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DORT (Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho)

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Maria Eduarda Teixeira - MEDICINA
DORT (Doença Osteomuscular Relacionada Ao Trabalho) 
Tanto a expressão “Lesões por Esforços Repetitivos (LER)” quanto “Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT)” são termos que abrangem as doenças do sistema musculoesquelético ligamentar. Dentre as doenças que fazem parte deste grupo, podemos citar: bursite, síndrome do túnel do carpo, tendinite, tenossinovite, epicondilite, dedo em gatilho, mialgias, síndrome do pronador redondo, dentre outras. Esses distúrbios podem ou não estar associados à atividade laborativa. Por isso, houve a necessidade de criar o termo DORT para designar apenas as lesões em que há correlação do quadro clínico com o trabalho desempenhado pela pessoa. Segundo a cartilha publicada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, a sigla DORT foi introduzida por dois motivos:· Síndrome do Túnel do Carpo
· Tendinites dos Extensores dos Dedos
· Tenossinovite dos Flexores dos Dedos
· Tenossinovite Estenosante (Dedo em Gatilho)
· Epicondilite Lateral
· Doença de Quervain
· Dorsalgia e cervicalgia
· Bursite
· além do esforço repetitivo — motivo mais conhecido, principalmente no meio profissional —, outros tipos de sobrecarga no ambiente de trabalho podem ser nocivas para o trabalhador;
· muitos casos de pessoas que apresentam sintomas no sistema musculoesquelético não têm, necessariamente, evidência de lesão em alguma estrutura.
Sendo assim, quando se fala em DORT, os distúrbios mais comuns relacionados ao trabalho são: dores na região lombar, dores musculares e tendinites — particularmente no ombro, punho e cotovelo. 
As causas da LER / DORT estão diretamente relacionadas a esses fatores. São eles:
· excesso de movimentos repetitivos;
· postura incorreta;
· choques e impactos
· pressão mecânica
· frio
· preparo físico insuficiente;
· ausência de pausa e descanso;
· local de trabalho — mesas e cadeiras — inadequado;
· jornadas excessivas;
Além disso, incluem-se os fatores psicossociais, como: ansiedade, estresse ocupacional devido à pressão, ambiente pesado, busca por perfeccionismo, depressão, dentre outros.
Ou podem ser divididos em:
a) Fatores Físicos ou Biomecânicos: movimento repetitivo excessivo; força muscular exagerada; postura prolongada ou incorreta; condicionamento físico insuficiente, etc. A presença de mais de um fator biomecânico numa determinada atividade aumenta o risco de instalação da LER/DORT e compromete a recuperação funcional das estruturas comprometidas. 
b) Fatores Organizacionais: natureza repetitiva do trabalho; problemas de comunicação com a chefia ou com os colegas; ausência de rodízios e pausas na organização do trabalho; inadequação do posto de trabalho; obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado para atingir as metas de produtividade; jornadas prolongadas de trabalho, com freqüente realização de horas extras, dentre outros. 
c) Fatores Psicossociais: os fatores psicossociais estão relacionados a quadros de ansiedade, depressão e, principalmente, de estresse ocupacional causado pelas percepções subjetivas que o trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho, tais como: ausência de autonomia, pressões cotidianas, perfeccionismo, além dos fatores relacionados à carga e ao ritmo de trabalho, à carreira, ao ambiente de trabalho
SINTOMAS
· dor localizada;
· desconforto físico no final do dia;
· cansaço excessivo;
· formigamento nas extremidades;
· paralisia e parestesia;
· perda funcional;
· limitação do movimento
· perda de força ou coordenação das mãos
· Dificuldade para dormir e para realizar AVDs (Atividades de Vida Diárias);
· Fraqueza muscular
· inchaço local.
DIAGNÓSTICO
Exame clínico e de imagem. 
TRATAMENTO
A ginástica holística, por exemplo, tem sido cada vez mais utilizada no tratamento de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, principalmente aqueles associados à postura inadequada. A técnica trabalha o corpo como um todo, com a finalidade de realinhar a postura e, assim, evitar dores lombares e musculares. Uma das principais vantagens da ginástica holística é que ela promove a consciência corporal, que permite identificar sobrecargas desnecessárias, posturas e hábitos incorretos e outros desalinhamentos.
PREVENÇÃO
Aumento do número de pausas; Ambiente de trabalho com temperatura, ruído e iluminação adequados; Adequação do posto de trabalho para evitar posturas corporais incorretas; Realização de exames periódicos.
