do dente comprometido, vizinho ou se disseminarem pela corrente sanguínea (MACHADO, 2018).O sucesso deste procedimento depende de inúmeros fatores como; manutenção do comprimento de trabalho, resolução de patologias recorrentes, preenchimento completo pelo material obturador e tratamento de lesões iatrogênicas, e a classificação correta das infecções endodônticas (MELO, 2022). As infecções endodôntica podem ser divididas em patologias pulpares; pulpite reversível e necrose pulpar e também patologias periapicais; abscesso apical agudo, o abscesso apical crônico, granuloma perri-radicular, e a periodontite apical seja ela aguda ou crônica (PINTO, 2016) e ainda classificadas conforme a instalação da infecção, sendo tanto de origem primária quanto por infecções secundárias que são provocadas por corpos estranhos não pertencentes a microbiota oral, como o microrganismo Pseudomonas Aeruginosa, introduzidas no canal durante o tratamento endodôntico por meio da quebra da cadeia asséptica (ROCHA, 2018). Em todas essas classificações, os grupos apresentam manifestações clínicas como sensibilidade à percussão e palpação, desconforto, dor, edema, abscesso, fístula. (DE FRANÇA, 2018). De acordo com a literatura, qualquer desordem bucal influencia diretamente na homeostasia bucal, ocasionado alterações principalmente na composição, quantidade salivar e efeito tampão, tornando a cavidade bucal mais suscetível para o desenvolvendo de inúmeras desordens bucais contribuindo assim para uma debilitação ainda mais acentuada na saúde bucal dos pacientes, já prejudicada pela presença de infecções endodônticas (MELHOR, 2021). O desequilíbrio da flora bucal, pode provocar condições mais favorável para o crescimento de patógenos periodontais e periapicais, deixando suscetível ao surgimento de carie, periodontite e outras desordens bucais como halitose e ardência bucal, sendo o surgimento desta última mais frequente quando ocorre a redução do fluxo salivar (PALMA, 2018). A saliva é responsável por diferentes funções fisiológicas, as quais pode-se ressaltar: lubrificação da mucosa e os dentes, defesa contra microrganismo, efeito tampão evitando lesões na mucosa derivadas de excessos ácidos, sensibilidade gustativa e autolimpeza da boca durante o movimento de mastigação (RUHL AS, 2005). 3 O fluido salivar é secretado pelas glândulas parótidas, submandibular e sublingual, já sua composição consiste basicamente em água (95%), proteínas (0,3%), substâncias inorgânicas e (0,2%) substâncias orgânicas (VERÍSSIMO et al., 2021). Porém, essa quantificação e extremamente passível a alterações, pois pode ser facilmente influenciada por agentes externos e internos; medicações, lesões orais intracelulares, patologias sistêmicas (SOTOZONO, 2021). De encontro com este processo, entende-se que a proliferação de microrganismos bacterianos na região pulpar e seus gases metabólicos em hipótese, pode ter a capacidade de provocar alteração na composição salivar, principalmente em seu pH, que diante processos infecciosos, tende-se a se torna mais ácido, sendo facilmente identificado pelos marcadores salivares (RODRIGUES, 2020). Os marcadores salivares, ao exemplo de imunoglobulina, amilase, proteínas, anticorpos, DNA, RNA, lipídeos, metabólitos, vêm se mostrando valiosas ferramentas na detecção, avaliação de risco, diagnóstico, prognóstico e monitoração de diversas condições patológicas, (DE AQUINO, 2020). A ideia de utilizar a saliva como matriz de análise para estudos de diagnóstico existe desde 1975, sugerido por Dawes, a qual se atraiu pela facilidade na coleta destes fluidos e a quantidade de informações determinantes em sua constituição (MILTON et al., 2020). A saliva já vem sendo bastante utilizada como auxiliar no diagnóstico e acompanhamento de inúmeras doenças como HIV, COVID19, periodontite e câncer bucal, sendo um fluido corporal desejável, pois contém biomarcadores definitivos específicos para doenças (DALLOS, 2021). Seguindo esta linha de pensamento, a coleta de fluidos salivares se apresenta uma possibilidade atrativa para auxiliar na compreensão mais específica dos efeitos das infecções endodônticas na cavidade bucal, uma vez que os marcadores apresentam inúmeras vantagens como: baixo custo, meio de coleta não invasiva e fácil armazenagem dos materiais coletados (ROCHA, 2018). Desta forma, este trabalho, tem como objetivo avaliar as alterações provenientes das infecções endodônticas na excreção salivar. Para tal, foi realizada uma pesquisa transversal utilizando amostras de salivas cedidas por pacientes antes do início do tratamento endodôntico, onde foi verificado possíveis alterações moleculares, pH e fluxo salivar. 