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Semiologia Neurológica

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Thaís Pires 
1 Habilidades ll 
Semiologia Neurológica 
Anatomicamente dividido em: SNC (encéfalo e medula espinal) e SNP (raízes, nervos, gânglios, plexos e terminações 
nervosas) 
Funcionalmente dividido em: SOMÁTICO e VISCERAL (vegetativo, que divide-se em simpático e parassimpático) 
Neurônio – corpo celular com núcleo e organelas + axônio com sua matriz = axoplasma, que é envolvida por uma 
membrana = axolema, é recoberto, no SNP, por um aglomerado de células de Schwann formando a bainha de mielina 
– o axônio regularmente possui interrupções na bainha de mielina, os chamados 
Nodos de Ranvier 
➔ Os neurônios se encontram em conjunto e tem função de condução 
de impulsos, seja via AFERENTE, i.e., sensorial ou centrípeta, seja via 
EFERENTE, i.e., motora ou centrífuga 
➔ Arco Reflexo: o estímulo vai via centrípeta até os centros nervosos 
do neuroeixo, que são interligados pelas vias de associação – em 
seguida, é conduzido via centrífuga para os órgãos efetores 
periféricos 
➔ Os neurônios se interligam por SINAPSES, que podem ser do tipo 
INIBITÓRIA ou EXCITATÓRIA, facilitando ou bloqueando a 
transmissão do impulso – a transmissão, nas sinapses, é feita pode 
meio de MEDIADORES QUÍMICOS, como a acetilcolina, 
catecolaminas e o ácido gama-aminobutírico 
➔ Transmissão Neuromuscular: Na substância cinza da coluna, os 
neurônios enviam os axônios para a PERIFERIA e terminam nas 
FIBRAS MUSCULARES, onde recebem cada uma ramificação da fibra 
nervosa – FIBRA NERVOSA MOTORA + FIBRAS MUSCULARES = 
UNIDADE MOTORA – o impulso, após percorrer o axônio, chega na 
fibra muscular a partir das SINAPSES NEUROMUSCULARES = 
JUNÇÃO MIONEURAL = PLACA MOTORA 
Encéfalo – tronco encefálico (mesencéfalo, ponte, bulbo); cerebelo; cérebro 
(diencéfalo e telencéfalo) 
➔ Cérebro: possui dois hemisférioS e contém, em seu interior, os NÚCLEOS DA BASE e o DIENCÉFALO – é 
revestido por um manto cinzento, o CÓRTEX CEREBRAL, que forma os sulcos e giros, aumentando sua 
superfície relativa 
o Lobo Frontal: motricidade e linguagem de expressão 
o Lobo Parietal: sensibilidade elementar e discriminativa 
o Lobo Temporal: Audição e atividade psicossensorial (Lesão = alucinação, disfasia de recepção..) 
o Lobo Occipital: Visão (reúne as imagens enviadas a partir da retina) 
Medula Espinal: fica localizada no CANAL VERTEBRAL e é contínua com o bulbo, sendo dividida em porções: CERVICAL, 
TORÁCICA, LOMBAR e SACROCOCCÍGEA – as porções cervical e lombar possuem a maior quantidade de células, sendo, 
respectivamente, os axônios direcionados para os MMSS e MMII / macroscopicamente é composta por substância 
cinzenta INTERNAMENTE e por substância branca EXTERNAMENTE 
➔ Substância Cinzenta: internamente forma o “H MEDULAR” – anteriormente, 
os cornos são compostos por CÉLULAS MOTORAS MULTIPOLARES = 
motoneurônios inferiores ou periféricos (no córtex motor cerebral há os 
neurônios motores superiores ou centrais) – como os impulsos motores 
originados centralmente precisam passar por esses motoneurônios 
inferiores, eles são chamados de VIA MOTORA FINAL COMUM 
Thaís Pires 
2 Habilidades ll 
 
1. Por onde devo começar o exame? Que tipo de material necessito? 
Material: abaixador de língua, algodão, alfinete, estilete de ponta romba, fita métrica, lanterna de bolso, martelo de 
reflexo, diapasão, substancias odoríferas 
Deve ser iniciado pela ANAMNESE 
2. Como posso avaliar o estado mental, nível de consciência e fala? Existe algum teste? Como médico, devo 
considerar também o pct do ponto de vista psicológico? 
 