DOENÇAS ESPECÍFICAS:
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
Essa doença é uma forma bastante comum de LER, provocada pela compressão do nervo Mediano, que vem do braço e passa pelo punho, numa região chamada túnel do carpo. Esse nervo é o responsável pela movimentação do dedo polegar, além de promover a sensação nos dedos polegar, indicador e médio na parte da palma das mãos. Devido ao uso excessivo dos dedos e punhos, começa a haver uma inflamação e inchaço das estruturas que passam pelo túnel do carpo, resultando na compressão do nervo mediano. Como resultado, esse nervo passa a ficar mais "fraco", provocando a sensação de formigamento e amortecimento dos dedos das mãos, principalmente dos dedos polegar, indicador e médio. Às vezes, pode dar até a sensação de "choque" sentida nos dedos e indo em direção ao braço. Em geral, os sintomas pioram com o decorrer do dia, principalmente após um dia de trabalho. Alguns pacientes acordam no meio da noite com as mãos amortecidas. Essa doença é comum em mulheres de 30 a 50 anos, e acomete 3 vezes mais o sexo feminino do que o masculino. Normalmente, os sintomas estão presentes nas duas mãos, mas são notados primeiramente na mão dominante.
Para se fazer o diagnóstico da doença é preciso colher os dados de dor nas mãos, a perda de sensibilidade nos dedos, ou formigamento ou mesmo adormecimento dos mesmos. Também é comum o paciente se queixar que não consegue segurar bem as coisas, principalmente fazer o movimento de pinçar. A relação com a profissão tem importância fundamental no diagnóstico. Ao exame físico, um exame de grande importância é a manobra de Phalen, em que se pede para o paciente colocar as mãos em flexão, ou seja, com os dedos voltados para baixo, e unir dorso contra dorso das mãos, durante um minuto. Os cotovelos devem ficar num ângulo de 90 graus e na mesma altura dos punhos. A presença de dor ou sintomas de formigamento ou adormecimento aponta fortemente para o diagnóstico de Síndrome do túnel do carpo. Outro teste é o chamado teste de Tinnel que consiste da compressão do nervo mediano no trajeto dele pelo túnel do carpo. A presença de dor indica a presença da síndrome do túnel do carpo. Caso seja necessário, poderá ser feito um teste para medir a condução do nervo mediano, para ver se está normal ou não. Os exames de raio-X das mãos são importantes para afastar as outras causas de dor nas mãos, como artrites, tumores ou fraturas ósseas.
O tratamento se baseia no uso de antinflamatórios, como o ibuprofeno, para aliviar a dor bem como a inflamação das estruturas envolvidas. Também o uso de munhequeiras ajuda a manter a articulação dos punhos fixa, aliviando assim a dor. O repouso é uma das melhores formas de tratamento e muitas vezes o paciente deve ficar alguns dias sem trabalhar as articulações para haver a diminuição completa da inflamação. Também pode ser administrada a vitamina B6 para melhorar as condições do nervo. Em casos mais severos, poderão ser utilizados corticóides injetados diretamente nas articulações afetadas. Nos casos em que há grande comprometimento do nervo mediano está indicada a cirurgia para a descompressão do mesmo. Essa cirurgia leva a uma melhora dos sintomas em 95% dos casos.
A medida mais importante é evitar usar as articulações durante muito tempo. Dê umas paradas no serviço para relaxar a musculatura das mãos e dedos. Outro fator importante é a posição em que você está trabalhando. Para aqueles que usam computadores ou máquinas de escrever, é muito importante a posição em que você está sentado. Os pés devem ficar paralelos ao chão, as pernas devem ficar flexionadas no joelho,sendo que a coxa forme um ângulo de 90 graus com as costas. A cadeira deve ser bem confortável e as costas devem estar apoiadas no encosto. Os braços devem ficar na mesma altura do teclado, sendo que as mãos ficam também no mesmo nível, não forçando assim os punhos. Coloque a tela do computador de modo que você fique a uma distância de 40 a 60 centímetros dela e sua visão direta forme um ângulo de 15 a 30 graus com a mesma.
TENDINITE DOS EXTENSORES DOS DEDOS
Tendões são estruturas que se parecem com cordões extremamente fortes, responsáveis pela fixação dos músculos nos ossos. Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se esticam, dando-se assim o movimento desejado. O termo tendinite significa uma inflamação dessas estruturas, em geral causada por excessivo uso daquela articulação envolvida. A tendinite pode ocorrer em qualquer articulação, mas é mais comum nos punhos, nos joelhos, ombros e cotovelos. Devido à inflamação, a pessoa irá apresentar dor quando movimentar as articulações em questão. No caso das mãos, possuímos um grupo de músculos que estendem os dedos e as mãos, e os respectivos tendões passam pela parte dorsal das mãos. Da mesma forma que para a síndrome do túnel do carpo, o uso excessivo e repetitivo de certa articulação irá provocar o inchaço das estruturas presentes nas costas das mãos, provocando dor ao movimento dos dedos e punhos.
