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MENINGITE RESUMO – MEDICINA - UFCSPA Meningite é a infecção das meninges e do espaço subaracnóide. Podem ser virais, bacterianas, tuberculosas ou fúngicas. O perfil de líquor é uma ferramenta importante para a definição da etiologia. Meningite Viral -Epidemiologia: é a mais frequente, sendo seu curso benigno e autolimitado. Geralmente não dura mais do que uma semana, mesmo sem tratamento. O prognóstico é pior em recém nascidos. -Etiologia: os agentes virais mais incidentes são os enterovírus (echo-vírus, cocksackie, etc), mas há muitos outros como HSV-2, CMV, HIV, herpes, caxumba, etc. A transmissão do enterovírus é basicamente fecal- oral (comida contaminada) ou respiratória (resfriado). Os herpes vírus, ao contrário dos outros, podem causar meningoencefalite (rebaixamento de consciência), mas não é um quadro comum. -Líquor: pressão de abertura normal ou discretamente diminuída (100-350 mmH2O), pleocitose discreta (linfócitos), ↑proteínas, e glicose normal – pode-se lançar mão do PCR para identificar o vírus (padrão- ouro). A sorologia é menos específica porque muitas pessoas já são positivadas pra esses vírus mais comuns causadores de meningite. Todos os achados são discretos. Existe alguns vírus que são uma exceção a esse perfil e podem cursar com alterações parecidas da meningite bacteriana. São eles: CMV (imunodeprimido), caxumba e LCMV. -Clínica: o quadro clínico cursa normalmente com cefaleia, febre, fotofobia e rigidez de nuca. O paciente até pode ficar um pouco prostrado pela dor, mas não tem rebaixamento do nível de consciência, ao contrário da bacteriana. Também não faz convulsão ou déficit focal. Pode ter PIC aumentada, mas discretamente. Se por acaso ocorrer ↓sensório, convulsões e déficit focal (lesão do parênquima), e for viral, a hipótese é meningoencefalite viral (herpética, por exemplo). -Tratamento: normalmente o paciente melhora dos sintomas em 10 dias sem tratamento, em caso de herpes se usa aciclovir. Pode-se usar antiemético, analgesia e antitérmicos para sintomas. Pode ser conduzido até mesmo fora do ambiente hospitalar. Em pacientes imunossuprimidos, os quais não formam anticorpos naturalmente, pode-se lançar mão de gamaglobulina IV. Aciclovir: 10mg/kg a cada 8 horas, durante 14 a 21 dias. Meningite Bacteriana Urgência/emergência médica que exige velocidade de diagnóstico e tratamento. -Etiologia: S. pneumoniae (diplococo gram+, é o pmeunococo), N. Meningitidis (diplococo gram-, é o meningococo), Haemophilus Influenzae era um agente importante, mas teve sua incidência reduzida em 90% após a vacina pentavalente (nesse caso paciente começa o quadro com sintomas de infecção de via aérea). Ficar atento aqui, em países ricos pneumococo é o principal agente; no Brasil é o meningococo. -Epidemiologia: atinge qualquer faixa etária, mas 90% dos acometidos são crianças de até 5 anos de idade. Nos RN, os germes são os relacionados com o canal do parto (Streptococcus grupo B, E. Coli e Listeria); até os 20 anos os principais são meningococo e pneumococo, nessa ordem. A partir de 20 anos de idade o pneumococo é o principal (em países ricos, no Brasil é meningococo). Em idosos e imunossuprimidos, após o pneumococo, Listeria é o mais incidente. Lembrar da Listeria nos 2 extremos de idade. Alguns eventos também predispõem determinadas infecções: após neurocirurgia, os m.o mais prevalentes na meningite são os Staphylococcus aureus e epidermidis, assim como alguns gram-, como Pseudomonas aeruginosa. Após TCE / fístula liquórica se espera meningite por pneumococo. E, na infecção após punção lombar, se espera S. aureus e P. aeruginosa. ◘Meningococo (Neisseria meningitidis): diplococo gram-. Possui 12 sorogrupos de antígeno do polissacarídeo, sendo os principais A, C, W-135, Y e B. O predominante é o C. Acomete em 50% crianças