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DPAdap Saude Mulher 2022 1

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1 
 
 
DP ADAP – 1º semestre 2022 
SAÚDE DA MULHER 
PARTE I – Ciclo Menstrual 
O ciclo menstrual obedece às interações de hormônios produzidos na hipófise (FSH e LH) com hormônios ovarianos 
(estrógeno e progesterona). Os primeiros ciclos menstruais iniciam-se por volta dos 11-15 anos de idade; a primeira 
menstruação é chamada de menarca. 
Para compreender melhor o que se passa no ciclo menstrual, sugerimos que leia o texto a seguir, acompanhando a 
figura abaixo. 
Sob ação do hormônio FSH, um folículo ovariano (conjunto de células com um ovócito primário em seu interior) inicia 
seu desenvolvimento. O ovócito I (que se encontra em prófase I no folículo) dá continuidade à meiose e, em poucos 
dias, o folículo ovariano encontra-se cheio de um líquido (folículo de Graaf). Durante o desenvolvimento folicular, as 
células foliculares secretam estrógeno, hormônio responsável pela determinação e manutenção das características 
sexuais secundárias femininas (aumento da vagina e do útero; alargamento dos quadris; desenvolvimento das 
mamas; desenvolvimento de pelos nas axilas e púbis). 
Uma outra importante função do estrógeno é provocar a proliferação das células do endométrio (camada mais 
interna do útero). O estrógeno ainda vai estimular a liberação do hormônio LH pela hipófise. Em menos de 24 horas 
aumenta-se acentuadamente a concentração de LH, que provoca a ruptura do folículo maduro (ovulação). O 
óvulo, capturado pelas fímbrias da tuba uterina, permanece viável por aproximadamente 24 horas (período fértil da 
mulher). 
Após o rompimento do folículo, as células foliculares dão origem ao corpo lúteo (sob ação do LH), o qual continua 
produzindo estrógeno e passa a produzir doses crescentes do hormônio progesterona, cuja ação acentua o 
espessamento do endométrio, promovendo a sua 
vascularização; dessa forma, cerca de 6 dias após a 
fecundação, o endométrio encontra-se apto a receber o 
embrião. 
A progesterona, produzida pelo corpo lúteo, passa a inibir a 
produção de FSH e LH pela hipófise. Com a queda do 
hormônio LH, o corpo lúteo regride (transforma-se em corpo 
albicans), que é inativo. Como consequência, há redução da 
taxa de progesterona e estrógeno; sem esses hormônios, o 
endométrio não se mantém e sua camada mais superficial se 
descama: é a menstruação (que se caracteriza por um 
sangramento cuja duração varia, normalmente, de três a sete 
dias). 
Com a redução da taxa de estrógeno e de progesterona, a 
hipófise passa a secretar mais FSH, e um novo folículo entra 
em desenvolvimento, recomeçando novo ciclo menstrual. A 
figura abaixo mostra a evolução do ciclo menstrual no ovário. 
 FASES DO CICLO MENSTRUAL 
- Fase menstrual: corresponde aos dias do ciclo em que está ocorrendo sangramento. 
- Fase proliferativa (estrogênica): período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que se encontra em 
desenvolvimento. 
- Fase secretora (lútea; progesterônica): Inicia-se após a ovulação e se caracteriza pela ação da progesterona. Nessa 
fase, o útero está pronto para receber o embrião (é a nidação). 
- Fase pré-menstrual (isquêmica): período que antecede a próxima menstrual, caracterizando-se pela redução das 
taxas de estrógeno e progesterona, onde o endométrio deixa de receber seu suprimento sanguíneo. 
2 
 
Caso a mulher mantenha relação sexual no período fértil, 
pode haver fecundação. Entre o 5º e o 7º dia após a fecundação, a 
massa de células que constitui o embrião se implanta no 
endométrio (nidação), que se encontra bem desenvolvido pela ação 
dos hormônios estrógeno e progesterona. Com a nidação, o 
trofoblasto passa a secretar gonadotrofina coriônica (HCG) que 
mantém o corpo lúteo ativo e, assim, a taxa de estrógeno e de 
progesterona não diminui; consequentemente, a mulher não 
menstrua. Por volta da 15ª semana de gestação a placenta está 
completamente formada e também secreta progesterona e 
estrógeno. 
No final da gestação a placenta diminui a produção de progesterona e a hipófise passa a produzir doses 
maiores de ocitocina, hormônio que aumenta a frequência das contrações uterinas; é o momento do parto. 
Entre os 45 e 55 anos, o ovário perde a sensibilidade ao FSH e ao LH. Como consequência, os ciclos 
menstruais deixam de ocorrer e a mulher pode apresentar alguns sintomas desagradáveis como ondas de calor, 
vertigens, desconforto e dor nas relações sexuais. Essa fase de término da atividade reprodutiva recebe o nome 
de menopausa. 
Fonte: Evandro Marques: Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela UFV-MG; Pós-Graduado em Biologia pela UFLA-MG. 
 
PARTE II – Controle do Câncer do Colo do Útero 
o O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, 
comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou a distância. 
o Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio 
comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa 
cerca de 80% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular. 
o Estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco 
estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres. 
o Uma das mais importantes descobertas na investigação etiológica de câncer nos últimos 30 anos foi a 
demonstração da relação entre o HPV (papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero. 
o Fatores de risco: Infecção por HPV (+++); Baixo nível socioeconômico (++); Multiplicidade de parceiros sexuais 
(++); Início precoce da vida sexual (+); Fumo (++); Multiparidade (++); Uso de contraceptivo oral (+); Baixa 
ingestão de vitamina A e C (++). 
o Desde 1992, a OMS considera que a persistência da infecção pelo HPV em altas cargas virais representa o 
principal fator de risco. 
o A infecção pelo HPV é essencial, mas não suficiente para a evolução do câncer. 
o Além da tipagem e da carga viral do HPV, adquire importância a associação com outros fatores de risco, tais 
como a paridade elevada, o início precoce da vida sexual e o número de parceiros sexuais. 
o Aproximadamente 100 tipos de HPVs foram identificados e o seu genoma mapeado, 40 tipos podem infectar o 
trato genital inferior e 12 a 18 tipos são considerados oncogênicos para o colo uterino. Entre os HPVs de alto 
risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. 
o A infecção pelo HPV é muito comum, até 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de 
suas vidas. 
o A relação entre HPV e câncer do colo do útero é cerca de 10 a 20 vezes maior do que o tabagismo e o câncer 
de pulmão. 
o Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride espontaneamente, entre seis meses 
a dois anos após a exposição. 
o No estágio invasor da doença os principais sintomas são sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou 
esforço), corrimento e dor pélvica, que podem estar associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos 
mais avançados. 
o Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. 
o O toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e 
estruturas subjacentes. 
 
