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Anestesiologia Anestesia Local É a perda de sensação em uma área do corpo causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. Métodos de indução: Trauma mecânico, Baixa temperatura, Anoxia (ausência de oxigênio), Irritantes químicos, Agentes neurolíticos e Agentes químicos. Propriedades desejáveis de um Anestésico local: Não deve ser irritante ao tecido Não deve causar alteração permanente na estrutura nervosa Toxidade sistêmica baixa Eficaz independente se infiltrado ou aplicado localmente na membrana Tempo de início o mais rápido possível Duração longa o suficiente para completar o procedimento Potência suficiente para proporcionar anestesia completa sem uso de soluções em concentrações nocivas Isento quanto a reações alérgicas Estável em solução e submetido à biotransformação no corpo Estéril ou capaz de ser esterilizado sem deterioração Mecanismo de ação: Para que haja propagação do impulso nervoso, tem que ter a entrada de sódio no canal de sódio e potássio. Repouso - Quando o nervo está em repouso ele está negativado (-70 mV) Etapa 1, A e B – Após um estimulo, começa uma pequena entrada de Na+ (sódio), causando a despolarização lenta passando o nervo para -50 a -60 mV Etapa 1C – Ao término da etapa passada, os canais de sódio potássio se abrem muito o correndo a entrada de muito Na+, causando uma despolarização rápida, indo para +40 o potencial Etapa 2 – Quando o estímulo passa, (começa a sair Na+ e o canal volta a ser negativo, vai possuir mais K+) o corre a repolarização indo para -60 a -90 mv Mecanismo de ação dos anestésicos locais (Resumido). Deslocamento de íons cálcio do sítio receptor dos canais de sódio... Ligação de moléculas de anestésicos a esse receptor... Bloqueio do canal de sódio... Diminuição da condutância de sódio... Depressão da taxa de despolarização... Falha em obter nível de potencial de limiar... Falta de potencial de ação... Bloqueio da condução nervosa. Moléculas de anestésicos local Ácido + Base = Sal e Água O anestésico local foi juntado com ácido para gerar um sal anestésico que é mais estável. 1º A molécula dissocia com uma carga positiva e por uma carga negativa 2º Em tecidos inflamados o Ph é ácido (baixo) 3º Em tecido inflamado a molécula vai ser formada mais em carga positiva Constantes de dissociação (PKa) dos Anestésicos Locais Lidocaína – Exemplo: A cada 100 moléculas de lidocaína, 29% vai dissociar-se em carga negativa. Possui iniciação de ação aproximada de 2-4 min. (Quanto maior o PKa menor o % de base RN e consequentemente maior a iniciação) Após a aplicação do anestésico ele vai dissociar-se em RNH+ (positivo) e RN (neutro). A parte sem carga (RN) entra no nervo, já a carga positiva, nunca entra, por isso a dissociação é importante. Após a entrada no nervo, no meio intracelular ocorre outra dissociação, mas desta vez, é a parte neutra (RN) para a positiva (RNH+). A parte positiva se liga ao nervo para causar os efeitos dos anestésicos. Esse ciclo repete-se até que acabe as moléculas de anestésicos que ainda não entraram no meio intracelular (O restante dos 750 RNH+ fica fazendo essa dissociação até que acabe todas as moléculas) Por quê em tecidos infectados e/ou inflamados, a anestesia não é efetiva? Com o Ph baixo ocorre muito pouca dissociação. (Ex: Em um tecido normal, de 1000 moléculas 250 ficam neutras. Já me um tecido inflamado