• Estado Mental: Avaliação da ORIENTAÇÃO TEMPOROESPACIAL, da MEMÓRIA e da LINGUAGEM de forma 
quantitativa – O máximo obtido pode ser 30 PONTOS, sendo de 27 a 30 considerado NORMAL; 24 a 27 tolerado 
como normal; abaixo de 23 COMPROMETIMENTO DE ESTADO MENTAL // Levar em conta o nível de escolaridade! 
➔ Orientação – perguntar ano, mês, dia do mês e da semana e hora aproximada – cada pergunta vale 1 
PONTO – Depois, pergunta-se nome do país, do estado, da cidade, do bairro e do local da consulta – cada 
pergunta vale 1 PONTO 
➔ Memória – Diga ao pct 3 palavras para serem repetidas logo em seguida = Total 3 pt / Peça para subtrair 
7 de 100 cinco vezes = Total 5 pts / Peça para repetir as 3 primeiras palavras do teste = Total 3 pts 
➔ Linguagem – Peça para o pct falar 2 objetos apresentados a ele / Peça para repetir um conjunto de palavras 
ou frase (nem aqui, nem ali, nem lá) / Peça que o pct pegue uma folha de papel, dobre em 3 partes e 
coloque em determinado lugar / Dê para o pct um papel escrito “Feche os olhos”. Ele terá que ler 
silenciosamente e executar o comando / Peça que o pct escreva uma frase própria = 2 pontos / Solicite 
que o pct copie um desenho simples – Cada comando vale 1 PONTO 
 
3. Sabendo as funções dos nervos cranianos, como irei avaliar cada um deles? 
Thaís Pires 
3 Habilidades ll 
 
l Nervo – OLFATÓRIO – no exame da olfação, empregam-se substâncias com odores conhecidos, como café, canela, 
cravo, tabaco, álcool – De OLHOS FECHADOS, o pcts devem reconhecer o aroma, afastadas as condições de impeçam 
o reconhecimento do odor (resfriado, atrofia de mucosa) – A HIPOSMIA e ANOSMIA ganham maior significado clínico 
pois dependem de distúrbios neurológicos 
➔ Parosmia (perversão do olfato), Alucinação olfatória, Cacosmia (odor desagradável constantemente) – 
são alterações notadamente CORTICAIS ! 
ll Nervo – ÓPTICO – transmite as imagens colhidas pelos cones e bastonetes da retina até p CENTRO DA VISÃO NO 
LOBO OCCIPITAL – é avaliado por: 
➔ Acuidade Visual: pede-se para o pct dizer o que vê na sala de exame (na parede, na mesa) ou leia alguma 
coisa – cada olho é examinado separadamente – quando há diminuição da acuidade = AMBLIOPIA; 
quando a acuidade está abolida = AMAUROSE → ambas podem ser uni ou bilaterais / ametropia = 
alteração no cristalino, formato do olho (miopia, hipermetropia...) 
➔ Campo Visual/Campimetria: Sentado, o pct deve fixar o olhar em um ponto do examinador. Enquanto 
isso, o examinador deve mover horizontal e verticalmente um objeto. O examinado dirá até que ponto 
visualiza o objeto 
➔ Fundoscopia: Oftalmoscópio – visualiza o fundo do olho, podendo reconhecer tecido nervoso (retina e 
papila óptica) e vasos – pode-se observar palidez de papila (atrofia do nervo óptico) 
Thaís Pires 
4 Habilidades ll 
lll Nervo – OCULOMOTOR + IV Nervo – TROCLEAR + VI Nervo – ABDUCENTE – são examinados em conjunto, pois 
inervam os músculos responsáveis pela MOTILIDADE DOS GLOBOS OCULARES → músculo reto medial, superior, 
inferior, obliquo inferior (oculomotor), obliquo superior (troclear) e reto lateral (abducente) + músculo elevador 
pálpebra (oculomotor) 
➔ Motilidade Extrínseca: a posição do globo ocular é um resultado da ação de diversos músculos, portanto 
quando há predomínio de um deles há o que chama de estrabismo, que pode ser horizontal ou vertical – 
exame de cada olho separadamente: o examinador solicita a movimentação dos olhos no sentido 
VERTICAL E HORIZONTAL - exame biocular: aproxima-se um objeto dos olhos do pct, avaliando a 
convergência ocular // causas de lesão no oculomotor: traumatismo, DM, hipertensão craniana 
➔ Motilidade Intrínseca: exame da pupila – a pupila é inervada tanto pelo simpático como parassimpático – 
o seu tamanho é um equilíbrio da ação dos dois / a irregularidade do contorno pupilar = DISCORIA – 
quando há dilatação da pupila = MIDRÍASE – quando há contração da pupila = MIOSE – igualdade de 
tamanho das pupilas = ISOCORIA – desigualdade de tamanho da pupila = ANISOCORIA 
É avaliada por meio de um feixe luminoso – O pct deve olhar para um ponto fixo mais distante, sendo o 
feixe incidido. Caso a pupila que se fez o estímulo reaja, chama-se REFLEXO FOTOMOTOR DIRETO, caso a 
pupila contralateral reaja REFLEXO FOTOMOTOR CONSENSUAL + Avaliada por meio da CONVERGÊNCIA 
OCULAR, a qual se aproxima um obj dos olhos e observa-se se há contração da pupilapara ACOMODAÇÃO 
VISUAL 
Sinal de Argull-Robertson = miose bilateral + abolição do reflexo fotomotor + PRESENÇA do reflexo de 
acomodação 
Sindrome de Claude Bernard-Horner = miose + enoftalmia (afundamento do globo ocular na orbita) + 
diminuição da fenda palpebral 
V Nervo – TRIGÊMEO 
➔ Raiz motora, representada pelo nervo mastigador, que inerva os músculos destinados à mastigação 
(temporal, masseter e pterigóideos). Avalia-se a lesão unilateral da raiz motora pela observação dos 
seguintes elementos: atrofia das regiões temporais e masseterinas; a abertura da boca promove desvio 
da mandíbula para o lado da lesão; ao trincar os dentes, nota-se debilidade do lado paralisado; há 
dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula 
➔ Raízes Sensoriais – compreendem os nervos OFTÁLMICO, MAXILAR e MANDIBULAR e se responsabilizam 
pela sensibilidade – Avaliar a SENSIBILIDADE CORNEANA com uma mecha de algodão tocando entre a 
Thaís Pires 
5 Habilidades ll 
esclerótica e a córnea, estando o pct com o olho virado para o lado contralateral = REFLEXO CÓRNEO 
PALPEBRAL → a resposta normal é a contração do orbicular das pálpebras / Comprometimento dessa raíz 
sensorial, o pct vai sentir DOR limitada a região de distribuição 
 