3 
 
O QUE É E COMO APARECE O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO? 
o O câncer é resultante de alterações que determinam um crescimento celular desordenado, não controlado pelo 
organismo e que compromete tecidos e órgãos. 
o Classicamente, a história natural do câncer do colo do útero é descrita como uma afecção iniciada com 
transformações intra-epiteliais progressivas que podem evoluir para uma lesão cancerosa invasora, num 
período de 10 a 20 anos. 
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL – NIC 
o A maior incidência de lesões pré-cancerígenas ocorre na faixa etária de 35 a 49 anos. 
o Quando a desorganização ocorre nas camadas mais basais do epitélioescamoso estratificado, estamos diante 
de uma displasia leve ou NIC I. 
o Cerca de 60% das mulheres com NIC I vão apresentar regressão espontânea, 30% podem apresentar 
persistência da lesão e menos de 10% irão evoluir para NIC III. 
o Se a desordenação avança até três quartos de espessura do epitélio, preservando as camadas mais 
superficiais, estamos diante de uma displasia moderada ou NIC II. 
o Na NIC III, o desarranjo é observado em todas as camadas. 
o Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o 
tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o carcinoma invasor. 
IMUNIZAÇÃO 
o A vacina quadrivalente protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os tipos oncogênicos 16 e 18. 
o O Ministério da Saúde estabeleceu a idade de 9 a 14 anos (meninas) e 11 a 14 anos (meninos), de preferência 
antes do início da vida sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus. 
o O esquema adotado pelo Ministério da Saúde é o de duas doses: 1ª dose, 2ª dose seis meses depois da 1ª 
dose. 
o Para mulheres e homens com HIV de 9 a 26 anos o esquema é de 3 doses (0, 2 e 6 meses). 
o A via de aplicação da vacina é intramuscular. 
DETECÇÃO PRECOCE 
o O câncer do colo do útero é uma doença de crescimento lento e silencioso. 
o A detecção precoce ou de lesões precursoras é plenamente justificável, pois a curabilidade pode chegar a 
100%, em grande número de vezes, a resolução ocorrerá ainda em nível ambulatorial. 
o O exame citopatológico, ainda hoje, é o mais empregado em mulheres assintomáticas, pois tem baixo custo, é 
indolor, além de bem aceito pela população. 
o O diagnóstico citopatológico não é de certeza, tendo que ser confirmado pelo exame histopatológico; 
o A realização da biópsia deve, preferencialmente, ocorrer sob visualização colposcópica, já que o procedimento 
às cegas apresenta alta taxa de falso-negativo. 
EXAME CITOPATOLÓGICO 
o O exame citopatológico (Papanicolau) é o exame preventivo do câncer do colo do útero. 
o Ele consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da endocérvice que são extraídas por raspagem 
do colo do útero. 
o Não é doloroso, mas um desconforto variável pode acontecer; 
o A periodicidade do exame citopatológico a ser adotada nos programas de rastreamento do câncer do colo do 
útero será de três anos, após a obtenção de dois resultados negativos com intervalo de um ano. 
Observação: Segundo a OMS, estudos quantitativos têm demonstrado que, nas mulheres entre 35 e 64 anos, 
depois de um exame citopatológico do colo do útero negativo, um exame subsequente pode ser realizado a 
cada 3 anos, com a mesma eficácia da realização anual. A expectativa de redução percentual no risco 
desenvolver câncer, após um resultado negativo, é praticamente a mesma, quando o exame é realizado 
anualmente (redução de 93% do risco) ou quando ele é realizado a cada 3 anos (redução de 91% do risco).A 
periodicidade trienal de realização do exame citopatológico do colo do útero, estabelecida pelo Ministério da 
Saúde do Brasil, em 1988, e recomendada pelo Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do 
Colo do Útero e Mama, permanece atual e está em acordo com as recomendações dos principais programas 
internacionais. 
 
 
 
4 
 
COLPOSCOPIA 
o A colposcopia consiste na visualização do colo através do colposcópio, após a aplicação de soluções de ácido 
acético, entre 3% e 5%, e lugol. É exame usado para avaliar os epitélios do trato genital inferior e, quando 
necessário, orientar biópsias. 
o A técnica permite localizar as lesões pré-malignas e o carcinoma que afetam esses epitélios. 
 
TRATAMENTO 
o O tratamento clínico pode ser realizado através da destruição da lesão por meios físicos ou químicos: 
Podofilina a 25%, ácido tricloroacético a 70% e crioterapia. 
o O tratamento cirúrgico promove o controle local, a mutilação mínima e a obtenção de informações a respeito 
da biologia do tumor e de seu prognóstico, modulando assim o tratamento adjuvante: cirurgia de alta 
frequência (CAF), conização, histerectomia. 
o A radioterapia é um recurso terapêutico largamente utilizado no câncer do colo do útero, sendo indicada como 
terapia nos estágios avançados ou nos estágios iniciais, quando a paciente apresenta contra-indicações para o 
tratamento cirúrgico; 
o Como recurso a ser utilizado após a cirurgia, está indicada quando houver recorrência pélvica do tumor e 
acometimento de linfonodos; 
o A quimioterapia não é o tratamento de escolha, mas vários protocolos atuais têm recomendado o uso 
concomitante com a radioterapia, aumentando a resposta individual à terapêutica; 
o Quando usada como recurso que antecede à radioterapia, pode induzir seleção de células resistentes à 
radioterapia, piorando os resultados finais. Utilizada antes da cirurgia pode reduzir o volume da massa a ser 
operada. 
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle 
dos cânceres do colo do útero e da mama. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 
 
PARTE III – Controle Câncer de Mama 
EPIDEMIOLOGIA 
o Para o Brasil, estimam-se 59.700 casos novos de câncer de mama, para cada ano do biênio 2018-2019, com 
um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. 
o É mais comum em mulheres de classe social elevada e entre aquelas que vivem nas grandes cidades do que 
naquelas que vivem no campo. 
FATORES DE RISCO: 
• Menarca precoce (antes dos 11 anos); 
• Menopausa tardia (após 55 anos); 
• Nuliparidade; 
• Primeira gestação após 30 anos; 
• História familiar de câncer mamário; 
• Dieta rica em gordura; 
• Dieta pobre em fibras; 
• Obesidade; 
• Radiação ionizante; 
• Terapia de reposição hormonal; 
• Sedentarismo; 
• Ingestão regular de álcool. 
o O tempo médio para ocorrer a duplicação celular, no câncer de mama, é de 100 dias. 
o 80% dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 10% das pacientes queixam-se de dor, sem 
a percepção do tumor. 
o As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses 
órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo 
substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e 
resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa. 
CLASSIFICAÇÃO 
5 
 
