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LITERATURA BRASILEIRA POESIA - QUESTIONÁRIO UNIDADE II - Letras

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Curso LITERATURA BRASILEIRA: POESIA
Teste QUESTIONÁRIO UNIDADE II
Iniciado 11/04/23 00:03
Enviado 11/04/23 00:18
Status Completada
Resultado da
tentativa
3 em 3 pontos
Tempo
decorrido
15 minutos
Resultados
exibidos
Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários,
Perguntas respondidas incorretamente
 Pergunta 1
 0,3 em 0,3 pontos
O ensino de literatura brasileira nas nossas escolas
encontra vários obstáculos, entre eles:
a. A existência de currículos
escolares que ainda se baseiam
no currículo do século XIX, que
privilegiava a historiografia, ou
seja, uma visão extremamente
redutora do fato literário, pois o
ignora como igualmente cultural,
social e histórico.
a. A existência de currículos escolares
que ainda se baseiam no currículo
do século XIX, que privilegiava a
historiografia, ou seja, uma visão
extremamente redutora do fato
literário, pois o ignora como
igualmente cultural, social e
histórico.
b. A discussão ampla sobre inovação
metodológica e estratégica de ensino
de literatura em todas suas
vertentes.
c. A visão crítica criada entre professor e
alunos no que diz respeito à leitura
de texto literário.
d. A ruptura contra o ensino tradicional
estabelecido no século XIX.
e. A criatividade para encontrar novos
caminhos de ensino literário.
Resposta: A.
Comentário: o grande obstáculo para o
ensino de literatura no Brasil é o currículo
estabelecido no século XIX e que ainda
não foi rompido. Apesar dos documentos
oficiais determinarem mudanças
significativas, ainda há currículos
escolares que seguem a historiografia,
sem valorização do contexto ou mesmo
do texto literário.
 Pergunta 2
 0,3 em 0,3 pontos
A formalização da história literária brasileira e, por
consequência, da própria natureza e função da
literatura brasileira como disciplina escolarizada,
deve-se:
Respost
a
Sele
cion
ada:
a. À busca da identidade
nacional brasileira.
Respost
as:
a. À busca da identidade nacional
brasileira.
b. À idealização de um ensino
literário.
c. Ao caráter formativo dos alunos.
d. Ao incentivo de produção e
divulgação de resultados
científicos sobre literatura.
e. À periodização estilística.
Resposta: A.
Comentário: formalizar a história da
literatura e escolarizar a literatura
foram ações do século XIX para
contribuir na formação da identidade
nacional de um país – Brasil –
recém-independente politicamente.
 Pergunta 3
 0,3 em 0,3 pontos
O poema “Chegam pelas ilhas”, que faz parte do livro
Canto Geral, de Pablo Neruda (poeta contemporâneo
chileno), trata da chegada dos europeus à América no
século XV. A seguir, um fragmento do poema:
Os carniceiros desolaram as ilhas.
Os filhos da argila viram partido
Seu sorriso, ferida
Sua frágil estatura de gamos,
E nem mesmo na morte entendiam.
(...)
E quando o tempo deu sua volta de valsa
Dançando nas palmeiras,
O salão verde estava vazio.
Esse poema pode ser relacionado tematicamente a qual
poema de Oswald de Andrade?
Resposta
Selecio
nada:
a. “Erro de português”
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Respostas: a. “Erro de português”
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
b. “A descoberta”
Seguimos nosso caminho por este
mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como
espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem
moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas
espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão
saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.
c. “Canto de regresso à pátria”
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
d. “Pronominais”
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
e. “O capoeira”
– Quéapanhásordado?
– O quê?
– Quéapanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
Resposta: A.
Comentário: o poema “Erro de português”
emprega os verbos vestir/despir em
sentidos duplos, podendo significar a
imposição da cultura portuguesa aos
indígenas. Nesse sentido, aproxima-se
do poema de Neruda, pois a imposição
da cultura significa morte da cultura
indígena. Em resumo, temos morte em
ambos os poemas: morte física em
Neruda e morte cultural em Andrade.
