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Conteudista: Prof. Me. Marcus Vinicius Ferreira de Araújo
Revisão Textual: Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza
 
Objetivo da Unidade:
Apresentar uma visão geral sobre a Imunologia, destacando os tipos de resposta
imune e os tipos celulares que a compõem.
 Contextualização
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Introdução ao Estudo de Imunologia
Você sabia que o corpo humano pode, por meio de um sistema de reações químicas e físicas, nos
proteger frente a agentes estranhos (patógenos) e até mesmo contra nossas próprias células,
quando (por mutação) elas se tornam malignas (cânceres), e assim pode evitar o surgimento de
algumas doenças? 
Atualmente, diversas células especiais que podem retirar e destruir esses patógenos são
conhecidas. 
O sistema capaz de fazer o que foi descrito é denominado sistema imunológico, que é composto
por uma porção de células e órgãos cuja principal função é proteger o indivíduo frente a
patógenos, por meio de diversos mecanismos de defesa. 
O sistema imunológico pode ser definido como o conjunto de moléculas, células, tecidos e
órgãos presentes nos seres humanos e em outros seres vivos capaz de eliminar agentes ou
moléculas estranhas ao corpo, inclusive o câncer, preservando a homeostase. 
Os mecanismos fisiológicos capazes de desempenhar essa função consistem em uma resposta
coordenada (moléculas e células) que culmina em respostas que podem ser tanto específicas
quanto seletivas, gerando até uma memória imunitária, que pode ocorrer naturalmente, como
foi dito, mas também artificialmente, por meio das vacinas. 
Na ausência de um sistema imune, as infecções, que antes não eram percebidas, podem levar à
morte do organismo. No entanto, mesmo com um sistema imune funcional, as doenças
ocorrem, pois os patógenos também desenvolvem mecanismos para fugir da resposta
imunológica (LOPES; AMARAL, 2013; TEVA; FERNANDEZ; SILVA, [20--]). 
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 Contextualização
Como apresentado, a Imunologia torna-se de extrema importância para a Humanidade, já que é
por meio de seu estudo que é possível entender como se dão as interações dos microrganismos
com o corpo humano e, por meio disso, auxiliar diversas áreas do conhecimento, como a
Biologia, a Biomedicina, a Farmácia e a Medicina, haja vista que é por meio dela que se elaboram
remédios e vacinas, como é o caso da elaboração da vacina da dengue, que atualmente passa por
uma fase de teste. Isso demonstra que a Imunologia é uma importante ferramenta para a
Humanidade frente aos diversos desafios que estão presentes e que podem surgir.
Princípios Básicos da Imunologia
A definição de Imunologia vem do latim immunitas, que se relaciona à proteção contra as
demandas judiciais que os senadores romanos sofriam. Do ponto de vista histórico, o termo
imunidade denotava a proteção contra doenças infecciosas. Desse modo, o sistema imunológico
abrange as células e as moléculas que são responsáveis pela imunidade, que ocorre devido à
resposta imunológica, que é coletiva e coordenada pelo sistema imunológico, frente a
substâncias estranhas. 
A função fisiológica do sistema imunológico, como mencionado no parágrafo anterior, é
defender o organismo contra agentes infecciosos (microrganismo), além de moléculas que
podem causar respostas imunológicas. Por outro lado, os mecanismos que protegem os
indivíduos frente às infecções e às substâncias estranhas também são capazes de provocar
danos ao próprio organismo em algumas situações, e quando isso ocorre chamamos de doenças
autoimunes. Desse modo, a Imunologia é o estudo de diversos componentes e mecanismos, em
nível celular e molecular, que ocorrem após o contato de um indivíduo com microrganismos
e/ou outras moléculas estranhas ao corpo. 
Edward Jenner (Figura 1) foi o cientista ao qual foi atribuído o início dos estudos de Imunologia.
No final do século XVIII, Edward observou que a varíola bovina, ou vacínia, desempenhava ação
de imunidade contra a doença da varíola humana. Então, em 1796, ele conseguiu mostrar para a
comunidade científica que a inoculação da varíola bovina em seres humanos protegia contra a
varíola humana. Esse método foi chamado de vacinação, termo que é utilizado até hoje e que,
atualmente, é usado para descrever a inoculação de amostras de agentes patológicos
enfraquecidos ou atenuados em indivíduos sadios, com a finalidade de protegê-los contra
doenças que antes os ameaçavam. 
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 Material Teórico
Quando a vacinação foi introduzida, Jenner não tinha conhecimento dos agentes infecciosos.
Apenas no século XIX, Robert Koch provou que as doenças infecciosas eram causadas por
microrganismos patogênicos, cada um responsável por uma determinada enfermidade ou
patologia. 
Atualmente, são reconhecidas quatro grandes categorias de microrganismos ou patógenos. São
eles: os vírus, as bactérias, os fungos patogênicos e outros organismos eucarióticos, chamados
de parasitas. 
Após isso, em 1880, Louis Pasteur projetou uma vacina contra a cólera aviária e desenvolveu uma
vacina antirrábica. No início da década de 1890, Emil von Behring e Shibasaburo Kitasato
descobriram que o soro de animais imunes à difteria ou ao tétano continha “atividade
antitóxica” específica que possibilitava proteção em curto prazo contra os efeitos das toxinas
dessas duas doenças. Atualmente, chamamos essa atividade de anticorpos.