o CARCINOMA DUCTAL IN SITU - é aquele que não invadiu a membrana basal e, portanto, não tem capacidade 
de enviar êmbolos para o sistema vascular. 
o SARCOMAS - originam-se do tecido conjuntivo que existe nos septos do tecido glandular. São raros e se 
disseminam pela corrente sanguínea. 
o CARCINOMA DE PAGET - Essa é uma lesão especial que, frequentemente, se manifesta como dermatite 
eczematóide unilateral da papila mamária. 
o CARCINOMA INFLAMATÓRIO - é uma forma especial de tumor caracterizada pelo comprometimento difuso 
da mama, que adquire características de inflamação. 
SINAIS E SINTOMAS: DOR, NÓDULOS E SECREÇÕES 
o O sintoma da dor mamária é o mais frequentemente referido pelas mulheres (mais de 60%), que a 
associam com uma irreal propensão ao aparecimento de tumor; 
o A causa mais frequente de dor 
mamária é a alteração funcional 
benigna da mama (AFBM), antes 
conhecida como displasia mamária; 
não representa fator de risco para o 
câncer de mama; 
o O nódulo mamário é uma área 
definida, de consistência variada, de 
limites precisos ou não, que pode ser 
a manifestação de um simples cisto - tumor de conteúdo líquido - ou sólido, benigno ou maligno. 
DETECÇÃO PRECOCE 
o A descoberta do câncer de mama em suas fases 
iniciais proporciona elevadíssimas chances de cura 
para a paciente. 
o Os tumores não invasivos, chamados tumores in situ, 
apresentam índice de curabilidade próximo de 
100%. Para os tumores invasivos com diâmetro de até 
2 centímetros, o índice de curabilidade é da ordem de 
95%. 
o O exame das mamas deve ser efetuado 
sistemática erotineiramente em todas as pacientes não importando a sintomatologia que motivou a consulta, 
seguindo a periodicidade abaixo: 
• Mulheres com/sem risco: 
anualmente; 
• Mulheres que detectam 
anormalidade no autoexame das 
mamas (AEM): imediatamente 
• Apesar do AEM ser recomendado 
indistintamente a todas as mulheres, a partir 
dos 21 anos de idade, entre o 8º e 10º dia do ciclo menstrual, quando as mamas se apresentam mais flácidas 
e indolores, a sua realização é obrigatória em determinados grupos de mulheres. 
• Cerca de 75 a 90% dos cânceres de mama são descobertos pelas próprias pacientes. 
• O objetivo fundamental do autoexame de mama é fazer com que a mulher conheça detalhadamente suas 
mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações. 
MAMOGRAFIA 
o Em virtude de ainda ser um método caro em nosso meio e de difícil acesso, recomenda-se hoje a realização 
da mamografia nos casos de exame clínico suspeito e em mulheres com situação de alto risco, com idade 
igual ou maior que 40 anos, mesmo que não apresentem alterações no exame clínico. 
o Grupos populacionais com risco muito elevado: 
• Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com 
diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade; 
• Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com 
diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária; 
CARCINOMA AFBM
IDADE 45 a 50 anos Idade < 35 anos
SINTOMAS Nódulo indolor Mamas nodulares e
queixa de dor 
mamária 
principalmente no 
período 
perimenstrual
DESCARGA PAPILAR Maligna: 
sanguinolenta ou 
cristalina, 
abundante, 
unilateral, exterioriza 
por único ducto
Benigna: serosa ou 
esbranquiçada, 
escassa, bilateral, 
exterioriza por vários 
ductos
CISTO FIBROADENOMA CARCINOMA
IDADE < 35 ANOS < 35 ANOS 45 a 50 ANOS
CONSISTÊNCIA AMOLECIDA ENDURECIDA ENDURECIDA
MOBILIDADE MÓVEL MÓVEL IMÓVEL
SUPERFÍCIE REGULAR REGULAR IRREGULAR
CONDUTA USG MAMA USG MAMA MAMOGRAFIA
6 
 
• Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. 
• Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamaria proliferativa com atípia ou neoplasia 
lobular in situ. 
BIÓPSIA: CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA 
o Diante de lesões suspeitas, principalmente quando comprovadas pela mamografia, deve-se buscar a 
confirmação do diagnóstico que pode ser citológico, por meio da punção aspirativa por agulha fina, ou 
histológico, por meio de biópsias cirúrgicas convencionais sob anestesia local ou geral ou biópsia por agulha 
grossa, sob anestesia local. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
o O objetivo é promover o controle local, a mutilação mínima e a obtenção de informações a respeito da biologia 
do tumor e de seu prognóstico, modulando assim o tratamento adjuvante. 
o Cirurgia conservadora (quadrantectomia e dissecção axilar) - fornece excelentes resultados para tumores de 
até 3 cm de diâmetro. 
o Cirurgia radical (mastectomia): indicada, como regra geral, para tumores maiores que 3 cm de diâmetro. 
Existem 2 tipos de mastectomia radical: a mastectomia radical clássica, onde são retirados os dois músculos 
peitorais ou a radical modificada em que apenas o músculo peitoral menor é retirado. 
RADIOTERAPIA 
Apresenta as seguintes indicações: 
1. Esterilizar os focos neoplásicos no parênquima mamário remanescente após as quadrantectomias; 
2. Bloquear as células neoplásicas porventura presentes em via de drenagem linfática da mama nos tumores 
muito volumosos; 
3. Proteger o leito cirúrgico de recidivas locais. 
QUIMIOTERAPIA 
o Os esquemas com mais de uma droga (poliquimioterapia) são mais eficazes que os monoterápicos. 
o Chama-se quimioterapia primária ou neoadjuvante àquela feita antes da cirurgia para facilitar o tratamento 
cirúrgico posterior. 
o Outra forma de quimioterapia é a paliativa, usada para o tratamento de metástases. 
HORMONIOTERAPIA 
o A maioria dos casos de câncer de mama é de tumores estimulados, no seu crescimento, por hormônios, 
principalmente os estrogênios. 
o É uma droga eficiente, usada com finalidade adjuvante preventiva ou no tratamento de metástase recém-
implantada, que tem propriedade anti-estrogênica. 
o A mais usada nesse sentido é o Tamoxifen, um agente competidor pelos receptores estrogênicos que existem 
na mama e em diversos órgãos. 
o Ele deve ser administrado na dose de 20mg por dia por um período de 5 anos, especialmente em mulheres na 
pós-menopausa. 
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle 
dos cânceres do colo do útero e da mama. Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília : Editora do 
Ministério da Saúde, 2013. 
 