4 2. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada nas dependências do Centro Universitário do Vale do Araguaia UNIVAR, sendo a população de estudo pacientes atendidos na clínica odontológica II. Cada participante recebeu um termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com a privacidade garantida, não havendo exposição pública de nenhum indivíduo e suas informações pessoais. Primeiramente, realizou-se a explicação pormenorizada sobre a natureza e a metodologia do estudo, deixando explanado que nenhum dano à integridade física e emocional do participante é esperado, e que todos os protocolos de prevenção a COVID19 foram rigorosamente executados, no final, após concordarem com o procedimento e terem todas as suas dúvidas sanadas, os pacientes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 2.1 COLETA DE DADOS Inicialmente a coleta de dados ocorreu por meio de questionários elaborados pelo autor da pesquisa contendo nove perguntas fechadas (anexo 2, página 22 e 23), onde o intuito foi obter as seguintes informações: instrumento de caracterização sociodemográfica, idade, sexo, dieta, hidratação, formação acadêmica, problemas de saúde diagnosticados pelo médico, uso de medicamentos. 2.2 POPULAÇÃO ESTUDADA AO TODO Utilizou-se uma amostra total contendo 28 pacientes, tanto do sexo masculino quanto feminino, sem faixa etária estabelecida, precisando ser maior de 18 anos, onde 14 voluntários possuíam a cavidade oral considerada saudável, sem periodontite, gengivite e sem fazer a utilização de tabaco. O outro grupo também foi constituído por 14 pacientes, mas com a presença de infecções endodônticas, os quais futuramente, passaram pelo tratamento endodôntico na clínica odontológica integrada II. 2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Os pacientes selecionados não deverão utilizar tabaco ou apresentar doenças sistêmicas como diabetes de nenhum tipo, desta forma, sendo necessário o estado bucal o mais saudável possível sem presença de periodontite, os mesmos, também não deveram apresentar sintomas gripais (coriza, dor na garganta e tosse) nos últimos 14 dias. 2.4 PROTOCOLO DE BIOSSEGURANÇA DE PROTEÇÃO CONTRA COVID19 Todo o equipo foi anteriormente limpo com álcool 70% e envolto por barreiras de proteção estéril, os quais foram descartados ao final de cada procedimento. Os pacientes, foram orientados a utilizar máscara até o momento da coleta da saliva, durante o procedimento, sendo guardada em uma embalagem plástica pelo próprio paciente a qual dispôs de álcool em gel a sua disposição durante toda a coleta. Ao que se refere ao estudante coletor da saliva, foi seguido 5 o protocolo da clínica odontológica UNIVAR II, que são as mesmas normais estabelecidas pelo CRO de Mato Grosso. Durante a coleta se utilizou o EPI completo: jaleco, luvas descartáveis, touca, propé, capote, gramatura 40°, face-shild e óculos de proteção. 2.5 COLETA DE SALIVA A coleta salivar ocorreu de acordo com o proposto por MILTON 2020. Onde o paciente permaneceu em posição sentada, orientado a não deglutir a saliva durante um período de 5 minutos. A coleta e análise salivar foi realizada utilizando os seguintes materiais: pipeta volumétrica,béquer de vidro, ponteira da pipeta, eppendorf, fita de pH e algodão estéril (Figura 1). Para a coleta, o algodão soft foi inserido na região ventral da língua (assoalho bucal) durante 5 minutos, em seguida o algodão foi retirado da cavidade bucal do paciente e a saliva obtida depositada no béquer de vidro (Figura 2), imediatamente a saliva foi transferida para o eppendorf com o auxílio de uma pipeta volumétrica já devidamente etiquetado de modo a ser transportada adequadamente para análise do fluxo salivar (Figura 3. A, B, C, D). Em seguida, uma pequena quantidade da saliva foi depositada na fita de Colorimetria (Figura 4 A, B). A coleta da saliva foi realizada antes do início de qualquer intervenção na boca do paciente, onde todas as amostras após a coleta foram imediatamente analisadas com auxílio de fitas de colorimétrica (UROFITA 10DL) e (SALIVAR03). 2.6 ANÁLISE DA SALIVA Os parâmetros analisados foi o pH, quantidade de leucócitos e proteínas, presença de glicose. Foi considerado como parâmetro de normalidade o pH 7,0, sendo a tira indicadora variando do pH 5 ao 9, a avaliação utilizará uma escala própria para a leitura da fita indicadora, conforme as orientações do fabricante (MARTINS, 2021) e a quantidade de proteína. 