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Meningite - Medicina - UFCSPA

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MENINGITE RESUMO – MEDICINA - UFCSPA 
Meningite é a infecção das meninges e do espaço subaracnóide. Podem ser virais, bacterianas, tuberculosas 
ou fúngicas. O perfil de líquor é uma ferramenta importante para a definição da etiologia. 
 
Meningite Viral 
-Epidemiologia: é a mais frequente, sendo seu curso benigno e autolimitado. Geralmente não dura mais do 
que uma semana, mesmo sem tratamento. O prognóstico é pior em recém nascidos. 
 
-Etiologia: os agentes virais mais incidentes são os enterovírus (echo-vírus, cocksackie, etc), mas há muitos 
outros como HSV-2, CMV, HIV, herpes, caxumba, etc. A transmissão do enterovírus é basicamente fecal-
oral (comida contaminada) ou respiratória (resfriado). Os herpes vírus, ao contrário dos outros, podem 
causar meningoencefalite (rebaixamento de consciência), mas não é um quadro comum. 
 
-Líquor: pressão de abertura normal ou discretamente diminuída (100-350 mmH2O), pleocitose discreta 
(linfócitos), ↑proteínas, e glicose normal – pode-se lançar mão do PCR para identificar o vírus (padrão-
ouro). A sorologia é menos específica porque muitas pessoas já são positivadas pra esses vírus mais comuns 
causadores de meningite. Todos os achados são discretos. Existe alguns vírus que são uma exceção a esse 
perfil e podem cursar com alterações parecidas da meningite bacteriana. São eles: CMV (imunodeprimido), 
caxumba e LCMV. 
 
-Clínica: o quadro clínico cursa normalmente com cefaleia, febre, fotofobia e rigidez de nuca. O paciente até 
pode ficar um pouco prostrado pela dor, mas não tem rebaixamento do nível de consciência, ao contrário da 
bacteriana. Também não faz convulsão ou déficit focal. Pode ter PIC aumentada, mas discretamente. Se por 
acaso ocorrer ↓sensório, convulsões e déficit focal (lesão do parênquima), e for viral, a hipótese é 
meningoencefalite viral (herpética, por exemplo). 
 
-Tratamento: normalmente o paciente melhora dos sintomas em 10 dias sem tratamento, em caso de herpes 
se usa aciclovir. Pode-se usar antiemético, analgesia e antitérmicos para sintomas. Pode ser conduzido até 
mesmo fora do ambiente hospitalar. Em pacientes imunossuprimidos, os quais não formam anticorpos 
naturalmente, pode-se lançar mão de gamaglobulina IV. 
Aciclovir: 10mg/kg a cada 8 horas, durante 14 a 21 dias. 
 
 
Meningite Bacteriana 
 
Urgência/emergência médica que exige velocidade de diagnóstico e tratamento. 
 
-Etiologia: S. pneumoniae (diplococo gram+, é o pmeunococo), N. Meningitidis (diplococo gram-, é o 
meningococo), Haemophilus Influenzae era um agente importante, mas teve sua incidência reduzida em 
90% após a vacina pentavalente (nesse caso paciente começa o quadro com sintomas de infecção de via 
aérea). Ficar atento aqui, em países ricos pneumococo é o principal agente; no Brasil é o meningococo. 
 
-Epidemiologia: atinge qualquer faixa etária, mas 90% dos acometidos são crianças de até 5 anos de idade. 
Nos RN, os germes são os relacionados com o canal do parto (Streptococcus grupo B, E. Coli e Listeria); até 
os 20 anos os principais são meningococo e pneumococo, nessa ordem. A partir de 20 anos de idade o 
pneumococo é o principal (em países ricos, no Brasil é meningococo). Em idosos e imunossuprimidos, após 
o pneumococo, Listeria é o mais incidente. Lembrar da Listeria nos 2 extremos de idade. Alguns eventos 
também predispõem determinadas infecções: após neurocirurgia, os m.o mais prevalentes na meningite são 
os Staphylococcus aureus e epidermidis, assim como alguns gram-, como Pseudomonas aeruginosa. Após 
TCE / fístula liquórica se espera meningite por pneumococo. E, na infecção após punção lombar, se espera 
S. aureus e P. aeruginosa. 
 
