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Controle de Qualidade Microbiológico → Tratamento do paciente intoxicado Etapa I – Abordagem inicial do paciente Etapa II – Diagnóstico da intoxicação Etapa III – Procedimento terapêutico Etapa I (abordagem/Estabilização) Abordagem inicial do paciente: avaliação das funções vitais e medidas de suporte e reanimação. ETAPA II (DIAGNÓSTICO) - Anamnese - Exame físico - Exames laboratoriais - Outras informações úteis no diagnóstico → Anamnese - perguntas • Quem? • Idade: criança ou adulto • O quê? - Produto: - Medicamento, praguicida ou droga de abuso? - Clandestino? • Onde? - Onde ocorreu o evento? Onde foi encontrado? • Quanto? Dose ingerida? • Como? (Motivação) - Acidental? - Tentativa de suicídio? - Tentativa de homicídio? • Há quanto tempo? • O que foi feito? - Medidas de suporte - Medicações Etapa III (procedimento terapêutico) 1. Interromper ou diminuir a exposição ↳ Hemodiálise, lavagem gastríca, carvão ativado, tirar vestes, tomar banho 2. Administração de antídotos/antagonistas 3. Aumentar a excreção do agente tóxico 4. Medidas não específicas - interromper a exposição - → Descontaminação cutânea • Retirar vestes contaminadas • Lavagem corporal ou da área afetada (exaustivamente) • Pacientes sem condições: descontaminação no leito • Proteção do socorrista (avental, luvas e máscara) • Efetuar lavagem corporal: • Com água morna corrente • Não esquecer sítios de depósito: cabelo, axilas, genitais, umbigo e região auricular • Lavar olhos durante pelo menos 15 minutos com água corrente → Medidas adicionais • Êmese (método pouco utilizado) • Lavagem gástrica • Uso de adsorventes (carvão ativado) • Alcalinização da urina e diurese forçada → Lavagem gástrica - indicações • Ingestão de agentes potencialmente tóxicos • Há razão para acreditar que, quantidade significativa do xenobiótico ingerido ainda permanece no estômago. • Não existe antídoto específico eficiente ou tratamento alternativo (como hemodiálise) representando um risco significante ao paciente. Ingestão de agentes que provocam sintomatologia grave e imediata. → Lavagem gástrica – técnica - Usar sonda de grande calibre - Intubação traqueal para proteção de vias aéreas - Decúbito lateral esquerdo Medidas de desintoxicação - Conferir posição correta da sonda -Retirar primeiro líquido drenável sem diluir (reservar amostra para análise toxicológica) - Infundir solução fisiológica 0,9% - Retirar volume infundido - Repetir até retorno límpido → QUANDO REALIZAR A LAVAGEM GÁSTRICA? ↳ Tempo de ingestão <60 min ↳ Substância potencialmente tóxica ou desconhecida ↳ Ausência de contra indicação à lavagem gástrica → QUANDO NÃO REALIZAR A LAVAGEM GÁSTRICA? ↳ Ingestão de substâncias corrosivas como ácidos ou base ↳ Baixa o nível de consciência com perda dos reflexos de proteção de vias aéreas sem intubação prévia ↳ Risco de hemorragia ou pefuração do TGI, incluindo cirurgias recentes ou doenças prévias → USO DE ADSORVENTES GÁSTRICOS - CARVÃO • Adsorve várias substâncias e previne sua absorção • Dose Única : 1g por kg • Múltiplas doses: 0,5g de carvão/kg Fenobarbital, ácido valpróico, carbamazepina, teofilina e fármacos de liberação prolongada Fenobarbital, ácido valpróico, carbamazepina, teofilina e fármacos de liberação prolongada → Carvão ativado - Mínimos efeitos colaterais. - Adsorve quase toda totalidade de substâncias. - Possui capacidade adsortiva de 300-2000m2/g - Posologia: • Dose única • Dose simples: 3 doses (4/4h) • Dose múltipla: doses repetidas (4/4h) por 48 – 72h após ingestão de substancias com circulação entero-hepática ou secreção intestinal (usar laxante com sorbitol, manitol ou sulfato de Mg 1x/d • Sua eficácia diminui com o tempo entre a exposição ao agente tóxico e a sua administração. A ação do carvão ativado é limitada pela pobre absorção de álcoois, ácidos, bases e metais. • Dados de literaturas atuais sugerem que ele somente deve ser considerado para pacientes que se apresentam dentro de uma hora de uma overdose potencialmente tóxica, contudo não se pode excluir um potencial benefício quando administrado até mesmo após a primeira hora. → Doses múltiplas - INDICAÇÕES ↳ Antidepressivos tricíclicos ↳ Fenobarbital ↳ Carbamazepina ↳ Dapsona ↳ Digoxina ↳ Teofilina ↳ Fenilbutazona → Quando não usar o carvão-ativado ↳ Nível de consciência ↳ Ingestão de substâncias corrosivas ↳ Hidrocarbonetos ↳ Obstrução gastrointestinal ↳ Risco de hemorragias ou perfurações do TGI ↳ OBS: Intoxicação por metanol, não pode carvão ativado nem alcalinização da urina, apensas diálise ou tratamento com etanol → Complicações do carvão-ativado • Vômitos • Aspiração brônquica • Impregnação da mucosa gastrintestinal • Constipação intestinal • Obstrução intestinal → Alcalinização urinária e diurese forçada Os rins são fundamentais na depuração sanguínea, removendo inúmeras substâncias tóxicas