Vl Nervo – FACIAL – avalia-se a parte motora do nervo facial, que se divide em dois ramos: TEMPOROFACIAL e 
CERVICOFACIAL que se distribuem pra mímica facial / Para o exame, o pct deve franzir a testa e os supercílios, fechar 
as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma 
➔ Na paralisia unilateral, há lagoftalmia (olho sempre aberto); ausência do ato de piscar; epífora 
(lacrimejamento); desvio de boca pro lado normal; incapacidade de contrair o platisma, assobiar e manter 
a boca inflada 
➔ Tem importância prática a distinção entre a paralisia por lesão do nervo facial (periférica) e aquela por 
lesão da via corticonuclear ou feixe geniculado (paralisia central). No tipo periférico, toda a hemiface 
HOMOLATERAL é comprometida, enquanto, na central, somente a metade inferior da face 
CONTRALATERAL se mostra alterada. 
VII Nervo – VESTIBULOCOCLEAR – possui duas raízes: a coclear e a vestibular 
➔ Raíz Coclear: avaliada pela diminuição gradativa da voz natural; voz cochichada; atrito suave das polpas 
digitais próximo ao ouvido; Prova de Rinne (diapasão na região mastoide, quando o pct não ouvir mais o 
som, coloca-se o diapasão próximo ao conduto auditivo – em condições normais, pct ouve o som RINNE 
POSITIVO – quando a transmissão óssea é maior que a aérea, RINNE NEGATIVO 
➔ Raíz Vestibular: pesquisa por NISTAGMO, DESVIO LATERAL DURANTE A MARCHA, DESVIO POSTURAL, 
SINAL DE ROMBERG e PROVAS ROTATÓRIA E CALÓRICA – Provas rotatória e calórica (neuro-otologia) 
pelo estímulo do labirinto com água quente e fria e uma cadeira rotatória 
IX Nervo – GLOSSOFARÍNGEO + X Nervo – VAGO – A lesão unilateral do glossofaríngeo pode exteriorizar por 
distúrbios na gustação do terço POSTERIOR da língua, por disfagia / a Lesão unilateral do IX e do X observa-se desvio 
do véu palatino para o lado normal quando o pct pronuncia as vogais a ou e; desvio da parede posterior da faringe 
para o lado normal (sinal da cortina) a partir de estimulação / lesão ISOLADA DO NERVO X, na porção laríngea, causa 
disfonia 
XI Nervo – ACESSÓRIO - avalia a elevação do ombro (trapézio) e rotação da cabeça pro lado oposto (ECOM) 
XII Nervo – HIPOGLOSSO – Exclusivamente motor que se direciona para a língua – investiga-se pela inspeção da língua 
movimentando-a para todos os lados e palpando para avaliar a consistência 
Thaís Pires 
6 Habilidades ll 
4. Que tipos de testes posso utilizar na avaliação da musculatura e como descrevo as alterações de troficidade, 
tonicidade e força muscular? 
Força Muscular: o pct realiza uma série de movimentos, como abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, 
abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé – durante esses movimentos, o examinador 
aplica OPOSIÇÃO AO MOVIMENTO / Caso haja dúvida na existência ou não de deficiência motora, são realizadas as 
PROVAS DEFICITÁRIAS = prova de Barré, Mingazzini e dos braços estendidos 
➔ Anotação LITERAL dos resultados: “Força normal nos 4 membros”; Força discretamente diminuída na 
extensão do antebraço direito” / Anotação PERCENTUAL dos resultados: 100%: força normal; 75% 
movimento completo contra a força da gravidade e contra certa resistência aplicada pelo examinador; 
50% movimento contra a força da gravidade; 25% movimento completo sem a força da gravidade; 10%: 
discreta contração muscular; 0%: nenhum movimento. 
Tônus Muscular: estado de tensão constante tanto em repouso como em movimento – é testado com o pct deitado 
e completamente relaxado 
➔ Inspeção – procura-se pela existência ou não de achatamento de massas musculares de encontro ao plano 
do peito – mais evidente nas coxas 
➔ Palpação – averigua-se o grau de consistência muscular 
➔ Movimentos Passivos – aplica-se movimento natural de flexão e extensão nos membros, procurando por 
passividade (se há resistência ou se a passividade está aquém do normal), extensibilidade (se existe 
exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular – calcanhar tocar coxa) 
Balanço Passivo: O examinador, com as suas duas mãos, segura e balança o antebraço do paciente, observando se a 
mão se movimenta de forma normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída (na hipertonia). A diminuição do tônus 
(hipotonia) ou o seu aumento (hipertonia) devem ser registrados com as respectivas graduação e sede. Exemplos: 
moderada hipotonia nos membros inferiores. Acentuada hipertonia dos membros direitos 
 Na hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular 
diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada. 
 Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade 
aumentada 
5. O equilíbrio e a coordenação são muito importantes nas funções motoras. Como avalia-los? 
Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de, pelo menos, 2 setores do sistema nervoso: o cerebelo 
(centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode 
ser de três tipos: CEREBELAR, SENSORIAL E MISTA 
➔ Prova dedo-nariz: Com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta 
do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes: primeiro, com os olhos abertos e, depois, 
fechados. O paciente deve estar de preferência de pé ou sentado 
➔ Prova calcanhar-joelho: Na posição de decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho oposto 
com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de início com os 
olhos abertos; depois, fechados. Nos casos de discutível alteração, sensibiliza-se a prova mediante o 
deslizamento do calcanhar pela crista tibial, após tocar o joelho. Diz-se que HÁ DISMETRIA (DISTÚRBIO 
NA MEDIDA DO MOVIMENTO) quando o paciente não consegue alcançar com precisão o alvo 
➔ Prova dos movimentos alternados: Determina-se ao paciente que realize movimentos rápidos e 
alternados, tais como: abrir e fechar a mão, movimento de supinação e pronação, extensão e flexão dos 
pés. 
Tais movimentos denominam-se DIADOCOCINESIA, e a capacidade de realizá-los é chamada EUDIADOCOCINESIA. Sua 
dificuldade é designada DISDIADOCOCINESIA e a incapacidade de realizá-los recebe o nome de ADIADOCOCINESIA. 
 
