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Fundamentos de mecânica série AUTOMAÇÃO iNDUsTriAL série AUTOMAÇÃO iNDUsTriAL Fundamentos de mecânica CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDuCAÇÃO E TECNOLOgIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SENAI-RS – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAgEM INDuSTRIAL Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série AUTOMAÇÃO iNDUSTriAL Fundamentos de mecânica SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190 http://www.senai.br © 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Esta publicação foi elaborada pela equipe da Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD FICHA CATALOGRÁFICA S491f Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional Fundamentos da mecânica / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Brasília : SENAI/DN, 2012. 160 p. : il. (Série Automação Industrial) ISBN 978-85-7519-504-8 1. Mecânica 2. Maquinaria I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul II. Título III. Série CDU- 621 Bibliotecário Responsável: Enilda Hack- CRB 599/10 Lista de ilustrações Figura 1 - Protótipo internacional do quilograma ...............................................................................................21 Figura 2 - Metro padrão .................................................................................................................................................24 Figura 3 - Como funciona a nanotecnologia ..........................................................................................................26 Figura 4 - Paquímetro e suas partes ..........................................................................................................................33 Figura 5 - Paquimetro universal ..................................................................................................................................34 Figura 6 - Paquímetro universal com relógio .........................................................................................................34 Figura 7 - Basculante .......................................................................................................................................................34 Figura 8 - Paquímetro de profundidade ..................................................................................................................35 Figura 9 - Paquímetro digital .......................................................................................................................................35 Figura 10 - Paquímetro duplo ......................................................................................................................................35 Figura 11 - Leitura de um paquímetro .....................................................................................................................36 Figura 12 - Resolução de 0,1 mm ..............................................................................................................................37 Figura 13 - Resolução de 0,05 mm .............................................................................................................................37 Figura 14 - Resolução de 0,02 mm .............................................................................................................................37 Figura 15 - Polegada fracionada .................................................................................................................................38 Figura 16 - Polegada fracionada 1 .............................................................................................................................38 Figura 17 - Leitura de polegada milesimal ..............................................................................................................39 Figura 18 - Erro de paralaxe ..........................................................................................................................................39 Figura 19 - Utilização do Paquimetro .......................................................................................................................40 Figura 20 - Técnica de utilização do paquímetro ..................................................................................................40 Figura 21 - Técnica de utilização do paquímetro 1 ..............................................................................................41 Figura 22 - Técnica de utilização do paquímetro 2 ..............................................................................................41 Figura 23 - Técnica de utilização do paquímetro 3 ..............................................................................................41 Figura 24 - Técnica de utilização do paquímetro 4 ..............................................................................................42 Figura 25 - Técnica de utilização do paquímetro 5 ..............................................................................................42 Figura 26 - Parafuso .........................................................................................................................................................43 Figura 27 - Micrômetro e suas partes .......................................................................................................................43 Figura 28 - Capacidade ..................................................................................................................................................44 Figura 29 - Profundidade ...............................................................................................................................................44 Figura 30 - Arco profundo .............................................................................................................................................45 Figura 31 - Com discos nas hastes .............................................................................................................................45 Figura 32 - Para a medição de roscas ........................................................................................................................45 Figura 33 - Para medir parede de tubos...................................................................................................................46 Figura 34 - Contador mecânico...................................................................................................................................46 Figura 35 - Digitais eletrônicos ....................................................................................................................................46Figura 36 - Micrômetro com resolução de 0,01 mm ...........................................................................................47 Figura 37 - Leitura no micrômetro com resolução de 0,01 mm .....................................................................47 Figura 38 - Leitura no micrômetro com resolução de 0,01 mm .....................................................................48 Figura 39 - Regulagem da bainha ..............................................................................................................................49 Figura 40 - Relogio ...........................................................................................................................................................50 Figura 41 - Relogio comparador e suas partes ......................................................................................................51 Figura 42 - Relógio 1 .......................................................................................................................................................51 Figura 43 - Relógio vertical ...........................................................................................................................................52 Figura 44 - Relógio vertical 1 .......................................................................................................................................52 Figura 45 - Relógio comparador eletrônico ............................................................................................................53 Figura 46 - Relógio comparador eletrônico 1 ........................................................................................................53 Figura 47 - Verificação do alinhamento das ponas de um torno ....................................................................53 Figura 48 - Verificação de excentricidade de peças montada na placa do torno .....................................53 Figura 49 - Princípio de funcionamento e leitura .................................................................................................54 Figura 50 - Goniômetro..................................................................................................................................................54 Figura 51 - Goniômetro de precisão e suas partes ..............................................................................................55 Figura 52 - Modelos de medição com goniômetro .............................................................................................55 Figura 53 - Cálculo da resolução .................................................................................................................................56 Figura 54 - Desenhos antigos ......................................................................................................................................59 