Figura 1 – Edward Jenner 
Fonte: Getty Images
 
#ParaTodosVerem: imagem de uma fotografia. Sobre um fundo negro, no
centro, há a imagem de Edward Jenner, o cientista ao qual foi atribuído o início
dos estudos de Imunologia. Fim da descrição.
Tipos de Resposta Imune
A resposta imune apresenta duas respostas básicas. Uma delas é a específica, que corresponde à
síntese de anticorpos frente ao patógeno específico ou aos produtos por ele metabolizados. Essa
resposta é conhecida como resposta imunológica adaptativa, já que se desenvolve e pode
prolongar-se durante a vida de um organismo, ou seja, assemelhando-se a uma resposta de
adaptação à infecção causada pelo patógeno. Em muitos casos, a resposta imunológica
adaptativa resulta, adicionalmente, em um processo denominado memória imunológica, que
possui identidade imunológica protetora por toda a vida do indivíduo contra novas infecções
causadas pelo mesmo patógeno. Esse importante mecanismo de resposta não é observado na
outra resposta imunológica, que é chamada de resposta imunológica inata. Essa resposta é
intimamente ligada a uma resposta imediata, auxiliando, assim, no combate a uma grande gama
de patógenos em primeira instância. Entretanto, essa característica imediata não conduz a uma
imunidade duradoura e nem específica para nenhum patógeno individual. Historicamente, a
imunidade inata era muito estudada pelo imunologista russo Elie Metchniko�, que descobriu
que muitos patógenos podem ser engolidos e digeridos por células fagocíticas, as quais ele
denominou de “macrófagos”. Os macrófagos estão sempre presentes e prontos para atuar, por
isso são células importantíssimas na composição da linha de frente da resposta imunológica. 
Diante do que foi dito, fica claro definir que uma das principais diferenças entre as respostas
imunológicas inata e adaptativa é que a resposta imunológica adaptativa necessita de tempo para
se desenvolver, já que ela é específica para um determinado patógeno; a inata, por outro lado, é
inespecífica e, por isso, já está presente mesmo em organismos saudáveis.
Com o prosseguimento dos trabalhos, ficou claro que os anticorpos poderiam ser induzidos
contra um grande número de substâncias, que foram chamadas de antígenos, já que
estimulavam a produção de anticorpos.
Posteriormente, detectou-se que a produção de anticorpos não é a única função da resposta
imunológica adaptativa. Diante disso, o termo antígeno é utilizado para mencionar qualquer
substância que pode ser reconhecida e combatida pelo sistema imunológico adaptativo.
Órgãos ou Tecidos Linfoides
As células envolvidas na resposta imune
estão organizadas em tecidos e órgãos, o que permite
uma resposta imune mais eficiente. Esse conjunto estrutural, denominado sistema linfoide, é
composto por linfócitos, células acessórias (macrófagos e APCs) e, em alguns tecidos, células
epiteliais. 
O tecido linfoide está distribuído pelo organismo e pode ser encontrado na forma de órgãos
(discretamente encapsulados) ou difuso em outros tecidos (acúmulo de tecido linfoide). Os
órgãos e tecidos linfoides são classificados em órgãos linfoides primários e órgãos ou tecidos
linfoides secundários.
Vídeo 
O Corpo Humano – Sistema Imunológico
O Corpo Humano - 13 - Sistema Imunológico
https://www.youtube.com/watch?v=JzaQaFVNi3o
Os linfócitos circulam pelo sangue e pela linfa, mas também podem ser encontrados em tecidos
linfoides ou órgãos linfoides, os quais se encontram de forma organizada em agregados de
linfócitos em uma rede de células não linfoides. 
Os órgãos linfoides podem ser divididos em (Figura 2):
Órgãos linfoides primários ou centrais, onde os linfócitos são
produzidos (medula óssea e timo, que é um órgão localizado no
tórax superior);
Órgãos linfoides periféricos ou secundários, onde os linfócitos virgens maduros são
mantidos e as respostas imunes adaptativas se iniciam (linfonodos, baço e tecidos
linfoides da mucosa do intestino, dos tratos respiratório e nasal, do trato urogenital
e de outras mucosas).
Figura 2 – Distribuição dos tecidos linfoides no organismo 
Fonte: Adaptada de MURPHY et al., 2014, p. 30
 
#ParaTodosVerem: imagem da representação dos órgãos linfoides distribuídos
pelo corpo humano. Em ordem, começando na região da cabeça e indo em
direção às pernas, observa-se: adenoide em azul;  tonsila em azul; veia subclávia
direita e veia subclávia esquerda em roxo; timo em amarelo; coração em
vermelho; ducto torácico em roxo; baço em azul; rim em branco; placa de Peyer
no intestino delgado em azul; intestino grosso em branco; apêndice em azul;
linfáticos em preto; e medula óssea em amarelo. Fim da descrição.
Conforme podemos observar na Figura 2, os linfócitos são derivados das células-tronco da
medula óssea e diferenciam-se nos órgãos linfoides centrais (amarelo); as células B, na medula
óssea, e as células T, no timo. Elas migram desses tecidos e são levadas pela circulação
sanguínea até os órgãos linfoides periféricos (azul).
Funções do Sistema Imune
A ação das respostas imunológicas inata e adaptativa desempenha quatro funções básicas em
um organismo, como demonstrado na Tabela 1. A primeira delas relaciona-se ao
reconhecimento imunológico, que é a detecção de uma infecção, cuja ação é atribuída às células
sanguíneas brancas do sistema imune inato e também aos linfócitos do sistema imune
adaptativo. 