dessas 1000 apenas 10 ficam neutras). Em tecidos inflamados, tende-se a ser formado mais moléculas de carga positiva (RNH+), consequentemente, forma menos da carga neutra (RN) para entrar no nervo, o que acaba que no meio intracelular vai possuir pouca molécula neutra (RN) para a dissociação positiva, para se ligar no nervo, e com isso, o efeito do anestésico não vão ser o suficiente. Processo de Bloqueio Parte da droga é absorvida por tecidos não neurais Parte é diluída pelo liquido intersticial Parte removida por capilares e vasos linfáticos do local da infiltração Propriedades Físicas e Ações Clínicas Vasoconstritores Diminuição do fluxo sanguíneo Absorção mais lento Nível sanguíneo menor – menor risco de toxidade Maiores quantidades de anestésicos locais penetram Mecanismos de ação Direta – Liga-se ao receptor Indireta – Não se liga ao receptor e estimula a liberação de noradrenalina, que se liga ao vasoconstritor α - vasoconstrição β - vasodilatação Adrenalina Mais potentes e mais utilizados na odontologia Ação direta em alfa e beta Predomínio por beta Concentração de Adrenalina - Anestésicos Locais Lidocaína – 1:100.000 ou 1:200.000 Articaína – 1:100.000 ou 1:200.000 Bupivacaína - 1:200.000 Mepivacaína - 1:200.000 Qual a dose máxima de adrenalina? Adrenalina – 1:100.000 Paciente saudável: 11 tubetes, 0,2mg ou 200yp Paciente cardiovascular: 2 tubetes, 0,04mg ou 40yp Noradrenalina Ação quase que exclusiva em alfa (90%) Apresenta ¼ da potência da adrenalina Dose máxima de noradrenalina? 0,34mg paciente normal – 0,24mg paciente cardiovascular Sabendo-se que a potência da noradrenalina é ¼ da adrenalina, por que pode causar necrose mucosa palatina? Noradrenalina é contraindicada para anestesia no palato duro, por que ela causa necrose asséptica. Como a noradrenalina tem a ação especifica em alfa, com isso, a vasoconstrição é muito alta e acaba diminuindo a vascularização sanguínea no local do palato duro, fazendo com oque ocorra a necrose Levonordefrina Vasoconstritor sintético Estimulação direta de alfa (75%) Possui 15% da potência da adrenalina Dose máxima de 1mg por consulta Associada a mepivacaína na concentração de 1:20.000 Felipressina Análogo sintético do hormônio antidiurético – Vasopressina 5% da potência da adrenalina Ação direta na musculatura lisa vascular Ação na microcirculação venosa É contraindicada para gestantes, ela causa contrações uterinas Dose máxima recomentada 0,27ui Seleção de um vasoconstritor Duração do procedimento Necessidade de hemostasia Controle pós-operatório da dor Condição medica do paciente Segurança para os anestésicos Respeitar as doses de tolerância Evitar áreas inflamadas ou infectadas Preferir anestésicos com vasoconstritor Aspirar previamente á injeção (injetar um pouco e soltar para ver se não está saindo sangue, caso esteja saindo o CD está aplicando na veia) Injetar lentamente o anestésico Dominar as técnicas anestésicas Sucesso dos anestésicos Resposta individual a droga Precisão da técnica empregada Variação anatômica Tipo de vasoconstritor pH tecidual (inflamação) Grau de vascularização Tensão Nervosa/estresse reduz em até 50% a duração da anestesia local Qual é o melhor anestésico local? É aquele que mais se adequa ao procedimento a ser realizado e ao estado geral de saúde do paciente Opções em anestésicos locais Lidocaína – Mais utilizado Prilocaína – Não é recomendado para gravida Mepivacaína