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Demonstração do Valor Adicionado na Contabilidade

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10/04/2023, 13:35 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/26
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura
10/04/2023, 13:35 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/26
CONVERSA INICIAL
Olá, estudante, tudo bem?
Nesta aula, vamos conhecer mais um demonstrativo importante para os usuários tomadores de
decisão. Trataremos sobre a obrigatoriedade, as informações a serem evidenciadas e a elaboração da
Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
Sendo assim, iremos estudar os seguintes tópicos:
Demonstração do Valor Adicionado;
Características das informações da DVA;
Informações apresentadas na DVA;
Elaboração e estrutura da DVA;
Benefícios das informações da DVA;
Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os exercícios. Lembre-se,
a melhor maneira de aprender é praticando.
CONTEXTUALIZANDO
A contabilidade é uma ciência social aplicada cujo objetivo é fornecer informações úteis aos
usuários da informação contábil, as quais são geradas com base no patrimônio das entidades, que
são seu objeto de estudo. Também é conhecida como a linguagem dos negócios, pois “mede os
resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para a tomada de
decisões” (Marion, 2018, p. 4).
Quando falamos sobre contabilidade, informações úteis e usuários dessas informações,
geralmente, pensamos em investidores, acionistas, grandes empresas e seus gestores. No entanto, é
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importante que tenhamos conhecimento de que as informações fornecidas pela contabilidade não
são elaboradas somente para esse tipo de usuário, pois outros tomadores de decisão precisam de
outros tipos de dados que lhes sejam úteis em seus processos decisórios.
Afinal, quem são esses tomadores?Nesta aula vamos estudar um demonstrativo que tem como
foco evidenciar informações mais voltadas para o contexto social, e não a tomada de decisão de
cunho financeiro, pois mostra a riqueza criada por uma empresa e os grupos que recebem parte
dessa riqueza. Estamos falando da DVA, sobre a qual estudaremos a seguir.
TEMA 1 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
As demonstrações estudadas até o momento evidenciam informações empresariais que podem
ser muito úteis aos usuários tomadores de decisões em contextos diversos, mas elas fornecem, na
grande maioria, subsídios para decisões de cunho financeiro. As informações fornecidas por esses
demonstrativos podem ser divididas em patrimoniais, financeiras e econômicas, cada uma de
interesse de grupos específicos que as utilizam como subsídio para a tomada de decisão.
No entanto, esses mesmos grupos podem precisar de outros tipos de informações, não somente
daquelas relacionadas ao desempenho econômico, à composição do patrimônio e à geração de
caixa. Isso acontece porque as atividades empresariais resultam também na agregação de valor para
os produtos/serviços gerados pelas entidades, o qual é distribuído direta ou indiretamente para a
sociedade, visto que, de um modo ou de outro, todos os stakeholders tendem a receber parte desse
valor. Ou seja, pondera-se que as empresas geram riquezas com suas atividades, adicionando valor
aos insumos utilizados nos processos operacionais e, posteriormente, distribuindo parte do valor
agregado aos envolvidos nesse processo, de forma direta ou indireta.
Figura 1 – Geração de valor e os stakeholders.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/26
Créditos: Master1305/Shutterstock
Muita calma nessa hora! Uma coisa de cada vez, não é mesmo? Vamos iniciar respondendo
como a informação pode chegar aos interessados. Como já mencionamos, temos um demonstrativo
contábil cujo objetivo é “demonstrar a origem da riqueza gerada pela entidade, e como essa riqueza
foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua
geração” (Ribeiro, 2017, p. 373), ao qual denominamos Demonstração do Valor Adicionado (DVA) .
Por meio da DVA é possível saber como uma determinada empresa gera e distribui sua riqueza entre
os setores, desde que ela elabore e publique esse demonstrativo.
Mas, afinal, quais empresas são obrigadas a elaborar a DVA?
Em virtude das alterações na Lei n. 6.404/1976, dadas pela Lei n. 11.638/2007, assim como
ocorreu com a DFC, a DVA tornou-se obrigatória para as sociedades de capital aberto e as de capital
fechado de grande porte. Com a alteração da lei, essas empresas são obrigadas a elaborar e divulgar
esse demonstrativo em cada período, visando informar para a sociedade de um modo geral sobre a
criação e distribuição de riqueza que ela gerou por meio de suas atividades.
Importante:
No Pronunciamento Técnico PME (Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas) não
contém disposições específicas sobre tal demonstração, e pela legislação brasileira ela não é
exigida dessas entidades (Gelbcke et al. 2018, p. 656).
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Assim como aconteceu com os demonstrativos estudados anteriormente, a lei determina a
obrigatoriedade de publicação da DVA, mas quem norteia as entidades no processo de
elaboração é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), por meio do Pronunciamento
Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado, “o qual foi aprovado pela Deliberação CVM
n. 557, de 12 de novembro de 2008, para as companhias abertas e pela Resolução CFC n. 1.138/2008
para os profissionais de contabilidade das entidades não sujeitas a alguma regulação contábil
específica” (Gelbeck et al., 2018, p. 647).