Figura 55 - Desenhos técnicos ....................................................................................................................................60 Figura 56 - Desenhos técnicos ....................................................................................................................................60 Figura 57 - Esboço ou croquí .......................................................................................................................................61 Figura 58 - Desenho preliminar ..................................................................................................................................61 Figura 59 - Desenho de detalhes ................................................................................................................................61 Figura 60 - Desenho de conjunto ...............................................................................................................................61 Figura 61 - Desenho de instalações elétricas .........................................................................................................62 Figura 62 - Subdivisão formato A0 ...........................................................................................................................62 Figura 63 - Formatos com margens ..........................................................................................................................63 Figura 64 - Exemplo de modelo de legenda industrial .....................................................................................64 Figura 65 - Gaspar Monge .............................................................................................................................................65 Figura 66 - Diedros .........................................................................................................................................................65 Figura 67 - Símbolo de 1º diedro ................................................................................................................................66 Figura 68 - Planos de projeção no 1º diedro ..........................................................................................................66 Figura 69 - Principais sólidos geométricos ............................................................................................................66 Figura 70 - Prisma retangular com rebaixo .............................................................................................................67 Figura 71 - Observador, modelo e planos de projeções ...................................................................................67 Figura 72 - Observador, modelo e planos de projeções do prisma com rebaixo .....................................68 Figura 73 - Correspondência entre o modelo e projeções do prisma com rebaixo.................................68 Figura 74 - Rotação dos planos lateral e superior ................................................................................................69 Figura 75 - Planificação dos planos de projeção .................................................................................................69 Figura 76 - Denominação e posição relativa das vistas ortográficas .............................................................69 Figura 77 - Correspondência entre faces da perspectiva e vistas ortográficas .........................................70 Figura 78 - Contornos visíveis ......................................................................................................................................71 Figura 79 - Arestas e contornos não visíveis ..........................................................................................................71 Figura 80 - Indicação do centro de furos e rebaixos. ..........................................................................................71 Figura 81 - Indicação simultânea do centro de furos e partes arredondadas ...........................................72 Figura 82 - Indicação de simetria vertical e horizontal ......................................................................................72 Figura 83 - Indicação de simetria horizontal e centro ........................................................................................73 Figura 84 - Exemplo da aplicação de linhas ...........................................................................................................73 Figura 85 - Desenho em escala 1:1 ...........................................................................................................................74 Figura 86 - Desenho em escala 1:2 ...........................................................................................................................75 Figura 87 - Desenho em Escala 2:1 ...........................................................................................................................75 Figura 88 - Denominação dos elementos de cotagem e posicionamento de cotas no método1 ....76 Figura 89 - Variações do posicionamento de cotas no método 2 ..................................................................77 Figura 90 - Sugestão de medidas e afastamentos para cotagem, modelos de setas .............................77 Figura 91 - Cotagem de furos e raios ........................................................................................................................78 Figura 92 - Cotagem de chanfros e furos escareados .........................................................................................78 Figura 93 - Dimensionamento angular, posição de cotas nos métodos 1 e 2 ...........................................79 Figura 94 - Linhas de cota em raios ...........................................................................................................................79 Figura 95 - Cotagem de vários furos equidistantes .............................................................................................80 Figura 96 - Cotagem em espaços reduzidos ..........................................................................................................80 Figura 97 - Cotagem de furação circular..................................................................................................................80 Figura 98 - Cotagem em peças esféricas e cônicas ..............................................................................................81 Figura 99 - Cotagem em série ......................................................................................................................................81 Figura 100 - Cotas a partir de face de referências ................................................................................................81 Figura 101 - Cotagem em paralelo ............................................................................................................................82 Figura 102 - Cotagem aditiva.......................................................................................................................................82 Figura 103 - Alterações dimensionais. ......................................................................................................................82 Figura 104 - Peças representadas em uma vista ...................................................................................................83 Figura 105 - Indicação de superfícies planas .........................................................................................................83 Figura 106 - Aplicação a supressão de vista de peças de forma diversas ....................................................83 Figura 107 - Indicação de tolerância ao lado da cota .........................................................................................84 Figura 108 - Tolerâncias especificadas e não especificadas ..............................................................................85 Figura 109 - Tolerâncias por afastamento ou pela norma ISO .........................................................................85 Figura 110 - Tolerâncias e ajustes ..............................................................................................................................86 Figura 111 - Tolerância de ajuste para eixos e furos ............................................................................................89 Figura 112 - Tolerância de forma ................................................................................................................................92 Figura 113 - Tolerância de forma ................................................................................................................................92 Figura 114 - Tolerância de posição: batimento .....................................................................................................93 Figura 115 - Tolerância de posição: perpendicularidade ...................................................................................93 Figura 116 - Tolerância de forma: cilindricidade ...................................................................................................93 Figura 117 - Rugosidade e rugosímetro ..................................................................................................................94 Figura 118 - Simbologia de acabamento superficial...........................................................................................94 Figura 119 - Exemplo de aplicação de tolerâncias diversas .............................................................................96 Figura 120 - Desenho de detalhes e de conjuntos em corte ...........................................................................97 Figura 121 - Plano de corte e representação do corte A-A ...............................................................................97 Figura 122 - Tipos de hachuras ...................................................................................................................................98 Figura 123 - Cortes longitudinal e transversal .......................................................................................................98 Figura 124 - Cortes nas três vistas .............................................................................................................................99 Figura 125 - Elementos com omissão de corte ....................................................................................................99 Figura 126 - Representação de dois cortes em uma vista ............................................................................. 