 Pergunta 4
 0,3 em 0,3 pontos
Leia um trecho do poema “Inverno”, de Jorge de Lima, em
que os versos retratam as reações do eu lírico diante da
chegada das chuvas às regiões semiáridas do
Nordeste.
Zefa, chegou o inverno!
Formigas de asas e tanajuras!
Chegou o inverno!
Lama e mais lama!
Chuva e mais chuva, Zefa!
Vai nascer tudo, Zefa!
Vai haver verde,
verde do bom;
verde nos galhos,
verde na terra,
verde em ti, Zefa!
Que eu quero bem!
Formigas de asas e tanajuras!
O rio cheio,
barrigas cheias,
mulheres cheias, Zefa!
..................................
trovão, corisco
terras caídas,
corgos [córregos] gemendo,
os caborés piando, Zefa!
Os cururus [sapos] cantando, Zefa!
Dentro da nossa
casa de palha:
carne de sol
chia nas brasas,
farinha d’água,
café, cigarro,
cachaça, Zefa...
... rede gemendo...
Tempo gostoso!
Vai nascer tudo!
Pela interpretação do poema, é correto afirmar que:
Respos
ta
Sel
eci
on
ad
a:
c. O emprego constante dos
pontos de exclamação reforça
os sentimentos de euforia e
esperança do eu lírico.
Respos
tas
:
a. O vocativo “Zefa” prova que há
intimidade entre as personagens,
embora não haja parentesco entre
elas.
b. Os elementos desse cenário – carne
seca, café, cigarro, cachaça –
caracterizam os vilarejos em fase
de urbanização.
c. O emprego constante dos pontos
de exclamação reforça os
sentimentos de euforia e esperança
do eu lírico.
d. Há uma preocupação com a
chegada de formigas de asas e
tanajuras, tradicionais pragas da
agricultura.
e. Existe a consciência dos aspectos
negativos dessa nova paisagem:
muita lama e terras caídas.
Resposta: C.
Comentário: em região com
escassez de água, a chuva é
sempre bem-vinda e, no
poema, a recepção à chuva é
marcada pelo entusiasmo, pela
alegria, pela esperança.
 Pergunta 5
 0,3 em 0,3 pontos
Leia o fragmento a seguir e as afirmações a seu respeito:
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isto maquinista?
(Manuel Bandeira)
I. A significação do trecho provém da sugestão sonora.
II. O poeta utiliza expressões da fala popular brasileira.
III. A temática e a estrutura do poema contrariam o
programa poético do Modernismo.
Resposta
Seleciona
da:
b. I e II estão
corretas.
Respostas: a. I, II e III estão
corretas.
b. I e II estão
corretas.
c. I, II e III estão
incorretas.
d. II e III estão
corretas.
e. Apenas III está
correta.
Resposta: B.
Comentário: como movimento
literário dessacralizante, o
Modernismo buscou, sem
ufanismo, mas, ao contrário,
com criticidade, a cultura
popular brasileira.
 Pergunta 6
 0,3 em 0,3 pontos
Leia um poema de Jorge de Lima:
“Olá! Negro”
Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos
e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor
tentarão apagar a tua cor!
E as gerações dessas gerações quando apagarem
a tua tatuagem execranda,
não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!
Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,
negro-fujão, negro cativo, negro rebelde
negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que
foste para o algodão de USApara os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar
de ferro, para a canga
de todos os senhores do mundo;
eu melhor compreendo agora os teus blues
nesta hora triste da raça branca, negro!
Olá, Negro! Olá, Negro!
A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
LIMA, Jorge. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar,
1958 (fragmento).
O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na
visão do eu lírico, um contexto social assinalado por:
Respost
a
Sel
ecio
nad
a:
b. Preservação da memória
ancestral e resistência negra à
apatia cultural dos brancos.
Respost
as:
a. Modernização dos modos de
produção e consequente
enriquecimento dos brancos.
b. Preservação da memória
ancestral e resistência negra à
apatia cultural dos brancos.
c. Superação dos costumes antigos
por meio da incorporação de
valores dos colonizados.
d. Nivelamento social de
descendentes de escravos e de
senhores pela condição de
pobreza.
e. Antagonismo entre grupos de
trabalhadores e lacunas de
hereditariedade.
Resposta: B.
