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Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 FC I – PRÁTICA – EMERSON LINHAS E REGIÕES DO TÓRAX Face anterior: Linhas Horizontais: Linha clavicular Linha 3ª costal: Junção do 3º arco costal com o osso do esterno. Para identificar a 3ª costal devemos identificar o ângulo de Louis (Junção do manúbrio com o corpo do esterno) Linha 6ª costal: Costuma coincidir com a junção do apêndice xifoide com o corpo do esterno Linhas Verticais: Linha esternal ou medioesternal: Divide o hemitórax direito e esquerdo Linha esternal lateral: Margeia a borda esternal Linha axilar anterior: Segue a prega axilar anterior Regiões: Supraclavicular Infraclavicular Mamária Hipocôndrio ou inframamária: Abaixo da 6ª costal Face Posterior: Linhas Horizontais: Linha escápulo-espinhal/supraescapular: Passa nas espinhas das escápulas Linha infraescapular: Margeia a borda inferior das escapulas Linhas Verticais: Linha vertebral: Passa pelos processos espinhosos da coluna vertebral. Divide os hemitórax D e E Linha exilar posterior Linha duodécima: Inferior do tórax posterior. Onde está a 12ª vértebra torácica. Regiões: Supraescapular Escapular D e E Infraescapular Interescápulo-vertebral: Região do meio Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Face Lateral: Linhas Verticais: Linhas axilares anterior e posterior Linhas “Horizontais”: Extensão da 6ª costal (Junção do apêndice xifoide com o corpo do esterno) Extensão da esternal lateral Regiões: Axilar Infra-axilar EXAME FÍSICO Paciente em pé ou sentado, a não ser que a pessoa não consiga assumir essa posição (acamado). Despido Luminosidade Temperatura da mão adequada INSPEÇÃO Só de olhar pode avaliar a FR, ritmo (normal ou atípico), expansibilidade. Inspeção estática: Avalia se há algum abaulamento, retração, tumoração, nódulo, proporção das regiões, se há alteração em termos de cifosidade, escoliose, a relação 2:1 AP. Avaliar a região do esterno, se há alguma retração (tórax em sapateiro/escavado) ou protusão (tórax cariniforme/peito de pomba). Inspeção dinâmica: Leva em consideração os movimentos da respiração. Se não, chamamos de inspeção estática. Avalia a expansibilidade do tórax PALPAÇÃO Avaliar dor: Com a digito-pressão pode avaliar alguma dor que a paciente queixa. Delimitar lesão: Serve também para delimitar alguma lesão percebida na inspeção, um nódulo por exemplo, e saber seu diâmetro, consistência. Expansibilidade: Serve também para avaliar a expansibilidade. Expansibilidade tórax posterior: Expansibilidade de lobo superior: Mãos espalmadas na região do trapézio, direciona um polegar contra o outro, faz uma leve prega cutânea com os polegares e pede para o paciente fazer uma inspiração profunda. Esse movimento deve ser homogêneo e simétrico. Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Expansibilidade de lobo inferior: coloca os dedos na região da axilar anterior e direciona o polegar para a região vertebral. Pede para o paciente fazer uma inspiração profunda e acompanho o movimento das mãos que também deve ser homogêneo e simétrico. Expansibilidade tórax anterior: Região mamária e inframamária, coloca as mãos nessa região, os 4 dedos na linha axilar posterior, direciono o polegar para a região esternal e pede para o paciente fazer uma inspiração profunda, acompanhando o movimento das mãos que deve ser simétrico. Mais abaixo avalia a expansibilidade de lobo médio e língula. Lembrando que à direita temos 3 lobos (superior, médio e inferior) e à esquerda 2 lobos (superior e inferior). A língula à esquerda corresponde o lobo médio PERCUSSÃO Na região posterior foge de escápula. Percute na paravertebral. Na região anterior foge de tecido mamário e muscular. Percurte na paraesternal. Percutir sempre comparando com o correspondente. Apoia o dedo médio e percute com o outro