A segunda função é desempenhada pelas ações imunológicas efetoras, ou seja, pelo sistema do
complemento composto por moléculas de proteínas sanguíneas, como os anticorpos (que,
juntamente com os linfócitos, têm a capacidade de destruir os patógenos), e também por outras
células sanguíneas brancas. 
A terceira função é chamada de regulação imunológica, ou seja, a capacidade do sistema
imunológico de se autorregular. Esse é um importante mecanismo da resposta imunológica,
pois o sistema imunológico tem que se controlar para não causar dano ao próprio organismo.
Quando ele não se autorregula, é possível que haja desenvolvimento de determinadas condições,
como as alergias e as doenças autoimunes, por exemplo, o lúpus. 
A quarta e última função é a proteção do indivíduo contra uma doença que já o atingiu. Nesse
caso, a função específica do sistema imunológico adaptativo é armazenar o reconhecimento de
um patógeno por meio de uma memória imunológica. 
Atualmente, os imunologistas trabalham para tentar produzir, de forma artificial, imunidade de
longa duração contra patógenos que ainda não provocam essa imunidade naturalmente.
Tabela 1 – Imunidade inata versus imunidade adaptativa
Características Inata Adaptativa
Especificidade
Moléculas
compartilhadas por
grupos de
microrganismos e
moléculas
produzidas por
células do
hospedeiro
lesionado 
Antígenos
microbianos e não
microbianos
Diversidade Limitada Muito grande
Memória Nenhuma Sim
Não reatividade ao
próprio 
Sim Sim 
Componentes 
Características Inata Adaptativa
Barreiras celulares
e químicas 
Pele, epitélios das
mucosas, moléculas
antimicrobianas
Linfócitos nos
epitélio, anticorpos
secretados nas
superfícies
epiteliais
Proteínas do sangue 
Complemento,
outras
Anticorpos
Células 
Fagócitos
(macrófagos,
neutrófilos), células
destruidoras
naturais
Linfócitos 
Fonte: Adaptada de MURPHY et al., 2014
Resposta Imune Inata
Neste tópico, vamos abordar com mais detalhes a resposta imunológica inata, que também pode
ser chamada de imunidade natural ou nativa. Ela consiste na linha de defesa inicial contra os
microrganismos e também contra os produtos das células lesionadas. Essa resposta é formada
por mecanismos bioquímicos e físicos de defesa celular existentes que, antes do contato com o
patógeno, já estão prontos para responder rapidamente. Por sempre estarem prontos para gerar
a resposta, os mecanismos de combate aos patógenos sempre serão iguais, mesmo se as
infecções forem repetidas. 
Existem quatro componentes do sistema imunológico inato (Figura 3):
Resposta Imune Adaptativa
A forma de resposta imune adaptativa refere-se à especificidade de moléculas e à capacidade de
memória e resposta mais intensa em exposições repetidas frente a um mesmo microrganismo.
Ela pode, também, diferenciar uma gama de substâncias microbianas, não microbianas e
microrganismo. Devido a isso, é denominada imunidade específica ou imunidade adquirida,
porque muitas respostas apresentadas são “adquiridas” por experiência. Suas principais células
são os linfócitos e seus produtos são secretados, como os anticorpos. As substâncias estranhas
que induzem as respostas imunológicas específicas reconhecidas pelos linfócitos ou pelos
anticorpos são os antígenos. 
Os mecanismos de defesa contra microrganismos estão de alguma maneira em todos os seres
multicelulares. Essa resposta corresponde às respostas inatas. As respostas mais elaboradas,
como a imunológica adaptativa, ocorrem apenas nos vertebrados. 
Dois modos de ação de resposta imune adaptativa, com características similares, foram
selecionados durante a evolução. O primeiro surgiu há 500 milhões de anos: o grupo de peixes
sem maxilas (agnatha), como as lampreias e as feiticeiras, desenvolveu respostas com diversas
células semelhantes aos linfócitos de espécies derivadas de vertebrados, nas quais atuavam
como linfócitos e até respondiam à imunização. Os receptores de antígenos dessas células eram
ricos em leucinas capazes de reconhecer uma elevada gama de antígenos, mas eram diferentes
Barreias físicas e químicas: são os epitélios e as substâncias
químicas antimicrobianas sintetizadas na superfície dos
epitélios;
Células fagocitárias: são os macrófagos e os neutrófilos: as células dendríticas e as
células assassinas naturais (Natural Killer – NK);
Proteínas do sangue: compostas por membros de sistema de complemento e
também por outros mediadores da inflamação, que veremos em Unidade posterior;
Proteínas chamadas de citosina: regulam e coordenam diversas atividades celulares
imunes.
dos anticorpos e dos receptores de células T (segundo modo), que sugiram mais tarde no
processo de evolução. A evolução dos linfócitos, os receptores de antígenos altamente diversos,
os anticorpos e os tecidos linfoides especializados ocorreram em um espaço de tempo curto e,
de certo modo, coordenado nos vertebrados não agnatha, como nos tubarões, há cerca de 360
milhões de anos. 
As respostas imunológicas dos hospedeiros, tanto a inata quanto a adquirida, têm seus
mecanismos de ação integrados. No entanto, os microrganismos patogênicos evoluíram
concomitantemente, tornando-se resistentes às respostas do hospedeiro, cada vez mais
específicas e complexas.
Diante
disso, as relações das respostas inata e adaptativa estimulam uma à outra. A resposta
adaptativa frequentemente atua intensificando os mecanismos protetores, tornando-os
capazes de combater com maior eficiência os patógenos. 
