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EDUCAÇÃO INCLUSIVA DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

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EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA: 
TEORIA E PRÁTICA
Michela Carvalho da Silva
A Declaração de Salamanca
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os parâmetros estabelecidos na Declaração de Salamanca para 
as políticas e práticas voltadas à educação inclusiva.
 � Explicar a importância da inclusão do aluno com deficiência na escola 
regular.
 � Sintetizar a estrutura de ação em educação especial.
Introdução
Você sabia que as políticas e práticas voltadas à educação inclusiva obe-
decem a parâmetros estabelecidos por documentos e leis? Eles visam 
não somente padronizá-las, mas torná-las ferramentas para se chegar a 
uma educação que seja satisfatória para todos.
Um dos principais documentos que estabelecem diretrizes para a 
educação inclusiva é a Declaração de Salamanca. Ela tem como princípio 
a necessidade de se ampliar a inclusão dos alunos com deficiência nas 
escolas regulares. Além disso, propõe uma pedagogia centrada na criança, 
capaz de satisfazer às necessidades de todos.
Neste capítulo, você conhecerá as diretrizes e práticas propostas pela 
Declaração de Salamanca.
A educação inclusiva de acordo com as diretrizes 
estabelecidas na Declaração de Salamanca
A Declaração de Salamanca (1994) é um dos principais documentos que 
propõem as diretrizes para a prática e o funcionamento da educação especial 
inclusiva. A partir desse documento, entre outros, foram redigidas as leis 
brasileiras sobre educação especial, levando em conta os seus moldes.
A Conferência Mundial de Educação Especial, que aconteceu na cidade de 
Salamanca, na Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, reuniu representantes 
de 88 governos e 25 organizações internacionais. A conferência teve como 
objetivo principal discutir as necessidades e as possíveis providências a serem 
tomadas com o intuito de oferecer educação especial inclusiva nos vários países 
participantes. No caso de esta já ter sido implantada, a discussão se focou em 
como melhorá-la (MENEZES; SANTOS, 2001).
A declaração proclama que (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994):
 � Toda criança tem direito fundamental à educação e lhe deve ser dada 
a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.
 � Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessi-
dades de aprendizagem que são únicas.
 � Sistemas educacionais devem ser designados e programas educacionais 
devem ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta 
diversidade de tais características e necessidades.
 � Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à 
escola regular, que deve acomodá-los em uma pedagogia centrada na 
criança e capaz de satisfazer a tais necessidades.
 � Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias. Assim, é 
possível criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade inclu-
siva e alcançar a educação para todos. Além disso, tais escolas provêm 
uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, 
em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
Essas diretrizes proclamam que a educação especial seja, a partir de então, 
inclusiva, com a matrícula de todos os alunos com necessidades educacionais 
especiais na escola regular. Esta, por sua vez, deve ser capaz de prover as 
necessidades por meio de adaptações no currículo, da formação dos professores 
envolvidos no processo, das metodologias de ensino, do material didático e 
das suas dependências físicas.
Você pode perceber, nessas diretrizes, a preocupação em inserir o educando com 
deficiência em um ambiente de onde ele se sinta parte. Dessa inserção deve resultar 
uma maior participação dessas pessoas na sociedade como um todo, uma vez que 
não ficam restritas aos ambientes exclusivos, como as escolas especiais.
3A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca2
O papel da escola regular na educação inclusiva
A escola regular desempenha papel fundamental na proposta de educação 
inclusiva. A escola, enquanto espaço físico, precisa ser adaptada para receber 
os alunos com necessidades educacionais especiais. Da mesma forma, toda 
a equipe diretiva, os docentes e os próprios alunos com e sem deficiência 
precisam ser conscientizados de que as diferenças são positivas e as barreiras 
do preconceito precisam ser desfeitas em prol de uma educação inclusiva de 
qualidade para todos.
As práticas de sala de aula precisam ser repensadas e remodeladas de acordo com as 
necessidades dos alunos, criando uma pedagogia centrada na criança.