◘Meningococo (Neisseria meningitidis): diplococo gram-. Possui 12 
sorogrupos de antígeno do polissacarídeo, sendo os principais A, C, W-135, 
Y e B. O predominante é o C. Acomete em 50% crianças com menos de 5 
anos, especialmente aquelas com menos de 1 ano de idade. Não raro há 
surtos de meningite meningocócica em quartéis e escolas, onde ocorre a 
transmissão da bactérias por gotículas – em regiões pobres 10% dos jovens 
são portadores assintomáticos. A grande maioria dos colonizados não desenvolve a doença, apenas quando 
há um desbalanço significativo entre os fatores de virulência e as defesas do hospedeiro. Os fatores de risco 
para o desenvolvimento da patologia por meningococo são bem intuitivos: deficiência de complemento ou 
imunoglobulinas, asplenia, contato íntimo com portador, IVAS recente (Influenza consegue diminuir as 
defesas da nasofaringe) e tabagismo. 
 
◘Pneumococo (Streptococcus pneumoniae): também encapsulado, é 
diplococo gram+. Possui mais de 90 sorotipos, quase todos virulentos para o 
ser humano. Os grupos mais acometidos são crianças com menos de 2a e 
idosos com >60a. A transmissão também se dá por gotículas e a prevalência 
de portadores assintomáticos também é alta. O principal fator de risco é 
pneumonia pneumocócica, que leva a bacteremia e invasão do espaço subaracnoide. Outros fatores de risco 
importantes são otite/sinusite (por contiguidade), deficiência de complemento ou imunoglobulinas, asplenia, 
alcoolismo (exclusivo do pneumococo – mecanismo não esclarecido), DM, DRC, HIV e fraturas de base de 
crânio com fístula liquórica (paciente que faz rinorreia/otorreia de conteúdo liquórico). 
 
◘Listeria: adquire-se a bactéria por meio de alimentos contaminados. Na França, por exemplo, a incidência 
é alta, devido ao alto consumo de queijos. No Brasil, no entanto, ela é menos importante. Acomete 
populações especiais, como gestantes, crianças, idosos e imunodeprimidos. 
 
-Fisiopatologia: tudo começa com uma infecção (geralmente via aérea, mas não só), mais usualmente por 
pneumococo e meningococo. Então, a depender da virulência do patógeno e do nível imunológico das 
defesas, esses m.o’s podem invadir a 
mucosa e ganhar acesso à circulação 
sanguínea. Posteriormente, invadem o 
plexo coroide (filtragem do sangue para 
produção do líquor – imagem ao lado) e 
então entram no espaço subaracnoide, 
causando infecção e inflamação no 
líquor. O líquor favorece a multiplicação 
dessas bactérias, pois é um santuário 
imunológico – há poucas células de 
defesa ali, para que não haja muitas 
reações cruzadas (se proliferam rápida e 
agressivamente). Se sabe, hoje, que a 
repercussão clínica que isso tem no 
sistema nervoso é muito mais decorrente da resposta do corpo a esses patógenos do que à virulência dos 
mesmos – principalmente superantígenos que induzem resposta inflamatória, como TNF-alfa e IL-1ß 
(liberados pela micróglia em resposta aos superantígenos bacterianos). Essas citocinas, além de inflamar, 
fazem aumentar a permeabilidade vascular do SNC, fazendo com que leucócitos (pus, toxinas), proteínas 
(hidrocefalia) e líquido (↑PIC e edema cerebral) entrem no espaço subaracnoide. As proteínas aumentam a 
viscosidade do líquor, fazendo que seu fluxo seja alterado, inclusive travando a reabsorção do mesmo lá nas 
granulações aracnoides, no seio sagital – podendo levar a hidrocefalia. São em grande parte subprodutos dos 
neutrófilos (radicais livres, enzimas proteolíticas, NT excitatórios) que causam dano ao SNC. Essa resposta 
da defesa é zero efetiva, só causa dano. 100% dos casos, sem ATB, vão a óbito. 
Em torno de 20% dos casos de MBA ocorre a vasculite na base do crânio, local onde o exsudato purulento 
se acumula e começa a atacar extrinsecamente os vasos que ali passam. Isso gera vasculite compressiva com 
trombose – paciente pode fazer AVC. 
 