com menos de 5 anos, especialmente aquelas com menos de 1 ano de idade. Não raro há surtos de meningite meningocócica em quartéis e escolas, onde ocorre a transmissão da bactérias por gotículas – em regiões pobres 10% dos jovens são portadores assintomáticos. A grande maioria dos colonizados não desenvolve a doença, apenas quando há um desbalanço significativo entre os fatores de virulência e as defesas do hospedeiro. Os fatores de risco para o desenvolvimento da patologia por meningococo são bem intuitivos: deficiência de complemento ou imunoglobulinas, asplenia, contato íntimo com portador, IVAS recente (Influenza consegue diminuir as defesas da nasofaringe) e tabagismo. ◘Pneumococo (Streptococcus pneumoniae): também encapsulado, é diplococo gram+. Possui mais de 90 sorotipos, quase todos virulentos para o ser humano. Os grupos mais acometidos são crianças com menos de 2a e idosos com >60a. A transmissão também se dá por gotículas e a prevalência de portadores assintomáticos também é alta. O principal fator de risco é pneumonia pneumocócica, que leva a bacteremia e invasão do espaço subaracnoide. Outros fatores de risco importantes são otite/sinusite (por contiguidade), deficiência de complemento ou imunoglobulinas, asplenia, alcoolismo (exclusivo do pneumococo – mecanismo não esclarecido), DM, DRC, HIV e fraturas de base de crânio com fístula liquórica (paciente que faz rinorreia/otorreia de conteúdo liquórico). ◘Listeria: adquire-se a bactéria por meio de alimentos contaminados. Na França, por exemplo, a incidência é alta, devido ao alto consumo de queijos. No Brasil, no entanto, ela é menos importante. Acomete populações especiais, como gestantes, crianças, idosos e imunodeprimidos. -Fisiopatologia: tudo começa com uma infecção (geralmente via aérea, mas não só), mais usualmente por pneumococo e meningococo. Então, a depender da virulência do patógeno e do nível imunológico das defesas, esses m.o’s podem invadir a mucosa e ganhar acesso à circulação sanguínea. Posteriormente, invadem o plexo coroide (filtragem do sangue para produção do líquor – imagem ao lado) e então entram no espaço subaracnoide, causando infecção e inflamação no líquor. O líquor favorece a multiplicação dessas bactérias, pois é um santuário imunológico – há poucas células de defesa ali, para que não haja muitas reações cruzadas (se proliferam rápida e agressivamente). Se sabe, hoje, que a repercussão clínica que isso tem no sistema nervoso é muito mais decorrente da resposta do corpo a esses patógenos do que à virulência dos mesmos – principalmente superantígenos que induzem resposta inflamatória, como TNF-alfa e IL-1ß (liberados pela micróglia em resposta aos superantígenos bacterianos). Essas citocinas, além de inflamar, fazem aumentar a permeabilidade vascular do SNC, fazendo com que leucócitos (pus, toxinas), proteínas (hidrocefalia) e líquido (↑PIC e edema cerebral) entrem no espaço subaracnoide. As proteínas aumentam a viscosidade do líquor, fazendo que seu fluxo seja alterado, inclusive travando a reabsorção do mesmo lá nas granulações aracnoides, no seio sagital – podendo levar a hidrocefalia. São em grande parte subprodutos dos neutrófilos (radicais livres, enzimas proteolíticas, NT excitatórios) que causam dano ao SNC. Essa resposta da defesa é zero efetiva, só causa dano. 100% dos casos, sem ATB, vão a óbito. Em torno de 20% dos casos de MBA ocorre a vasculite na base do crânio, local onde o exsudato purulento se acumula e começa a atacar extrinsecamente os vasos que ali passam. Isso gera vasculite compressiva com trombose – paciente pode fazer AVC. ◘Superantígenos: antígenos que despertam reações inflamatórias agressivas do sistema imune inato. As gram-, por exemplo, têm o LPS; e as gram+ têm o ácido tricoico e peptídeoglicanos na parede celular. -Clínica: Na maioria das vezes a evolução do quadro