Nesse contexto, o CPC 09 pontua que “a entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como
parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social”.
Dessa forma, dentre o rol de demonstrativos contábeis obrigatórios, temos, então, a DVA como
nosso último demonstrativo a ser estudado nesta disciplina. A seguir, veremos as características das
informações da DVA.
TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS DAS INFORMAÇÕES DA DVA
De acordo com o CPC 09, para elaborar a DVA é necessário observar os critérios de elaboração
das demonstrações contábeis definidos pelo Pronunciamento Técnico CPC 00, o qual também pontua
que os dados da DVA, em sua grande maioria, são obtidos principalmente com base na
Demonstração do Resultado.
O CPC menciona a DRE porque a DVA evidencia, em sua grande maioria, informações acerca de
ingressos (receitas) e despesas (gastos) incorridos no decorrer de um determinado exercício. Porém,
na DVA esses dados são apresentados de forma mais detalhada, separados por grupos, visto que
essa separação possibilita a identificação da geração de riqueza e para quais setores foi distribuída.
O CPC 09 apresenta uma série de termos, os quais são apresentados a seguir para que se tenha
um melhor entendimento durante a elaboração do demonstrativo.
Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença
entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. [...]
Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços representam os valores reconhecidos na
contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do resultado
do período.
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Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por
alienação de ativos não circulantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de
investimentos, e outras transações incluídas na demonstração do resultado do exercício que não
configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras entidades. [...]
Insumo adquirido de terceiros representa os valores relativos às aquisições de matérias-primas,
mercadorias, materiais, energia, serviços, etc. que tenham sido transformados em despesas doperíodo. [...]
Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e
normalmente utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o
resultado líquido do exercício.
Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela
própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como, por exemplo, receitas
financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. [...]
No texto do CPC é possível perceber as principais características de cada um dos termos
utilizados na DVA. É importante observar a forma como o documento mostra a configuração do valor
adicionado, visto que esse termo está representando a diferença entre o valor de vendas e os
insumos adquiridos de terceiros. Com isso, é possível concluir que empresas mais eficientes em
processos operacionais conseguem gerar mais valor.
Em relação à receita de venda de mercadorias, assim como sobre a receita de serviços (para as
empresas que atuam nesse ramo de atividade), o CPC fala unicamente das receitas geradas com base
na atividade principal da empresa, aquela pela qual a entidade foi constituída. Outro ponto a ser
observado diz respeito ao regime de competência na elaboração desse demonstrativo, pois,
conforme já estudado anteriormente, a lei das Sociedades Anônimas determina que todos os
demonstrativos sejam elaborados conforme escrituração dos fatos contábeis pelo regime de
competência, com exceção apenas para a DFC, a qual deve ser elaborada pelo regime de caixa.
No item outras receitas, do CPC, devem ser apresentadas as receitas que não são oriundas da
atividade principal da entidade. Porém, não deixa claro o motivo dessa segregação, mas acredita-se
que, assim como na DRE, o motivo pode ser para que fique mais fácil perceber a capacidade da
empresa em manter suas operações com base em suas atividades principais, o que fornece
informações mais detalhadas e precisas aos usuários. O CPC também menciona que podem ser
considerados em outras receitas alguns itens que não são considerados na DRE, como é o caso de
ativos construídos para uso próprio e juros pagos incorporados aos valores de ativos de longo prazo.
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Os insumos adquiridos de terceiros representam todos os gastos incorridos nas atividades
operacionais da entidade e são considerados tanto como custos quanto como despesas, além disso,
são destacados na DRE sendo deduzidos das receitas para a apuração do resultado do período.
As despesas reconhecidas na DRE para mensurar a perda de valor são:
Depreciação – ativos fixos (máquinas, equipamentos, instalações etc.);
Amortização – ativos intangíveis (marcas, patentes, fundo de comércio etc.);
Exaustão – ativos de exploração de recursos naturais ou minerais.
Por fim, o CPC caracteriza o valor adicionado recebido, o qual diz respeito a riquezas transferidas
de terceiros. O ponto principal é que o CPC recomenda cuidado para não fazer dupla contagem nas
agregações, isso significa que um item classificado em valor adicionado, por engano, poderia
também estar constando novamente no item valor adicionado recebido.
É importante que se tenha conhecimento acerca desses termos e se faça distinção entre eles
para uma correta classificação dos itens que devem ser classificados na composição da DVA, pois
esse demonstrativo possibilita que o usuário tenha conhecimento de quanto a entidade contribui
para a formação do PIB, conforme texto do CPC 09:
A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os
valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na
formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega
de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante
determinado período.