◘Superantígenos: antígenos que despertam reações inflamatórias agressivas do sistema imune inato. As 
gram-, por exemplo, têm o LPS; e as gram+ têm o ácido tricoico e peptídeoglicanos na parede celular. 
 
-Clínica: Na maioria das vezes a evolução do quadro é fulminante (bem rápida) mas também pode ser 
subagudo (algumas horas). Tríade inesquecível da meningite: 1) febre, 2) cefaleia, 3) rigidez de nuca(reação protetora pra não mexer a meninge inflamada). Ao contrário da viral, aqui quase sempre (75%) há 
acometimento também do parênquima, causando rebaixamento do nível de consciência (obnubilação, 
confusão mental, agitação). Também são comuns convulsões (30%), LCR purulento e hiponatremia. 
Náuseas, vômitos e fotofobia também são comuns no quadro. Um dos principais marcos fisiopatológicos da 
doença é a HIC, que se manifesta em papiledema, midríase fixa, paralisia VI par e descerebração. Na febre 
pode-se ter o Sinal de Faget (pulso lento) e, conjuntamente à hipertensão craniana, pode ocorrer a tríade de 
Cushing (HAS, bradicardia e bradipneia). Se houver meningococcemia (meningococo), paciente pode fazer 
alterações dermatológicas. 1~8% dos casos pode evoluir com herniação cerebral (leva a PCR). 
 
◘Rash da meningococcemia: até 60% dos casos de MBA por meningococo cursa com meningococcemia e 
rash. É uma púrpura fulminante. No início 
é um rash inespecífico, que evolui para rash 
hemorrágico e equimose, como na imagem. 
As púrpuras são palpáveis (elevação em 
relação à superfície da pele). Muito 
sugestivo de doença meningocócica. É 
provocada pelo meningococo por uma 
lesão do endotélio dos vasos dérmicos – 
vasculite infecciosa. Embora muito 
sugestivo de meningococo, em casos raros, 
o pneumococo também pode gerar essa 
situação. Há meningococo nessas púrpuras, podendo-se fazer biópsia desse material para análise. 
 
◘Particularidades dos lactentes (<1 ano): importante ter um baixo limiar de suspeição, ou seja, fazer punção 
lombar com leves suspeitas, nem que seja pra descartar a meningite. Nessa população, febre e rigidez de 
nuca podem estar ausentes. Hipotermia é comum, assim como abaulamento de fontanela, inapetência e 
vômitos. Gemencia e irritabilidade são comuns (ao trocar a fralda flete as meninges). Cianose e icterícia 
também podem acontecer. 
◘Exame físico: sinal de Kernig positivo (dor ao levantar a coxa), sinal de Brudzinski (encostar o mento no 
esterno com paciente deitado – se positivo sente dor), Lasègue (na meningite paciente sente dor nos dois 
lados, acima dos 30º). 
 
◘Meningismo: rigidez de nuca + Kernig + Brudzinski 
Lasègue → discopatias e compressões (dor de um só lado). 
 
-Diagnóstico → hemocultura, punção lombar e raspado/biópsias das lesões constituem a essência do 
diagnóstico. A hemocultura deve ser feita imediatamente, através de punção de veia periférica. Também já 
seria interessante coletar sangue para realização de látex, CIE (Contra-imunoeletroforese) e RT-PCR – esses 
3 exames são importantes no líquor, mas também podem ser feitos no sangue. 
◘No látex, caso positivo pra determinado antígeno, ocorre a aglutinação. Kits de látex são vendidos (para 
meningococo, para pneumococo). 
◘CIE: campo elétrico que faz os anticorpos do KIT se encontrarem com os possíveis antígenos do material 
biológico do paciente. Ficam aglomerados se positivo (faixa de material no meio da placa). É pouco usado 
na prática. Funciona para meningococo e Haemophilus. 
 