2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados foram coletados, e em seguida listados utilizando o word, sendo em seguida transferidos para o Excel e posteriormente transformados em tabelas e gráficos para melhor compreensão dos resultados (GALHARDO, 2019). Figura 2. Paciente expelindo a saliva no béquer de vidro. Figura 1. Materiais utilizados na coleta de saliva Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. 6 Figura 3 A. Saliva sendo retirada do béquer de vidro com auxílio de micropipeta volumétrica. Figura 3 B. Saliva sendo inserida no eppendorf Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Figura 3 C. Análise do fluxo salivar. Figura 3 D. Inserção da saliva na fita. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Figura 4 A. Saliva sendo inserida no eppendorf. Figura 4 B. Análise da saliva através de marcadores salivares Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. Fonte: Própria. Autoria: CRISTINA. M. 7 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO. A coleta e análise da excreção salivar ocorreu nas dependências do Centro universitário do Vale do Araguaia (UNIVAR), seguindo todos os protocolos de atendimento inicial da instituição de ensino, tais como: anamnese e exame radiográfico, confirmando assim a necessidade da realização do procedimento endodôntico. Primeiramente, foi realizado a triagem criteriosa dos pacientes, analisando as radiografias, histórico de saúde e exame clínico, sendo selecionado apenas os pacientes que atendiam aos seguintes requisitos: ausência de doenças sistêmica, sem a utilização de medicações como anticoncepcional, sem a presença de alteração bucais ao exemplo de periodontite, e não que apresentaram sintomas gripais dos últimos 14 dias. De acordo com Rodrigues (2018) esses fatores podem influenciar no estudo da saliva. O total da amostra foi de 28 participantes, sendo 14 pertencentes ao grupo controle sem a presença de infecção endodôntica e 14 pacientes com a presença de infecção endodôntica. Onde após a análise e tabulação dos dados se obteve os seguintes resultados: Tabela 1. Fluxo salivar da amostra estudada, grupo controle e grupo teste sendo os pacientes com infecções endodônticas. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Q u an ti d ad e d a sa liv a p o d e m in u to Fluxo Salivar Grupo controle infecção endodôntica Variável Grupo Quantidade Valor Mínimo (ml/m) Valor máximo (ml/m) Media (ml/m) Fluxo Salivar Teste 14 0,2 0,3 0,22 Controle 14 0,.3 0,45 0,34 Fonte: Dados da pesquisa 2022. Gráfico I. Fluxo salivar grupo controle e grupo teste. Fonte: Dados da pesquisa 2022. 8 Na avaliação do fluxo salivar (tabela I e gráfico I), o grupo controle apresentou um valor de 0,34 ml/minuto, esse resultado é considerando dentro do ideal de acordo com o MELHOR 2021, em contrapartida, os pacientes com infecções endodônticas apresentaram uma média de 0,22 ml/ minuto tendo este parâmetro considerado inferior ao ideal pelo menos autor, esse resultado vai de encontro com SCHUTZEMBERGER 2007, onde realizou um estudo com a amostra de 40 pessoas, verificando que fluxo salivar não estimulado considerado dentro das características de normalidade e de 0,25 a 0,35 ml/mim. Tabela 2. Capacidade tampão da amostra estudada, grupo controle e grupo teste sendo os pacientes com infecções endodônticas. Variável Grupo Quantidade Valor mínimo Valor máximo Média pH Teste 14 5 7 5.8 Controle 14 6,5 9 7.2 Gráfico II. Representação gráfica do pH. A capacidade tampão do grupo com infecção endodôntica apresentou uma média do pH de 5.8 enquanto o grupo controle de 7.2. Embora não tenha se encontrado uma discrepância relativamente grande entre ambos os grupos, os pacientes com infecção endodôntica apresentaram um pH com características mais acidas, este fator pode interferir no despenho da 0 2 4 6 8 10 pH Grupo controle Infecção endodôntica Fonte: Dados da pesquisa 2022. Fonte: Dados da pesquisa 2022. 9 saliva em cumprir suas funções fisiológicas causando um desiquilíbrio bucal, de acordo com FRANCA 2022, sendo o pH considerado ideal de 6,8 a 7,2 de acordo com este mesmo autor. As proteínas presentes no fluxo salivar, estão ligadas a proteção do meio bucal, fornecendo estruturas para a adesão de receptores relacionados a bactéria (Ruhl 2005), valor encontrado no estudo foi de 24 mg/dl para o grupo controle, enquanto os pacientes com infecção endodôntica apresentavam um valor em média de 64 mg/dl. Na excreção salivar pode-se encontrar diversos elementos como o DNA, RNA e proteínas, além de inúmeros componentes que se misturam com a saliva na cavidade oral como o fluido gengival, restos de microrganismos e células descamativas da mucosa oral (FRANCA 2022). Desta forma, a composição salivar pode modificar-se dependendo de alguns fatores e hábitos do indivíduo como: Higiene oral; prática física; ingestão de