Conforme já comentamos anteriormente, a DVA apresenta as informações de forma segregada,
o que possibilita saber onde a riqueza gerada foi distribuída e, conforme o CPC, a elaboração desse
demonstrativo por segmento pode representar informações ainda mais valiosas no auxílio da
formulação de predições. A seguir, vamos tratar das informações apresentadas na DVA.
TEMA 3 – INFORMAÇÕES APRESENTADAS NA DVA
Já tomamos conhecimento de vários termos que estão relacionados à DVA, mas ainda não ficou
claro o que é a riqueza gerada e nem como essa riqueza é distribuída. Então, agora vamos
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entender o que é essa riqueza e como ela é formada. Também iremos saber como essa riqueza é
distribuída, pois essas são as informações apresentadas pela DVA.
Iniciamos, então, com a determinação da Lei n. 6.404/1976 acerca dessas informações:
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no
mínimo:
(Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007).
[...]
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua
distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não
distribuída. (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007).
Muito bem, a lei das Sociedades Anônimas determina que a riqueza gerada pelas entidades seja
evidenciada pela DVA, assim como foi feita a sua distribuição entre os elementos, no caso, diversos
stakeholders (empregados, financiadores, acionistas, governo, dentre outros).
A riqueza gerada pela entidade é representada pelo valor adicionado, conforme já comentado
anteriormente. Por sua vez, o valor adicionado é medido pela diferença entre o valor das vendas e
os insumos adquiridos de terceiros.
Para exemplificar, consideremos que uma determinada unidade de mercadoria adquirida do
fornecedor por $ 20 tenha sido vendida pela empresa comercial por $ 30. Nesse caso, o valor
adicionado pela empresa comercial corresponde a $ 10 (30 - 20). Observe bem: embora a Receita
Bruta de vendas dessa empresa comercial tenha sido de $ 30, ela agregou à economia do país
apenas $ 10, uma vez que os outros $ 20 representam riquezas já geradas por empresas integrantes
da cadeia produtiva, porém em outras etapas da produção (agricultura, indústria, comércio
atacadista e serviços). O valor adicionado de $ 10, portanto, corresponde à remuneração dos
esforços que a empresa despendeu no desenvolvimento de suas atividades. Entre esses esforços
incluem-se os empregados (fonte de mão de obra), os investidores (fonte de Capital Próprio), os
financiadores (fonte de Capitais de Terceiros) e o Governo, que será remunerado por meio dos
impostos como contrapartida dos benefícios sociais que oferece a toda sociedade, inclusive às
empresas. Assim, o valor adicionado gerado em cada empresa em um determinado período
representa o quanto essa empresa contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do
país no referido período (Ribeiro, 2017, p. 374).
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A riqueza deve ser apresentada de forma detalhada na primeira parte da DVA, conforme a
estrutura determinada pelo CPC 09. Desse modo, para evidenciar a riqueza criada pela própria
entidade (valor adicionado) o pronunciamento apresenta os principais componentes dessa riqueza.
a. Receitas
Conforme o CPC 09, a formação de riqueza é evidenciada com base nas receitas auferidas
pela entidade. São consideradas receitas:
Venda de mercadorias, produtos e serviços – diz respeito aos ingressos de recursos
relativos à venda de bens e serviços da empresa, ou seja, advém da atividade principal da
entidade. Nesse item são considerados os tributos incidentes sobre essas receitas.
Outras receitas – são aquelas oriundas de atividades que não são a principal da empresa,
por exemplo, venda de ativos imobilizados. Osingressos relativos a vendas de itens que
não são os da atividade principal da entidade, assim como os tributos incidentes, também
se encaixam aqui.
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) – reversão/ (constituição) – nesse
item deve-se tomar muito cuidado, pois temos duas possibilidades para essa conta. Na
primeira, temos a reversão da provisão, que quando ocorre, automaticamente, o valor
referente a ela volta para a conta de origem, no caso, clientes, no ativo circulante. Essa
reversão leva a um aumento nas receitas da entidade, pois aumenta o patrimônio. Por
outro lado, se fosse a constituição da reserva, aconteceria o contrário, pois estaríamos
diminuindo a conta de clientes, e, portanto, o patrimônio (perceba que o termo
constituição está entre parênteses, indicando valor negativo). Dessa forma, quando se
fala em DVA , a PCLD aumenta as receitas, quando da sua reversão, ou diminui as
receitas, quando é constituída.
As receitas são itens positivos e, assim como acontece com a DRE, com base nela começam
a ser deduzidos os itens que não representam o valor adicionado pela empresa, os quais foram
recebidos de outras empresas ou que vieram por transferência.
Saiba mais:
Você sabe o que é PCLD? É uma provisão. As provisões são estimativas feitas pela
empresa acerca de eventos que podem diminuir o ativo ou aumentar o passivo. No caso da
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PCLD, as provisões são estimativas que a empresa tem sobre perdas futuras na conta
clientes, ou seja, vendas a prazo realizadas pela empresa e que não são recebidas.