circulantes, sejam elas endógenas, como a própria ureia, ou exógenas, como fenobarbital. Assim, os rins estão diretamente implicados em muitos quadros de intoxicação, pois além de participarem ativamente na remoção de substâncias tóxicas do sangue, podem ter sua hemodinâmica afetada pelos efeitos destas substâncias que comumente causam alterações dos níveis pressóricos, distúrbios ácido-básicos e hidroeletrolíticos. → Condições e pré-requisitos • Para que estas medidas sejam úteis, além do agente tóxico poder ser rapidamente excretado pelos rins, o paciente deve ter débito urinário adequado e função renal normal. • Elevação do pH urinário até 7,5 a 8,5, podendo ser conseguida com a infusão de soro glicosado a 5%, acrescido de 100 a 150 mEq de bicarbonato de sódio por litro de soro infundido. • Deve-se acompanhar a elevação do pH e o quadro clínico do paciente para avaliar a eficácia desta medida. • O conhecimento das características do agente tóxico (há excreção renal? Há ligação a proteínas? Está presente na forma de ácido fraco? Tem distribuição extracelular?) é o primeiro fator a ser avaliado na indicação de métodos dialíticos. • Conhecimento detalhado do quadro clínico do paciente. A decisão acerca desses procedimentos requer conhecimentos específicos de nefrologia ou hematologia, assim, o nefrologista e o hematologista são fundamentais na prescrição e execução dessas medidas terapêuticas. • EX: em intoxicações por AINES, alcaliza-se a urina com bicarbonato de sódio, ou cálcio, para que possa ocorrer escreção do medicamento. → Hemodiálise ↳ Intoxição grave + disfunção na metabolização ↳ Intoxicação grave ou potencialmente grave (metanol ou etilenoglicol) ↳ Alta concentração dos tóxicos com potencial fatal ↳ Alta retirada do tóxico com diálise → Identificação clínica • Anamnese ↳ Exame neurológico ↳ Exame cardio-respiratório • Síndromes tóxicas ↳ Sedativo-hipnótica ↳ Síndrome Colinérgica ↳ Síndrome Anticolinérgica ↳ Síndrome Adrenérgica ↳ Síndrome Serotoninérgica ↳ Síndrome Extrapiramidal → síndrome sedativo-hipnótica ↳ Sonolência, letargia , torpor, coma, depressão respiratória, hipotonia, hipotermia, hiporreflexia, hipotensão, bradicardia • Agente provável: ↳ Álcool ↳ Anticonvulsivantes ↳Barbitúrico ↳Benzodiazepínico → Síndrome colinérgica ↳ Miose, bradicardia, incontinência fecal e urinária, sudorese, sialorréia, aumento da secreção brônquica, fibrilações, convulsões, coma e morte por insuficiência respiratória • Agente provável: ↳ Praguicida organofosforado (Malation, Paration, Ddvp, etc.) ↳ Praguicida carvamato (Propoxur, Carbofuran, Ardicab) → Síndrome anticolinérgica ↳ Midríase, taquicardia, rubor facial, pele e boca secas, diminuição das secreções, constipação, retenção urinária e agitação psicomotora.• Agente provável: ↳ Atropina ↳ Escopolamina (Hioscina) ↳ Datura (Zabumba ou Saia Branca) ↳ Anti-histaminicos ↳ Antidepressivos Tricíclicos ↳ Toxina Botulínica → Síndrome adrenérgica Agitação, delírios, paranóia, taquicardica, palidez, hipertensão, hipertermia, diaforese, piloereção, midríase, hiperreflexia, convulsões, arritmia cardíaca • Agente provável: ↳ Anfetaminas ↳ Cocaína ↳ Fenilefrina ↳ Cafeín → Síndrome serotonérgica Náusea, vômitos, diarréia, diaforese, rubor facial, taquicardia ou bradicardia, ocilações de PA, taquipnéia, lacrimejamento, delírios, alucinações, ataxia, midríase, rigidez, hiperreflexia, hipertermia, coma, convulsões e arritmias • Agente provável: ↳ Antidepressivos (inibidores seletivos da recaptação de 5-HT) ↳Ecstasy ↳Ayahuasca (DMT) → Síndrome extra-piramidal Crise oculógira, distonia , espasmos musculares, parkinsonismo, tremores musculares, movimentos involuntários, sialorréia, sonolência • Agente provável: ↳Antipsicóticos(Clorpromazina,Levomepromazina , Haloperidol ) ↳ Metoclopramida • Antídotos: ↳ Impedem a formação de metabólitos tóxicos - N-Acetilcisteína nas intoxicações por paracetamol e etanol ou fomepizol nas intoxicações por metanol e etilenoglicol; ↳ Ligam-se ao agente tóxico formando complexos menos tóxicos e de fácil excreção renal (quelação) - deferoxamina para ferro; D-Penicilamina para o cobre e EDTA cálcico para o chumbo; → Lista de antídotos N-Acetilcisteina - Paracetamol Atropina - Anticolinesterásicos Azul de Metileno - Metemoglobinizantes Biperideno - Haloperidol Bicarbonato de Sódio Carvão ativado Deferoxamina - Ferro e Alumínio Dimercaprol - Arcênico EDTA Calcico - Chumbo Flumazenil - Benzodiazepínicos Glucagon - Propranolol Hidroxicobalamina - Cianetos Naloxona - Opióides Nitrito de Amila ou de Sódio - Cianetos Penicilamina - Chumbo, cobre mercúrio Pralidoxima - Organofosforados Tiossulfato ou Hipossulfito de sódio - Cianetos Vitamina K - Anticoagulantes Soro Antiaracnídico Soro Anticrotálico Soro Antielapídico Soro Antiescorpiônico Soro Antilatrodético Soro Antilaquético .
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