A resposta imune adaptativa possui duas respostas distintas, a imunidade humoral e a
imunidade celular (Figura 3). Essas respostas são mediadas por componentes distintos do
sistema imunológico. A função delas consiste na eliminação de microrganismos patogênicos. 
Especificando uma pouco mais, a imunidade humoral é basicamente mediada por moléculas do
sangue e pelas secreções das mucosas, que são denominadas anticorpos e são capazes de
reconhecer os antígenos microbianos, de neutralizar sua capacidade de infecção e, por fim,
eliminá-los. 
Os anticorpos, agentes vitais para a resposta imunológica adaptativa, são sintetizados nos
linfócitos B (também podem ser chamados de células B). A imunidade humoral é o principal
mecanismo de defesa contra microrganismos e contra suas toxinas, já que ela é capaz de ativar
diversas vias de sinalização de defesa e, como diferentes tipos celulares de anticorpos,
promovem a ingestão de microrganismo pelas células do hospedeiro (fagocitose). 
A outra imunidade mencionada no parágrafo anterior é a imunidade celular, que também é
chamada de imunidade. Essa resposta é realizada por células provindas dos linfócitos T
(também denominadas células T). Ela é importante porque alguns vírus e bactérias sobrevivem e
se proliferam no interior das células que os fagocitaram e em outras células do hospedeiro;
então a defesa é realizada dentro dela, promovendo a destruição de microrganismos que
residem nos macrófagos e nos neutrófilos ou em células infectadas.
Figura 3 – Células mieloides da imunidade inata e
adaptativa 
Fonte: Adaptada de MURPHY et al., 2014, p. 26
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. Na parte superior esquerda, há um
macrófago em amarelo, com granulócitos em roxo e com um núcleo ovalado em
amarelo-claro. Ele realiza a fagocitose e a ativação de mecanismos bactericidas.
Na parte superior direita, há um eosinófilo em amarelo-claro, com um núcleo
em amarelo-escuro e vários granulócitos em roxo. Ele é responsável por matar
parasitas revestidos por anticorpos. Na parte central esquerda, há uma célula
dendrítica em amarelo-claro, com um núcleo em amarelo-escuro e com
projeções da membrana celular. Ela é responsável por capturar antígeno na
periferia. Na parte central direita, há um basófilo em amarelo-claro, com um
núcleo bilobado em amarelo-escuro e com granulócitos em roxo. Ele é
responsável por promover a resposta alérgica e o aumento da defesa
antiparasitose. Na parte inferior esquerda, há um neutrófilo em amarelo, com
um núcleo trilobado em amarelo-escuro e com vários granulócitos em roxo. Ele
é responsável pela fagocitose e pela ativação de mecanismos bactericidas. Na
parte inferior direita, há um mastócito em amarelo, com um núcleo amarelo-
escuro e vários granulócitos em roxo. Ele é responsável pela liberação de
grânulos contendo histamina e agentes ativos. Fim da descrição.
Nessa resposta, a imunidade frente ao microrganismo pode ser obtida pelo contato do
hospedeiro com esse patógeno. Essa resposta à exposição a um antígeno é denominada
imunidade ativa (Figura 4), já que o organismo infectado desempenha papel ativo na resposta ao
antígeno.
Figura 4 – Tipos de imunidade adaptativa 
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 6
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. Da esquerda para a direita e de cima para
baixo, temos: na parte superior, os microrganismos celulares (células em
marrom) ativando a imunidade humoral; na imunidade mediada por células, os
microrganismos (células em marrom) são fagocitados por macrófagos (células
verdes) e acabam se replicando dentro da célula infectada (célula vermelha); na
imunidade humoral, existe a presença do linfócito B (célula em roxo); na
imunidade mediada por células, existe a presença do linfócito T auxiliar (célula
em vermelho) e do linfócito T citotóxico (célula em azul), reconhecendo a célula
infectada morta (célula em vermelho com grânulos azuis em seu interior); na
imunidade humoral, os anticorpos secretados (estrutura em formato de Y em
roxo) se ligam a antígenos (célula em marrom); na imunidade mediada por
células, os macrófagos são ativados (célula em verde), existem os neutrófilos
(célula em rosa) e a célula infectada é morta (célula azul ligada à célula vermelha
morta). Na parte inferior da figura, da esquerda para a direita, em relação às
funções de cada imunidade: na imunidade humoral, ocorre o bloqueio de
infecções e a eliminação de microrganismos celulares; enquanto que na
imunidade mediada por células, os fagócitos ativados matam microrganismos,
há a morte de células infectadas e há a eliminação dos reservatórios da infecção.
Fim da descrição.
Conforme podemos observar na Figura 4, na imunidade humoral, os linfócitos B secretam
anticorpos para impedir a proliferação de microrganismos extracelulares e os eliminam.
Na imunidade celular, os linfócitos T auxiliares ativam os macrófagos para a destruição dos
microrganismos fagocitados ou os linfócitos T citotóxicos destroem diretamente as células
infectadas
Dessa forma, os organismos e os linfócitos que nunca foram infectados são denominados
virgens, ou seja, imunologicamente inexperientes, e os que já foram expostos a um
microrganismo e apresentam resposta a esse patógeno são considerados imunes. 