100 Figura 127 - Representação de meio-corte ........................................................................................................ 100 Figura 128 - Representação em meio-corte ........................................................................................................ 101 Figura 129 - Exemplos de peças com aplicação de corte em desvio ......................................................... 101 Figura 130 - Aplicação de corte total e corte em desvio ................................................................................ 102 Figura 131 - Aplicação de corte parcial ................................................................................................................. 103 Figura 132 - Linha de ruptura sinuosa ................................................................................................................... 103 Figura 133 - Linha de ruptura zigue zague .......................................................................................................... 103 Figura 134 - Rotação de planos oblíquos ............................................................................................................. 104 Figura 135 - Rotação de planos oblíquos ............................................................................................................. 104 Figura 136 - Representação de corte rebatido ................................................................................................... 104 Figura 137 - Representação de corte e secção ................................................................................................... 105 Figura 138 - Secção sobre a vista ............................................................................................................................ 105 Figura 139 - Secções fora da vista ........................................................................................................................... 106 Figura 140 - Secções fora da vista ........................................................................................................................... 106 Figura 141 - Encurtamento ........................................................................................................................................ 106 Figura 142 - Encurtamento e secção de peçacônica e tubular ................................................................... 107 Figura 143 - Peças com detalhes inclinados ........................................................................................................ 107 Figura 144 - Detalhes com projeção deformada e detalhes sobrepostas ................................................ 107 Figura 145 - Detalhes com projeção em verdadeira grandeza..................................................................... 108 Figura 146 - Peça com duas faces inclinadas ...................................................................................................... 108 Figura 147 - Vistas auxiliares simplificadas .......................................................................................................... 109 Figura 148 - Desenho em 2D de conjunto mecânico ...................................................................................... 110 Figura 149 - Desenho em perspectiva do grampo fixador ............................................................................ 110 Figura 150 - Vista explodida em perspectiva do grampo fixador ................................................................ 110 Figura 151 - Ambiente de montagem de software de modelamento....................................................... 111 Figura 152 - Desenho em sólido de conjunto mecânico ................................................................................ 111 Figura 153 - Conjunto máquina-ferramenta furadeira de radial.................................................................. 112 Figura 154 - Sistema controle vibração ................................................................................................................ 112 Figura 155 - Tipos de perspectiva .......................................................................................................................... 112 Figura 156 - Eixos isométricos .................................................................................................................................. 113 Figura 157 - Linhas isométricas ................................................................................................................................ 113 Figura 158 - Traçado do prisma retangular ......................................................................................................... 113 Figura 159 - Linhas não isométricas ....................................................................................................................... 114 Figura 160 - Traçado do prisma retangular ......................................................................................................... 114 Figura 161 - Traçado de circulo em perspectiva com instrumentos ........................................................... 114 Figura 162 - Traçado de circulo em perspectiva a mão livre ......................................................................... 115 Figura 163 - Traçado de perspectivas de faces arredondadas ...................................................................... 115 Figura 164 - Parafuso ................................................................................................................................................... 119 Figura 165 - Parafuso cabeça hexagonal ou sextavada ................................................................................. 120 Figura 166 - Parafuso cabeça quadrada ................................................................................................................ 120 Figura 167 - Dimensão dos parafusos ................................................................................................................... 120 Figura 168 - Parafuso sem porca ............................................................................................................................. 121 Figura 169 - Parafuso com porca ............................................................................................................................. 121 Figura 170 - Parafuso prisioneiro ............................................................................................................................. 121 Figura 171 - Parafuso com cabeça cilíndrica com sextavado interno e chave ........................................ 122 Figura 172 - Parafuso auto-atarraxante................................................................................................................. 122 Figura 173 - Parafuso para pequenas montagens ............................................................................................ 122 Figura 174 - Porca castelo .......................................................................................................................................... 123 Figura 175 - Porca cega ............................................................................................................................................... 123 Figura 176 - Porca borboleta..................................................................................................................................... 123 Figura 177 - Contraporca ............................................................................................................................................ 124 Figura 178 - Arruelas .................................................................................................................................................... 124 Figura 179 - Arruela lisa .............................................................................................................................................. 125 Figura 180 - Arruela de pressão ............................................................................................................................... 125 Figura 181 - Arruela estrelada .................................................................................................................................. 125 Figura 182 - Trava por fechamento de forma ...................................................................................................... 