A seguir, você verá alguns pontos importantes sobre o papel da escola e 
da prática docente na implementação da educação inclusiva de acordo com a 
Declaração de Salamanca (1994).
 � O desafio da escola inclusiva é relativo ao desenvolvimento de uma 
pedagogia centrada na criança e capaz de educar a todas elas de forma 
bem-sucedida, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas.
 � Por outro lado, a vantagem de tais escolas não reside somente no fato de 
que elas sejam capazes de prover uma educação de qualidade a todas as 
crianças. O estabelecimento dessas instituições é um passo crucial no 
sentido de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades 
acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva.
 � A educação inclusiva é o modo mais eficaz para a construção da solida-
riedade entre crianças com necessidades educacionais especiais e seus 
colegas. O encaminhamento de crianças a escolas especiais ou a classes 
ou sessões especiais dentro da escola em caráter permanente deveria 
constituir exceções. Essa solução deveria ser recomendada somente 
naqueles casos em que fique claramente demonstrado que a educação 
na classe regular é incapaz de atender às necessidades educacionais ou 
sociais da criança, ou quando esteja em jogo o bem-estar da criança 
em questão ou das outras.
3A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca2
 � Investimentos em escolas especiais existentes deveriam ser canalizados 
ao provimento de apoio profissional às escolas regulares, no sentido de 
atender às necessidades educacionais especiais.
 � Deveria ser requerido um esforço concentrado no sentido de se pro-
mover a alfabetização e o aprendizado da matemática e de habilidades 
básicas das pessoas portadoras de deficiências por meio de programas 
de educação de adultos.
 � O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não o 
contrário. As escolas deveriam, portanto, prover oportunidades curri-
culares que fossem apropriadas a crianças com habilidades e interesses 
diferentes.
 � O conteúdo da educação deveria ser voltado a padrões superiores e 
às necessidades dos indivíduos, com o objetivo de torná-los aptos a 
participar totalmente do seu desenvolvimento. O ensino deveria ser 
relacionado às experiências dos alunos e a preocupações práticas, no 
sentido de melhor motivá-los.
 � Tecnologia apropriada e viável, por meio de auxílio técnico, deveria ser 
usada, quando necessário, para aprimorar a taxa de sucesso no currículo 
da escola e para ajudar na comunicação, na mobilidade e na aprendizagem.
 � Os diretores de escola têm a responsabilidade de promover atitudes 
positivas por meio da comunidade escolar, arranjando uma cooperação 
efetiva entre professores de classe e pessoal de apoio.
 � A preparação apropriada de todos os educadores constitui um fator-chave 
na promoção de progresso, no sentido do estabelecimento de escolas 
inclusivas. Além disso, a importância do recrutamento de professo-
res que possam servir como modelo para crianças com deficiências 
torna-se cada vez mais reconhecida. Isso ocorre pois a oportunidade 
de interagir com adultos com deficiências que tenham obtido sucesso 
pode auxiliar os alunos a formar um padrão para seus próprios estilos 
de vida e aspirações, com base em expectativas realistas.
Você deve saber que no Brasil muitas dessas práticas já estão sendo implantadas,no 
intuito de transformar a educação especial (escolas especiais) em educação inclusiva. 
Essas diretrizes vêm sendo colocadas em prática de acordo com as possibilidades e 
investimentos dos governos na rede pública de ensino. Elas também variam de acordo 
com os estabelecimentos de ensino.
5A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca4
A estrutura de ação em educação especial
A estrutura de ação em educação especial tem como objetivo principal informar 
sobre políticas e guias para ações governamentais. Ela atende a organizações 
internacionais ou agências nacionais de auxílio, organizações não governa-
mentais e outras instituições na implementação das diretrizes propostas na 
Declaração de Salamanca. Essa estrutura tem como base a experiência dos 
países participantes e as resoluções, recomendações e publicações do sistema 
das Nações Unidas e outras organizações intergovernamentais, especialmente 
o documento Procedimentos Padrões na Equalização de Oportunidades para 
Pessoas Portadoras de Deficiência. Leva em consideração, também, as pro-
postas, direções e recomendações originadas nos cinco seminários regionais 
preparatórios da Conferência Mundial.