 
Thaís Pires 
7 Habilidades ll 
6. Como a marcha deve ser avaliada? Que tipos de marchas podem ser descritas? 
• Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90°C 
no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e 
o joelho não flexiona. Devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculoquando o 
paciente troca o passo. Esse modo de caminhar lembra o movimento de uma foice em ação 
• Marcha anserina ou do pato: O paciente para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora 
para a direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato. É encontrada em doenças 
musculares e traduz diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. 
• Marcha parkinsoniana: O doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A 
cabeça permanece inclinada para a frente, e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o paciente 
"corre atrás do seu centro de gravidade" e vai cair para a frente. Ocorre nos portadores da doença de Parkinson. 
• Marcha cerebelar ou marcha do ébrio: Ao caminhar, o doente ziguezagueia como um bêbado. Esse tipo de 
marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. 
• Marcha tabética: Para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros inferiores são 
levantados abrupta e explosivamente, e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo 
bem pesado. Com os olhos fechados, a marcha apresenta acentuada piora, ou se torna impossível. Indica perda 
da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. 
• Marcha de pequenos passos: É caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao caminhar, 
arrastar os pés como se estivesse dançando "marchinha'. Aparece na paralisia pseudobulbar e na atrofia cortical 
da senilidade. 
• Marcha vestibular: O paciente com lesão vestibular (labirinto) apresenta lateropulsão quando anda; é como se 
fosse empurrado para o lado ao tentar mover-se em linha reta. Se o paciente for colocado em um ambiente amplo 
e lhe for solicitado ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, ele descreverá uma figura semelhante a 
uma estrela, daí ser denominada também MARCHA EM ESTRELA. 
• Marcha escarvante: Quando o doente tem paralisia do movimento de FLEXÃO DORSAL DO PÉ, ao tentar caminhar, 
toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, o que 
lembra o "passo de ganso" dos soldados prussianos. 
• Marcha claudicante: Ao caminhar, a paciente manca (claudica) para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial 
periférica e em lesões do aparelho locomotor. 
• Marcha em tesoura ou espástica: Os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, 
os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movimento 
das pernas lembra uma tesoura em funcionamento. Esse tipo de marcha é bastante frequente nas manifestações 
espásticas da paralisia cerebral. 
 