Comentário: já nos primeiros versos, o poema
de Jorge de Lima aborda a questão da
permanência de uma “memória ancestral”,
que se perpetua em sucessivas gerações
de negros. A memória negra vem
personificada na referência a vários entes,
como “Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi”
etc., que dão força e sentimento a suas
expressões artísticas – presentes na
referência ao blues. A valorização dessa
herança é contraposta à situação negativa
dos brancos, que são caracterizados pela
tristeza e pelo tédio.
 Pergunta 7
 0,3 em 0,3 pontos
Leia o fragmento a seguir:
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Ver a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
mando chamar a mãe-dágua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
BANDEIRA, Manuel. Bandeira a vida inteira. Rio de
Janeiro: Alumbramento, 1986, p. 90.
Nessa estrofe, o poeta, devidamente refugiado no
mágico Éden imaginário, projeta uma série de ações
insignificantes que compõem o cotidiano de um menino
sadio. É o retorno psicológico à infância – marca de um
tempo feliz e de liberdade. A estrofe com essas
características começa assim:
Resposta
Seleci
onada
:
c. “E como farei ginástica /
Andarei de bicicleta”.
Respostas
:
a. “Vou-me embora pra Pasárgada /
Lá sou amigo do rei”.
b. “Vou-me embora pra Pasárgada /
Aqui eu não sou feliz”.
c. “E como farei ginástica /
Andarei de bicicleta”.
d. “Em Pasárgada tem tudo / É outra
civilização”.
e. “E quando eu estiver mais triste /
Mas triste de não ter jeito”.
Resposta: C.
Comentário: os adultos tendem a
criar a fantasia de que a
infância foi seu melhor período.
No poema, essa fantasia é
ligada ao mito do paraíso
perdido, o Jardim do Éden.
 Pergunta 8
 0,3 em 0,3 pontos
Leia os textos a seguir e responda ao que se pede:
Texto I
“Porquinho-da-Índia”
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Por que o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
– O meu porquinho-da-índia foi minha primeira
namorada.
Texto II
“Madrigal tão engraçadinho”
Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na
minha
[vida, inclusive o porquinho-da-índia que
[me deram quando eu tinha seis anos.
BANDEIRA M. Libertinagem & Estrela da manhã. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2000, p. 36.
Os textos I e II:
d. Estão em consonância com a
estética do Modernismo, pois
são construídos em versos livres
e com linguagem que se
aproxima da prosa,
características pertinentes a
esse estilo literário.
a. Utilizam metalinguagem e temática do
cotidiano, que são características da
estética do Modernismo.
b. Apresentam características da
estética do Modernismo, presentes
nos versos livres e na reescritura de
textos clássicos do passado.
c. Apresentam concepções diversas em
relação à primeira namorada,
porque a linguagem do texto I se
aproxima da prosa, ao passo que o
texto II mantém a estrutura clássica
do madrigal.
d. Estão em consonância com a
estética do Modernismo, pois são
construídos em versos livres e com
linguagem que se aproxima da
prosa, características pertinentes a
esse estilo literário.
e. Afastam-se da estética do
Modernismo, pois apresentam
distanciamento temporal: o eu lírico,
no texto I, rememora a infância e, no
texto II, foca-se no presente.
Resposta: D.
Comentário: a liberdade na criação poética fa
parte do Modernismo e da literatura do
século XX de forma geral. Nessa liberdad
o poeta pode romper com a estrutura rígid
de verso e estrofe, rima, temática.
 Pergunta 9
 0,3 em 0,3 pontos
Leia os textos A, B e C:
A - Poema de Jorge de Lima, publicado em 1927:
“Nordeste”
Nordeste, terra de São Sol!
Irmã enchente, vamos dar graças a Nosso Senhor,
que a minha madrasta Seca torrou seus anjinhos
para os comer.
São Tomé passou por aqui?
Passou, sim senhor!
Pajeú! Pajeú!*
Vamos lavar Pedra Bonita, meus irmãos,
com o sangue de mil meninos, amém!
D. Sebastião ressuscitou!
S. Tomé passou por aqui?
Passou, sim senhor.
Terra de Deus! Terra de minha bisavó
que dançou uma valsa com D. Pedro II.