é fulminante (bem rápida) mas também pode ser subagudo (algumas horas). Tríade inesquecível da meningite: 1) febre, 2) cefaleia, 3) rigidez de nuca(reação protetora pra não mexer a meninge inflamada). Ao contrário da viral, aqui quase sempre (75%) há acometimento também do parênquima, causando rebaixamento do nível de consciência (obnubilação, confusão mental, agitação). Também são comuns convulsões (30%), LCR purulento e hiponatremia. Náuseas, vômitos e fotofobia também são comuns no quadro. Um dos principais marcos fisiopatológicos da doença é a HIC, que se manifesta em papiledema, midríase fixa, paralisia VI par e descerebração. Na febre pode-se ter o Sinal de Faget (pulso lento) e, conjuntamente à hipertensão craniana, pode ocorrer a tríade de Cushing (HAS, bradicardia e bradipneia). Se houver meningococcemia (meningococo), paciente pode fazer alterações dermatológicas. 1~8% dos casos pode evoluir com herniação cerebral (leva a PCR). ◘Rash da meningococcemia: até 60% dos casos de MBA por meningococo cursa com meningococcemia e rash. É uma púrpura fulminante. No início é um rash inespecífico, que evolui para rash hemorrágico e equimose, como na imagem. As púrpuras são palpáveis (elevação em relação à superfície da pele). Muito sugestivo de doença meningocócica. É provocada pelo meningococo por uma lesão do endotélio dos vasos dérmicos – vasculite infecciosa. Embora muito sugestivo de meningococo, em casos raros, o pneumococo também pode gerar essa situação. Há meningococo nessas púrpuras, podendo-se fazer biópsia desse material para análise. ◘Particularidades dos lactentes (<1 ano): importante ter um baixo limiar de suspeição, ou seja, fazer punção lombar com leves suspeitas, nem que seja pra descartar a meningite. Nessa população, febre e rigidez de nuca podem estar ausentes. Hipotermia é comum, assim como abaulamento de fontanela, inapetência e vômitos. Gemencia e irritabilidade são comuns (ao trocar a fralda flete as meninges). Cianose e icterícia também podem acontecer. ◘Exame físico: sinal de Kernig positivo (dor ao levantar a coxa), sinal de Brudzinski (encostar o mento no esterno com paciente deitado – se positivo sente dor), Lasègue (na meningite paciente sente dor nos dois lados, acima dos 30º). ◘Meningismo: rigidez de nuca + Kernig + Brudzinski Lasègue → discopatias e compressões (dor de um só lado). -Diagnóstico → hemocultura, punção lombar e raspado/biópsias das lesões constituem a essência do diagnóstico. A hemocultura deve ser feita imediatamente, através de punção de veia periférica. Também já seria interessante coletar sangue para realização de látex, CIE (Contra-imunoeletroforese) e RT-PCR – esses 3 exames são importantes no líquor, mas também podem ser feitos no sangue. ◘No látex, caso positivo pra determinado antígeno, ocorre a aglutinação. Kits de látex são vendidos (para meningococo, para pneumococo). ◘CIE: campo elétrico que faz os anticorpos do KIT se encontrarem com os possíveis antígenos do material biológico do paciente. Ficam aglomerados se positivo (faixa de material no meio da placa). É pouco usado na prática. Funciona para meningococo e Haemophilus. Não atropelar barreiras. Quadro infeccioso sugestivo de meningite, faz PCR, hemograma, possivelmente hemocultura (tudo antes da PL). Sempre afastar hipertensão intracraniana (herniação grave) – até pode pedir TC antes da PL, para afastar lesão expansiva intracerebral. Se suspeição de HIC, fazer tratamento. ◘Punção lombar -> fura ligamento amarelo, depois fura dura-máter (estalo). Tirar o mandril que começará a pingar. Antes de pingar, então, fazer raquimanometria (medição da pressão através da coluna de líquido). Sempre abaixo de L2 até S1 (ao nível das cristas ilíacas é L3~L4 – ideal). Paciente em posição fetal. Na punção lombar, o ideal também é que a coleta seja imediata. Após suspeição de meningite, já