Não atropelar barreiras. Quadro infeccioso sugestivo de meningite, faz PCR, hemograma, possivelmente 
hemocultura (tudo antes da PL). Sempre afastar hipertensão intracraniana (herniação grave) – até pode pedir 
TC antes da PL, para afastar lesão expansiva intracerebral. Se suspeição de HIC, fazer tratamento. 
 
◘Punção lombar -> fura ligamento amarelo, depois fura dura-máter (estalo). Tirar o mandril que começará a 
pingar. Antes de pingar, então, fazer raquimanometria (medição da pressão através da coluna de líquido). 
Sempre abaixo de L2 até S1 (ao nível das cristas ilíacas é L3~L4 – ideal). Paciente em posição fetal. 
Na punção lombar, o ideal também é que a coleta seja imediata. Após suspeição de meningite, já faz 
hemocultura e após punção lombar. Como é um procedimento mais complicado, caso haja algum empecilho, 
jamais atrasar tratamento de antibioticoterapia empírica. É preferível perder os dados da punção lombar do 
que atrasar o ATB. Importante ressaltar que após as primeiras horas do pós-ATB, não há perda de acurácia 
nos exames de citoquímica, bacterioscopia, látex, CIR ou RT-PCR (punção lombar muito útil). Apenas a 
cultura é prejudicada. É um procedimento que demanda o Kit de punção lombar (nem todo local tem), assim 
como a segurança e expertise do médico – muitos não fazem. 
Contraindicações da punção lombar incluem: piodermite no local de punção, suspeita de HIC (pode herniar 
o centro respiratório no forame magno, causando parada; sempre fazer TC de crânio antes), suspeita de 
abscesso epidural espinhal (imagem antes), trombocitopenia, discrasia e anticoagulação (plaquetas < 50000 
ou INR > 1.4); esses pacientes podem sangrar e fazer hemorragia subaracnóidea traumática pela punção. Há 
alguns achados sugestivos de HIC que nos ajudam a garantir que se deve fazer uma TC de crânio antes de 
puncionar o paciente, são eles: ↓sensório, déficit focal, papiledema, convulsão na última semana e 
imunodepressão. Sem contraindicações, fazer PL num primeiro momento e, logo após, o antibiótico. 
Ministério da Saúde recomenda a coleta de 3 ml (1 para cultura, 1 para citoquímica/bacterioscopia e 1 para 
CIE, látex e RT-PCR). 
 
 
Perfil do líquor na MBA 
Pressão (até 18 cm H2O) >> 18cm 
Células (até 4/mm³) ↑ PMN (10-10000/ml) 
Proteínas (até 30 mg/dL) >> 45 
Glicose (50 a 80 mg/dL) < 40 (pode chegar a 0) 
Relação Glicose LCR/Soro < 0.4 
Aglutinação do látex Identificação do germe 
Cultura Sensibilidade de 80% - isolamento do patógeno 
Bacterioscopia pelo gram 60% das vezes a identificação do tipo do germe 
(gram+ ou gram-). Norteia o tratamento!!! 
RT-PCR Sondas específicas 
Látex (depende do anticorpo) Kits de meningo, pneumo, Hib, E. coli, GBS 
 
 
!!!Lembrando que na bacterioscopia, se for diplococo gram- é meningococo; se for diplococo gram+ é 
pneumococo; se for cocobacilo gram- é Haemófilo; e se for bacilo gram+ é Listeria!!! 
 