Você verá a seguir os princípios orientadores dessa estrutura (DECLARAÇÃO 
DE SALAMANCA, 1994).
 � Qualquer pessoa com deficiência tem o direito de expressar seus de-
sejos com relação à sua educação, de acordo com as possibilidades de 
estes serem realizados. Da mesma maneira, os pais possuem o direito 
de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às 
necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças.
 � Todas as crianças têm o direito de serem acomodadas na escola regular, 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emo-
cionais, linguísticas ou outras, incluindo as crianças com deficiência e 
superdotadas, as crianças de rua e que trabalham, as de origem remota ou 
de população nômade, as pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou 
culturais e as crianças de outros grupos desfavorecidos ou marginalizados.
 � O termo “necessidades educacionais especiais” se refere a todas aque-
las crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se 
originam de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas 
crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e, portanto, 
possuem necessidades educacionais especiais em algum ponto durante 
a sua escolarização.
 � A educação especial assume que as diferenças humanas são normais 
e que a aprendizagem deve ser adaptada às necessidades da criança. 
Portanto, não se deve adaptar a criança às ideias preconcebidas a respeito 
do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Assim, se reduz a 
taxa de desistência e repetência escolar e, ao mesmo tempo, se garante 
índices médios mais altos de rendimento escolar.
5A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca4
 � O desenvolvimento de estratégias que procuram promover a genuína 
equalização de oportunidades deveria ser incentivado.
 � Medidas legislativas deveriam ser adotadas nos campos de saúde, bem-
-estar social, treinamento vocacional e trabalho. O objetivo disso é 
promover apoio e gerar total eficácia à legislação educacional, reconhe-
cendo o princípio de igualdade de oportunidade para crianças, jovens e 
adultos com deficiências na educação primária, secundária e terciária, 
sempre que possível em ambientes integrados.
 � Para as crianças com necessidades educacionais especiais, uma rede 
contínua de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a 
ajuda mínima na classe regular até programas adicionais de apoio à 
aprendizagem dentro da escola.
 � O treinamento pré-profissional deveria fornecer a todos os estudantes 
de pedagogia, de ensino primário ou secundário, orientação positiva 
frente à deficiência, desenvolvendo um entendimento daquilo que pode 
ser alcançado nas escolas por meio dos serviços de apoio disponíveis 
na localidade.
 � O treinamento especializado em educação especial deveria ser integrado 
com ou precedido de treinamento e experiência como uma forma regular 
de formação de professores.
 � A educação de crianças com necessidades educacionais especiais é uma 
tarefa a ser dividida entre pais e profissionais, pois aqueles necessitam 
de apoio para que possam assumir seus papéis de pais de uma criança 
com necessidades especiais.
 � O envolvimento comunitário deveria ser buscado no sentido de su-
plementar atividades na escola, de prover auxílio na concretização de 
deveres de casa e de compensar a falta de apoio da família.
 � A mídia possui papel fundamental na promoção de atitudes positivas 
frente à integração de pessoas portadoras de deficiência na sociedade. 
Ela deve contribuir para a superação de preconceitos e má informação e 
difundir com mais otimismo e imaginação as capacidades das pessoas 
portadoras de deficiência.
O objetivo dessas propostas é tornar a educação um direito que abranja real-
mente todas as pessoas, no sentido de dar visibilidade às pessoas com deficiência 
e garantir os seus direitos. Por meio de uma educação que inclua e integre, esses 
indivíduos alcançarão uma maior participação na sociedade. Isso ocorre por meio 
da escolarização, da prática da cidadania e da preparação e inserção dessas pessoas 
no mercado de trabalho, garantindo a igualdade de direitos e oportunidades.
7A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca6
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Salamanca: Nações Unidas, 1994. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 06 dez. 2016
MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Verbete declaração de Salamanca. In: MENEZES, 
E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São 
Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/declaracao-
-de-salamanca/>. Acesso em: 06 dez. 2016.
7A Declaração de SalamancaA Declaração de Salamanca6

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