PARTE IV - Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco 
OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL 
o Prevenir, identificar e/ou corrigir as anormalidades maternas ou fetais que afetam adversamente a gravidez; 
o Instruir a gestante no que diz respeito à gravidez, trabalho de parto, parto e cuidados ao recém-nascido; 
o Promover um suporte emocional adequado por parte da gestante, seu companheiro e família, de forma que a 
mulher seja bem-sucedida na sua adaptação à gravidez e diante dos desafios que enfrentará ao criar uma 
família; 
o O acompanhamento pré-natal deve assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um 
recém-nascido saudável, sem impacto para saúde materna. 
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA A ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
o Captação precoce das gestantes com realização da primeira consulta de pré-natal até 12 semanas de 
gestação; 
7 
 
o Realização de, no mínimo, 6 (seis) consultas de pré-natal, sendo, referencialmente, uma no primeiro trimestre, 
duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação; 
o Escuta ativa da mulher e de seus (suas) acompanhantes, esclarecendo dúvidas e informando sobre o que vai 
ser feito durante a consulta e as condutas a serem adotadas; 
o Atividades educativas a serem realizadas em grupo ou individualmente, com linguagem clara e compreensível, 
proporcionando respostas às indagações da mulher ou da família e as informações necessárias; 
o Classificação do risco gestacional em toda consulta e encaminhamento, quando necessário, ao pré-natal de 
alto risco ou ao serviço de urgência/emergência obstétrica; 
o Estímulo ao parto normal e resgate do parto como ato fisiológico; 
o Realização de anamnese, exame físico e exames complementares indicados; 
o Imunização antitetânica, para difteria, para coqueluche e para Hepatite B, bem como para Influenza nas 
campanhas; 
o Atenção à mulher e ao recém-nascido na primeira semana após o parto e consulta puerperal até o 42º dia pós-
parto. 
CONSULTA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À GESTANTE 
o A consulta de enfermagem é uma atividade independente e privativa do enfermeiro e tem como objetivo 
propiciar condições para promoção da saúde da gestante. 
o O enfermeiro pode acompanhar inteiramente o pré-natal de baixo risco na rede básica de saúde, de acordo 
com o Ministério da Saúde e a Lei do Exercício Profissional. 
PRE-NATAL - REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
o Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
Enfermagem, do Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, o qual regulamenta a Lei nº 7.498, e da 
Resolução COFEN-195/1997 (Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e complementares por 
Enfermeiro). “ o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pela enfermeira (MS, Brasília 
2000 e 2012).” 
AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL 
Deve incluir: 
o Anamnese: investigação dos problemas de saúde atuais e prévios e a história obstétrica são importantes para 
a avaliação do risco gestacional. História clínica; História familiar; História obstétrica; Exame Físico Geral; 
o Orientações / Prescrição de Enfermagem - hábitos e ao estilo de vida: nutricional; sobre os riscos do tabagismo 
e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e outras drogas;quanto ao uso de medicamentos; avaliação das 
condições de trabalho; 
o Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional, (5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes 
da concepção); 
o Orientação para registro sistemático das datas das menstruações. 
o Solicitar exames para investigar: rubéola e hepatite B; HIV/Aids; Sífilis (VDRL); para as demais DST 
(abordagem sindrômica) e orientar a paciente para a sua prevenção; exame de eletroforese de hemoglobina se 
a gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou se apresentar histórico de anemia 
crônica. É importante, também, a avaliação pré-concepcional dos parceiros sexuais, oferecendo a testagem 
para sífilis, hepatite B e HIV/Aids. 
o No caso da existência de doenças crônicas: diabetes, HAS, Hepatites, HIV, eplepsia, anemia, entre outros- 
controlar a doença antes da gestação. 
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
o ANAMNESE: Idade; Atividade sexual; Uso de método contraceptivo (REGULAR OU IRREGULAR); Ciclo 
menstrual: regular ou irregular? (ATRASO MENSTRUAL?) 
Tipos de diagnósticos 
Diagnóstico clínico: 
1. Sinais de presunção 
Sinais e sintomas de presunção: A gravidez é presumida por meio de sinais que sugerem, mas não comprovam a 
gravidez: Atraso menstrual - amenorreia; Manifestações clínicas – náuseas, vômitos, sialorréia (salivação excessiva), 
mudança de apetite, polaciúria (aumento da frequência urinária – 1º trimestre) e tonturas, sonolência/fadiga (alterações 
hormonais). 
8 
 
Modificações anatômicas: Mamas - aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, saída de 
colostro pelo mamilo; Tubérculos de Montgomery - surge por volta da 8ª semana, quando a aréola primária torna-se 
mais pigmentada; Coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical; Aumento do volume abdominal; Alteração na 
pigmentação da pele- Cloasma/Melasma máscara escura e linha vertical escura no abdômen, entre o esterno e a 
sínfise púbica. 
2. Sinais de probabilidade 
o Sinal de Goodell – amolecimento do colo, com aumento do volume; 
o Sinal de Osiander: pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais a partir 
de 8 semanas, devido ao aumento da vascularização; 
o Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização. 
3. Sinais de certeza 
o Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 
semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; 
o Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 
semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas 
gestacionais. 
o Percepção e palpação dos movimentos fetais PRIMIGESTAS: percepção 18-20 semanas; 
MULTIGESTAS: percepção 16-18 semanas. 
Diagnóstico laboratorial 
o BETA-HCG Trofoblasto: sintetiza o hormônio gonadotrofina coriônica (hCG); 
o A produção de hCG duplica a cada 48h na gestação tópica; 
o hCG possui duas subunidades: Positividade da fração beta do HCG (hormônio gonadotrófico Coriônico): 
▪ No o soro materno a partir de 8 a 9 dias após a fertilização (Exame laboratorial); 
▪ Na urina após 7 dias de atraso menstrual (mais preciso após 15 dias de atraso menstrual). 
o Quando solicitar?? 
▪ No sangue, o exame bHCG apresenta resultados positivos de 8 a 9 dias após fecundação. Após a nidação, 
o trofoblasto, imediatamente inicia a produção do hormônio gonadotrofina (bHCG). 
Diagnóstico ultra-sonográfico 
o Com 4-5 semanas de amenorréia é possível visualizar o saco gestacional (SG); 
o Com 6-7 semanas identifica-se o eco embrionário e sua pulsação cardíaca; 
o Em torno de 10-12 semanas aparece espessamento no SG que representa a placenta; 
o Entre 11-13 semanas o SG enche toda a matriz não sendo mais visualizado; 
o A partir de 11-12 semanas vê-se a cabeça do feto. 
 