◘Raspado/biópsia das lesões: pode ajudar no diagnóstico. A raspagem é mais simples: raspa, deixa sangrar 
um pouco e colhe o material. Pode ser feito cultura e RT-PCR. Já a biópsia seria o ideal, pode-se fazer 
bacterioscopia, cultura e RT-PCR. 
◘Sinais de HIC → rebaixamento nível de consciência, tríade de Cushing, vômito em jato (quase 
patognomônico). 
 
 
-Investigação: hemocultura, punção lombar e ATB empírica, NESSA ORDEM. Não atrasar ATB por causa 
de punção lombar. 
 
-Conduta: São emergências médicas, precisam de tratamento rápido. Inicia-se ATB empírico em até 60 min 
da chegada do paciente. Colhe os exames e já faz ATB (idealmente), nem sempre se pode esperar. ATB e 
corticoide (apenas Haemophilus e pneumococo – agressividade meníngea). Dexametasona nos primeiros 4 
dias (inicia 20 min antes do ATB ou concomitante). 
 
◘Dexametasona > poderosa ação anti-inflamatória rápida. Atua em nível genético no RNA mensageiro, 
impedindo a transcrição das citocinas inflamatórias. Importante pois no início do antibiótico muitas bactérias 
morrem, liberando superantígenos e muitas vezes piorando o quadro inflamatório e consequentemente 
clínico. Usar 10 mg IV 20 min antes da 1ª dose de ATB, depois, 10mg IV de 6/6hrs por 4 dias. Após 6 horas 
do ATB nem usar. Crianças ≥1 mês de idade: 0.6 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses 
fracionadas a cada 6 horas. 
 
-Tto: como não se sabe o agente, pela gravidade, se trata todos os casos como se fossem bacterianos. 
Crianças acima de 2 meses e adultos se usa terapêutica inicial com ceftriaxona (ou outra cefalosporina 3ª 
geração) e vancomicina (terapia empírica, pega meningococo e pneumococo). Se tiver anafilaxia a beta 
lactâmico, pode-se usar cloranfenicol. Nunca se deve tratar com vanco isolada, ela penetra mal o espaço 
subaracnoide. Caso, depois, plotado meningococo, usar penicilina g cristalina e fazer profilaxia com 
rifampicina (ou cipro em adultos). Com suspeita de Listeria, ampicilina. Este últimotambém é a escolha em 
pcts >55a e imunodeprimidos. No geral, em pctes >55a ou com comorbidades se faz: ceftriaxona + 
vancomicina + ampicilina. Em recém-nascidos, cefotaxima (gram- e streptoB) + ampicilina (Listeria). 
Aminoglicosídeo pode ser opção à cefotaxima. Evitar em crianças com <2 meses o ceftriaxone (competição 
com a bilirrubina – chance maior de icterícia e outras complicações). Em infecção intra-hospitalar ou pós-
cirurgico → ceftazidima + vancomicina (staphylo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adultos e crianças > 2 meses Ceftriaxona (ou Cef 3ª) + 
vancomicina. Se anafilaxia a ßLac 
usar cloranfenicol. 
Ceftriaxona: crianças: 100 
mg/kg/dia por via intravenosa 
administrados em doses 
fracionadas a cada 12-24 horas; 
adultos: 2 g por via intravenosa a 
cada 12 horas /// 
Vancomicina: crianças: 60 
mg/kg/dia por via intravenosa 
administrados em doses 
fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 500-750 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas 
>55anos ou comorbidades Ceftriaxona + vanco + ampicilina Ampicilina: 2 g por via 
intravenosa a cada 4 horas /// 
Vancomicina: 500-750 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas /// 
Ceftriaxona: 2 g por via 
intravenosa a cada 12 horas /// 
Dexametasona: 10 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas 
Se comorbidades ou 
imunosupressão 
 
Ampi + Vanco + ceftriaxona Ampicilina: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 100-200 mg/kg/dia por 
via intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 2 g por via intravenosa a 
cada 4 horas /// Vancomicina: 
neonatos: consulte um especialista 
para obter orientação quanto à 
dose; crianças: 60 mg/kg/dia por 
via intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 500-750 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas /// 
Ceftriaxona: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 100 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 12-24 
horas; adultos: 2 g por via 
intravenosa a cada 12 horas 
RN Cefotaxima (aminoglicosídeo é 
opção) + ampicilina 
 