faz hemocultura e após punção lombar. Como é um procedimento mais complicado, caso haja algum empecilho, jamais atrasar tratamento de antibioticoterapia empírica. É preferível perder os dados da punção lombar do que atrasar o ATB. Importante ressaltar que após as primeiras horas do pós-ATB, não há perda de acurácia nos exames de citoquímica, bacterioscopia, látex, CIR ou RT-PCR (punção lombar muito útil). Apenas a cultura é prejudicada. É um procedimento que demanda o Kit de punção lombar (nem todo local tem), assim como a segurança e expertise do médico – muitos não fazem. Contraindicações da punção lombar incluem: piodermite no local de punção, suspeita de HIC (pode herniar o centro respiratório no forame magno, causando parada; sempre fazer TC de crânio antes), suspeita de abscesso epidural espinhal (imagem antes), trombocitopenia, discrasia e anticoagulação (plaquetas < 50000 ou INR > 1.4); esses pacientes podem sangrar e fazer hemorragia subaracnóidea traumática pela punção. Há alguns achados sugestivos de HIC que nos ajudam a garantir que se deve fazer uma TC de crânio antes de puncionar o paciente, são eles: ↓sensório, déficit focal, papiledema, convulsão na última semana e imunodepressão. Sem contraindicações, fazer PL num primeiro momento e, logo após, o antibiótico. Ministério da Saúde recomenda a coleta de 3 ml (1 para cultura, 1 para citoquímica/bacterioscopia e 1 para CIE, látex e RT-PCR). Perfil do líquor na MBA Pressão (até 18 cm H2O) >> 18cm Células (até 4/mm³) ↑ PMN (10-10000/ml) Proteínas (até 30 mg/dL) >> 45 Glicose (50 a 80 mg/dL) < 40 (pode chegar a 0) Relação Glicose LCR/Soro < 0.4 Aglutinação do látex Identificação do germe Cultura Sensibilidade de 80% - isolamento do patógeno Bacterioscopia pelo gram 60% das vezes a identificação do tipo do germe (gram+ ou gram-). Norteia o tratamento!!! RT-PCR Sondas específicas Látex (depende do anticorpo) Kits de meningo, pneumo, Hib, E. coli, GBS !!!Lembrando que na bacterioscopia, se for diplococo gram- é meningococo; se for diplococo gram+ é pneumococo; se for cocobacilo gram- é Haemófilo; e se for bacilo gram+ é Listeria!!! ◘Raspado/biópsia das lesões: pode ajudar no diagnóstico. A raspagem é mais simples: raspa, deixa sangrar um pouco e colhe o material. Pode ser feito cultura e RT-PCR. Já a biópsia seria o ideal, pode-se fazer bacterioscopia, cultura e RT-PCR. ◘Sinais de HIC → rebaixamento nível de consciência, tríade de Cushing, vômito em jato (quase patognomônico). -Investigação: hemocultura, punção lombar e ATB empírica, NESSA ORDEM. Não atrasar ATB por causa de punção lombar. -Conduta: São emergências médicas, precisam de tratamento rápido. Inicia-se ATB empírico em até 60 min da chegada do paciente. Colhe os exames e já faz ATB (idealmente), nem sempre se pode esperar. ATB e corticoide (apenas Haemophilus e pneumococo – agressividade meníngea). Dexametasona nos primeiros 4 dias (inicia 20 min antes do ATB ou concomitante). ◘Dexametasona > poderosa ação anti-inflamatória rápida. Atua em nível genético no RNA mensageiro, impedindo a transcrição das citocinas inflamatórias. Importante pois no início do antibiótico muitas bactérias morrem, liberando superantígenos e muitas vezes piorando o quadro inflamatório e consequentemente clínico. Usar 10 mg IV 20 min antes da 1ª dose de ATB, depois, 10mg IV de 6/6hrs por 4 dias. Após 6 horas do ATB nem usar. Crianças ≥1 mês de idade: 0.6 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas. -Tto: como não se sabe o agente, pela gravidade, se trata todos os casos como se fossem bacterianos. Crianças acima de 2 meses e adultos se usa terapêutica inicial com ceftriaxona (ou outra cefalosporina 3ª geração) e vancomicina (terapia empírica, pega meningococo e pneumococo). Se tiver anafilaxia a beta lactâmico, pode-se usar cloranfenicol. Nunca se deve tratar com vanco isolada, ela