ROTEIRO DA PRIMEIRA CONSULTA 
1. ANAMNESE: Na primeira consulta, deve-se pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes 
familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual. 
o Identificação e dados socioeconômicos: idade, cor, estado civil/união, naturalidade, procedência, grau de 
instrução, profissão/ocupação, condições de moradia e renda familiar. 
o Antecedentes familiares: é de grande importância a inquirição sobre a existência de estados mórbidos nos 
ascendentes e colaterais. Os comemorativos do parceiro não devem ser omitidos, bem como a possível 
ocorrência de malformações em ambas as famílias. 
o Antecedentes pessoais gerais: Devem ser pesquisados os antecedentes pessoais patológicos relacionados à 
enfermidades anteriores e cirurgias a que a gestante tenha se submetido, principalmente as realizadas no 
sistema genital. 
o Antecedentes obstétricos: Utilizamos a terminologia GESTA para designar o número de gestações e PARA, o 
número de partos. Para a documentação da história obstétrica da mulher podemos utilizar o sistema GPA ou 
TPAV: 
▪ No sistema GPA: G: quantidade de gestações; P: quantidade de partos; A: Quantidade de abortos 
▪ No sistema TPAV: T: quantidade de gestações à termo; P: quantidade de gestações pré-termo; A: 
quantidade de abortos; V: quantidade de filhos vivos. 
▪ EXEMPLOS: Mariana está grávida pela primeira vez: IG0P0A 0T0P0A0V 
Mariana está grávida pela terceira vez, teve uma gestação à termo e um aborto: IIIGIPIA IT0PIAIV. 
9 
 
Mariana está grávida pela quarta vez, sua primeira gestação foi à termo, a segunda gravidez resultou 
num aborto e a terceira gravidez foi pré-termo: IVGIIPIA ITIPIAIIV 
o Cálculo da Data Provável do Parto: 
▪ Utiliza-se a regra de Naegele, que prevê uma duração de 280 dias ou 40 semanas para a gestação; 
▪ Considera-se sempre o primeiro dia da última menstruação (DUM); 
▪ Nos meses de janeiro, fevereiro e março, soma-se 7 ao primeiro dia da última menstruação e 9 ao 
mês; 
▪ Nos meses de abril a dezembro, soma-se 7 ao primeiro dia da última menstruação, diminui 3 do mês e 
soma 1 ao ano. 
Exemplos: 
▪ DUM: 12/01/2014 +7 +9 = DPP: 19/10/2014; DUM: 02/02/2012 +7 +9 = DPP: 09/11/2012. 
▪ DUM: 18/04/2010 +7 -3 +1 = DPP: 25/01/2011; DUM: 20/10/2013 +7 -3 +1 =DPP: 27/07/2014. 
▪ ATENÇÃO para o caso da DUM ocorrer no final do mês. 
Exemplos: 
▪ DUM: 28/01/2014 +7 04/02/2014 +9 = DPP: 04/11/2014. 
▪ DUM: 26/02/2011 +7 05/03/2011 +9 = DPP: 05/12/2011 
▪ DUM: 25/09/2008 +7 02/10/2008 -3 +1 = DPP: 02/07/2009 
▪ DUM: 29/11/2007 +7 06/12/2007 -3 +1 = DPP: 06/09/2008 
▪ Quando a DUM é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu, considera-se 
os dias 5, 15 e 25, respectivamente para o início, meio ou final do mês. 
 
o Cálculo da Idade Gestacional (IG): 
o Para o cálculo da idade gestacional soma-se os dias entre a última menstruação e a data atual e divide o 
resultado por 7; 
o A idade gestacional é sempre expressa em semanas; 
o Exame ultra-sonográfico pode ser utilizado para estimativa da idade gestacional, sempre utilizando aquele 
realizado o mais precocemente na gestação. 
Exemplos: 
o Calculando pela DUM 
▪ DUM: 10/04/2014; DATA DA CONSULTA: 08/09/2014 
▪ ABRIL: 20 
▪ MAIO: 31 
▪ JUNHO: 30 
▪ JULHO: 31 
▪ AGOSTO: 31 
▪ SETEMBRO: 08 
▪ TOTAL: 151 dividido 7 
▪ IG = 21 semanas e 4 dias ou 214/7 
 
2. EXAME FÍSICO GERAL: 
o Após a anamnese, o enfermeiro deve explicar à gestante como será realizado o exame físico e sua 
importância; 
o Em seguida, solicitar que esta esvazie a bexiga e retire sua vestimenta, colocando avental apropriado; 
o O exame físico na primeira consulta deve ser detalhado, tendo como objetivo: 
▪ Avaliar o estado de saúde da gestante; 
▪ Diagnosticar intercorrências; 
▪ Confirmar o estado gravídico e a idade gestacional obtida por meio de anamnese. 
o Itens que merecem atenção especial no exame físico geral: 
▪ Determinação do peso e avaliação do estado nutricional; 
▪ Determinaçãoda pressão arterial; 
▪ Exame dos membros inferiores; 
▪ Pesquisa de edema (face, tronco e membros). 
Inspeção Obstétrica: 
o Na inspeção obstétrica deve-se buscar as alterações decorrentes da gestação; 
10 
 