126 Figura 183 - Trava por fechamento de força ........................................................................................................ 126 Figura 184 - Chaveta .................................................................................................................................................... 127 Figura 185 - Anel elástico ........................................................................................................................................... 127 Figura 186 - Pinos .......................................................................................................................................................... 127 Figura 187 - Engrenagem cilíndrica de dentes retos ....................................................................................... 128 Figura 188 - Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais ............................................................................ 129 Figura 189 - Engrenagem cilíndrica de dentes internos ................................................................................. 129 Figura 190 - Engrenagem cilíndrica com cremalheira ..................................................................................... 129 Figura 191 - Engrenagem cônica com dentes retos ......................................................................................... 130 Figura 192 - Engrenagem cônica com dentes em espiral .............................................................................. 130 Figura 193 - Engrenagem cilíndrica com dentes oblíquos ............................................................................ 130 Figura 194 - Engrenagem cilíndrica com dentes em V .................................................................................... 131 Figura 195 - Parafuso sem-fim e engrenagem côncava ..................................................................................131 Figura 196 - Correia plana .......................................................................................................................................... 132 Figura 197 - Tensionador ............................................................................................................................................ 132 Figura 198 - Transmissão por correia em V .......................................................................................................... 133 Figura 199 - Transmissão por correia dentada ................................................................................................... 134 Figura 200 - Corrente de rolos .................................................................................................................................. 135 Figura 201 - Corrente de dentess ............................................................................................................................ 135 Figura 202 - Corrente comum .................................................................................................................................. 136 Figura 203 - Corrente de blocos............................................................................................................................... 136 Figura 204 - Axiais ......................................................................................................................................................... 137 Figura 205 - Radiais ...................................................................................................................................................... 137 Figura 206 - Rolamento fixo de uma carreira de esderas ............................................................................... 138 Figura 207 - Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas .................................................. 139 Figura 208 - Rolamento autocompensador de esferas ................................................................................... 139 Figura 209 - Rolamento de rolo ciilíndrico ........................................................................................................... 139 Figura 210 - Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos ....................................................... 139 Figura 211 - Rolamento autocompensador com duas carreiras de rolos ................................................. 140 Figura 212 - Rolamento de rolos cônicos ............................................................................................................. 140 Figura 213 - Rolamento axial de esfera ................................................................................................................. 140 Figura 214 - Rolamento axial autocompensador de rolos ............................................................................. 141 Figura 215 - Rolamento de agulhas........................................................................................................................ 141 Figura 216 - Acoplamento de discos acoplamento de pratos ..................................................................... 142 Figura 217 - Acoplamento elástico de pinos ....................................................................................................... 142 Figura 218 - Acoplamento perflex .......................................................................................................................... 143 Figura 219 - Acoplamento elástico de garras ..................................................................................................... 143 Figura 220 - Acoplamento elástico de fia de aço ............................................................................................... 143 Figura 221 - Acoplamento flexível oldham .......................................................................................................... 144 Figura 222 - Junta de articulação ............................................................................................................................ 144 Figura 223 - Junta universal de velocidade constante .................................................................................... 145 Figura 224 - Junta de borracha em forma de aro e secção circular ou secção retangular ................. 145 Figura 225 - Junta metálica estriada com uma a cinco estrias ..................................................................... 145 Figura 226 - Retentor ................................................................................................................................................... 146 Figura 227 - Anel de feltro, fibra ou tecido de amianto .................................................................................. 146 Figura 228 - Junta labirinto com canal para graxa ............................................................................................ 146 Figura 229 - Junta plástica ou veda junta ............................................................................................................. 146 Figura 230 - Vedação com gaxeta ........................................................................................................................... 147 Figura 231 - Selo mecânico ....................................................................................................................................... 147 Quadro 1 - Linhas e aplicações .....................................................................................................................................73 Quadro 2 - Simbologia e aplicação .............................................................................................................................83 Quadro 3 - Tolerância de forma para elementos isolados ..................................................................................92 Quadro 4 - Tolerância de posição para elementos associados .........................................................................93 Quadro 5 - Rugosidade e sentido das estrias ..........................................................................................................95 Tabela 1: Técnico em Automação Industrial ............................................................................................................17 Tabela 2: Principais grandezas do Sistema Internacional ...................................................................................22 Tabela 3: Prefixos das Unidades SI ...............................................................................................................................25 Tabela 4: Unidades básicas de medida ......................................................................................................................25 Tabela 5: Dimensões das margens ..............................................................................................................................63 Tabela 6: Dimensões de legendas ...............................................................................................................................64 Tabela 7: Tolerâncias não-especificadas - Norma DIN 7168 ...............................................................................85 Tabela 8: Qualidades de trabalho e tolerâncias fundamentais .........................................................................86 Tabela 9: Classificação das qualidades de trabalho ..............................................................................................87 Tabela 10: Campos de tolerâncias