7. Quais são os movimentos involuntários anormais? Como diferencia-los? 
Hipercinesias 
➔ Coréia – deriva do grego que significa dança – esses movimentos são caracterizados pela ativação 
muscular em uma sequência irregular, e os movimentos fluem numa sequencia desordenada e 
imprevisível → pode acometer todo o corpo, porém é mais evidente na face e nos membros / quando os 
movimentos coreicos acometem músculos proximais dos membros e produzem movimentos BRUSCOS, 
RÁPIDOS e AMPLOS são chamados de BALISMO 
➔ Distonia – movimento involuntário com contrações PERSISTENTES ou PROLONGADAS que resultam em 
torção do segmento corporal 
➔ Tremor – movimentos anormais RÍTMICOS e REPETITIVOS – tremor de repouso, durante a manutenção 
de uma postura e tremor de intenção 
➔ Tique – não há uma forma típica de movimento que caracterize o tique – qualquer movimento, simples 
ou complexo, pode ser tique, até mesmo emissão de sons – o que caracteriza um tique é a sensação 
incontrolável de executar um movimento ou emitir um som, causando grande alívio após a sua execução 
➔ Miclonia 
 
Thaís Pires 
8 Habilidades ll 
8. O que é axterixis e como pesquisar no exame físico? 
Flapping Tremor – pct estende os braços, e o examinador empurra as mãos na direção do corpo do paciente – caso 
haja axterixis, as mãos irão tremer após cessar a força – bater de asas 
 