o Deve seguir o mesmo roteiro do exame físico geral: céfalopodal; 
o Todas as alterações observadas devem ser anotadas e questionadas quanto à data de aparecimento, pois 
auxiliam na determinação da idade gestacional.  Mensuração Obstétrica: 
o A mensuração da altura uterina (AU) tem como finalidade avaliar o crescimento fetal e pode ser utilizada para 
estimar a idade gestacional (IG); ✓ A mensuração deve ter início a partir de 20 semanas de gestação; 
o A gestante deve ser posicionada em decúbito dorsal, com o abdome descoberto e com a bexiga vazia (a 
bexiga cheia pode aumentar a altura uterina e torna o exame obstétrico desconfortável); 
o A mensuração da altura uterina deve ser iniciada com a delimitação da borda superior da sínfise púbica e do 
fundo uterino; 
o A extremidade da fita métrica (ponto zero) deve ser fixada sobre a borda superior da sínfise púbica; 
o A medida expressa em centímetros deve ser anotada no cartão da gestante e no gráfico da curva da altura 
uterina (os percentis 10 e 90 marcam o limite de normalidade); 
o A IG deve ser sempre arredondada. Ex: 221/7 a 223/7 arredonda para 22 semanas e de 224/7 a 226/7 arredonda 
para 23 semanas; 
o A AU pode ser utilizada para determinar a idade gestacional quando não se tem outros parâmetros. O 
enfermeiro deve estar atento à compatibilidade dos valores obtidos: 
▪ Nos primeiros dois meses de gestação, o útero é intrapélvico; 
▪ A partir da 12ª semana de gestação, pode ser palpado no ventre materno; torna-se 
abdominal; 
▪ Situa-se a meia distância entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical na 16ª semana; 
▪ Entre a 20ª semana, com o fundo uterino ao nível da cicatriz umbilical até a 34ª semana, 
fundo uterino ao nível do rebordo intercostal; a AU coincide com a idade gestacional. 
PALPAÇÃO OBSTÉTRICA: 
o O palpar obstétrico tem como finalidade reconhecer a situação, a posição e a apresentação fetal; 
o Define-se situação fetal como a relação entre o maior eixo uterino e o maior eixo fetal. Podendo ser 
longitudinal, transversa ou oblíqua; 
o Apresentação fetal define-se como a região fetal que ocupa a área do estreito superior da pelve obstétrica e 
nela vai se insinuar. Podendo ser cefálica, pélvica ou córmica; 
o A posição fetal é determinada pela relação do dorso fetal (situação longitudinal e oblíqua) ou cabeça fetal 
(situação transversa) com o flanco materno. Podendo ser direita ou esquerda. 
AUSCULTA OBSTÉTRICA: 
o Os batimentos cardiofetais (BCF) podem ser auscultados por Sonnar-doppler a partir da 10ª-12ª semana de 
gestação e por estetoscópio de Pinard a partir da 20-21ª semana; 
o É considerada normal a freqüência cardíaca fetal (FCF) entre 120 e 160 bpm (feto pré-termo) e 110 a 160 bpm 
(feto à termo). O “foco de escuta” (audibilidade máxima dos batimentos cardiofetais), nas apresentações 
cefálicas, é infra-umbilical, nas pélvicas supra-umbilical e nas córmicas na altura da cicatriz umbilical. 
 EXAME GINECOLÓGICO: 
o Exame Especular: ▪ Inspeção de paredes vaginais; ▪ Inspeção do conteúdo vaginal; ▪ Inspeção do colo uterino; 
▪ Coleta de material para exame colpocitológico (Papanicolau). 
o Toque Vaginal: ▪ Avalia-se as condições do colo uterino, apresentação fetal e dimensões da bacia; ▪ No 
primeiro trimestre gestacional, o toque auxilia no diagnóstico de gravidez e permite reconhecer as ginecopatias 
existentes; ▪ Deve ser realizado se realmente for necessário ou se a gestante tiver queixas físicas que 
justifique sua realização. 
 
3. SOLICITAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS: 
Primeiro trimestre: 
o Hemograma; Tipagem sanguínea e fator Rh; Coombs indireto (se for Rh negativo); Glicemia de jejum; Teste 
rápido de triagem para sífilis ou VDRL; Teste rápido diagnóstico anti-HIV ou sorologia Anti-HIV; Toxoplasmose 
IgM e IgG; Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
o Urocultura + urina tipo I (sumário de urina); 
o Citopatológico de colo de útero (se for necessário); 
o Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica); 
o Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); 
11 
 
o Sorologia para Rubéola: deve ser oferecido para identificar mulheres em risco de contrair infecção e possibilitar 
vacinação no período pós-natal, protegendo gestações futuras. 
 
Segundo trimestre: 
o Teste de tolerância para glicose com 75g de Dextrosol, se a glicemia estiver acima de 85mg/dl ou se houver 
fator de risco para diabetes gestacional (realize este exame preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana); 
o Coombs indireto (se for Rh negativo). 
Terceiro trimestre: 
o Hemograma; Glicemia em jejum; Coombs indireto (se for Rh negativo); Teste rápido de triagem para Sífilis ou 
VDRL; Teste rápido diagnóstico Anti-HIV ou sorologia Anti-HIV; Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
o Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente; 
o Urocultura + urina tipo I (sumário de urina). 
ATENÇÃO: 
o Sorologia para Citomegalovírus: a evidência disponível não embasa o rastreamento de rotina; 
o Sorologia para Hepatite C: não há evidência suficiente da sua efetividade como rastreamento de rotina. Deve 
ser solicitado em situações especiais de alto risco, como uso de drogas injetáveis e/ou parceiro usuário, 
transfusões de sangue ou múltiplos parceiros sexuais de um ou de ambos; 
o Cultura para Estreptococo do Grupo B: não deve ser realizada, pois a evidência de sua efetividade clínica 
permanece incerta; 
o USG Obstétrica: poderá ser solicitada quando houver impossibilidade de determinação da IG correta e na 
presença de intercorrências obstétricas, como detecção de gestações múltiplas e RCIU. Não há evidência da 
sua efetividade na redução da morbimortalidade materna e perinatal. Se for solicitada sem indicação 
específica, a época ideal seria em torno de 16 a 20 semanas, quando podemos detectar malformações fetais e 
calcular a idade gestacional com menor erro. 
4. ACÕES COMPLEMENTARES: 
 Encaminhamentos: 
o Serviço odontológico; 
o Imunização: 
▪ Vacina contra Influenza pandêmica: indicada p/a todas, independente IG uma dose única durante a 
campanha anual contra a influenza; 
▪ Vacina contra Hepatite B: após 1º trimestre da gestação. Três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira 
e a segunda e de 180 dias entre a primeira e a terceira; 
▪ Vacina contra tétano: Três doses da dT (dupla adulto)com intervalo de 60 dias entre elas. Também é possível 
considerar o intervalo de 30 dias entre as doses, para não se perder a oportunidade de vacinação. 
o Esquema Vacinal da dT: 
▪ Recebeu a última dose há mais de 5 anos: 1 dose de reforço; 
▪ Menos de 5 anos: não há necessidade de vacinação; 
▪ A vacina poderá ser administrada em qualquer período gestacional; 
▪ Sem vacinação: 2 doses sendo 1ª precoce e 2ª após 2 meses (mínimo de 4 semanas), após a 1ª dose. 
Segunda dose: 20 dias antes DPP. Terceira dose: de 30-60 dias após 2ª dose. ▪ Vacina Dtpa: 
▪ A vacina é indicada para as gestantes a partir da vigésima sétima semana (27ª), preferencialmente, até 
a trigésima sexta (36ª) semana de gestação. Podendo ser administrada até 20 dias antes da data 
provável do parto. Pode ser utilizada como dose de reforço da dT em gestantes com esquemas 
completos e reforço há mais de cinco anos; Deve ser administrada uma dose em toda gestação. 
▪ ATENÇÃO: gestante não pode ser imunizada com vacina de vírus vivos como a tríplice viral (SCR) e a 
Febre Amarela. 
 
5. PRÁTICAS EDUCATIVAS: 
o TEMAS A SEREM DISCUTIDOS: 
▪ Finalidade e importância do acompanhamento pré-natal; 
▪ Da participação do pai durante a gestação; 
▪ Orientações higieno-dietéticas; 
▪ Modificações emocionais, locais e gerais do organismo materno durante a gestação; 
▪ Desenvolvimento e crescimento fetal; 
12 
 
▪ Sexualidade; 
▪ Orientações diante dos desconfortos que ocorremfrequentemente na gestação; Importância da 
realização dos exames laboratoriais; 
▪ Tipos de parto; 
▪ Aleitamento materno; 
▪ Sinais de trabalho de parto e/ou urgência; 
▪ Noções sobre alojamento conjunto; 
▪ Cuidados com o recém-nascido; 
▪ Planejamento familiar. 
 