Outra forma de obter a imunidade pode ser pela transferência para um organismo por meio do
soro ou de linfócitos de um organismo imunizado, tornando o receptor imune também. Essa
forma de imunidade é denominada imunidade passiva (Figura 5). Um exemplo desse processo é
a transferência de anticorpos maternos para o feto, que o protege contra infecções não
adquiridas. 
Há, ainda, outra forma, que é a passagem de anticorpos de animais imunizados para pacientes
letais, com tétano e com picadas de cobra, por exemplo. 
Ao longo do tempo, a imunidade humoral foi definida como um tipo de imunidade que poderia
ser transferida de organismos previamente imunizados para indivíduos não imunes ou virgens
por meio da transfusão de sangue que não possui células, mas que possui anticorpos, ou seja, o
plasma ou o soro. A diferença da imunidade celular é que nesta ocorre a passagem de células
(linfócitos T) para organismos não imunes, mas não por meio de plasma ou sangue.
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ACESSE
Leitura 
Você Sabia? Na Gravidez, a Mãe Passa ao Filho Toda a Imunidade que
Possui?  
Vacinação na maternidade: um exemplo de extrema importância de
imunidade passiva é a transferência de anticorpos maternos através da
placenta para o feto, permitindo aos recém-nascidos combaterem
infecções por vários meses antes de eles desenvolverem a capacidade
de produzir anticorpos. Leia mais sobre isso no artigo publicado pelo
canal Terra.
https://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/voce-sabia-na-gravidez-a-mae-passa-ao-filho-toda-a-imunidade-que-possui,68a2738f14422410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Figura 5 – Imunidade Ativa e Passiva  
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 6
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. Na parte superior da figura, da esquerda
para a direita, há uma representação da imunidade ativa em um corpo de um
indivíduo (em cor rosa) contendo um antígeno (em marrom). Após dias ou
semanas (representados por uma seta azul), o corpo exposto à infecção
apresenta anticorpos (representados por uma estrutura em Y de cor roxa) que o
levam à recuperação, com especificidade e memória positivas. Na parte inferior
da figura, da esquerda para a direita, a imunidade passiva apresenta um soro
com anticorpos de um indivíduo imune. Esse soro é representado por um tubo
de ensaio, contendo um líquido roxo-claro e anticorpos em formato de Y em
roxo-escuro. Na sequência, esse líquido passa a ser usado em uma seringa que o
administra no braço de um indivíduo com infecção
(células marrons). Em
seguida, há a recuperação da imunidade, apresentando especificidade, mas sem
apresentar memória. Fim da descrição.
Principais Características da Resposta Imune Adaptativa
As características das respostas humorais e celulares refletem as propriedades dos linfócitos
que mediam as respostas. São elas:
Especificidade e diversidade (Figura 6): as respostas
imunológicas são específicas para cada antígeno. A porção do
antígeno que é reconhecida na célula linfoide determina o
antígeno ou epítopos. Os receptores dos linfócitos identificam
diferenças sutis nas regiões dos epítopos, gerando uma gama
de especificidade denominada repertório dos linfócitos, que
chega entre 107 a 109. Essa capacidade de reconhecer um
grande número de antígenos é chamada de diversidade;
Memória (Figura 6): com a ocorrência do contato com um antígeno, ocorre
eficiência na resposta imunológica caso o organismo seja futuramente exposto a
esse mesmo antígeno. De forma geral, as respostas que ocorrem pela segunda
exposição são chamadas de respostas imunológicas secundárias. Elas são mais
rápidas, possuem maior magnitude de resposta e, qualitativamente, são
frequentemente melhores do que a primeira resposta ou resposta imunológica
primária. A memória imunológica ocorre porque, depois da exposição (primeira) ao
antígeno, as células que foram geradas possuem vida longa e são mais numerosas
que as células T virgens. Adicionalmente, essas células apresentam características
que as tornam mais efetivas que as células virgens (o que gera resposta de maior
eficiência que na resposta imunológica primária). Por exemplo, as células B de
memória se ligam com maior afinidade que as células envolvidas na resposta
imunológica primária.
Figura 6 – Especificação, memória e concentração das
respostas imunes adaptativas 
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 5
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. No lado superior esquerdo da figura,
está o antígeno X, com uma seta vermelha apontando para as células B naive
(em verde), e a resposta primária imunitária (em roxo) no tempo de duas
semanas. Na parte central da figura, há os antígenos X e Y, com uma seta em
vermelho apontando para as células de memória B (em roxo) e plasmócitos (em
roxo), com tempo entre quatro e seis semanas. Na parte direita da figura,
encontra-se: os plasmócitos (células em roxo, com Y também em roxo), com
seta vermelha apontando para a resposta secundária anti-x; e a resposta
primária anti-y, com a presença de células B de memória (em roxo e em verde) e
de plasmócitos (em verde). Fim da descrição.
Expansão clonal: após a exposição a um antígeno, os linfócitos
sofrem profunda proliferação, o que caracteriza a expansão
clonal, que se refere à proliferação das células com receptores
Figura 7 – Representação da seleção clonal, em que cada
antígeno (X) seleciona um clone preexistente de linfócitos
específicos e estimula a proliferação e a diferenciação
daquele clone. 