[...] “para o caso dos Créditos de Liquidação Duvidosa a partir de certas previsões,
constitui-se, contabilmente, a Provisão. Não dá para confundir. A empresa pode, inclusive,
prever perdas, e não contabilizar a Provisão se fizer uma Contabilidade incorreta” (Gelbeck,
et al., 2018, p. 12).
Para se ter um exemplo mais prático, pense da seguinte forma: uma determinada
empresa possui uma média de vendas mensais a prazo no valor de R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais). No entanto, com base em dados históricos, é possível estimar que 5%
desse valor não é recebido, ou seja, os clientes que compraram a prazo dessa empresa
deixam de pagar um valor aproximado de R$ 50.000,00. Diante disso, a empresa deve
realizar a provisão (conta redutora da conta clientes, no ativo circulante) para
reconhecimento da perda na demonstração de resultado, levando a uma diminuição do
ativo. Caso essa previsão de perda não se confirme, a empresa deverá fazer a reversão
dessa provisão, retornando os valores para a respectiva conta.
b. Insumos adquiridos de terceiros
Quando uma sociedade produz, ela cria riqueza, que é representada pela diferença entre o
valor da venda e o valor pago a terceiros a título de insumos para a obtenção dos produtos, das
mercadorias ou dos serviços. No entanto, os fornecedores também geraram riquezas quando
produziram os insumos, que, por essa razão, são diminuídos na parte inicial da DVA (Viceconti;
Neves, 2018). Assim, esses valores são deduzidos da receita bruta por não terem sido
adicionados pela entidade. De acordo com o texto dado pelo CPC 09:
Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das
matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das
mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal
próprio.
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas
originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.
Do mesmo modo como acontece nas receitas, o CPC pontua que sejam também
considerados os tributos incluídos nos custos dos produtos e das mercadorias vendidas, assim
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como os demais insumos que estejam incluídos nesses itens, independentemente desses
tributos serem recuperáveis ou não. A seguir, veremos outros itens que são classificados nessa
categoria, de acordo com texto do CPC 09:
Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor
de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os
valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de
provisão para perdas por desvalorização de ativos [...].
Os valores referentes a perda e constituição de provisão devem ser diminuídos, mas
quando se tratar de reversão de provisão o valor será somado. Ao chegar nesse item, evidencia-
se o valor adicionado bruto gerado pela entidade. Em seguida, têm-se outras deduções a serem
feitas, conforme texto do CPC 09: “Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa ou o
custo contabilizado no período”.
Após essas deduções, evidencia-se, então, o valor adicionado líquido produzido pela
entidade. Esse valor implica no resultado apurado com base nas atividades operacionais da
empresa, que são as principais realizadas pela entidade.
c. Valor adicionado recebido em transferência.
A lógica dedutiva da DVA, tendo como referência o valor adicionado líquido, passa, então,
a incorporar ou deduzir outros itens, conforme texto do CPC 09:
Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita
ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.
Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais
ativas, independentemente de sua origem.
Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis,
direitos de franquia etc.
Após realizadas essas operações de deduções e adições, por fim, evidencia-se o valor
adicionado total a distribuir. Desse ponto em diante, a DVA mostra os grupos a quem esses
valores foram distribuídos.
Saiba mais:
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Equivalência patrimonial é a alteração do valor contábil das participações societárias
registradas no ativo não circulante, investimentos, pela investidora, conforme o aumento
ou a diminuição do Patrimônio Líquido (PL) da investida (Viceconti; Neves, 2018, p. 119).
Isso significa que o investimento de uma empresa em outra é reconhecido inicialmente
pelo valor do custo (valor que a empresa investiu na outra), mas esse valor é ajustado
conforme ocorrem mutações no patrimônio da investida (o valor pode aumentar ou
diminuir). Por exemplo, quando a empresa investida vai obtendo lucros em períodos
subsequentes, o resultado de equivalência patrimonial é positivo, mas caso essa empresa
tenha resultados negativos (prejuízos) o resultado de equivalência também será negativo.
d. Distribuição da riqueza
Mostra de forma detalhada como a riqueza gerada foi distribuída, segregada conforme
texto do CPC 09 a seguir:
Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:
Remuneração direta - representada pelos valores relativos a salários, 13º salário,
honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias,
comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados etc.
Benefícios - representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação,
transporte, planos de aposentadoria etc.
FGTS - representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.
A distribuição da riqueza, portanto, inicia-se pelo grupo de pessoal, implicando em todos os
pagamentos e encargos sociais trabalhistas destinados aos funcionários da empresa.
Figura 2 – Distribuição de riqueza pelas empresas.
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Crédito: Wayhome Studio/Shutterstock.
Ficou surpreso? É exatamente isso que significa a distribuição de riqueza: os recursos pagos pela
empresa em contrapartida ao capital fornecido por determinados grupos, incluindoo capital
humano, que diz respeito aos funcionários da empresa.