São Tomé passou por aqui?
Tranca a porta, gente, Cabeleira* aí vem!
Sertão! Pedra Bonita!
Tragam uma virgem para D. Lampião!
*O Sertão do Pajeú localiza-se em Pernambuco.
*Cabeleira é o apelido de José de Gomes, um dos
primeiros cangaceiros de Pernambuco.
B - Início do último capítulo de Vidas secas, obra de
Graciliano Ramos publicada em 1938:
A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória
benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os
beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no
banco do copiar*, Fabiano espiava a catinga amarela,
onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos
redemoinhos, e os garranchos* se torciam, negros,
torrados. No céu azul as últimas arribações* tinham
desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam,
devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a
Deus um milagre.
*Copiar é varanda; garrancho é ramo tortuoso de
árvore; arribação é um tipo de ave.
C - Anúncio produzido pela agência de publicidade
Integra Comunicações (Fortaleza/CE) e premiado em
concurso no ano de 2000 em Nova York:
A seguir, a transcrição do que consta do anúncio, na
parte inferior, à direita:
Hoje é dia de São José. Reze com a gente. Ó glorioso
São José, a quem foi dado o poder de tornar possíveis
as coisas humanamente impossíveis, vinde em nosso
auxílio nas dificuldades em que nos achamos. Tomai
sob a vossa poderosa proteção as causas que vos
confiamos, para que tenham uma solução favorável
(faz-se o pedido). Ó pai amantíssimo, em vós
depositamos toda nossa confiança. Que ninguém possa
jamais dizer que vos invocamos em vão. Já que tudo
podeis junto a Jesus e Maria mostrai-nos que vossa
bondade é igual ao vosso poder. São José, a quem
Deus confiou o cuidado com a mais santa família que
jamais houve, sede o pai e protetor das nossas e
impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor
de Jesus e Maria. São José do Perpétuo Socorro rogai
por nós que recorremos a vós. Amém. Obrigado, São
José, por estar atendendo tãobem às nossas preces,
mandando a chuva que o Ceará tanto precisa.
(Jornal Diário)
O leitor, ao relacionar os textos acima A, B e C, pode
concluir:
I. Nos três textos, avulta o drama social e geográfico da
região nordestina brasileira no que concerne à seca e
ao seu efeito devastador na região.
II. A religiosidade está presente nos textos com uma
diferença: o texto de Jorge de Lima satiriza a crença em
milagres para resolver o problema da seca, enquanto
que nos textos de Graciliano Ramos e do anúncio
publicitário, há a manutenção da crença.
III. Nos textos B e C, o sofrimento no Nordeste
decorrente da seca é um assunto decorrente; no texto
A, apesar de falar do Nordeste, não há tal sofrimento,
verificado principalmente em “Nordeste, terra de São
Sol!/Irmã enchente, vamos dar graças a Nosso Senhor”.
Assinale a alternativa correta:
Resposta
Seleciona
da:
d. As conclusões I e II
estão corretas.
Respostas: a. A conclusão I está correta.
b. A conclusão II está correta.
c. A conclusão III está correta.
d. As conclusões I e II estão
corretas.
e. As conclusões I e III estão
corretas.
Resposta: D.
Comentário: a conclusão III não está correta,
pois no poema de Lima há também o tema
da seca e do sofrimento decorrente da seca.
Um dos sofrimentos apontados no poema é
pela morte das crianças, comprovado no
verso “que a minha madrasta Seca torrou
seus anjinhos”.
 Pergunta 10
 0,3 em 0,3 pontos
Leia os versos a seguir:
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
A estrofe acima mostra um dos aspectos dominantes na
poesia de Cecília Meireles, que é a percepção
____________ do mundo.
Resposta
Seleciona
da:
e. Sensorial.
Respostas: a. Racional
b. Sentimental.
c. Onírica
d. Emotiva.
e. Sensorial.
Resposta: E.
Comentário: a estrofe é marcada pelos
sentidos humanos: tátil (“minhas
mãos ainda estão molhadas”,
“escorre dos meus dedos”), visual
(“azul das ondas”, “a cor”, “colore as
areias desertas”) e auditivo (“ondas
entreabertas”, “areias desertas”).

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