9. Existem tipos diferentes de sensibilidade? Como testá-los? 
A sensibilidade deve ser avaliada em todo o ARCO REFLEXO, i.e., avaliar os receptores, condutores e receptores 
centrais 
Sensibilidade subjetiva – compreende as queixas sensoriais relatadas na anamnese, i.e., dor, dormência, 
formigamento 
Sensibilidade objetiva – a rigor, não deixa de ser subjetiva, mas é denominada assim por ser percebida após um 
estímulo aplicado pelo examinador / a ESPECIAL compreende aos sensórios 
Para o exame, é necessário que: pct esteja de olhos fechados durante todo o exame; ambiente silencioso; evitar 
sugestionar o estímulo (está sentindo algodão?); comparar áreas homólogas; usar algodão ou pincel, estilete rombo, 
dois tubos de ensaio um com água gelada e outro quente, diapasão 128 vibrações/segundo 
Sensibilidade Superficial – para a SENSIBILIDADE TÁTIL, utiliza-se um pedaço de algodão ou pequeno pincel que serão 
roçados de leve em várias partes do corpo → sua diminuição = HIPOESTESIA; sua abolição = ANESTESIA; seu aumento 
= HIPERESTESIA / para a SENSIBILIDADE TÉRMICA utilizar os tubos de ensaio com a água tocados em várias partes do 
corpo / para a SENSIBILIDADE DOLOROSA utiliza-se o estilete rombo que causa dor sem ferir o pct (agulha hipodérmica 
não indicada) 
Sensibilidade Profunda – para SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA pesquisada com o diapasão colocado em saliências ósseas 
/ para SENSIBILIDADE PRESSÃO é verificada com a compressão digital em qualquer parte do corpo / a SENSIBILIDADE 
CINÉTICO-POSTURAL é avaliada deslocando-se qualquer segmento do corpo em várias direções (flexão, extensão, 
abdução, adução) e parando em dada posição, que deve ser identificada pelo examinador / a SENSIBILIDADE 
DOLOROSA PROFUNDA é avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e tendões (o que 
normalmente não causa dor) 
Estereognosia - Em seguida ao exame da sensibilidade, avalia-se o fenômeno estereognóstico, que significa a 
capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. É Função tátil discriminativa ou epicrítica com 
componente proprioceptivo. 
 
 
Thaís Pires 
9 Habilidades ll 
 
10. Que tipos de reflexo existem? Como proceder para testar cada um deles? É possível saber para cada reflexo 
qual o centro medular envolvido? 
Reflexo: resposta (motora ou secretora) do organismo a um estímulo de qualquer natureza 
Reflexos exteroceptivos ou superficiais: Nesses reflexos, o estímulo é feito na pele ou na mucosa externa, por meio 
de um estilete rombo 
➔ Reflexo cutâneo-plantar: paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos, o 
examinador estimula superficialmente a região plantar, próximo à borda lateral e no sentido 
posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior / Normal = flexão dos dedos – 
Anormal = extensão dos dedos = SINAL DE BABINSKI 
➔ Reflexos cutâneo-abdominais. Ainda com o paciente em decúbito dorsal, com a parede abdominal em 
completo relaxamento, o examinador estimula o abdome do paciente no sentido da linha mediana em 
três níveis: superior, médio e inferior. A resposta normal é a contração dos músculos abdominais que 
determina um leve deslocamento da cicatriz umbilical para o lado estimulado. 
Reflexos proprioceptivos, profundos, musculares ou miotáticos 
➔ Fásicos ou clônicos: martelo de reflexo no tendão do músculo a ser examinado – aquilei, patelar, flexor 
dos dedos, pronador 
➔ Clônus do pé e da rótula: contração sucessiva, clônica do tríceps e do quadríceps 
 
Os reflexos miotáticos fásicos podem estar: normais, abolidos, diminuídos, vivos ou exaltados. Suas alterações podem 
ser simétricas ou não. O registro dos resultados deve ser feito literalmente ou por meio de sinais convencionais, da 
seguinte maneira: 
• Arreflexia ou reflexo abolido: 0 
• Hiporreflexia ou reflexo diminuído:- 
• Normorreflexia ou reflexo normal: + 
• Reflexo vivo: ++ 
• Hiper-reflexia ou reflexo exaltado:+++ 
Reflexo de automatismo ou de defesa - Representa reação normal de retirada do membro a um estímulo 
nociceptivo. Por ser um tipo especial de reflexo, é analisado separadamente, procedendo-se da seguinte maneira: 
com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, faz-se um beliscamento na região dorsal do 
pé. 
➔ Em condições normais, o membro estimulado permanece na mesma posição ou apresenta discreta 
retirada, caso o estímulo seja muito forte. A resposta anormal é uma TRÍPLICE FLEXÃO, representada pela 
Thaís Pires 
10 Habilidades ll 
flexão do pé sobre a perna, desta sobre a coxa e da coxa sobre a bacia. Corresponde, na verdade, a um 
exagero da resposta normal 
 
11. Que pesquisas são úteis para perceber sinais de irritação 
meníngea? 
Rigidez Nucal: avaliada tentando fletir a cabeça do pct (encontra-se 
rígida na hemorragia subaracnóidea também) 
SINAL DE BRUDZINSKI – o examinador coloca uma mão na região 
occipital e ou no tórax do pct em supinação, forçando a flexão PASSIVA 
do pct, sem que o tórax se eleve → flexiona joelhos involuntariamente 
Sinal de Kerning: dor a flexão da coxa sobre o quadril com a perna 
fletida, com flexão do pescoço

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