Os outros grupos são apresentados a seguir, conforme texto do CPC 09:
Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o
lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que
sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja
sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados
apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e
contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens
considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.
Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo
ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS,
COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.
Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no
todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.
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Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados
no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.
Nesse grupo, conforme podemos observar, o governo é o beneficiário da riqueza distribuída
pela empresa. Ou seja, todos os valores pagos ao governo referentes a impostos, taxas e
contribuições representam a parcela de riqueza que a empresa distribui, cujo beneficiário é o
governo. Perceba que, de forma indireta, a sociedade também está se beneficiando dessa parcela
distribuída a esse grupo, pois esses valores se convertem em benefícios para a população na forma
de investimentos na educação, na saúde, em transporte etc.
Ainda, de acordo com texto do CPC 09, há outros grupos:
Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de
capital.
Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a
quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas
do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido
capitalizados no período.
Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos
ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.
Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros,
mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais
etc.
Nesse grupo entram os credores, fornecedores de capital que não têm vínculo com a empresa,
mas fornecem recursos a ela. Esse grupo recebe sua parcela da riqueza gerada pela entidade na
forma de pagamento de despesas, as quais não configuram os custos de bens ou serviços.
Seguindo com o texto do CPC, temos mais um grupo:
Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e
acionistas.
Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos
sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP
transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores
distribuídos com base no resultado do próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos
distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram
tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados.
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Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos ao lucro do exercício
destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de
prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.
As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio
(JCP), independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como
reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito
ao exercício a que devem ser imputados.
Com base nas informações apresentadas anteriormente, pode-se verificar “o valor da riqueza
econômica gerada pelas atividades da empresa como resultante de um esforço coletivo e sua
distribuição entre os elementos que contribuíram para a sua criação” (Gelbeck, et al., 2018, p. 647).
“Assim, podem ser identificadas as entidades que mais distribuem aos acionistas, aquelas que
distribuem parte relevante aos funcionários, aquelas que entregam parte significativa ao governo e,
também, aos financiadores” (Borinelli; Pimentel, 2018, p. 289).
Dessa forma, a DVA apresenta informações acerca da parcela de riqueza gerada que foi
destinada a cada grupo, tornando-se um demonstrativo com potencial para tomada de decisões não
somente econômicas e financeiras, mas também de cunho social, pois possibilita aos grupos que
contribuem para a geração de riqueza de determinas empresas saberem quanto dessa riqueza está
retornando para si.
As informações apresentadas neste tema mostram, de forma detalhada, a estrutura da DVA, que
abordaremos a seguir.
TEMA 4 – ELABORAÇÃO E ESTRUTURA DA DVA
Conforme estudado anteriormente, a DVA utiliza-se de um grande número de contas da DRE,
mas também apresenta contas que compõem o balanço patrimonial, evidenciando que a riqueza
gerada e sua distribuição compreendem contas patrimoniais e de resultado.
As contas de resultado que serão consultadas para a elaboração da DVA são todas aquelas que
representam as despesas, os custos e as receitas, observado o regime de competência. As contas
patrimoniais das quais serão extraídas informações para a elaboração da DVA são aquelas
representativas das participações de terceiros (tributos sobre o lucro líquido, debenturistas,
empregados, administradores etc.), bem como aquelas representativas da remuneração dos
acionistas pelo capital investido (juros e dividendos) (Ribeiro, 2017, p. 374).
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Retomando o que já foi dito, a elaboração da DVA deve ser realizada com base nas diretrizes do
CPC 09, o qual, assim como a lei das sociedades por ações, determina que “a entidade deve elaborar
a DVA e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final
de cada exercício social”. Nesse contexto, Gelbeck et al. (2018, p. 648) pontuam alguns itens que
devem ser considerados para que a elaboração e divulgação da DVA atenda aos requisitos
estabelecidos no Pronunciamento Técnico CPC 09 e pela legislação societária :
Ser feita com base no princípio contábil da competência;
Ser apresentada de forma comparativa (período atual e anterior);
Ser feita com base nas demonstrações consolidadas e não no somatório das Demonstrações do
Valor Adicionado individuais, caso a divulgação da DVA seja consolidada;
Incluir a participação dos acionistas não controladores no componente relativo à distribuição
do valor adicionado, caso a divulgação da DVA seja consolidada;
Ser consistente com a demonstração do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos
pela entidade;
Ser objeto de revisão ou auditoria se a entidade possuir auditores externos independentes que
revisem ou auditem suas demonstrações contábeis.
Uma vez que esses itens sejam seguidos quando da elaboração da DVA, entende-se que a
entidade que reporta a informação estará atendendo todos os requisitos estabelecidos, mas o CPC
ainda determina a estrutura que deve ter o demonstrativo. Importante ressaltar que os requisitos
mínimos para o demonstrativo são dados pela Lei n. 6.404/1976, em seu art. 188, mas o CPC coloca
as mesmas informações de forma mais detalhada, conforme visto anteriormente.Assim, para que se possa realizar a elaboração do demonstrativo de forma mais padronizada, o
CPC 09 traz um modelo de DVA que pode ser seguido pelas empresas, o qual apresenta todas as
informações já estudadas nesta aula.