para furos ..........................................................................................................87 Tabela 11: Campos de tolerâncias para eixos ..........................................................................................................88 Tabela 12: Ajustes recomendados pela ABNT .........................................................................................................89Tabela 13: Tabela com dimensões para ajustes entre furos e eixos ................................................................90 Tabela 14: Profundidade da rugosidade ...................................................................................................................95 1 Introdução ......................................................................................................................................................................17 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas .........................................................................................................19 2.1 Unidades de medida ..................................................................................................................................20 2.1.1 Sistema Internacional de Unidades (SI) ............................................................................21 2.2 Sistema métrico decimal ..........................................................................................................................24 2.3 Sistema inglês ..............................................................................................................................................27 3 Metrologia Dimensional ........................................................................................................................................33 3.1 Paquímetro ....................................................................................................................................................33 3.1.1 Tipos de paquímetros e usos ................................................................................................34 3.1.2 Princípio do nônio ....................................................................................................................35 3.1.3 Paquímetro sistema inglês (polegada fracionária) .......................................................37 3.1.4 Erro de paralaxe .........................................................................................................................39 3.1.5 Técnica de utilização do paquímetro .................................................................................40 3.1.6 Conservação ...............................................................................................................................42 3.2 Micrômetros ..................................................................................................................................................43 3.2.1 Tipos de micrômetros ..............................................................................................................44 3.2.2 Micrômetro sistema métrico .................................................................................................47 3.2.3 Verificação (regulagem da bainha) .....................................................................................49 3.3 Relógio comparador ..................................................................................................................................50 3.3.1 Tipos de relógios .......................................................................................................................52 3.3.2 Princípio de funcionamento e leitura ................................................................................54 3.4 Goniômetro ...................................................................................................................................................54 3.4.1 Cálculo da resolução ................................................................................................................55 4 Desenho Técnico ...........................................................................................................................................................59 4.1 Introdução, classificação do desenho técnico, formatos de papel ..........................................59 4.1.1 Classificação do desenho técnico .......................................................................................61 4.1.2 Formatos de papel, margens e legendas (NBR10068 - 1987) .................................62 4.1.3 Legendas industriais ................................................................................................................63 4.2 Representação gráfica bidimensional .................................................................................................64 4.2.1 Planos de projeções e diedros..............................................................................................65 4.2.2 Modelos, sólidos geométricos .............................................................................................66 4.2.3 Projeção ortogonal do modelo ............................................................................................67 4.3 Linhas e escalas ...........................................................................................................................................70 4.3.1 Escalas (NBR 8196/99) .............................................................................................................74 4.4 Cotagem, alterações dimensionais e simbologia ............................................................................75 4.4.1 Métodos de cotagem ............................................................................................................76 Sumário 4.4.2 Alterações dimensionais (NBR 8196/99) ...........................................................................82 4.4.3 Simbologia (Supressão de vistas) ........................................................................................82 4.5 Tolerâncias e estado de superfície ........................................................................................................84 4.5.1 Tolerâncias dimensionais .......................................................................................................84 4.5.2 Tolerâncias e ajustes (NBR 6158 / 1995) ............................................................................86 4.5.3 Tolerâncias de forma e posição ............................................................................................91 4.5.4 Estado de superfície, acabamentos e rugosidade (NBR-6402) .................................94 4.6 Representações em corte (NBR 10067/87) ........................................................................................97 4.6.1 Corte total ....................................................................................................................................98 4.6.2 Meio-corte ................................................................................................................................ 100 4.6.3 Corte em desvio ..................................................................................................................... 101 4.6.4 Corte parcial ............................................................................................................................. 102 4.6.5 Corte rebatido ......................................................................................................................... 103 4.6.6 Secção e encurtamento ....................................................................................................... 105 4.6.7 Vistas auxiliares simplificadas ............................................................................................ 107 4.7 Desenhos de conjuntos ........................................................................................................................ 109 4.8 Representação gráfica tridimensional (perspectiva) .................................................................. 112 4.8.1 Traçado de linhas não isométricas ................................................................................... 114 4.8.2 Perspectiva isométrica de circunferências e arcos..................................................... 114 5 Elementos de Máquina............................................................................................................................................ 119 5.1 Elementos de fixação .............................................................................................................................. 119 5.1.1 Parafusos ................................................................................................................................... 120 5.1.2 Porcas ......................................................................................................................................... 123 5.1.3 Arruelas ...................................................................................................................................... 124 5.1.4 Travas .......................................................................................................................................... 126 5.1.5 Chaveta ...................................................................................................................................... 126 5.1.6 Anel elástico ............................................................................................................................. 