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 5
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. Na parte superior esquerda, temos a
descrição “clones de linfócitos maduros nos órgãos linfoides geradores, na
ausência de antígenos”. Na parte superior direita, em fundo rosa, temos um
precursor de linfócito (célula rosa) e um linfócito maduro (célula roxa). Na parte
média alta, à esquerda, temos a descrição “clones de linfócitos maduros
específicos para diversos antígenos entram nos tecidos linfoides”, e ao lado
idênticos para o mesmo antígeno, ou seja, clones. Isso permite
que a resposta imunológica seja mais rápida;
Especialização: a diversa e específica característica de resposta do sistema imune
gera maximização da eficiência das respostas. Devido a isso, a imunidade humoral e
a celular são decorrentes de diferentes microrganismos ou antígenos, com
diferentes estágios de infecção (intracelular ou extracelular). Desse modo, os
linfócitos T ou anticorpos gerados podem variar entre uma classe ou outra de
microrganismo, dependendo da imunidade humoral ou celular (Figura 7).
direito, existem os linfócitos maduros (células roxas com núcleos em verde, em
amarelo, em azul e em rosa) e o antígeno-x (célula marrom). Na parte média
baixa, à esquerda, temos a descrição “clones antígeno-específicos são ativados
(‘selecionados’) pelos antígenos”, e logo à direita estão as células roxas. Na
parte inferior esquerda, temos a descrição “respostas imunes antígeno-
específicas ocorrem”; e na parte inferior direita, encontra-se o anticorpo anti-x
(célula roxa). Fim da descrição.
Concentração e homeostasia (Figura 6): todas as respostas
imunes diminuem com o passar do tempo após a exposição,
chegando a um estado basal chamado de homeostasia. Isso
ocorre porque a resposta desencadeada atua para eliminar o
antígeno e, por isso, elimina o estímulo para a sobrevida e para
a ativação dos linfócitos. Com exceção das células de memória,
os linfócitos são os primeiros a morrerem por apoptose;
Não reatividade ao próprio (autotolerância): uma das características do sistema
imune de um organismo saudável é a capacidade de reconhecer e eliminar um
antígeno estranho, e não o próprio. Essa capacidade é denominada tolerância. Esse
mecanismo inclui a inativação dos linfócitos que têm a expressão de um receptor
específico para que os antígenos do próprio organismo sejam eliminados. A
deficiência desse mecanismo pode gerar respostas imunológicas dirigidas contra
antígenos próprios, o que se denomina doenças autoimunes. Essas características
geram a especificidade e a eficiência, produzindo fases distintas na resposta imune
adaptativa, que vai do reconhecimento do antígeno até a memória (Figura 8).
Leitura 
Doenças Autoimunes
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Site 
O Vírus da Aids, 20 Anos Depois
Vídeo 
Lúpus – Ana Luisa Calich  
Assista à entrevista sobre Lúpus com a reumatologista do Hospital das
Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, Ana Luisa Calich.
Lúpus | Ana Luisa Calich
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas-e-outras-doen%C3%A7as-relacionadas-%C3%A0-hipersensibilidade/doen%C3%A7as-autoimunes
https://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/
https://www.youtube.com/watch?v=g75wnPWKPZk
Figura 8 – A resposta imune adaptativa pode ser dividida
em passos distintos, sendo os três primeiros: o
reconhecimento do antígeno, a ativação dos linfócitos e a
eliminação do antígeno (fase efetora) 
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 8
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. Da esquerda para a direita e de cima para
baixo, temos: reconhecimento do antígeno e célula apresentadora de antígeno
(célula verde); linfócito T virgem (célula vermelha); linfócito B virgem (célula
roxa ligada à célula marrom); ativação do linfócito, com célula produtora de
anticorpos (célula em roxo); linfócito T efetor (célula vermelha); expansão
clonal, com células em vermelho e roxo; eliminação do antígeno; imunidade
humoral (com anticorpos em Y na cor roxa); imunidade celular (célula verde
ligada à célula vermelha); contração (homeostasia) com apoptose; células
vermelhas e roxas liberando vacúolos; e memória e células de memória
sobreviventes (células roxas e células vermelhas). Fim da descrição.
Como podemos observar na Figura 8, ocorre um declínio da resposta à medida que os linfócitos
estimulados pelos antígenos morrem por apoptose, restabelecendo a homeostasia. As células
antígeno-específicas que sobrevivem são responsáveis pela memória. O tempo de duração de
cada fase pode variar em diferentes respostas imunes.
Células do Sistema Imune
As células que compõem as duas respostas imunológicas, a inata e a adaptativa, são originárias
na medula óssea, lá se desenvolvendo e se maturando (Figura 9). Posteriormente ao seu
desenvolvimento e à maturação, as células vão realizar a proteção dos tecidos periféricos, sendo
que algumas delas permanecem no interior
dos tecidos, enquanto outras circulam na corrente
sanguínea e também em um sistema de vasos especializados denominados sistema linfático. A
função desse sistema é drenar os fluidos extracelulares e as células livres dos tecidos,
transportando-as pelo corpo como linfa e assim devolvendo-as para a corrente sanguínea. 
As células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, a partir das quais são formadas as células do
sistema imunológico adaptativo, dividem-se em duas formas de célula-tronco. Uma é a
progenitora da célula linfoide comum, que gera diversas células, como a linhagem linfoide de
células sanguíneas brancas ou leucócitos, as células matadoras naturais (NK) e os linfócitos B e
T. A outra é a progenitora mieloide, que dá origem aos demais leucócitos, aos eritrócitos
(hemácias) e aos megacariócitos, que produzem as plaquetas, importantes para a coagulação
sanguínea. 