Figura 3 – Modelo de Demonstração do Valor Adicionado (empresas em geral).
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Fonte: Pronunciamento Técnico Contábil - CPC 09.
Esse modelo dado pelo pronunciamento deve ser utilizado pelas empresas de um modo geral,
mas o CPC 09 também apresenta outros dois modelos de DVA destinados para entidades específicas
que não podem utilizar o modelo aqui apresentado.
Talvez você tenha percebido certa semelhança entre DRE e DVA, não é mesmo? É importante
ressaltar que esses dois demonstrativos apresentam objetivos complementares. Enquanto a
prioridade da DRE é enfatizar o lucro líquido do exercício, a DVA prioriza demonstrar a riqueza
gerada pela empresa e sua distribuição entre os elementos que contribuem para a geração dessa
riqueza, sendo, então, o lucro líquido a parcela da riqueza destinada aos detentores do capital ou
retida pela entidade (Gelbeck et al., 2018).
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Assim como os demais demonstrativos, a elaboração da DVA é realizada por força da lei porque
esse relatório possui benefícios que outras demonstrações não apresentam, os quais são
apresentados a seguir.
TEMA 5 – BENEFÍCIOS DAS INFORMAÇÕES DA DVA
Falamos muito sobre a DVA até o momento, mas talvez você ainda não tenha conseguido
identificar uma finalidade para as informações fornecidas por esse relatório, não é verdade? Bom, se
for assim, agora você vai conseguir enxergar como o demonstrativo pode ser utilizado e quais os
benefícios fornecidos por ele. Para iniciar, é importante que saibamos o tipo de informação fornecida
por esse demonstrativo. Seria informação financeira? Vamos ver:
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de
informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das
atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por
uma comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa
demonstração um instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a
demonstração de resultados por si só não é capaz de oferecer (CPC 09).
Então, agora já sabemos que a DVA fornece informações de natureza social e econômica.
Nesse ponto, ela diferencia-se da DRE, pois a estrutura da DVA, com as informações evidenciadas
pelo demonstrativo, permite que sejam “identificadas as entidades que mais distribuem aos
acionistas, aquelas que distribuem parte relevante aos funcionários, aquelas que entregam parte
significativa ao governo e, também, aos financiadores” (Borinelli; Pimentel, 2018, p. 289).
No mesmo contexto, Gelbeck et al. (2018) pontuam que a riqueza gerada é mostrada, sendo,
então, distribuída entre o capital, o trabalho e o governo, mas quando calculada de forma agregada
para o país, a parte que vai para o governo se distribui da mesma forma, excedendo-se o próprio
governo. Isso significa dizer que a riqueza é distribuída em diferentes grupos, mas a parte que vai
para o governo também é distribuída novamente para a sociedade, pois o governo deve investir
esses tributos recolhidos em educação, saúde, moradia etc. Os autores ainda concluem que, com
base nesse contexto, quando se olha a economia como um todo, o valor agregado geral do país (PIB)
é distribuído entre juros, lucros e salários.
Perceba como a DVA é importante para determinados grupos. Mesmo que, a princípio, possa
parecer um demonstrativo sem muita utilidade, à medida que conhecemos o potencial das
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informações fornecidas por ele, faz mais sentido a obrigatoriedade de sua elaboração e divulgação.
Observa-se que o objetivo da DVA vai muito além de fornecer informações apenas para fins
econômicos e financeiros, o que é demonstrado nitidamente nos relatórios estudados. Dessa forma, a
DVA também serve de base para as empresas:
Medirem como estão impactando a sociedade em que estão inseridas;
Saberem como contribuem, ou melhor, retribuem o acolhimento que a sociedade lhes dá;
Avaliarem como podem distribuir sua riqueza de forma mais justa, não se preocupando apenas
em remunerar o capital próprio por meio da distribuição de dividendos.
Dessa forma, espera-se uma mudança de atitude por parte das organizações e seus gestores no
sentido de que busquem não apenas o lucro a qualquer preço, mas também que atuem de forma
responsável do ponto de vista socioambiental [...]. Essa preocupação pode ser determinante na
sobrevivência da organização dentro de um novo paradigma da sociedade em que os resultados
econômicos de uma organização passam a estar atrelados ao seu desempenho social. Até porque é
esperado que as ações de uma entidade em prol da promoção do bem-estar da coletividade
revertam-se em benefícios para a própria entidade (Borinelli; Pimentel, 2018, p. 289).