127 5.1.7 Pinos ........................................................................................................................................... 127 5.2 Sistema de transmissão ........................................................................................................................ 128 5.2.1 Engrenagens ............................................................................................................................ 128 5.2.2 Transmissão por polias e correias ..................................................................................... 131 5.2.3 Transmissão por correia plana ........................................................................................... 132 5.2.4 Transmissão por correia em V ............................................................................................ 133 5.2.5 Transmissão por correia dentada ..................................................................................... 134 5.2.6 Procedimentos em manutenção com correias e polias ........................................... 134 5.2.7 Transmissão por correntes .................................................................................................. 134 5.3 Mancais de deslizamento e rolamento ............................................................................................ 136 5.3.1 Mancais de deslizamento ................................................................................................... 136 5.3.2 Mancais de rolamento .......................................................................................................... 137 5.4 Acoplamentos ........................................................................................................................................... 141 5.4.1 Acoplamentos permanentes rígidos .............................................................................. 142 5.4.2 Acoplamentos permanentes flexíveis ............................................................................ 142 5.4.3 Junta de articulação .............................................................................................................. 144 5.5 Junta universal de velocidade constante (homocinética) ........................................................ 144 5.6 Elementos de vedação ........................................................................................................................... 145 Referências ........................................................................................................................................................................ 151 Minicurrículo dos autores ........................................................................................................................................... 154 Índice .................................................................................................................................................................................. 156 Nesta unidade curricular conheceremos os principais assuntos que contribuem para o desenvol- vimento das competências de um Técnico em Automação Industrial. O estudo lhe proporcionará a aquisição dos fundamentos técnicos e científicos necessários à automação industrial, bem como capacidades sociais, organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações profissionais. A unidade curricular Fundamentos de Mecânica favorece ao aluno, através dos fundamentos de mecânica aplicáveis aos sistemas de controle e automação, a construção de uma base consistente que possibilite o desenvolvimento das competências profissionais do Técnico em Automação Industrial. Considera o desenvolvimento de fundamentos matemáticos, elétricos e eletrônicos. (DCN-DN) Ainda nesta unidade curricular o aluno reconhecerá fundamentos de mecânica aplicáveis aos sistemas de controle e automação, interpretará desenhos técnicos (mecânicos) aplicáveis aos sistemas de controle e automação, identificar a aplicabilidade de fundamentos de mecâni- ca relativos aos sistemas de controle e automação, identificará a aplicabilidade de fundamen- tos de elementos de máquinas relativos aos sistemas de controle e automação e de fundamen- tos de mecânica na medição de grandezas físicas. A seguir são descritos na matriz curricular os módulos e as unidades curriculares previstos e as respectivas cargas horárias. (TAB. 1) Tabela 1: Técnico em Automação Industrial Módulos denoMInAção unIdAdes CurrICulAres CArgA HorárIA CArgA HorárIA Módulo Módulo Básico Fundamentos técnicos e científicos • Fundamentos da Comunicação 100h 140h 100h 340h • Fundamentos da Eletrotécnica • Fundamentos da Mecânica Módulo Introdutório Fundamentos técnicos e científicos • Acionamento de Dispositivos Atuadores • Processamento de Sinais 160 h 180 h 340h Específico I Manutenção e Implemen- tação de equipamentos e dispositivos • Gestão da Manutenção • Implementação de Equipamentos Dispositivos • Instrumentação e Controle • Manutenção de Equipamentos e Dispositivos 34h 136h 102h 68h 340 h Específico II Desenvolvimento de sistemas de controle e automação • Desenvolvimento de Sistemas de Controle • Sistemas Lógicos Programáveis • Técnicas de Controle 100h 160h 80h 340h Fonte: SENAI Introdução 1 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas Neste capítulo estudaremos tópicos de metrologia aplicada à mecânica. Para dar início ao estudo da metrologia, é necessária a compreensão de grandezas físicas e unidades de medida. Mas antes disso, você sabe qual é o objetivo de se estudar metrologia? É o de conhecer as características do processo de medição e os sistemas métrico e inglês, além de saber como converter as unidades. A metrologia é aplicada a todas as grandezas deter- minadas e, em particular, às dimensões lineares e angulares das peças mecânicas. “Quando você pode medir aquilo de que fala e expressá-lo em números, você sabe alguma coisa sobre isto. Mas quando você não pode medi-lo, quando você não pode expressá-lo em números, seu conhecimento é limi- tado e insatisfatório: pode ser o início do conhecimento, mas você, no seu pensamento, avançou muito pouco para o estágio da ciência.” (Sir William Thomson, Lord Kelvin, Conferência em 3 de maio de 1883) Nem tudo o que conhecemos pode ser medido. Quanto amor você sente por outra pessoa? Qual é a intensidade da saudade? Veja como é fácil achar exemplos de coisas que não podem ser medidas... Para a Física, coisas que podem ser medidase padronizadas constituem-se em grandezas. O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em um sentido geral ou a uma grandeza específica. Grandeza física é aquela que pode ser medida. É através das grandezas físicas que medimos ou quantificamos as propriedades da matéria e da energia. Assim, as grandezas po- dem ser classificadas como físicas e não-física. Grandezas Físicas (vetoriais ou escalares): são as grandezas que podem ser me- didas. Ex.: comprimento, massa, tempo etc. não-físicas: são as que não podem ser medidas. Ex.: beleza, emoção, alegria, amor, sentimentos etc. Conceituando grandeza física “Atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado“ (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo – IPEM, 19--). AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL20 Distâncias, tempo, massa, força... tudo isso pode ser medido. Para organizar e uniformizar estas medidas foi constituído, em 1875, um acordo internacional (BIPM - Bureau Internacional de Pesos e Medidas) mantido e atualizado por con- ferências internacionais periódicas. Em 1960 foi instituído o Sistema Internacional de Unidades (SI), adotado em todo o mundo, com exceção dos Estados Unidos. As ciências perderiam o sentido sem um referencial como este. Veja o exemplo, a seguir, da utilização das grandezas físicas no cotidiano: No nado livre a velocidade do nadador pode chegar a até 7,2 km/h. Neste caso, a grandeza física em questão é velocidade. Esta grandeza mede a rapidez com que o nadador se desloca. A unidade de medida usada para representar a rapidez do nadador foi o km/h (quilômetros por hora). Podemos usar outras unidades de medidas para representar a grandeza física velocidade, como, por exemplo, m/s (metros por segundo). 