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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ – DIREITO PRÁTICA SIMULADA RECURSOS _______________________________________________________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE JUIZ DE FORA/MG JOÃO, brasileiro, solteiro, professor, portador da cédula de identidade RG n° …, inscrito no CPF nº…, residente e domiciliado na Rua … n°…, Bairro …, CEP n° …, na cidade de Juiz de Fora/MG, com endereço eletrônico …, representado neste ato por seu(sua) advogado(a) … OAB/…, legalmente constituído conforme instrumento de procuração anexo, com endereço profissional na Rua …, CEP n°…, Teresina – PI, com endereço eletrônico …, para que sejam remetidas as notificações, com base no artigo 77, inciso V, do CPC, vêm, perante Vossa Excelência, com o devido respeito e vênia, embasando-se nos art. 994, II e 1.015, ambos do Código de Processo Civil, propor o presente: RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO Contra a decisão interlocutória proferida nos autos da ação de n° … movida por PEDRO, brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, portador da cédula de identidade RG n° …, inscrito no CPF nº…, residente e domiciliado na Rua … n°…, Bairro …, CEP n° …, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, com endereço eletrônico …, pelas razões a seguir expostas: 1.0 – DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO O presente recurso de Agravo de Instrumento, previsto no art. 994, II, do CPC, é cabível na medida que ataca a decisão interlocutória que concedeu a medida liminar pleiteada, haja vista que uma antecipação dos efeitos do pedido do autor, esta não terá um caráter definitivo, por isso se caracteriza como tal, conforme o art. 1015, I, c/c art. 203, §2° do CPC. 2.0 – DA TEMPESTIVIDADE O recurso é tempestivo pois interposto dentro do prazo de legal de 15 dias, conforme art. 1.003, §5º, do CPC. Informa o Agravante, na forma do artigo 1.018 do CPC, que no prazo de 03 dias a contar da interposição do Agravo de Instrumento juntará nos autos do processo de primeiro grau: comprovante de sua interposição, rol de documentos e cópia da petição do agravo de instrumento. 3.0 – DO PREPARO Nos termos do art. 1.017, § 1.º, do CPC/15, o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno (quando devidos) acompanhará a petição de Agravo no momento do protocolo (art. 1.007, CPC). 4.0 – NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS DO AGRAVANTE E DO AGRAVADO O Agravante, em atenção ao disposto no artigo 1.016, IV, do CPC vem informar o nome e endereço completo dos advogados do Agravante e do Agravado: Pelo Agravante: (Nome do Advogado) …, OAB …, endereço na Rua …, nº …, Bairro …, na cidade de Juiz de Fora/MG, CEP …, Pelo Agravado: (Nome do Advogado) …, OAB …, endereço na Rua …, nº …, Bairro …, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, CEP … 5.0 – DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS Na forma do artigo 1.017, I, do CPC indica o Agravante a juntada das referidas peças obrigatórias: I – cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; Na forma do inciso III do artigo 1.017 do CPC, junta o Agravante as seguintes peças facultativas … Ainda, conforme previsão do artigo 425, IV, do CPC, declara que as cópias do processo de primeiro grau são autênticas, sob pena responsabilidade pessoal do advogado. 6.0 – SÍNTESE DA DEMANDA O agravado celebrou na data de 01/10/2012 um contrato de locação com o Agrante, no instrumento ficou acordado que o valor do aluguel seria de R$ 3.000,00 (três mil reais) e que dentre outras obrigações o mesmo não poderia dar destinação diversa da residencial ao imóvel. Entretanto, após um ano de regular cumprimento da avença, o locatário passou a enfrentar dificuldades financeiras, acumulados quatro meses sem receber, o locador ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis, requerendo, ainda, a antecipação de tutela para que o agravante fosse despejado liminarmente, vez que desejava alugar o imóvel. O magistrado deferiu a liminar pleiteada, concedendo o prazo de 72 (setenta e duas) horas para João desocupar o imóvel, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais). 7.0 – DAS RAZÕES RECURSAIS 7.1 – DO DIREITO DO AGRAVANTE Faz-se mister a necessidade de reforma da decisão agravada, uma vez que o §1° do art. 59 da Lei n° 8.245/91 (Lei do Inquilinato) determina que será dado o prazo de 15 (quinze) dias para a desocupação do mesmo, senão vejamos: Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder – se – á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: (…) Com a devida vênia ao juiz “a quo”, sua não merece prevalecer, em razão do contrato de locação prever garantia para o caso de não pagamento do alugueis, bem como também pelo fato do autor não ter oferecido caução correspondente a três meses de aluguel, como estabelece o referido artigo da Lei do Inquilinato. A caução é garantia contratual oferecida em dinheiro, por prazo convencionado entre as partes, e que na prática, é utilizada com 3 (três) meses de garantia, possibilitando que o locador fique resguardado pelo prazo caucionado. Faz-se mister ressaltar que a caução, sinônimo de garantia, é a cautela, precaução e, juridicamente, submissão de um bem ou uma pessoa a uma obrigação ou dívida pré-constituída. Sobre a temática eis o entendimento jurisprudencial: AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA DE ALUGUÉIS. INDEFERIDO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA. Ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis. Caso em que a concessão da tutela antecipatória acarretaria a decretação, de plano, do despejo, sem a vinda aos autos da parte adversa, que ainda não foi citada, para viabilizar a purga da mora ou para defender-se, em manifesta ofensa ao princípio do contraditório. (Agravo Nº 70044270676, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Relator: Marco Aurélio dos Santos Caminha, julgado em 05/09/2011) 7.2 – DO NÃO CABIMENTO DA MULTA Ademais, a utilização da astreinte para o despejo é claramente desproporcional, na medida em que bastaria, para tanto, a determinação de remoção de pessoas e/ou coisas, conforme art. 537, do CPC: Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. 7.3 – DO NÃO CABIMENTO DA LIMINAR Conforme já apresentados, os requisitos para a concessão da tutela antecipada são evidentes. O seu deferimento é prejudicial para o agravante, haja vista que encontra-se impossibilitado de exercer seus direitos de forma plena, não dispondo de tempo hábil para tal resolução. Existindo controvérsia ou disparidade sobre o direito apontado, não há como se conceder a liminar de despejo. Hipótese em que tal entendimento se reafirma em razão da ampla defesa e do contraditório, uma vez que o contrato de locação prevê garantias para o caso de não pagamento do alugueis, bem como na ação de despejo a obrigatoriedade do autor da ação não ter oferecido caução correspondente a três meses de aluguel conforme art. 59, §1° da Lei n° 8.245/91 (Lei do Inquilinato). 8.0 – DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PARA ATRIBUIÇÃO EFEITO SUSPENSIVO DA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA Verifica-se que o agravante foi ferido em seu direito de defesa, uma vez que o juízo “a quo” determinou a desocupação do imóvel no prazo de 72 horas, contrariando a lei específica que estipula o prazo de 15 (quinze) dias. Outrossim, o MM. Juízo a” quo”ainda aceitou o pedido de liminar de ação de despejo sem mesmo o autor da ação ter efetuado a caução que trata o parágrafo primeiro do art. 59 da Lei do Inquilinato. Diante disso, evidente é o prejuízo causado ao agravante que, não sendo sustada a liminar, ficará sem local para morar. Diante do acima exposto, o agravante requer seja concedido o efeito suspensivo da liminar pleiteado pelo agravado, com fundamento nos art. 527, III c/c art. 558, ambos do CPC, haja vista que a decisão agravada, se cumprida, resultará em lesão grave e de difícil reparação ao agravante; seja, ao final, dado integral provimento ao presente recurso, cassando-se a liminar. 9.0 – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer: a) A admissibilidade e o conhecimento do presente recurso, eis que preenchidos os requisitos de admissibilidade; b) A concessão da tutela antecipada recursal para suspender a decisão judicial do juízo “a quo” a qual determina o despejo no prazo de 72 horas; c) A intimação do agravado para oferecer contrarrazões no prazo legal de 15 dias, conforme previsão dos art. 1.003,§5º e art. 1.019, II, ambos do CPC; d) O total provimento do recurso para o fim de impugnar a decisão para que se reforme o prazo concedido para desocupação, a não aplicação da multa ou sua reforma, haja vista sua desproporcionalidade vez que o agravante já encontra-se em difícil situação financeira, por fim a cassação da liminar concedida; e) A juntada do comprovante de preparo recursal, inclusive porte de remessa e de retorno, nos termos do art. 1.007, caput e art. 1.017,§1º, ambos do CPC. Nos termos do § 5º do art. 272, do CPC, requer que as comunicações dos atos processuais sejam feitas exclusivamente em nome do(a) representante legal, advogado(a) … OAB/ …, sob pena de nulidade. Termos em que pede deferimento. Juiz de Fora – MG, (data) … (nome) … OAB/MG n° … AO JUÍZO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE JUIZ DE FORA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Processo n°… JOÃO, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.018, do Código de Processo Civil, informar que interpôs agravo de instrumento junto ao TJ, conforme comprovantes em anexo, e requer, respeitosamente, o exercício do juízo de retratação. Ademais, desnecessário a juntada das cópias dos documentos colacionados ao agravo de instrumento por tratar-se de autos eletrônicos. Termos em que pede deferimento. Juiz de Fora – MG, (data) … (nome) … OAB/MG n° … _______________________________________________________________________________________________ CCJ0264/7179060 / 2022.2 – 3001