Esse contexto demonstra a importância de uma entidade buscar distribuir a sua riqueza gerada
de forma a não deixar de atender nenhum grupo de stakeholder, pois todos eles são importantes no
contexto empresarial. Os funcionários, com sua força de trabalho e capital intelectual; o governo,
com incentivos, regulações e normatizações que auxiliam a empresa a continuar atuante; a
sociedade, permitindo que as operações da entidade possam ser realizadas em seus arredores; os
fornecedores, que colocam seu capital à disposição da organização; e os investidores, que investem
recursos na empresa com o objetivo de terem um retorno desse investimento. Todos esses grupos
contribuem para a formação de riqueza da entidade e, por isso, esperam que haja justiça na
distribuição dessa riqueza.
Com base nas características apresentadas aqui sobre as informações produzidas pela DVA,
observa-se que esse demonstrativo é muito útil para o contexto social, demonstrando que a
contabilidade não se limita apenas aos negócios, mas abrange também decisões que envolvem
outros contextos, já que não faz distinção sobre quem deve utilizar seus demonstrativos.
Assim, Rios e Marion (2019, p. 339) pontuam que “a contabilidade deve desempenhar cada vez
mais um de seus papéis mais relevantes, que é o de ser útil à sociedade, fornecendo informações
mais abrangentes e que envolvam também informes sociais e ambientais”. Esse contexto fundamenta
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ou justifica que as empresas tenham a obrigatoriedade de elaborar a DVA, possibilitando que a
sociedade tenha acesso a informações de seu interesse. Os autores, então, concluem que “as boas
práticas contábeis, representadas por demonstrativos confiáveis, podem mudar os rumos de uma
entidade e também da economia de maneira geral”.
Muito bem. Agora que já estudamos sobre a DVA, que tal um exemplo prático – adaptado de
Viceconti e Neves (2018, p. 308) – de elaboração do demonstrativo? Analise a DRE a seguir:
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Receita Operacional Bruta......................................... R$ 1.450.000,00
(–) Deduções da Receita Bruta:
Devoluções e Abatimentos...................................... R$ 50.000,00
Impostos Incidentes sobre Vendas......................... R$ 300.000,00
(=) Receita Operacional Líquida............................... R$ 1.100.000,00
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)................ R$ 350.000,00
(=) Lucro Operacional Bruto..................................... R$ 750.000,00
(–) Despesas Operacionais:
Vendas e Administração......................................... R$ 250.000,00
(±) Outras Receitas e Despesas
Vendas de Imobilizado............................................ R$ 50.000,00
(–) Custo do ImobilizadoVendido................................. R$ 20.000,00
(=) Resultado Antes das Receitas e Despesas Financeiras R$ 530.000,00
(–) Despesas Financeiras............................................ R$ 20.000,00
(+) Receitas Financeiras.............................................. R$ 40.000,00
(=) Resultado Antes das Antes dos Tributos Sobre o Lucro R$ 550.000,00
(–) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). R$ 50.000,00
(–) Provisão para o Imposto de Renda......................... R$ 70.000,00
(=) Resultado Após os Tributos Sobre o Lucro................... R$ 430.000,00
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(–) Participações nos Lucros:
Debêntures.............................................................. R$ 43.000,00
Empregados............................................................ R$ 37.000,00
(=) Lucro Líquido do Exercício   R$ 350.000,00
Dados adicionais:
1. As Despesas Operacionais estão subdivididas nas seguintes contas:
Ordenados e Salários........................................... R$ 100.000,00
Encargos Sociais.................................................. R$ 30.000,00
Serviços de Terceiros Utilizados .......................... R$ 20.000,00
Materiais de Escritório e de Consumo .................. R$ 10.000,00
Propaganda e Publicidade .................................... R$ 40.000,00
Imposto Predial ......................................................R$ 15.000,00
Luz, Água, Telefone................................................R$ 15.000,00
Depreciação e Amortização................................... R$ 20.000,00
(=) Total ................................................................ .R$250.000,00;
2. As despesas financeiras referem-se a juros sobre empréstimo e financiamento de bens do
ativo, obtidos junto a estabelecimentos bancários.
3. As receitas financeiras foram obtidas por meio de aplicações no mercado financeiro, juros
recebidos pelo atraso no recebimento de créditos e descontos obtidos no pagamento de obrigações.
4. Continuaremos supondo que não há incidência de impostos indiretos sobre a compra de
mercadorias.
Com base nos dados fornecidos na DRE, elabore a Demonstração do Valor Adicionado.