O tratamento indicado é o uso de antinflamatórios e repouso da articulação envolvida.
TENOSSINOVITE DOS FLEXORES DOS DEDOS
Os tendões flexores dos dedos estão presentes na parte da palma das mãos. Esses tendões estão recobertos por uma bainha chamada sinovial, que faz com que a contração do músculo fique mais "macia". Quando ocorre a inflamação dessa bainha sinovial, usa-se o termo tenossinovite, no caso dos tendões que fazem a flexão dos dedos. Devido à inflamação da bainha, quando houver contração do músculo para movimentar os dedos, aparecerá o sintoma de dor local, e o movimento das mãos não será bem realizado. 
O paciente irá se queixar dor e inflamação na parte interna da mão, principalmente quando fizer o movimento de flexão dos dedos (quando a pessoa fecha as mãos, por exemplo)
Da mesma forma, usa-se antinflamatórios para aliviar a dor e inflamação, bem como é indicado o repouso das articulações envolvidas.Ressonância Magnética mostrando luxação / instabilidade do tendão extensor ulnar do carpo
TENOSSINOVITE ESTENOSANTE (DEDO EM GATILHO)
Essa doença envolve os tendões flexores dos dedos das mãos, que passam por túneis dentro dos dedos. Se houver a formação de um nódulo sobre o tendão ou ocorrer um inchaço na bainha que o cobre, ele então se tornará mais largo, ficando comprimido nos túneis por onde ele passa. Conforme a pessoa mexe os dedos, ela irá sentir um estalo ou escutar um barulho na articulação envolvida, principalmente no meio dos dedos.
Pode ser feito através dos sintomas apresentados, bem como a referência de que a pessoa trabalha em serviços que requerem o uso da palma das mãos e o movimento de fechar os dedos, como carimbar e grampear, em movimentos repetitivos e por longos períodos.
O tratamento mais indicado para este problema é o uso de antinflamatórios e repouso das articulações.
Evitar o uso repetitivo das articulações, se possível usar um grampeador elétrico ou que ele seja acolchoado para evitar que a palma das mãos se force. A mesma coisa é válida para os carimbos. Também podem ser usadas luvas com gel para que amorteçam a batida contra a palma das mãos. 
EPICONDILITE LATERAL
Essa doença é conhecida como tennis elbow (cotovelo de tênis) e é causada pela inflamação das pequenas protuberâncias dos ossos dos cotovelos, os chamados epicôndilos. Neste caso, os ossos envolvidos são os epicôndilos laterais, ou seja, da parte de fora do braço. Apesar do nome, poucos tenistas apresentam essa doença, sendo mais comum em pessoas que trabalham levantando peso, donas de casa, pessoas que fazem trabalhos manuais e que trabalham em escritórios. Alguns músculos que promovem a retificação do punho e dos dedos são presos pelos tendões no epicôndilo lateral do cotovelo. Quando houver um uso excessivo dessas estruturas, começará a se desenvolver uma inflamação das mesmas, iniciando os sintomas de dor.
O paciente pode se queixar de dor aguda quando roda o antebraço. Em geral, a pessoa vai notando que a dor vai aumentando gradativamente conforme o uso das articulações, como ao abrir latas, ou ao abrir as fechaduras das portas ou mesmo quando vai parafusar alguma coisa. As outras doenças que causam inflamação e inchaço das juntas, como artrite, etc...devem ser afastadas.
Em geral é feito com o repouso da articulação em questão e com o uso de antinflamatórios. São úteis também os exercícios de alongamento do antebraço e músculos das mãos. Poderá ser usado um suporte para o antebraço, para reduzir a pressão na área afetada. Em casos mais graves, podem ser injetados corticoides no local afetado. Caso não haja melhora, poderá ser indicada cirurgia para alívio dos sintomas.
DOENÇA DE QUERVAIN
Essa doença decorre da inflamação dos tendões que passam pelo punho no lado do polegar. Se houver um uso excessivo dessa articulação, poderá ocorrer a inflamação desses tendões, dificultando o movimento do polegar e do punho, principalmente quando for pegar algum objeto ou rodar o punho. Em geral as pessoas que trabalham em escritório arquivando documentos, ou datilografando ou escrevendo a mão, em que há uso constante do polegar em direção ao dedo mínimo são as mais propensas a apresentar essa doença.
O paciente irá revelar dor na região do polegar e punho, principalmente se estiver relacionada com profissões acima relacionadas. A manobra de Filkestein é em geral positiva, em que se segura a mão do paciente na parte das costas e leva-se o polegar em direção ao dedo mínimo e faz-se a flexão do punho. O paciente irá apresentar dor na região do punho que poderá se irradiar para o braço.