Durante o desenvolvimento e a maturação, devido à presença de um receptor antigênico, os
linfócitos T e B são diferentes de: macrófagos, medula óssea, sangue, linfonodos, tecidos,
células efetoras, célula-tronco hematopoiética pluripotente, progenitor linfoide comum,
progenitor mieloide comum, progenitor de macrófago/granulócito, progenitor de
eritrócito/megacariócito, megacariócito eritroblasto, granulócitos (ou leucócitos
polimorfonucleares), célula B,  célula T, célula NK, célula dendrítica imatura, neutrófilo,
eosinófilo, basófilo, precursor desconhecido de mastócitos, monócito, plaquetas, eritrócito,
célula B, célula T, célula NK, célula dendrítica madura, célula dendrítica imatura, mastócito,
célula plasmática, célula T ativada, célula NK ativada e outros leucócitos.  Além dos linfócitos T e
B serem diferentes dessa gama de células descritas, eles se diferenciam no timo, enquanto as
demais se diferenciam na medula óssea. 
Após o contato com o antígeno, as células B vão se diferenciar em células plasmáticas secretoras
de anticorpos; já as células T vão se diferenciar em efetoras, cujas atividades são variadas.
Como já dito, as células NK não possuem atividade específica para antígeno. Os leucócitos que
permanecem são: os monócitos, as células dendríticas, os neutrófilos, os eosinófilos e os
basófilos. As últimas três, que irão ficar na corrente sanguínea, são os granulócitos, graças aos
grânulos presentes no citoplasma.
As células dendríticas imaturas vão entrar nos tecidos, nos quais amadurecerão após entrar em
contato com um patógeno. Uma subpopulação menor de células dendríticas será gerada pelo
progenitor linfoide comum. As células mieloides progenitoras comuns estão em menor
quantidade que os progenitores linfoides comuns, e a maioria das células dendríticas do
organismo se desenvolve a partir de progenitores mieloides comuns. Os monócitos maturam-se
em macrófagos ao entrarem nos tecidos. A célula precursora que dá origem aos mastócitos
ainda é desconhecida. Os mastócitos também entram nos tecidos, nos quais completam sua
maturação.
Precursor das Células de Imunidade Inata
Como já dito, o progenitor mieloide comum é o precursor de muitas células da resposta
imunológica inata, tais como os macrófagos, granulócitos, mastócitos e células dendríticas, e
também de megacariócitos e células sanguíneas vermelhas. Os macrófagos e os monócitos
compõem um dos três tipos de fagócitos; os outros dois tipos são os granulócitos (células
sanguíneas que compõem a linhagem branca do sangue, chamadas de neutrófilos, eosinófilos e
basófilos). O terceiro tipo são as células dendríticas. 
A vida dos macrófagos é relativamente longa e, como já mencionado, uma de suas funções é a de
fagocitar e matar microrganismos invasores, sendo a primeira linha na imunidade inata. Mas
essa célula também desempenha um papel na resposta imune adaptativa, coordenando as
respostas imunes e auxiliando na indução da inflamação e na secreção de proteínas
sinalizadoras, que irão ativar e recrutar outras células para a resposta. Sendo assim, os
macrófagos possuem atividade especializada dentro do sistema imunológico, assim como são
células “limpadoras” do organismo, eliminando células mortas e restos celulares. 
Os granulócitos são assim chamados porque possuem grânulos densamente corados em seu
citoplasma. Também são chamados de leucócitos polimorfonucleares. Existem três tipos de
granulócitos: os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos, os quais é possível identificar pela
diferente coloração dos grânulos (Figura 3). 
A vida deles é curta se comparada a dos macrófagos. No entanto, sua produção é em maior
quantidade durante a resposta imunológica, na qual eles migraram para o local que está
infectado. As células mais numerosas são os neutrófilos fagocíticos, capturando e destruindo
uma gama de microrganismos em vesículas intracelulares, pelas enzimas de degradação e
outras substâncias antimicrobianas armazenadas em seus grânulos. As funções de proteção dos
eosinófilos e dos basófilos não são bem entendidas, mas acredita-se que eles sejam
importantes na defesa contra parasitas devido ao seu tamanho, maior que o dos macrófagos ou
neutrófilos. 
Os mastócitos, que não têm definido seu precursor sanguíneo, são diferenciados nos tecidos.
Acredita-se que essas células tenham ação na proteção das superfícies internas do organismo
contra vermes parasíticos. Os grandes grânulos liberados durante a resposta auxiliam na
indução do processo de inflamação. 
A terceira classe das células fagocíticas são as células dendríticas (Figura 9). Elas possuem
longos prolongamentos semelhantes a dedos e semelhantes aos das células nervosas. As células
dendríticas imaturas migram da medula óssea para a corrente sanguínea para entrar nos
tecidos, nos quais vão amadurecer. Elas são capazes de fagocitar continuamente grandes
quantidades de fluido extracelular e de seu conteúdo, processo conhecido como
macropinocitose. Essas células degradam os patógenos que capturaram, mas sua principal
atividade consiste em ativar uma determinada classe de linfócitos, os linfócitos T, ao entrarem
em contato com os microrganismos. Entretanto, só o reconhecimento das células dendríticas
ao antígeno não é suficiente para ativar um linfócito T virgem. Assim, as células dendríticas
maduras possuem propriedades adicionais que permitem apresentar antígenos e inativar e
ativar os linfócitos T, por isso são conhecidas como Células Apresentadoras De Antígenos
(APCs), tendo importantíssima ligação entre a resposta imune inata e a resposta imune
adaptativa.