penetra mal o espaço subaracnoide. Caso, depois, plotado meningococo, usar penicilina g cristalina e fazer profilaxia com rifampicina (ou cipro em adultos). Com suspeita de Listeria, ampicilina. Este últimotambém é a escolha em pcts >55a e imunodeprimidos. No geral, em pctes >55a ou com comorbidades se faz: ceftriaxona + vancomicina + ampicilina. Em recém-nascidos, cefotaxima (gram- e streptoB) + ampicilina (Listeria). Aminoglicosídeo pode ser opção à cefotaxima. Evitar em crianças com <2 meses o ceftriaxone (competição com a bilirrubina – chance maior de icterícia e outras complicações). Em infecção intra-hospitalar ou pós- cirurgico → ceftazidima + vancomicina (staphylo). Adultos e crianças > 2 meses Ceftriaxona (ou Cef 3ª) + vancomicina. Se anafilaxia a ßLac usar cloranfenicol. Ceftriaxona: crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas /// Vancomicina: crianças: 60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500-750 mg por via intravenosa a cada 6 horas >55anos ou comorbidades Ceftriaxona + vanco + ampicilina Ampicilina: 2 g por via intravenosa a cada 4 horas /// Vancomicina: 500-750 mg por via intravenosa a cada 6 horas /// Ceftriaxona: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas /// Dexametasona: 10 mg por via intravenosa a cada 6 horas Se comorbidades ou imunosupressão Ampi + Vanco + ceftriaxona Ampicilina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 4 horas /// Vancomicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500-750 mg por via intravenosa a cada 6 horas /// Ceftriaxona: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas RN Cefotaxima (aminoglicosídeo é opção) + ampicilina Infecção intra-hospitalar ou pós cirúrgico Ceftazidima + vanco Dose da ceftazidima em caso de pseudomonas (BMJ) → neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 150 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 8 horas Meningococo Pen G cristalina em crianças (5-7 dias) e ceftriaxone (7 dias) em adultos (profilaxia com rifampicina - ou cripro em adultos) Benzilpenicilina sódica: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 180-300 mg/kg/ dia por via intravenosa administrados em 4-6 doses fracionadas; adultos: 2.4 g por via intravenosa a cada 4 horas /// Ceftriaxona: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas Listeria Ampicilina + amicacina IV (>21 dias) (BMJ coloca Genta + penicilina G) Gentamicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 2 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas; adultos: 1 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas /// Benzilpenicilina sódica: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 180-300 mg/kg/ dia por via intravenosa administrados em 4-6 doses fracionadas; adultos: 2.4 g por via intravenosa a cada 4 horas Pneumococo sensível à penicilina Penicilina G OU ampicilina: 10- 14 dias Benzilpenicilina sódica: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 180-300 mg/kg/ dia por via intravenosa administrados em 4-6 doses fracionadas; adultos: 2.4 g por via intravenosa a cada 4 horas /// Ampicilina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 4 horas Pneumococo resistente à penicilina Cef 3ª IV por 10-14 dias + Vanco Vancomicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500-750 mg por via intravenosa a cada 6 horas /// Ceftriaxona: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas Pneumococo resistente à penicilina e à cefalosporina vanco + cef 3ª (sinergismo funciona) + rifampicina 10-14 dias. Pseudomonas Meropenem ou cef 4ª (BMJ coloca genta + ceftazidima) Gentamicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 2 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas; adultos: 1 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas /// Ceftazidima: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 150 