Infecção intra-hospitalar ou pós 
cirúrgico 
Ceftazidima + vanco Dose da ceftazidima em caso de 
pseudomonas (BMJ) → neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 150 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 8 horas; 
adultos: 1-2 g por via intravenosa 
a cada 8 horas 
Meningococo Pen G cristalina em crianças (5-7 
dias) e ceftriaxone (7 dias) em 
adultos (profilaxia com 
rifampicina - ou cripro em 
adultos) 
Benzilpenicilina sódica: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 180-300 mg/kg/ dia por 
via intravenosa administrados em 
4-6 doses fracionadas; adultos: 
2.4 g por via intravenosa a cada 4 
horas /// Ceftriaxona: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 100 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 12-24 
horas; adultos: 2 g por via 
intravenosa a cada 12 horas 
Listeria Ampicilina + amicacina IV (>21 
dias) (BMJ coloca Genta + 
penicilina G) 
Gentamicina: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 2 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas; 
adultos: 1 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas /// 
Benzilpenicilina sódica: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 180-300 mg/kg/ dia por 
via intravenosa administrados em 
4-6 doses fracionadas; adultos: 
2.4 g por via intravenosa a cada 4 
horas 
Pneumococo sensível à penicilina Penicilina G OU ampicilina: 10-
14 dias 
Benzilpenicilina sódica: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 180-300 mg/kg/ dia por 
via intravenosa administrados em 
4-6 doses fracionadas; adultos: 
2.4 g por via intravenosa a cada 4 
horas /// Ampicilina: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 100-200 mg/kg/dia por 
via intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 2 g por via intravenosa a 
cada 4 horas 
Pneumococo resistente à 
penicilina 
Cef 3ª IV por 10-14 dias + Vanco Vancomicina: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 60 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 500-750 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas /// 
Ceftriaxona: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 100 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 12-24 
horas; adultos: 2 g por via 
intravenosa a cada 12 horas 
Pneumococo resistente à 
penicilina e à cefalosporina 
vanco + cef 3ª (sinergismo 
funciona) + rifampicina 10-14 
dias. 
 
 
Pseudomonas Meropenem ou cef 4ª (BMJ 
coloca genta + ceftazidima) 
Gentamicina: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 2 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas; 
adultos: 1 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas /// 
Ceftazidima: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 150 mg/kg/dia por via 
intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 8 horas; 
adultos: 1-2 g por via intravenosa 
a cada 8 horas 
Staphylococcus Aureus Oxacilina ou vanco. Vanco se for 
resistente à meticilina, senão 
oxacilina. 
Oxacilina: neonatos: consulte um 
especialista para obter orientação 
quanto à dose; crianças: 200 
mg/kg/dia por via intravenosa 
administrados em doses 
fracionadas a cada 4 horas; 
adultos: 2 g por via intravenosa a 
cada 4 horas /// Vancomicina: 
neonatos: consulte um especialista 
para obter orientação quanto à 
dose; crianças: 60 mg/kg/dia por 
via intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 500-750 mg por via 
intravenosa a cada 6 horas 
Haemophilus influenzae Ampicilina se betalactamase 
negativa e Ceftriaxona se positiva 
Ampi: neonatos: consulte um 
especialista para obter orientação 
quanto à dose; crianças: 100-200 
mg/kg/dia por via intravenosa 
administrados em doses 
fracionadas a cada 6 horas; 
adultos: 2 g por via intravenosa a 
cada 4 horas // Ceftriaxone: 
neonatos: consulte um especialista 
para obter orientação quanto à 
dose; crianças: 100 mg/kg/dia por 
via intravenosa administrados em 
doses fracionadas a cada 12-24 
horas; adultos: 2 g por via 
intravenosa a cada 12 horas 
estreptococos do grupo B Genta + Penicilina G Gentamicina: neonatos: consulte 
um especialista para obter 
orientação quanto à dose; 
crianças: 2 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas; 
adultos: 1 mg/kg por via 
intravenosa a cada 8 horas /// 
Benzilpenicilina sódica: neonatos: 
consulte um especialista para 
obter orientação quanto à dose; 
crianças: 180-300 mg/kg/ dia por 
via intravenosa administrados em 
4-6 doses fracionadas; adultos: 
2.4 g por via intravenosa a cada 4 
horas 
 