alimentos, presença de infecção na cavidade oral (HERNANDES et al., 2020). É importante ressaltar que os pacientes selecionados tiveram seus hábitos bucais e cavidade oral criteriosamente avaliados, sendo o mais padronizado possível. Ao que se refere o fluxo salivar, este é o principal responsável pela manutenção da homeostasia da cavidade bucal. Uma vez que sua quantidade esta inferior a 0,25 ml/m, como encontrada no grupo de infecções endodônticas (média de 0,22m/minutos), provoca inúmeros prejuízos no organismo como distúrbios gastrointestinais; ressecamento da mucosa; ardência bucal, carie infecções bucais e queda no pH (CORRÊA, 2022). Já a capacidade tampão da excreção salivar está intimamente relacionada com o auxílio no controle a microrganismos prejudiciais a cavidade bucal, sendo o pH encontrado no grupo controle desfavorável para a manutenção da saúde oral (CASTILHO 2011). De acordo com SCHUTZEMBERGER 2007 a 0 10 20 30 40 50 60 70 controle testes Quantidade de proteína Gráfico III. Quantidadede proteína, grupo controle e grupo teste. Fonte: Dados da pesquisa 2022. 10 variação na quantificação de proteínas, a qual encontra-se acentuadamente elevada no grupo teste, pode estar relacionada com a acidificação salivar presente nesta parte da amostra. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A saliva não estimulada ou saliva basal ocorre mesmo sem a presença de um estímulo, sendo secretada principalmente pela glândula sublingual e submaxilar, uma vez que essas glândulas são controladas pelos reflexos nervosos, entende-se que a saliva não estimulada se altera tanto em sua composição, quanto quantidade ao estar diante de casos específicos, ao exemplo de: durante doenças periodontais, alterações do estado emocional e hormonais, assim surge-se a hipótese de relacionar possíveis modificações salivares diante de infecções endodônticas. O biomarcador pH está presente na urina e no sangue, e atualmente despertou-se o interesse de utilizar a saliva como meio para diagnostico e análise de diversas patologias, uma vez que este biomarcadores também está presente no fluido salivar, portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar se existe alguma alteração na saliva de pacientes com infecções endodônticas que possam ser utilizados como biomarcadores salivares para auxiliar tanto no diagnostico como na compreensão das alterações salivares diante dessa patologia. Deste modo, após a análise do fluido salivar se encontrou um resultado significativo na redução da quantidade de saliva em pacientes acometidos por infecções endodônticas, assim como um pH com características mais acidas, somado a essas informações, também foi verificado o aumento na quantidade de proteínas sugerindo uma alteração na microbiota bucal. Essas modificações, possivelmente estão relacionadas entre si, atuando como cofatores simultâneos para o aumento de microrganismos nocivos a flora bucal e consequentemente contribuindo para o surgimento de diversas desordens, entre estas pode-se ressaltar o acometimento pulpar por microrganismos. No entanto, a literatura possui um número insatisfatório de estudos a respeito da associação entre saliva e infecções endodônticas. Além disso, é importante ressaltar que o fluido salivar exerce inúmeras funções na cavidade bucal, indo dês do auxílio na formação do bolo alimentar como a manutenção da saúde oral, somado a isso, atualmente, principalmente após a pandemia do COVID19, a saliva vem se apresentando uma proposta interessante tanto para o acompanhamento, como para o diagnóstico de algumas patologias orais e sistêmicas. Visto isso, é essencial que o cirurgião dentista detenha de conhecimento para compreender as possíveis alterações na composição da saliva e sua influência na capacidade oral diante cenários específicos, possibilitando assim, desenvolver um plano de tratamento específico e muitas vezes preventivos para cada paciente. 11 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CASTILHO, Maria Cristina de Matos et al. Relação entre estresse percebido e fatores salivares, em mulheres, sob condições basais de estresse. Arq. Odontol. [online]. 2011, vol.47, n.1, pp. 25-30. ISSN 1516-0939. 2. DALLOS FUENTES, Angie Andrea et al. PH salivar e sua relação com a doença periodontal. Revisão da literatura. 2021. 3. CARDOSO, Tiago Fernandes et al. COVID-19 e a Cavidade Bucal: interações, manifestações clínicas e prevenção. ULAKES Journal of Medicine, v. 1, 2020. 4. CORRÊA, Isabelle Saturnino. Análise da Xerostomia e Fluxo Salivar em Pacientes com Síndrome do Ardor Bucal e Ardor Bucal Secundário. 2022. 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