dedo médio faz movimento perpendicular de queda de punho. Faz 2 a 3 golpes e retira a mão. Avaliar profundidade de até 5 centímetros. Queremos saber qual é a constituição da estrutura logo abaixo. Sons: Parênquima pulmonar normal: Som claro pulmonar Região do precórdio e do fígado: Som maciço Transição, na periferia/margem dos órgãos: Som submaciço. Som timpânico ou hiper-timpânico não espera encontrar no tórax normal. AUSCULTA O som respiratório é gerado na passagem do ar por uma via aérea calibrosa – traqueia e brônquios principais - e dali ele se transmite para as outras estruturas. Captamos esse som na superfície do tórax. Esse som respiratório não é homogêneo. Onde tenho parênquima pulmonar ele serve como um filtro para aquele som. Onde não há parênquima, por exemplo na região cervical, identificamos um som traqueal ou bronquial, um som rude. Se encontrei um som traqueal ou bronquial no tórax onde tem parênquima pulmonar significa que perdi aquele parênquima pulmonar. Na parte superior tem pouco parênquima e é uma região muito próxima de onde é gerado o som. Identifico em algumas pessoas um som um pouco rude ainda na inspiração e mais suavizado na expiração -> som broncovesicular. Identificado mais nos ápices, onde tem menos parênquima. Onde há muito parênquima o som é bem suavizado, tanto na inspiração quanto na expiração -> murmúrio vesicular. Mas se identifico um som broncovesicular em bases, isso é alterado, não é fisiológico. Significa perda de um pouco de parênquima, é como se tivesse solidificado aquela região. Se substituir o ar por um componente mais sólido o som rude é transmitido mais facilmente. Murmúrio vesicular fisiológico Crepitações: Gerado pela passagem do ar em vias aéreas previamente colapsadas e com a passagem do ar se abrem em momentos diferentes. Som do atrito do cabelo. Som descontínuo. Fase inspiratória. Causado por secreção na via aérea. Edema pulmonar, congestão pulmonar, pneumonia, bronquite (depende da causa). o Crepitação grossa: Acometimento de vias aéreas mais grossas. o Crepitação fina: Acometimento de vias aérea mais finas. Bronquíolos por exemplo. Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Na crepitação a via aérea está ocluída. Sibilos: Sons considerados sons contínuos/musicais, gerado pelo fato da pessoa ter um estreitamento da via respiratória. O som quando passa por orifício estreitado lembra um assobio. Qualquer doença que causa esse estreitamento. Asma, DPOC, bronquiolite, bronquite infecciosa, tumor que esteja estreitando um brônquio principal. Fase expiratória (mais comum). A tendência é a via aérea se estreitar mais na expiração. Ronco: Som contínuo/musical. É ocasionado pela passagem na via aérea também estreitada. Tem tonalidade diferente do sibilo. O sibilo é um som mais agudo, o ronco é mais grave. A via aérea acometida é mais calibrosa, dando uma tonalidade mais grave. Asma, DPOC... Fase expiratória. Broncovesicular: Associação de sons. Som mais rude e sobreposto a isso tem uma crepitação fina. Fase inspiratória. Pneumonia, onde há substituição do espaço aéreo por secreção e aquele espaço aéreo se consolidou, transmitindo o som mais facilmente. Som rude e sobreposto a isso a crepitação fina. Parece com crepitação grossa. Atrito Pleural: Ocorre quando as pleuras estão espessadas ou inflamadas por uma pleurite, inflamação da pleura,lúpus. Fase inspiratória Semelhante ao ranger de porta. Parece com crepitação grossa. Estridor Laríngeo: Estreitamento em nível de laringe, extratorácica. Fase inspiratória. Laringite, edema de glote, corpo estranho, obstrução de via aérea alta, compressão extrínseca por um tumor. FORNECIMENTO DE O2 SUPLEMENTAR Utiliza quando a pessoa tem uma hipoxemia/dessaturação. Formas de fornecer O2: BAIXO FLUXO: Cateter nasal/óculos nasal: Conecta em uma fonte de O2 que pode ser em um hospital ou coloca em uma bala de O2. 