Articaína – 50% metabolizada no fígado e 50% no plasma Bupivacaína – Não recomendado para crianças e pessoas especiais, porque a ação anestésica é muito alta Etidocaína – Não utilizado na odontologia Ropivacaína – Não utilizado na Odontologia Qual escolher? Você deve olhar a duração do procedimento, tipo de intervenção, estado geral de saúde e idade do paciente Lidocaína Foi o primeiro anestésico a ser comercializado, é o anestésico mais utilizado na odontologia até os dias atuais Apresentação 3% sem vasoconstritor 2% com adrenalina a 1:50.000 2% com adrenalina a 1:100.000 Características: Potência: 2 Toxidade: 1 Propriedade vasodilatadora: 1 (média) Latência eficaz: 2 a 3 min Duração aproximada: 90 – 200 min Concentração: 2% = 36 mg de sal em 1,8 ml –-- 3% = 54mg de sal em 1,8 Dose teto / Kg = 7,0 mg (A cada 1 kg 7mg de anestésicos) Dose máxima: 500mg (A dose não pode ultrapassar 500mg) Mepivacaína Possui propriedades semelhantes às da lidocaína Apresentações: 3% sem vasoconstritores 2% com adrenalina 1:100.000 2% com adrenalina 1:200.000 2% com noradrenalina 1:100.000 2% com Levonordefrina 1:20.000 Características: Potência:2 Toxidade: 0,5 a 1 Propriedade vasodilatadora: 0,8 (média) Latência eficaz: 1,5 a 2 min Duração aproximada: 120 – 240 min Concentração: 2% = 36mg de sal em 1,8ml –-- 3% = 54mg de sal em 1,8 ml Dose teto / Kg = 6,6 mg (A cada 1 kg 6,6mg de anestésicos) Dose máxima: 400mg (A dose não pode ultrapassar 400mg) Prilocaína Apresenta a vantagem de possuir uma biotransformação rápida com menor toxidade sistêmica Características: Potência: 2 Toxidade: 0,5 Propriedade vasodilatadora: 0,5 (pequena) Latência eficaz: 2 a 4 min Duração aproximada: 100 – 240 min Concentração: 3% = 54mg de sal em 1,8ml = 1 tubete Dose teto / Kg = 8,0 mg (A cada 1 kg 8,0mg de anestésicos) Dose máxima: 600mg (A dose não pode ultrapassar 600mg) Indicações: Pacientes alérgicos a sulfitos e sulfas, para pacientes ASA III, pacientes com disfunção hepática, pusilânimes (medrosos) O que é metemoglobinemia? É um distúrbio hematológico no qual ocorre um aumento da forma oxidada de metemoglobina sérica, que é incapaz de transportar oxigênio. (Pode ocorrer como efeito colateral da administração de altas doses de Prilocaína e Articaína) Qual a causa da metemoglobinemia? Orto-toluidina provoca oxidação da hemoglobina, por um processo que demora 3 a 4 horas para se manifestar sinais e sintomas Sinais e sintomas: Cianose: a pessoa fica cinza azulada persistente Redução da função cerebral Dispnéia ao esforço, cefaléia, fraqueza, depressão respiratória, inconsciência e óbito Evitar Prilocaína e Articaína Gravidez, anemia, hemoglobinopatias, história de metemoglobinemia, insuficiência cardíaca ou respiratória, uso crônico de paracetamol Articaína Apresentação: 4% com adrenalina 1:100.000 4% com adrenalina 1:200.000 Características: Potência: 1,5 vezes maior que a lidocaína Toxidade: 0,6 Propriedade vasodilatadora: 1 (média) Latência eficaz: 2 a 3 min Duração aproximada: 105 – 420 min Concentração: 4% = 76mg de sal em 1,8ml = 1 tubete Dose máxima adulto = 7mg/Kg até 500mg Dose máxima pediátrica: 50mg Contraindicações: Alergia a sulfas (enxofre), metemoglobinemia congênita, metemoglobinemia idiopática, história de anemia, insuficiência cardíaca e/ou respiratória Bupivacaína Muito eficaz no controle da dor pós-operatória Apresentação: 0,5% com adrenalina 1:100.000 0,5% com