2.1 UnIdadeS de MedIda Vamos compreender um pouco mais sobre o Sistema Internacional de Unidades. Unidades de medidas são padrões utilizados para avaliar grandezas físicas. Elas são definidas arbitrariamente e têm como referência um padrão material. As grandezas podem ser mecânicas, ópticas, geométricas, acústicas ou luminosas. Medir significa comparar uma grandeza com uma unidade de referência da mesma espécie e estabelecer o número (inteiro ou fracionário) de vezes que a grandeza contém a unidade. Assim nasce a METROLOGIA: A metrologia somente trabalha com as grandezas físicas, ou seja, com aquelas que podem ser medidas e quantificadas. Fo nt e: b an co d e im ag em d o go og le 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 21 “O quilograma é a unidade de medida de massa (e não de peso, nem de força); ele é igual à massa do protótipo internacional do quilograma guardado no Bureau International des Poinds et Mésures - BIPM.” VOCÊ SABIA? Figura 1 - Protótipo internacional do quilograma Fonte: Autor 2.1.1 SiStema internacional de UnidadeS (Si) O sistema de medida foi, por muito tempo, baseado em unidades imprecisas e arbitrárias, como aquelas medidas baseadas no corpo humano, como por exem- plo: pé, polegada, jarda, côvado, braça. Essa imprecisão na medida causava mui- tos problemas para o comércio, pois como cada país e região possuíam as “suas”, estas não eram iguais e isso dificultava a compra e venda de mercadorias. Isto é, elas não se correspondiam entre si. Numa tentativa de resolver a situação o Governo Francês, em 1978, solicitou à Academia de Ciências da França que criasse um sistema de medida com base em uma “constante natural”, que neste caso a Academia construiu um sistema base- ado no metro, como unidade de medida de comprimento, o peso, como unida- de de medida de massa. Esse sistema foi empregado no comércio e na indústria, inicialmente. Posteriormente também foi utilizado nos meios científicos, técnicos e acadêmicos. Porém com o avanço das tecnologias surgiu a necessidade de me- dições mais precisas e diversificadas, sendo assim em 1960, o Sistema Métrico De- cimal foi substituído pelo Sistema Internacional de Unidades – SI, mais sofisticado e adotado pelo Brasil em 1962. Este Sistema foi ratificado em 1988 pela Resolução 12 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO, este tem uso obrigatório em todo o Brasil. Entre os precursores do sistema SI tem-se: AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL22 • o sistema CGS ( Centímetro, Grama, Segundo) e • o sistema MKS (Metro, Kelvin, Segundo). No SI distinguem-se duas classes de unidades: • unidades de base e • unidades derivadas. Essa divisão de classes do SI é arbitrária porque não é uma imposição da Físi- ca, porém ela tem suas vantagens por se adotar um sistema único e prático para ser utilizado mundialmente. Isso facilita nas relações internacionais, no ensino e nos trabalhos científicos. A conferência Geral tomou como base sete unidades e consideradas, sob o ponto de vista dimensional, como independentes. Essas são chamadas de unidades de bases, são elas: • o metro (m); • o quilograma (kg); • o segundo (s); • o ampère (A); • o kelvin (K); • o mol (mol) e • a candela (cd). Além das sete unidades de medidas de base existem outras, que são derivadas destas. Veja na tabela 2 a seguir: Tabela 2: Principais grandezas do sistema Internacional grAndezA noMe PlurAl síMbolo comprimento metro metros m área metro quadrado metros quadrados m² volume metro cúbico metros cúbicos m³ ângulo plano radiano radianos rad tempo segundo segundos s frequência hertz hertz Hz velocidade metro por segundo metros por segundo m/s aceleração metro por segundo por segundo metros por segundo por segundo m/s² massa quilograma quilogramas kg massa específica quilograma por metro cúbico quilogramas por metro cúbico kg/m³ vazão metro cúbico por segundo metros cúbicos por segundo m³/s 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 23 Continuação Tabela 2: Principais grandezas do Sistema Internacional grAndezA noMe PlurAl síMbolo quantidade de matéria mol mols mol força newton newtons N pressão pascal pascals Pa trabalho, energia, quantidade de calor joule joules J potência, fluxo de energia watt watts W corrente elétrica ampère ampères A carga elétrica coulomb coulombs C tensão elétrica volt volts V resistência elétrica ohm ohms Ω condutância siemens siemens S capacitância farad farads F temperatura Celsius grau Celsius graus Celsius ºC temp. termodinâmica kelvin kelvins K intensidade luminosa candela candelas cd fluxo luminoso lúmen lúmens Lm iluminamento lux lux Lx Fonte: Autor As unidades de medida dimensionais representam valores de referência que permitem: • expressar as dimensões de objetos (realização de leituras de desenho mecânico) e • confeccionar e, em seguida, controlar as dimensões desses objetos (utilização de aparelhos e instrumentos de medida). Na metrologia dimensional, o metro e seus derivados têm um papel funda- mental, pois são os mais empregados. Por isso, vamos conhecer um pouco da história desta unidade de medida – o metro. Basicamente, para seus estudos, a história do metro pode ser dividida em três fases, cada uma resultando numa definição. Verifique a seguir. • 1ª definição: origem (1793) O metro é baseado nas medidas obtidas pelos astrônomos franceses De- lambre e Machain, que utilizaram a Toesa (toesa é uma antiga unidade de medida de comprimento originária da França. Equivalia a seis pés e aproxi- madamente um metro e oitenta e dois centímetros. http://pt.wikipedia.org/ wiki/Toesa) como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e Montjuich (Espanha) e materializaram o metro-padrão em uma barra de plati- na de seção retangular de 4,05 x 25 mm como a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre. AUTOMAÇÃOINDUSTRIAL24 • 2ª definição: metro internacional (1889) Naquela época, o metro foi definido como a distância entre os dois extremos de uma barra de platina depositada nos arquivos da França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius. Com o avanço da ciência, o padrão foi aperfeiçoado e o metro foi construído em seção transversal em X, a fim de apresentar maior estabilidade. Foram adicionados 10% de irídio para tornar o material mais durável, e foram definidos dois traços em seu plano neutro, de maneira que a medida fosse mais perfeita. Assim, o metro pode ser considerado como a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra do padrão internacional depositado no Bureau Internacional des Poinds ét Mésures (BIPM) à temperatura de zero grau Celsius, sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão. Em 1826 foram feitas 32 barras-padrão do metro na França, para serem distri- buídas aos países que adotaram o SI. Destas 32 barras-padrão catalogadas, a de nº 26 seria destinada ao Brasil. Atualmente, ela se encontra no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São José dos Campos-SP. O metro-padrão que existe no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, no Estado de São Paulo, possui uma seção transversal reta em forma de H. O Instituto Nacional de Tecno- logia (INT) possui também dois exemplares de metros-padrão de alta qualidade. Figura 2 - Metro padrão Fonte: Autor Atualmente, a temperatura de calibração da barra de platina é de 20°C. • 3ª definição: vinculação à velocidade da luz (1983) Esta definição é recomendada pelo INMETRO no Brasil segundo a 17ª Confe- rência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. Logo, o metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1 dividido por 299.792.458 de segundo (1/299.792.458 s). 2.2 SISteMa MétrIco decIMaL Na realização de medições podemos encontrar valores de medidas muito grandes ou muito pequenos; para isso são utilizados derivados das unidades de medida. No caso do metro temos os derivados listados na tabela 3: 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 25 Tabela 3: Prefixos das unidades sI noMe síMbolo FATor de MulTIPlICAção dA unIdAde yottametro Ym 1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000 m zettametro Zm 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000 m exametro Em 1018 = 1 000 000 000 000 000 000 m petametro Pm 1015 = 1 000 000 000 000 000 m terametro Tm 1012 = 1 000 000 000 000 m gigametro Gm 109 = 1 000 000 000 m mega metro Mm 106 = 1 000 000 m quilo metro km 10³ = 1 000 m hectômetro hm 10² = 100 m decametro dam 10 m metro m 1 m decímetro dm 10-1 = 0,1 m centímetro cm 10-2 = 0,01 m milímetro mm 10-3 = 0,001 m micrometro µm 10-6 = 0,000 001 m nanômetro nm 10-9 = 0,000 000 001 m picômetro pm 10-12 = 0,000 000 000 001 m femtômetro fm 10-15 = 0,000 000 000 000 001 m attômetro am 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001 m zeptometro zm 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001 m yoctômetro ym 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001 m Fonte: Autor Obs.: Os prefixos utilizados na tabela 3, também são aplicáveis para as outras unidades de medida. Dentro do universo da mecânica, a unidade básica de medida é o milímetro (mm) com seus submúltiplos, conforme a tabela 4. Tabela 4: unidades básicas de medida noMe dA unIdAde VAlor dA unIdAde milímetro 1 mm décimo 0,1 mm centésimo 0,01 mm milésimo 0,001 mm Fonte: Autor Veja os exemplos a seguir: Para converter milímetro em décimo de milímetro, basta multiplicar os milí- metros por 10: 1,3 milímetros = 1,3 x 10 = 13 décimos AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL26 Para converter milímetro em centésimo de milímetro, basta multiplicar os mi- límetros por 100: 1,3 milimetros = 1,3 x 100 = 130 centésimos Para converter milímetro em milésimo de milímetro, basta multiplicar os milí- metros por 1000: 1,3 milímetros = 1,3 x 1000 = 1300 milésimos Se quisermos converter décimos de milímetros, em milímetros, basta dividir por 10: 23 décimos = 23 / 10 = 2,3 milímetros. E assim sucessivamente. Há uma convergência multidisciplinar sem precedentes de cientistas dedicados a estudar um mundo tão pequeno que não conseguimos ver – mesmo com a luz de um microscópio. Esse mundo é o campo da nanotecnologia, o reino dos átomos e das nanoestruturas. A nanotecnologia é tão nova que ninguém sabe ao certo o que virá dela. Mesmo assim, as predições variam da capacidade de reproduzir coisas como diamantes e alimentos ao mundo sendo devorado por nanorrobôs que se replicam sozinhos. VOCÊ SABIA? Figura 3 - Como funciona a nanotecnologia Fonte: Bonsor , K; Strickland, J. (2007) 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 27 FIQUE ALERTA A Norma ISO 14000 foi criada para que as empresas possam gerenciar e controlar os impactos ambientais causados por seus processos. Isso só é possível através da medição das grandezas influentes no processo, conforme descreve a própria Norma no seu 4° princípio: “Medição, monitoramento e avaliação constituem atividades essenciais de um sistema de gestão ambiental, as quais asseguram que a organização está funcionando de acordo com o programa de gestão ambiental definido”. 