Figura 9 – As células dendríticas fazem a ligação entre o
sistema imune inato e o sistema imune adaptativo 
Fonte: Adaptada de ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2019, p. 7
 
#ParaTodosVerem: foto de uma figura. A parte superior possui o seguinte título
em azul: “As células dendríticas formam a ponte entre as respostas imunes
inata e adaptativa.” Na parte central à esquerda, está a descrição “imunidade
inata”. Na parte central à direita, está a descrição “imunidade adaptativa”. Na
parte inferior à esquerda, com fundo rosa, estão os granulócitos: o neutrófilo
(em amarelo, com núcleo trilobado e com granulócitos roxos); o eosinófilo (em
amarelo, com núcleo e granulócitos roxos); o basófilo (em amarelo, com núcleo
bilobado e granulócitos roxos); e o monócito (em amarelo). Na parte inferior
central, está a célula dendrítica (em amarelo) com projeções da membrana
celular. Na parte inferior direita, com fundo azul, estão a célula B (amarela), com
projeções em forma de Y, e a célula T (azul), com projeções na forma de C. Fim
da descrição.
Reconhecendo os patógenos por meio de seus receptores de superfície celular invariáveis para
as moléculas patogênicas, sendo ativadas por esses estímulos logo no início de uma infecção;
são fagocíticas e especializadas na ingestão de uma ampla variedade de patógenos e na
apresentação de seus antígenos na superfície celular.
Células da Imunidade Adaptativa 
Assim como as células da imunidade inata, na medula óssea, o progenitor linfoide comum dá
origem aos linfócitos
específicos do sistema imune adaptativo e, também, às células NKs da
resposta inata, que são capazes de reconhecer e matar algumas células anormais, como algumas
células tumorais e células infectadas com o vírus herpes. 
Os linfócitos permitem ao sistema imune produzir resposta contra uma grande variedade de
patógenos graças às variedades dos receptores epítopos que reconhecem e se ligam aos
antígenos. Na ausência de uma infecção, a maioria dos linfócitos circulantes são pequenos e não
têm sinais diferenciados, possuindo poucas organelas e com cromatina nuclear em grande parte
inativa (são os linfócitos conhecidos como virgens). Esses linfócitos virgens não possuem
atividade funcional até o momento em que entram em contato com seu antígeno-específico. Já
os linfócitos que já encontraram seu antígeno específico anteriormente tornaram-se ativados,
são funcionais e denominados linfócitos efetores. 
Os linfócitos B (células B), após o contato com seus antígenos-específicos, ligam-se a um
receptor de antígeno de células B, também chamado de receptor de células B, e assim
proliferam-se para diferenciarem-se em células plasmáticas, a forma efetora dos linfócitos B e
seus anticorpos produzidos. Assim, o antígeno que ativa uma determinada célula B se torna o
alvo dos anticorpos produzidos pela progênie dessa célula. A classe de moléculas de anticorpos
produzida pelas células B é conhecida como imunoglobulina (Ig). Já os receptores de antígeno
dos linfócitos B são chamadas de imunoglobulinas de membrana (mIg) ou imunoglobulina de
superfície (sIg). 
O receptor de antígeno de células T ou Receptor de Células T (TCR), que é relacionado à
imunoglobulina, torna-se efetor do mesmo modo que as células B, com a distinção na sua
estrutura e na propriedade de reconhecimento.
Com o primeiro contato com o antígeno, a célula T se transforma nos tipos funcionais de
linfócitos T efetores, com três classes de função: morte, ativação e regulação. Para realizar essas
três classes, as células T se dividem em células T citotóxicas, que matam as células infectadas
com o patógeno intracelular, e em células T auxiliares, que produzem outros sinais adicionais
essenciais na ativação das células B que, ao serem ativadas pelos antígenos, se diferenciam em
anticorpos. 
Por fim, outra função das células T é ativar os macrófagos que vão se tornar mais eficientes para
matar os patógenos capturados. As células T reguladoras suprimem a atividade de outros
linfócitos e ajudam a controlar as respostas imunes. 
O Futuro da Imunologia
O futuro da imunologia engloba muitas áreas de pesquisa, com a sua associação a técnicas de
biologia molecular e computacional, por exemplo, para o desenvolvimento de vacinas e controle
de respostas imunológicas. Antigamente, o desenvolvimento de vacinas era uma tarefa muito
trabalhosa, pois era necessário a obtenção do vírus ou bactéria em sua forma atenuada, mas nos
dias atuais já é possível utilizar o sequenciamento de DNA (proteína do patógeno) com o auxílio
da bioinformática. Dessa forma, as vacinas com DNA e inoculação de vetores DNA codificadores
de proteínas imunizantes podem revolucionar os protocolos de vacinação. A identificação de
vários genes e proteínas ou peptídeos irá favorecer o desenvolvimento de vacinas contra um
amplo espectro de compostos biologicamente importantes.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Vídeos  
Doença de Hashimoto: Como Diagnosticar e Tratar
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 Material Complementar
Doença de Hashimoto: Como Diagnosticar e Tratar - Você Bonita (…
https://www.youtube.com/watch?v=vQv1B9R1mMg
O que são Doenças Autoimunes?
  Leitura  
O Seu Incrível Sistema Imune
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Correspondente Médico: é Possível Curar uma Doença
Autoimune?
Clique no botão para conferir o conteúdo.
O que são doenças autoimunes?
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4311828/mod_resource/content/1/Incrivel%20sistema%20imune.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=_igzx7Ydg7I
ACESSE
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/correspondente-medico-e-possivel-curar-uma-doenca-autoimune/
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