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
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Geração do Valor Adicionado
Receita de Vendas (1.450.000,00 – 50.000,00).................................... R$ 1.400.000,00
(+) Receita da Venda do Imobilizado................................................... R$ 50.000,00
(–) Custo das Mercadorias Vendidas................................................... R$ 350.000,00
(–) Custo do Imobilizado Vendido........................................................ R$ 20.000,00
(–) Serviços Adquiridos de Terceiros................................................... R$ 20.000,00
(–) Materiais Consumidos.................................................................... R$ 10.000,00
(–) Propaganda e Publicidade............................................................. R$ 40.000,00
(–) Água, Luz e Telefone...................................................................... R$ 15.000,00
(=) Valor Adicionado Bruto............................................................... R$ 995.000,00
(–) Depreciação e Amortização........................................................... R$ 20.000,00
(=) Valor Adicionado Líquido............................................................ R$ 975.000,00
(+) Valores Recebidos de Terceiros (Receita Financeira)................... R$ 40.000,00
(=) Valor Adicionado à Disposição da Entidade............................. R$ 1.015.000,00
Distribuição do Valor Adicionado
Remuneração do Trabalho (100.000,00 + 37.000,00) .......................... R$ 137.000,00
Encargos Sociais................................................................................... R$ 30.000,00
Governo (300.000,00 + 15.000,00 + 50.000,00 + 70.000,00) .............. R$ 435.000,00
Juros e outros valores de terceiros (20.000,00 + 43.000,00) .............. R$ 63.000,00
Lucro Líquido do Exercício................................................................ R$ 350.000,00
Total ..................................................................................................... R$ 1.015.000,00
Antes de finalizar nossa aula, é importante que tenhamos uma visão real do que foi visto, por
isso temos a seguir uma DVA da empresa Natura, do ano de 2018, para que possamos verificar a
forma de criação e distribuição de riqueza dessa empresa.
Figura 4 – DVA da empresa Natura, do ano de 2018.
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Fonte: Empresa Natura.
TROCANDO IDEIAS
Depois desta aula, você deve estar com aquela curiosidade básica sobre a forma como alguma
empresa de seu interesse faz a distribuição da riqueza gerada, não é verdade? Bom, chegou a hora,
então, de matar essa curiosidade.
Procure uma empresa sobre a qual você tenha algum tipo de interesse, seja por ser funcionário,
por ser cliente, por estar presente na sua cidade ou algo assim. Em seguida, consulte a DVA dessa
empresa, caso ela elabore e divulgue o demonstrativo, e verifique como a riqueza é distribuída.
Coloque no fórum de discussão da disciplina os resultados que você encontrou e troque ideias com
seus colegas.
Vamos tentar descobrir como as empresas distribuem suas riquezas e quem são os grupos mais
beneficiados por elas. Não se esqueça de entrar no fórum para interagir com seus colegas.
NA PRÁTICA
1. Sobre o balanço patrimonial, analise as asserções a seguir e a relação entre elas.
I. Na evidenciação da riqueza gerada, empresas industriais devem deduzir da receita o valor
relativo à matéria-prima adquirida de terceiros para a fabricação de seus produtos.
II. Os fornecedores também geraram riquezas quando produziram os insumos, que, por essa
razão, são diminuídos na parte inicial da DVA.
Assinale a alternativa correta:
a. As asserções I e II são proposições falsas.
b. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
c. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
e. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
2. Assinale a alternativa que não corresponde a uma receita considerada pela DVA.
a. Venda de mercadorias.
b. Venda de ativos imobilizados.
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c. Constituição de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD).
d. Venda de produtos.
e. Ingressos de recursos relativos a prestação de serviços.
3. Sobre a DVA, analise as asserções a seguir.
I. Tem por objetivo demonstrar a origem da riqueza gerada pela entidade e como essa
riqueza foi distribuída.
II. No contexto brasileiro, esse demonstrativo é obrigatório para pequenas e médias
empresas.
III. As diretrizes para sua elaboração são dadas pelo Pronunciamento Técnico CPC 09.
Assinale a alternativa correta.
I. Está correto o que se afirma na asserção I apenas.
II. Está correto o que se afirma nas asserções I e III apenas.
III. Está correto o que se afirma na asserção II apenas.
IV. Está correto o que se afirma nas asserções II e III apenas.
V. Está correto o que se afirma nas asserções I, II e III.
FINALIZANDO
Estamos finalizando esta aula e conhecemos uma demonstração diferente das vistas
anteriormente, a Demonstração do Valor Adicionado.
Os temas tratados foram:
Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
Características das informações da DVA;
Informações apresentadas na DVA;
Elaboração da DVA;
Objetivo e benefícios das informações da DVA.
Mais adiante não vamos conhecer nenhum demonstrativo novo, mas vamos estudar as notas
explicativas e o relatório da administração.
Bons estudose até a próxima aula!
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REFERÊNCIAS
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores, analistas e outros
profissionais: de acordo com os pronunciamentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e
IFRS (Normas Internacionais de Contabilidade). 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de
acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial: instrumentos de análise, gerência e decisão. 18. ed.
rev. atual. e modernizada. São Paulo: Atlas, 2018.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
RIOS, R. P.; MARION, J. C. Contabilidade avançada: de acordo com as normas brasileiras de
contabilidade (NBC) e normas internacionais de contabilidade (IFRS). 1. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade avançada. 18. ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva,
2018.
RESPOSTAS
1. D
2. C
3. B

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