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Histórico da Educação Inclusiva

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Histórico da Educação Inclusiva
Prof. Dra. Lilian Cordeiro
IFRS Campus Vacaria
A concepção de inclusão escolar é muito ampla e complexa. 
Em sua amplitude a inclusão não se restringe apenas à inclusão dos alunos com deficiência motora, sensorial ou cognitiva, mas se estende a todos os indivíduos no processo educacional. 
O movimento de inclusão das pessoas com deficiência é algo recente.
 Historicamente, a existência discriminatória da escola e de toda sociedade limita-se à escolarização de um grupo seleto e homogêneo de pessoas. 
No Brasil é muito recente o entendimento de que a educação é para TODOS. 
Os que não pertenciam a esse grupo ficavam excluídos dessa sociedade. 
Com a democratização da escola surge a contradição inclusão/exclusão.
 Inicia-se, então, o acesso das pessoas com deficiência às escolas, mas, num processo de integrar e não de incluir. 
Toda essa modificação, ainda que lenta e pouco significativa, fomenta futuras e importantes mudanças no cenário para tentativas de uma educação inclusiva.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782008000300007#back 
Período Imperial
No Brasil o marco da Educação Especial ocorreu no período imperial, em 1854, com D. Pedro II.
O projeto de estabelecer uma escola com esse perfil no Rio de Janeiro foi de José Álvares de Azevedo, jovem cego de nascimento, que havia estudado por seis anos na renomada Institution Imperiale des Jeunes Aveugles, de Paris. 
Ao chegar ao Brasil, em 1850, Azevedo foi professor de História no colégio do Barão de Tautphoeus e publicou inúmeros artigos em jornais sobre o instituto de Paris. 
Com o apoio do imperador, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos foi inaugurado em 17 de dezembro de 1854, alguns meses após a morte de Azevedo, em 17 de março. Sob a direção de José Sigaud, o instituto foi inicialmente instalado em uma chácara alugada ao Barão do Rio Bonito, localizada no Morro da Saúde.
 Em 1891 a escola passo a se chamar Instituto Benjamin Constante – IBC. 
Já em 1857, D Pedro II, criou o Instituto Imperial dos Surdos-mudos, que em 1957, passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de surdos. 
O IBC Hoje
Atualmente, o Instituto Benjamin Constant é mais do que uma escola que atende crianças e adolescentes cegos, surdos, com baixa visão e deficiência múltipla; 
É também um centro de referência, a nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.
Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas médicas no campo da Oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do país. Através desse programa, presta serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.
O Instituto é comprometido também com a produção e difusão da pesquisa acadêmica no campo da Educação Especial. Através da Imprensa Braille, edita e imprime livros e revistas em Braille, além de contar com um farto acervo eletrônico de publicações científicas.
http://www.ibc.gov.br/o-ibc
Para os deficientes mentais, são encontradas duas instituições no final do Império. 
A primeira, especializada, foi criada em 1874 junto ao Hospital Juliano Moreira, em Salvador, chamando-se, na época, Hospital Estadual de Salvador. 
A segunda foi a Escola México, criada em 1887, no Rio de Janeiro, com ensino regular, que atendia também deficientes físicos e visuais.
São poucas, ou mesmo insuficientes, as informações sobre o tipo de atendimento que se fazia na época. Poderia ser mais um atendimento médico do que educacional, por exemplo.
O interesse da sociedade pelas pessoas com deficiência começou a ser despertado, por volta do século XX
Publicações de trabalhos técnicos e científicos, em diferentes áreas. 
Os temas abordados incluíam desde a infância dos deficientes mentais até o tratamento e a educação dos alunos anormais. 
Em 1930 surgiram as primeiras instituições para os deficientes mentais no Brasil.
Essas instituições eram em número bem superior considerando às voltadas para as outras deficiências.
As primeiras entidades privadas alavancam um fato de grande relevância na história de nosso país, pois culminaram na filantropia e no assistencialismo.
Essas entidades privadas mantém um número de atendimentos superior ao realizado pelas públicas, e, por isso detinham certo poder no momento de discutir as políticas públicas junto a instâncias governamentais.
Datam de 1931/1932 as primeiras iniciativas com propósitos educacionais especializados no atendimento de deficientes físicos.
Criação de uma classe especial na Escola Mista do Pavilhão Fernandinho da Santa Casa de Misericórdia. 
Mais tarde, em 1948, nesta escola é criada outra classe especial. Mais duas classes para deficientes físicos foram instaladas junto ao Pavilhão nos anos de 1950 e 1969.
É importante observar que essas classes funcionavam como classes hospitalares, ou ainda como modalidade “ensino hospitalar”
Cada professora tinha uma programação de atendimento individualizado aos alunos considerados pacientes do hospital. 
Por volta de 1982, funcionavam cerca de 10 classes especiais estaduais classificadas administrativamente como Escolas Isoladas.
Março de 1946 - instalação, em São Paulo, da Fundação para o Livro do Cego no Brasil (FLCB)
O objetivo era produzir e distribuir livros impressos em Braille. 
Depois, suas atividades foram ampliadas passando a atuar na educação, reabilitação e bem-estar social das pessoas cegas e portadoras de visão subnormal. 
Em 1950, foi fundada a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD). 
Até 1920, os deficientes visuais e auditivos tiveram uma pequena vantagem quanto ao número de instituições para o atendimento de suas necessidades. 
A partir dessa data, ocorreu um nivelamento e, após 1930, houve um crescimento no número de instituições para atendimento aos deficientes mentais.
Em 1954, foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
 Fruto da iniciativa de um grupo de pais com o apoio de um casal norte-americano, Beatrice e George Bemis, membros da National Association for Retarded Children (Narc), organização fundada em 1950 nos Estados Unidos.
http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/327-imperial-instituto-dos-meninos-cegos
http://www.ibc.gov.br/o-ibc