Após identificação específica do germe, o seguinte tto é preconizado: 
Meningococo: em crianças Penicilina G IV por 5-7 dias; adultos Ceftriaxone IV por 7 dias 
Pneumococo: sensível à penicilina → Pen G IV por 10-14 dias; resistente à penicilina → cef 3ª IV por 10-14 
dias; resistente às duas anteriores → vanco + cef 3ª (sinergismo funciona) + rifampicina 10-14 dias. 
Listeria: Ampicilina + Amicacina IV > 21 dias 
Pseudomonas: Meropenem / Cef 4ª geração. 
Staphylo: Oxacilina ou vanco 
 
◘Quimioprofilaxia de doença meningocócica (contactantes) → familiares, íntimos, profissionais de saúde 
(apenas se muita exposição a aerossóis – na prática melhor prevenir e tomar), colegas de quarto, crianças 
coleguinhas de turma que sentam perto.Rifampicina 600mg/dose 12/12h por 2 dias (dose varia em função 
de faixa etária e peso) Em crianças, ≥ 1 mês de idade, 10 mg/kg; para crianças < 1 mês, 5 mg/kg. Outras 
opções são ceftriaxona (IM dose única), cipro e azitro. Paciente, caso não tratado com ceftriaxone, também 
fazer a profilaxia! Essa é a única que erradica. Pode usar rifampicina em gestantes. O PNI oferece pelo SUS 
a vacina anti-meningo C (2 doses aos 3 e 5 meses; com reforço entre 12 e 15 meses). Na rede privada existe 
a tetravalente (ACWY) e anti-meningo B). 
 
◘Quimioprofilaxia por Haemophylus → Todos os casos DESDE QUE haja criança <4a não vacinada, ou 
imunodeprimidos, no convívio. As crianças não vacinadas também merecem QP (e também a vacina). Para 
o próprio paciente, fazer caso não tenha sido tratado com cef 3ª, usar rifampicina 600mg/dia VO por 4 dias. 
 
 
-Prognóstico: sem tratamento faz HIC, meningoencefalite e óbito. Emergência médica – sem tratamento 
paciente vai a óbito! 
 
 
Meningoencefalite Tuberculosa 
 
-Clínica: quadro subagudo: perda ponderal, vômitos, cefaleia progressiva, confusão mental (encefalite) e 
rigidez nucal 
-LCR: ↓glicose 
-Dx: RM 
-Tto: 9 meses (2 meses de RHZE e 7 meses de RH). Prednisona por 6-8 semanas para prevenir sequelas. 
-Complicações: alta morbidade, pode levar a AVC 
 
 
 
Meningite Fúngica 
-Etiologia: criptococo (paciente HIV+), histoplasma, aspergillus e outros 
-Clínica: cefaleia, náuseas, vômito, febre, meningismo, perda ponderal 
-LCR: ↑pressão de abertura, pleocitose mononuclear, ↑prot, ↓glicose, pesquisa por fungos (fácil de 
diagnosticar, ao contrário da tuberculose) 
-Tto criptocócica: anfotericina (0,6 – 1 mg/kg/dia) + fluocitosina (6mg/kg/dia em doses fracionadas a cada 6 
goras) durante 2 semanas. Após, fluconazol (400mg/dia) por 10 semanas, depois reduzir para 200mg e usar 
pro resto da vida (há critérios para se parar de tomar, mas o mínimo é 1 ano) 
-Complicações: 30% de mortalidade! 
 
Abaixo perfil liquórico para diferenciação dos diferentes tipos da doença meníngea↓

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