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Resenha Crítica - Cartas a um jovem terapeuta

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Resenha Crítica de: 
“Cartas a um jovem terapeuta”
 
 Contardo Calligaris, em sua obra “Cartas a 
um jovem terapeuta: Reflexões para 
psicoterapeutas, aspirantes e curiosos”, 
publicado pela primeira vez em 2004, traz, em 
forma de diálogo com o leitor, suas 
experiências profissionais como 
psicoterapeuta, evidenciando possíveis 
dúvidas e desafios para a prática. Assim, esse 
livro é um suporte fundamental e uma leitura 
indispensável para todos que desejam trilhar 
esse caminho. 
 
 A leitura da obra se dá de maneira tranquila, 
pois o livro é bem didático. Acerca das 
discussões, conforme o título da obra 
evidencia, são feitas a partir de cartas 
enviadas por jovens profissionais com dúvidas 
acerca do exercício da profissão, as quais 
Calligaris responde, mas não somente, ele dá 
dicas, sugestões, exemplos, etc. O que torna 
a experiência da leitura muito mais rica e 
proveitosa, pois é possível visualizar o que está 
escrito em situações reais. 
 
 Logo no início do livro, o autor discorre que se 
o objetivo do psicoterapeuta for 
reconhecimento e admiração, essa profissão 
não deve ser escolhida. Afinal, a eterna 
admiração ou devoção ao terapeuta 
ocasionaria em uma ação contrária ao que 
se busca na terapia, o paciente se 
encontraria em estado de dependência da 
mesma forma que um toxicômano. 
 
 Na obra também nos são apresentados 
traços de caráter ou de personalidade 
favoráveis da pessoa que quer se tornar 
psicoterapeuta, são eles: ter um gosto 
pronunciado pela palavra e um carinho 
espontâneo pelas pessoas, por mais 
diferentes que sejam; curiosidade pela 
variedade da experiência humana com o 
mínimo preconceito; experiências de vida e; 
uma dose de sofrimento psíquico. Em outras 
 
palavras, o psicoterapeuta deve ser uma 
pessoa curiosa, sem preconceitos e sem 
buscar se prender a moldes de perfeição - 
pois eles não existem. 
 
 No decorrer da obra, Calligaris aponta 
questões que podem afligir a pessoa que quer 
trilhar o caminho de psicoterapeuta, como a 
expectativa do primeiro paciente, os amores 
terapêuticos, o processo de formação - que 
não necessariamente precisa ser em 
psicologia, mas que essa área oferece um 
grande arsenal de conhecimentos para o 
futuro terapeuta -, a pressa para a cura, e 
como se consolidar no mercado. 
 
 Sobre essas questões, a meu ver, são um 
pouco apressadas, especialmente se 
considerarmos o mercado de trabalho antes 
de uma formação adequada, o que 
Calligaris cita como “a confiança em si a 
ponto de autorizar-se a atender”. Pois, não 
havendo essa confiança, oriunda de muito 
estudo e vivências - permitindo-se ocupar o 
papel de paciente também -, haveria mais 
um profissional medíocre que não dá conta 
das próprias demandas buscando “resolver” 
as demandas de outrem. E, nessa ótica, a 
formação do terapeuta nunca tem fim, é 
necessário buscar também fora da academia 
e perpassar as várias abordagens para se 
manter sempre atualizado e responder de 
forma positiva as mudanças sociais, que 
refletem na sala da clínica. 
 
 Por fim, convém salientar que embora adepto 
da psicanálise, é perfeitamente possível 
compreender a obra de Calligaris, que busca 
ser acessível para vários públicos. Desse 
modo, “Cartas a um jovem terapeuta: 
Reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e 
curiosos”, é um livro bastante informativo e 
que cumpre a proposta de ser um guia para 
ajudar estudantes e jovens psicoterapeutas 
By: Ewylle Farias 
desde o enfrentamento de problemas 
técnico pontuais até questões mais subjetivas 
e de ordem psíquica. 
 
 
Referência 
 
CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem 
terapeuta. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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