6.REGISTRO DE INFORMAÇÕES EM PRONTUÁRIO E CARTÃO DA GESTANTE: 
o Todas as informações importantes devem ser anotadas com letra legível no cartão de pré-natal e os campos 
do cartão devidamente preenchidos. 
 
7. AGENDAMENTO DA CONSULTA SUBSEQUENTE: 
o De acordo com o calendário proposto pelo Ministério da Saúde ou conforme necessidade. 
 
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF: 
Ministério da Saúde, 2013. 318.p. – Série A. Normas e Manuais Técnicos. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32). 
 
PARTE V - Atenção ao Parto e Nascimento 
PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO 
Com finalidade didática, o parto é dividido em quatro períodos clínicos: 
1. Dilatação: caracterizado pela dilatação cervical e contrações uterinas regulares; 
2. Expulsão: nascimento propriamente dito; 
3. Dequitação ou secundamento: expulsão da placenta e membranas fetais; 
4. Período de Greenberg: primeira hora após à dequitação. 
 
1. DILATAÇÃO 
O período definido clinicamente de primeiro estágio inicia-se com a instalação das contrações regulares que induzem 
duas importantes mudanças na cérvice: 
• Apagamento ou esvaecimento do colo uterino: consiste no afinamento da cérvice. O esvaecimento pode ser 
expresso pelas palavras fino, médio e grosso ou ainda por porcentagem; 
• Dilatação da cérvice: corresponde ao processo de abertura do colo uterino. A dilatação do colo é expressa em 
centímetros. 
As contrações uterinas induzem o encurtamento do útero e impulsionam o feto contra o colo uterino promovendo o 
processo de dilatação e esvaecimento. 
Pode-se dividir o primeiro período clínico do parto em duas fases: latente e ativa. 
• A fase latente é um período não necessariamente contínuo quando há contrações uterinas dolorosas e 
irregulares e há alguma modificação cervical, incluindo apagamento e dilatação inferior a 4 cm. Pode durar 
20h para as primíparas e 14 h para as multíparas. 
• A fase ativa ou período de dilatação rápida caracteriza-se por contrações uterinas regulares e há dilatação 
cervical progressiva a partir dos 4 cm (considerar internação). 
ASSISTÊNCIA NO PERÍODO DE DILATAÇÃO 
o Coleta de exames laboratoriais: tipagem sanguínea, VDRL, teste rápido para HIV com consentimento, 
parturiente sem pré-natal: solicitar toda a rotina de sorologia do pré-natal. 
o Oferecer líquidos e alimentos leves: Tendência à desidratação e cetose; Transpiração excessiva eRespiração 
ofegante. 
o Estimular a deambulação e adoção de posições verticais. 
o Ausculta intermitente do BCF a cada 30’ com sonnar ou Estetoscópio de Pinard: antes, durante e após a 
contração uterina. 
o Avaliar as contrações uterinas: Dinâmica Uterina (DU): frequência, intensidade e duração das metrossístoles 
em 10 min. Deve ser avaliada a cada hora ou quando necessário. 
13 
 
o Avaliar a dilatação cérvico-uterina: avaliada no transcorrer do trabalho de parto pelo toque vaginal. Exame 
vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma preocupação com o progresso do parto ou em resposta aos 
desejos da mulher. 
o Registre a evolução no PARTOGRAMA. 
 
2. EXPULSÃO 
A total dilatação da cérvice caracteriza o início do segundo período do parto e termina com o nascimento da criança 
que poderá ser definido como: 
• Fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou parturiente com analgesia 
e a cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve; 
• Fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou esforço materno ativo 
após a confirmação da dilatação completa do colo do útero na ausência das contrações de expulsão. 
ASSISTÊNCIA NO PERÍODO EXPULSIVO 
o Ausculte o feto a cada 5 min. 
o Oriente a parturiente a fazer força para baixo durante esforços expulsivos e respirações controladas durante 
as contrações. 
o Oriente o descanso nos intervalo das contrações e mantenha-a informada quanto a sua evolução. 
OBSERVAÇÀO: Coroamento e nascimento espontâneo da cabeça do feto; desprendimento dos ombros, 
liberação do tórax e clampeamento do cordão. 
o Contato pele-a-pele entre mãe e recém-nascido: Após o nascimento, colocar o recém-nascido, se estiver ativo 
e reativo, diretamente sobre o abdome ou tórax da mãe, de bruços, com a pele do recém-nascido em contato 
com a pele da mãe. Enquanto a pele da mãe auxilia a regular a temperatura do recém-nascido, cobrir as 
costas do bebê e o abdome e tórax da mãe com um cobertor seco e aquecido, protegendo a cabeça do recém-
nascido com um gorro ou um pano para evitar a perda de calor. Na medida do possível, manter o bebê e a 
mãe nesta posição pelo menos durante a primeira hora de vida, postergando todos os procedimentos de rotina 
e realizando supervisão frequentemente, a fim de detectar qualquer complicação. 
o Benefícios do Contato pela a pele: Melhora a efetividade da primeira mamada e reduz o tempo de obtenção de 
sucção efetiva; Regula/mantém a temperatura corporal; Melhora a estabilidade cardiorrespiratória; Melhoram 
os comportamentos de afeto e vínculo da mãe; Existe associação positiva entre índices de aleitamento 
materno nos primeiros 4 meses pós-parto e maior duração de amamentação. 
3. DEQUITAÇÃO 
O terceiro período do parto é também chamado decedura, delivramento ou secundamento. Inicia-se após a expulsão 
do feto e termina com a expulsão da placenta e membranas fetais. 
ASSISTÊNCIA NA DEQUITAÇÃO 
o Após a placenta exteriorizar na vulva, realiza-se a manobra de rotação no sentido horário para a retirada da 
placenta denominada manobra de Jacobs-Dubli. 
o Revisão meticulosa da placenta. 
o Revisão do canal de parto (períneo e vulva). 
o Observação sangramento. 
o O manejo ativo é recomendado na assistência ao terceiro período do parto pois está associado com menor 
risco de hemorragia e transfusão sanguínea. Logo após o nascimento da criança deve ser administrada 10UI 
de ocitocina IM. Durante a contração deve manter tração contínua e controlada (TCC) do cordão umbilical, 
para reduzir risco de hemorragia pós-parto. Após a administração de ocitocina, pinçar e seccionar o cordão. 
o Benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical: melhor estabilidade hemodinâmica; menor 
necessidade de hemotransfusão; menores taxas de hemorragia intraventricular (todos os graus); menor taxa 
de enterocolite necrosante; Aumento dos níveis de ferritina e Hb; Redução da anemia infantil. 
4. PERÍODO DE GREENBERG 
O período de Greenberg é definido como a primeira hora após a saída da placenta. Neste período ocorrem dois 
fenômenos fisiológicos que promovem a hemostasia uterina: 
• Trombotamponamento: ocorre a formação de trombos nos vasos sanguíneos uterinos obstruindo a sua luz; 
14 
 