O tratamento para a doença de Quervain consiste no uso de antinflamatórios e repouso da articulação envolvida.
Procure relaxar as mãos durante o trabalho. Alterne o uso do polegar direito com o esquerdo quando for digitar a barra de espaço do computador ou máquina de escrever. Sempre sente-se confortavelmente, com os punhos sempre no mesmo nível das teclas. Procure usar canetas e lápis que sejam bem confortáveis nas mãos, para não forçar o polegar. Se você trabalha com uma atividade que faça movimentos de pinçamento, use luvas de borracha e alterne as mãos.
DORSALGIA
A dorsalgia é conceituada como condição álgica sediada na região torácica posterior. Nesta região estão localizadas a coluna vertebral torácica, músculos, tegumento, estruturas subtegumentares e costelas.
PORTARIA
As LER/Dort, no Brasil, foram descritas inicialmente como tenossinovite ocupacional. Foram apresentados no XII Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho em 1973, casos de tenossinovites ocupacionais em lavadeiras, limpadoras e engomadeiras, recomendando-se que fossem observadas pausas de trabalho daqueles que operavam intensamente com as mãos. Na década de 1980, os sindicatos dos trabalhadores em processamento de dados travaram uma luta pelo enquadramento da tenossinovite como doença do trabalho. Nos últimos anos várias outras doenças foram incluídas entre as LER/Dort. 
Quem utilizou pela primeira vez o termo DORT no Brasil foi a Previdência Social, na sua ordem de serviço OS 606, de 5 de agosto de 1998 - Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
Em 17 de fevereiro de 2016, o Ministério da Saúde publicou a Portaria Nº 205 (Revogando a Portaria nº 1.984/GM/MS, de 12 de setembro de 2014), definindo a lista de doenças e agravos a serem monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes.
Tratamento multidisciplinar (fisioterapia, terapia ocupacional, psicoterapia, medicamentoso)
Para prevenir agravos como esses, o Ministério da Saúde recomenda aos empregadores atenção à Norma Regulamentadora 17, que estabeleceparâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Também, é importante que os empregadores promovam ações de educação em saúde aos trabalhadores em conjunto com os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de cada região.
Os CEREST compõem a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), implementada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas esferas. A RENAST integra a rede de serviços do SUS, voltados à promoção, à assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de Saúde do Trabalhador.
Os empregados, também, possuem participação essencial nesse fluxo. A realização de ginástica laboral no local de trabalho, a criação de hábitos de pausas regulares durante o período de trabalho, a realização regular dos movimentos corporais, evitar horas extras e sobrecarga mental e a utilização de mobiliários ergonômicos são medidas que podem contribuir para o não surgimento destas e outras doenças.
ANOTAÇÃO:
EPIDEMIOLOGIA
Foram estudadas todas as notificações de LER/DORT no período entre 2007 e 2021 no Brasil. Os dados foram tratados com estatística descritiva por meio de frequências absolutas e relativas com as variáveis oriundas da ficha de notificação. Resultados: no período estudado foram registradas 102.986 notificações de LER/DORT no Brasil. Os trabalhadores mais afetados são do sexo feminino, na faixa etária de 40 a 49 anos, com nível médio de escolaridade e do setor industrial.
As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros. A constatação é do estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde. Utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o levantamento aponta que, entre os anos de 2007 e 2016, 67.599 casos de LER/Dort foram notificados à pasta. Neste período, o total de registros cresceu 184%, passando de 3.212 casos, em 2007, para 9.122 em 2016. Tanto o volume quanto o aumento nos casos nesse período sinalizam alerta em relação à saúde dos trabalhadores.
Os dados, que constam no capítulo ‘Panorama de Doenças Crônicas Relacionadas ao Trabalho no Brasil’, indicam aumento na exposição de trabalhadores a fatores de risco, que podem ocasionar incapacidade funcional. O estudo apontou, também, que esses problemas foram mais recorrentes em trabalhadores do sexo feminino (51,7%), entre 40 e 49 anos (33,6%), e em indivíduos com ensino médio completo (32,7%). A região que registrou o maior número de casos foi o Sudeste, com 58,4% do total de notificações do país no período. Em 2016, os estados que apresentaram os maiores coeficientes de incidência foram Mato Grosso do Sul, São Paulo e Amazonas.
Já quando falamos nos setores ocupacionais, a ocorrência de LER e DORT foi maior nos profissionais que atuam nos setores da indústria, comércio, alimentação, transporte e serviços domésticos/limpeza. Nas profissões; os faxineiros, operadores de máquinas fixas, os alimentadores de linhas de produção e os cozinheiros foram os mais atingidos com algum desses problemas de saúde no trabalho.

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