1 a 6 Litros de O2. Fração inspirada de O2 varia de 21% até 46%. Reservatório: Cavidade nasal: 50 mL. Mistura com o ar ambiente e o reservatório é pequeno. Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Máscara facial: Precisa de uma fração inspirada maior de O2. 5 a 10 L. Fração inspirada de O2: Até 60% Reservatório: máscara Máscara com a bolsa reservatória: Quando precisa de um reservatório maior ainda. Conecta o O2 que vai enchendo a bolsa e a máscara também. Se o sistema não tem uma válvula, ele permite uma reinalação. Se a válvula é colocada, quando a pessoa inspira, a válvula se abre, as válvulas expiratórias se fecham e vai praticamente O2 puro para a pessoa (100%). Quando a pessoa expira, as válvulas laterais se abrem e a outra se fecha, fazendo com que o ar expirado não vá para a bolsa. A Válvula não permite a reinalação. ALTO FLUXO: O que define um alto fluxo é colocar um fluxo de O2 que está além da capacidade de passagem por um orifício ou da via respiratória. Válvulas de Venturi: Encaixa o O2 na máscara, e liga em um fluxo ALÉM da capacidade desse orifício. Por exemplo, tem a válvula de 28%, se colocar um fluxo de O2 de 4L/min, ele vai atrair uma proporção constante do ar ambiente pelos orifícios laterais e dentro do cano fica 28%. Se está dessaturando, troco por uma válvula de maior porcentagem. Válvula de 40% -> 15L/min. Válvula de 35% -> será de 35% se colocar no mínimo 12L/min. Se colocar menos que isso não dará a porcentagem de 35%. Alto fluxo: o fluxo que está além da capacidade daquele orifício. A válvula de Venturi/alto fluxo ela tem um objetivo principal: pessoa que tem insuficiência respiratória crônica e hipoxêmica em que se você exceder o oxigênio ou a saturação e tiver um excesso de O2, o centro respiratório dessa pessoa que está acostumada com 80/90% de saturação por exemplo, se você der 98%, o centro respiratório enxergará como hiperventilação. Com isso dará menos comando ventilatório e o paciente vai hipoventilar, reter CO2 e pode entrar em coma. Então se a pessoa tem uma insuficiência respiratória crônica hipoxêmica o pedido é esse. Se o paciente está saturando bem pode mudar para o cateter nasal e passar para 2/3 L ou então não está mais precisando de O2. O excesso de O2 é deletério, causando um estresse oxidativo. É nas janelas laterais que mistura o ar ambiente ao oxigênio 100%, levando às porcentagens de cada válvula fornecendo suas FiO2 (frações inspiradas de O2). Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Máscara de Venturi. OXIMETRIA Acompanha a saturação de oxigênio. Tem um emissor de luz que emite um comprimento de onda que vai detectar a hemoglobina que está oxigenada e a região que capta o que passa pelo tecido que não pode ser muito espesso (dedo ou lóbulo da orelha). Nos dá a frequência de pulso e a saturação. * Esmalte pode criar uma barreira e influenciar na passagem da luz. Luminosidade externa também pode atrapalhar a captação da leitura. * É preciso ter um fluxo pulsátil. Quero ver a diferença no pulso entre a fase sistólica e diastólica. Se a pessoa estiver chocada isso pode interferir também. * Vasoconstrição e ambiente muito frio pode interferir também. Tem que diminuir a pulsação venosa, então a pessoa deitada a mão deve estar na cama, na mesma altura do coração. Se o braço está abaixo desse nível, isso aumenta a pulsação venosa. Se em pé, deve-se colocar a mão na altura do coração. Falso positivo: Pessoa intoxicada pelo CO2. O CO2 também absorve o mesmo comprimento da luz que o O2. Então pode dar uma saturação de 98%, mas não é 98% de O2, pode ser de CO2. Quando vai administrar O2 deve colocar a oximetria para ver quanto está saturando e se precisa de O2 ou não. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA/HIPOVENTILANDO INTUBAÇÃO PARA VENTILAÇÃO Ventilação com Bolsa Válvula Máscara: Deve utilizar máscara adequada para o tamanho do paciente. Abrir a via aérea -> Anterioriza o queixo, abre a boca e hiperextende a cabeça. Faz a manobra C (polegar e indicador em cima da máscara) e E (3 dedos na mandíbula). O dedo mínimo deve estar atrás do ângulo da mandíbula fazendo uma tração para anteriorizar a mandíbula, ajudando a abrir a via aérea. 10 a 12 incursões respiratórias por minuto -> 1 ventilação a cada 6 segundos. 1 a 2 segundos para a fase inspiratória e o resto solta e deixa expirar (expiração passiva). Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Cânula de Guedel ou orofaríngea: Para paciente que não pode hipertextender a cabeça, pode passar uma cânula de Guedel/orofaríngea. Com isso não precisa hiperextender e mantém a via aérea aberta da pessoa, para podermos ventilar. Para abrir a via aérea: Movimento de tesoura reversa com os dedos polegar e médio. Polegar: Arcada inferior Dedo médio: Arcada superior Abre a boca do paciente, coloca a cânula em movimento contínuo de introduzir e girar. Para retirar é só puxar. Manteve a via aérea aberta pode ventilar. MEDICAÇÕES Dispositivo Inalatório: Nebulímetro pressurizado: Medicação está pressurizada dentro do dispositivo. Sacodir: Depende, se for uma solução não precisa, mas se for suspensão, precisa agitar. Então, por convenção, agita-se todos. Expiração não forçada, abre a boca, encaixa o dispositivo (pode colocar na boca, antigamente era o CFC e não podia, mas hoje é o hidrofluoralcano. Logo, é possível colocar a boca no dispositivo), dispara e faz uma inspiração lenta e profunda. Faz uma apneia de 10 segundos. Depois solta o ar normalmente. Se precisar de outra dose repete o processo. Espaçador valvulado: Se a pessoa não tem uma boa técnica entre o disparo e a inspiração, ou então está em uma insuficiência respiratória e não consegue fazer a técnica adequada ou a apneia, pode-se utilizar o espaçador valvulado. Pode fazer a técnica como demonstrado acima. Mas, se a pessoa puxar pelo nariz não adianta. Então, pode encaixar uma máscara, podendo aspirar pelo nariz. Pode realizar como a técnica acima, ou então pode sacodir, disparar e fazer 5 incursões respiratórias, sem necessidade de apneia. Pode ser utilizado por crianças pequenas ou adulto que não possui uma boa técnica. Inaladores de pó seco Raquel Coimbra Dias – MED XV 2017.2 Discos: Multidose. Abre, expõe o bucal e a alavanca. A alavanca, ao abaixar faz um clique e abre o bucal e disponibilizauma dose da medicação. Não pode soprar dentro do dispositivo. Faz uma expiração não forçada, coloca na boca e puxa forte, rápido e de uma vez. Faz apneia de 10 segundos. Turbohaler: Multidose. Base vermelha giratória, que deve ser girada no sentido anti-horário, retorna até ouvir um clique, armando o dispositivo. Faz uma expiração, coloca na boca, puxa forte, rápido e de uma vez. Faz apneia de 10 segundos. Seu contador de dose não é tão bom quanto o unitário. DPI: Multidose. Abre a tampa e expõe o bucal. Mais moderno em relação aos outros. Arma pelo próprio fluxo inspiratório que a pessoa faz. Faz expiração não forçada, acopla os lábios e puxa rápido, forte e de uma vez. Nebulizador Coloca as gotas da medicação com soro fisiológico. Pode também conectar O2 direto na máscara. Tendência de se usar menos. PEAK FLOW ou PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO Avalia o pico de fluxo expiratório. Faz uma inspiração máxima, encaixa o bucal e sopra forte, rápido e de uma vez. Sopro que dura de 1 a 2 segundos. 3 medidas que não podem variar mais de 20. Pega-se o maior pico de fluxo das 3 medidas com diferença de ATÉ 20L/min. Ex.: 1ª medida: 350L/min 2ª medida: 350L/min 3ª medida: 330L/min Pico de fluxo expiratório: 350. A referência depende do gênero, da idade e da altura do paciente.
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