• Miotamponamento: as fibras musculares miometriais se contraem e clampeiam os vasos sanguíneos uterinos, 
formando as ligaduras vivas de Pinard. 
Após a dequitação o útero involui na altura da cicatriz umbilical tornando-se firme – globo de segurança de Pinard. 
ASSISTÊNCIA NO PERÍODO DE GREENBERG 
o No quarto período, o profissional deve estar atento ao sangramento vaginal (lóquios), a contratilidade uterina e 
SSVV (principalmente P e PA); 
o Estimular o aleitamento materno precoce para estimular o vínculo afetivo mãe-filho e reduzir risco de 
hemorragia; 
o Se risco para hemorragia pós-parto administrar ocitócito conforme PM: ocitocina diluída em soro glicosado ou 
fisiológico por via EV ou Derivados do Ergot (Ergonovina ou Ergometrina) exclusivamente por via IM; 
Derivados do Ergot estão contraindicados em casos de hipertensão. 
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretriz Nacional de Assistênciaao Parto Normal: Relatório de 
recomedação. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 
 
PARTE VI – Puerpério 
CONCEITO 
o PUERPÉRIO = SOBREPARTO OU PÓS-PARTO; 
o É o período que vai da dequitação à volta do organismo materno às condições pré gravídicas; 
o Duração aproximada de 6 a 8 semanas; 
o Período de intensos ajustes fisiológicos e psicológicos. 
Pode ser dividido em três fases: 
o Imediato - do 1º ao 10º dia pós-parto, durante o qual se desenrolam todas as modificações necessárias ao 
retorno do funcionamento do organismo da mulher ao estado anterior à gravidez; 
o Tardio - do 11º ao 25º, onde se desenrolam todas as manifestações involutivas de recuperação e regeneração 
da genitália materna; 
o Remoto - com término impreciso, na dependência da lactação, normalmente em torno de 6 semanas, 
permeados por processos físicos, sociais e psicológicos, inerentes à maternidade. 
INVOLUÇÃO UTERINA 
o Após a expulsão da placenta, a contractilidade uterina promoverá a involução do útero, bem como a 
hemóstase do sítio de inserção placentária. 
o O útero torna-se endurecido e globoso (globo de segurança de Pinard), que será sucedido pela trombose local 
dos vasos (fase de trombotamponagem). 
o Em algumas horas, o útero alcança a cicatriz umbilical e permanece por 24 a 48 horas, apresentando-se de 
consistência firme. 
o A altura do fundo uterino diminui em média 0,7 a 1,5 cm por dia. 
o No 10º dia do puerpério não é palpável acima da sínfise púbica, retomando a sua posição original (cavidade 
pélvica) e seu peso que inicialmente era de aproximadamente 1.000g estará reduzido a menos da metade, 
sendo que o processo de involução continuará por cerca de cinco a seis semanas. 
LOQUIAÇÃO 
Lóquios - fluxo genital decorrente da drenagem uterina puerperal. São secreções que resultam da produção de 
exsudatos e transudatos misturados com elementos celulares de descamação e sangue, precedentes da ferida 
placentária, do colo uterino e da vagina. Podem ser: 
o Fluxo sanguíneo (lochia rubra) - presente nos primeiros dias, de volume variável, normalmente não 
ultrapassando o de um fluxo menstrual; 
o Acastanhados (lochia fusca)- a partir do 5º dia de puerpério; 
o Serossanguíneos (lochia flava)- por volta do 10º dia; 
o Serosos (lochia alva) - 15 até por volta de 45 dias. 
O odor é característico e depende da flora vaginal da mulher, podendo tornar-se fétido quando da ocorrência de 
infecção. 
COLO UTERINO 
Logo após o parto apresenta-se com bordos edemaciados, limites imprecisos e com pequenas lacerações que terão 
resolução espontânea. A regressão do diâmetro cervical é progressiva, e por volta do 10º dia já se apresenta impérvio, 
com orifício em fenda na maioria das mulheres que tiveram parto vaginal. 
VAGINA 
15 
 
No pós-parto imediato encontra-se edemaciada, congesta, e com grande relaxamento das paredes vaginais. A partir de 
três semanas começa a reassumir a aparência do estado anterior à gestação. Ocorre a atrofia da mucosa vaginal 
resultante do hipoestrogenismo - inicia sua recuperação por volta do 15º dia, fato comum às que tiveram parto vaginal 
ou cesáreo. 
VULVA 
Logo após o parto apresenta-se edemaciada com apagamento dos pequenos lábios, retornando à normalidade 
rapidamente, lacerações pequenas são frequentes e cicatrizam espontaneamente. 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM 
o Controlar loquiação: volume, cor, odor; 
o Controlar involução uterina: 
1. Verificar se está firme, contraído; 
2. Acompanhar involução uterina 1cm/dia; 
o Controlar SSVV: 
1. Pressão arterial normal; 
2. Pulso bradicárdico; 
3. Temperatura por volta de 37,5°C, atentar para apojadura; 
o Avaliar condições do períneo (Episiorrafia, lacerações, hematoma, edema); 
o Avaliar dor ferida operatória ou períneo e promover analgesia (analgésicos, anti-inflamatórios e compressas 
frias em períneo); 
o Orientar higienização da ferida operatória com água e sabão ou rotina hospitalar; 
o Explicar as dores de tortos; 
o Orientar higiene íntima; 
o Verificar sinal de Homan e Bandeira; 
Sinal de Homan: consiste na dorsoflexão do pé sobre a perna e a paciente refrerá dor na massa muscular na 
panturrilha. 
Sinal de Bandeira: edema muscular identificado pela palpação da massa muscular dando menor mobilidade a 
panturrilha que fica empastada quando comparada com outro membro. 
o Estimular deambulação; 
o Oferecer líquidos VO; 
o Oferecer dieta laxativa rica em proteínas, vitaminas e sais minerais; 
o Orientar consulta puerperal após 30 a 45 dias pós-parto; 
o Observar aspectos das mamas; 
o Incentivar e apoiar aleitamento materno; 
o Administrar Imunoglobulina Anti-Rh (Rhogam ou Mathergam) até 72h pós-parto: se Rh negativo e RN Rh 
positivo; 
o Orientar sobre métodos contraceptivos; 
o Orientar, incentivar e supervisionar cuidados com o RN.

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