adrenalina 1:200.000 Características: Potência: 8 Toxidade: 4 Propriedade vasodilatadora: 2,5 (alta) Latência eficaz: 5 a 10 min Duração aproximada: 180 – 600 min Concentração: 0,5% = 9mg de sal em 1,8ml = 1 tubete Dose teto / Kg = 2 mg (A cada 1 kg 2mg de anestésicos) Dose máxima: 90mg (A dose não pode ultrapassar 90mg) Influência do pH tecidual A explicação do porque o anestésico não tem muito efeito em locais inflamados Área infectadas, pH baixo, dificuldade e retardo da anestesia, rápida absorção do anestésico local, intensa vascularização Crianças Evitar Bupivacaína, porque o efeito é muito demorado para sair e a criança pode se automutilar Preferir Lidocaína c/ adrenalina 1:100.000 Evitar Prilocaína em crianças com anemia Reduzir a dose usual para 1/3 nos casos em que são administrados sedativos Gestantes Evitar altas doses de Prilocaína e Articaína (muitas contraindicações) Evitar anestésicos com Felipressina (estimula contrações uterinas) Preferir Lidocaína c? adrenalina 1:100.000 Pacientes idosos = reduzir a dose anestésica e evitar noradrenalina Seleção de Anestésicos Local Duração: resposta individual a substância (normo, hiper e hiporreativo), Precisão na aplicação do anestésico local, condição dos tecidos em que o anestésico é injetado (se possui inflamação). 1. Tempo necessário de controle de dor 2. Necessidade potencial de controle da dor após o tratamento 3. Possibilidade de automutilação no período pós-operatório 4. Necessidade de hemostasia (Controle de sangramento = vasoconstritor) 5. Presença de qualquer contraindicação à solução anestésica local selecionada para administração Dose Máxima Recomendada (DMRs) 500 Como calcular a quantidade máxima de tubetes que pode ser utilizado? Lidocaína 2% + epinefrina 1:100.000 (um tubete possui 1,8 ml de anestésico) Paciente possui 90 kg, é ASA I (não possui comorbidades) DMR da Lidocaína é 7,0mg/kg até 500mg 2% = 2g para 100 ml converte para mg 2000mg para 100ml divide 2000/100 = 20 mg/ml 1 tubete = 1,8 ml ---- X mg lidocaína ( Regra de 3) 1 ml ----- 20mg de lidocaína 1*x = 1,8 * 20 1x = 36 x= 36/1 36mg Lidocaína = 7mg ---- 1kg (regra de 3) Y ------ 90 kg Y*1 = 7*90 1y = 630 y = 630/1 y = 630mg Como passou a dose máxima recomendada, usamos 500 mg como dose máxima 1 tubete = 1 ---- 36mg X ---- 500 mg X*36 = 1*500 36x = 500 x = 500/36 x = 13,88 tubetes Devemos sempre arredondar para baixo o número máximo de tubetes que podem ser utilizados, então o número máximo 13. Cálculo Dose Máxima do Vasoconstritor Adrenalina 1:100.000 1g ----- 100.000ml converte o 1g em mg 1000mg ---- 100.000ml corta os 0 1mg --- 100ml divide 0,01mg/ml 1 tubete existem 1,8ml 0,01mg --- 1ml X --------- 1,8 ml X*1 = 0,01*1,8 x1 = 0,018 X = 0,018/1 0,018 mg de adrenalina em 1 tubete DMR de adrenalina para paciente ASA I = 0,2mg Se em 1 tubete existe 0,018mg de adrenalina, quantos tubetes podem ser utilizados em um paciente ASA I? 1 tubete ----- 0,018mg de adrenalina Y ------------ 0,2mg Y*0,018mg = 1*0,2 0,018y = 0,2 Y = 0,200/0,018 (iguala as casas decimais e tira as virgulas) 200/18 11,11 Tubetes Dose máxima recomendada de adrenalina para um paciente ASA III/IV é 0,04mg A conta é igual até a última parte 1 Tubete ---- 0,018mg Z ----------- 0,04mg Z*0,018 = 1*0,04 0,018z = 0,04 Z = 0,040/0,018 (iguala as casas decimais e tira as virgulas) 40/18 2,22 Tubetes. 1 2
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