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 8 horas Staphylococcus Aureus Oxacilina ou vanco. Vanco se for resistente à meticilina, senão oxacilina. Oxacilina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 4 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 4 horas /// Vancomicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500-750 mg por via intravenosa a cada 6 horas Haemophilus influenzae Ampicilina se betalactamase negativa e Ceftriaxona se positiva Ampi: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 4 horas // Ceftriaxone: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 12 horas estreptococos do grupo B Genta + Penicilina G Gentamicina: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 2 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas; adultos: 1 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas /// Benzilpenicilina sódica: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; crianças: 180-300 mg/kg/ dia por via intravenosa administrados em 4-6 doses fracionadas; adultos: 2.4 g por via intravenosa a cada 4 horas Após identificação específica do germe, o seguinte tto é preconizado: Meningococo: em crianças Penicilina G IV por 5-7 dias; adultos Ceftriaxone IV por 7 dias Pneumococo: sensível à penicilina → Pen G IV por 10-14 dias; resistente à penicilina → cef 3ª IV por 10-14 dias; resistente às duas anteriores → vanco + cef 3ª (sinergismo funciona) + rifampicina 10-14 dias. Listeria: Ampicilina + Amicacina IV > 21 dias Pseudomonas: Meropenem / Cef 4ª geração. Staphylo: Oxacilina ou vanco ◘Quimioprofilaxia de doença meningocócica (contactantes) → familiares, íntimos, profissionais de saúde (apenas se muita exposição a aerossóis – na prática melhor prevenir e tomar), colegas de quarto, crianças coleguinhas de turma que sentam perto.Rifampicina 600mg/dose 12/12h por 2 dias (dose varia em função de faixa etária e peso) Em crianças, ≥ 1 mês de idade, 10 mg/kg; para crianças < 1 mês, 5 mg/kg. Outras opções são ceftriaxona (IM dose única), cipro e azitro. Paciente, caso não tratado com ceftriaxone, também fazer a profilaxia! Essa é a única que erradica. Pode usar rifampicina em gestantes. O PNI oferece pelo SUS a vacina anti-meningo C (2 doses aos 3 e 5 meses; com reforço entre 12 e 15 meses). Na rede privada existe a tetravalente (ACWY) e anti-meningo B). ◘Quimioprofilaxia por Haemophylus → Todos os casos DESDE QUE haja criança <4a não vacinada, ou imunodeprimidos, no convívio. As crianças não vacinadas também merecem QP (e também a vacina). Para o próprio paciente, fazer caso não tenha sido tratado com cef 3ª, usar rifampicina 600mg/dia VO por 4 dias. -Prognóstico: sem tratamento faz HIC, meningoencefalite e óbito. Emergência médica – sem tratamento paciente vai a óbito! Meningoencefalite Tuberculosa -Clínica: quadro subagudo: perda ponderal, vômitos, cefaleia progressiva, confusão mental (encefalite) e rigidez nucal -LCR: ↓glicose -Dx: RM -Tto: 9 meses (2 meses de RHZE e 7 meses de RH). Prednisona por 6-8 semanas para prevenir sequelas. -Complicações: alta morbidade, pode levar a AVC Meningite Fúngica -Etiologia: criptococo (paciente HIV+), histoplasma, aspergillus e outros -Clínica: cefaleia, náuseas, vômito, febre, meningismo, perda ponderal -LCR: ↑pressão de abertura, pleocitose mononuclear, ↑prot, ↓glicose, pesquisa por fungos (fácil de diagnosticar, ao contrário da tuberculose) -Tto criptocócica: anfotericina (0,6 – 1 mg/kg/dia) + fluocitosina (6mg/kg/dia em doses fracionadas a cada 6 goras) durante 2 semanas. Após, fluconazol (400mg/dia) por 10 semanas, depois reduzir para 200mg e usar pro resto da vida (há critérios para se parar de tomar, mas o mínimo é 1 ano) -Complicações: 30% de mortalidade! Abaixo perfil liquórico para diferenciação dos diferentes tipos da doença meníngea↓
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