2.3 SISteMa InGLêS Os países de língua inglesa utilizam um sistema de medidas baseado na jarda im- perial (yard) e seus derivados não-decimais – em particular, a polegada inglesa (inch). Em razão da influência inglesa na fabricação mecânica, empregamos frequen- temente, para as medidas industriais, à temperatura de 20ºC, a polegada, que equivale a 25,4 mm. A leitura de medida em polegada se dá em frações ordinárias de denomina- dores iguais a: 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128 etc. Apresentamos, portanto, as seguintes divisões da polegada: 1/2” - meia polegada 1/4” - um quarto de polegada 1/8” - um oitavo de polegada 1/16” - um dezesseis avos de polegada 1/32” - um trinta e dois avos de polegada 1/64” - um sessenta e quatro avos de polegada 1/128” - um cento e vinte e oito avos de polegada Os numeradores das frações devem ser números ímpares. 1/2” ; 3/4”; 5/8”; 15/16” O sistema inglês é ainda muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, as- sim como no Brasil, por causa do grande número de empresas procedentes des- ses países. Porém, aos poucos esse sistema vem sendo substituído pelo sistema métrico. Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equi- pamentos utilizados, devemos convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida). Para converter polegada fracionária em milímetro, devemos multiplicar o valor em polegada fracionária por 25,4. Exemplos: 2” = 2 x 25,4 = 50,8 mm AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL28 3/8” = 3 x 25,4/ 8 = 9,525 mm A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo o valor em milímetro por 25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um mero inteiro, devemos arredondá-lo para o número inteiro mais próximo. a) 12,7 mm: 12,7 mm = 12,7 . 128 25,4 = 0,5 . 128 = 64” 128 128 128 Simplificando: 64” 128 = 32” 64 = 16” 32 = 8” 16 = 2” 4 = 1” 2 b) 19,8 mm: 19,8 mm = 19,8 . 128 25,4 = 99,77” arredondando 100” 128128 128 Simplificando: 100” 128 = 50” 64 = 25” 32 regra prática – Para converter milímetro em polegada ordinária, basta mul- tiplicar o valor em milímetro por 5,04, mantendo 128 como denominador. Arre- dondar, se necessário. Exemplo: 12,7 . 5,04 128 = 64,008 128 arredondando 64” 128 simplificando 1” 2 Para converter polegada fracionária em polegada milesimal, dividimos o nu- merador da fração por seu denominador. Exemplos: a) 5” 8 = 5 8= 0,625” b) 5” 16 = 5 16 = 0,3125” Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4. Exemplo: Converter 0,375” x 25,4 = 9,525 mm. Para se converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em milímetro por 25,4. 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 29 a) 5,08 mm 5,08” 25,4 = 0,200” b) 18 mm 18 25,4 = 0,7086” arredondando 0,709” caSoS e reLatoS Consumidor, finalmente, saberá seu real tamanho Grande parte dos brasileiros não sabem qual é o tamanho de roupas que vestem. E isso não é falta de visão ou de consciência corporal, mas de padronização das me- didas do vestuário brasileiro. Uma boa parte dos brasileiros que têm a exata noção de seu tamanho não encontram roupas que sirvam. Nesse caso, o que atrapalha é a ditadura da magreza, que padroniza a moda com base em medidas absurdas, deixan- do de fora uma fatia importante da população. A falta de padronização das medidas começa a ser resolvida. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) deverá receber do Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário, da As- sociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a solicitação para a edição da norma que fixa um prazo de 30 meses para as confecções brasileiras se adequarem ao Novo Regulamento Técnico de Etiquetagem de Produtos Têxteis. O regulamento - ou Lei das Etiquetas - foi revisto em dezembro de 2005. A lei antiga já obrigava os confeccio- nistas a pregarem nas roupas etiquetas com informações sobre o fabricante (CNPJ), a composição do tecido e os cuidados na conservação do produto. Agora, exige que a etiqueta traga também o tamanho da roupa - com base em uma medida referen- cial única. As medidas femininas, por exemplo, levam em conta a largura da cintura e dos ombros. “É muito comum o tamanho 40, em uma confecção, equivaler ao 42 da outra”, diz Sylvio Napoli, superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário (CB17). “O consumidor fica perdido.” Desde 1995, o Brasil tem um padrão referencial para os tamanhos das roupas, mas ele não era exigido por lei. A falta de padronização deixa os fabricantes livres para adotar a numeração que quiserem - normalmente me- nor do que o real tamanho da peça. A Lei das Etiquetas foi revista segundo normas aprovadas no âmbito do Mercosul. Segundo Napoli, o prazo para a adequação dos tamanhos deverá começar a correr a partir de julho de 2006. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL30 recapItULando Você conheceu a história do metro, alguns dos sistemas mais utilizados no mun- do e aprendeu a converter unidades, algo fundamental aos trabalhos do cotidiano da indústria. Esses conceitos ajudarão o trabalhador a compreender a importância e a abrangência da metrologia, fundamental para a interpretação de desenhos me- cânicos e medição de grandezas físicas relacionadas aos fundamentos de mecânica. 2 Grandezas Físicas e Unidades de Medidas 31 Anotações: 3 Metrologia dimensional Para iniciar os estudos há necessidade de compreensão de alguns fundamentos técnicos e científicos. São eles: • principais instrumentos de medição; • princípio de leitura dos instrumentos; • principais erros de leitura; • cuidados com o manuseio. Após o estudo das principais grandezas físicas e das unidades de medida mais utilizadas na in- dústria, chegou a hora de aprender a medir essas grandezas de forma adequada. Para tal, você com- preenderá como utilizar alguns instrumentos muito empregados no cotidiano da indústria, que são: o paquímetro, o micrômetro, o relógio comparador e o goniômetro. Estes são instrumentos simples, mas requerem alguns conhecimentos técnicos para que a medição seja realizada com cer- to grau de confiança. Essa atenção se faz necessária uma vez que estaremos medindo em unidades na casa de milésimo de milímetro; ou seja, qualquer descuido pode alterar o resultado da medição. 3.1 paqUíMetro O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas, externas e de profun- didade de uma peça. Consiste em uma escala graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. Figura 4 - Paquímetro e suas partes Fonte: Mitutoyo, 2005 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL34 O paquímetro é constituído basicamente de dois corpos móveis que permi- tem geralmente quatro maneiras de acesso à peça para efetuar a medição; por isso, são chamados de paquímetros quadrimensionais. Podem fornecer resulta- dos de medição com leituras de 0,1 mm, 0,05 mm ou 0,02 mm no sistema métrico, e de 0,001” ou 1/128” no sistema inglês. 3.1.1 tipoS de paqUímetroS e USoS • Paquímetro universal: É utilizado em medições internas, externas, de pro- fundidade e de ressaltos. Trata-se do tipo mais usado. Figura 5 - Paquimetro universal Fonte: Mitutoyo, 2005 • Paquímetro universal com relógio Figura 6 - Paquímetro universal com relógio Fonte: Mitutoyo, 2005 O relógio acoplado ao cursor facilita a leitura, agilizando a medição. • Paquímetro com bico móvel (basculante): Empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros diferentes. Figura 7 - Basculante Fonte: Metrologia, 2003 3 Metrologia diMensional 35 • Paquímetro de profundidade: Serve para medir a profundidade de furos não-vazados, rasgos, rebaixos etc. Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho. Figura 8 - Paquímetro de profundidade Fonte: Metrologia, 2003 • Paquímetro digital: Utilizado para leitura rápida, livre de erro de paralaxe, e ideal para controle estatístico. Figura 9 - Paquímetro digital Fonte: Mitutoyo, 2005 • Paquímetro duplo: Serve para medir dentes de engrenagens. Figura 10 - Paquímetro duplo Fonte: Metrologia, 2003 3.1.2 princípio do nônio A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem ao portu- guês Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier, considerados seus inventores. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL36 Os paquímetros são fabricados geralmente com dois sistemas de leitura: mé- trico e inglês, porém alguns são fabricados em um sistema somente. A graduação que define o tipo de leitura é feita nas duas partes móveis do instrumento, e cada uma tem as particularidades que se indicam a seguir: a) Escala principal - Geralmente os paquímetros têm dupla gravação de traços: sis- tema métrico e inglês. No sistema métrico são gravados traços de 1 mm, e no sistema inglês estes podem corresponder a 1 polegada dividida em 16 partes ou 40 partes. b) Cursor - Nesta parte são gravadas duas escalas auxiliares, uma para traba- lhar com a escala do sistema métrico e outra para a do sistema inglês. A quantida- de de traços gravados em cada escala define o valor da leitura em relação ao valor de cada divisão da escala principal. resolução ou leitura de um paquímetro A resolução ou leitura de um paquímetro está definida pelo resultado obtido ao dividir o valor de cada divisão da escala principal, pelo número de divisões do nônio. Figura 11 - Leitura de um paquímetro Fonte: Metrologia, 2003 • resolução de 0,1 mm No exemplo da gravura anterior temos: o valor de cada divisão da escala principal é de 1 mm e o nônio apresenta 10 divisões. Logo: 1 mm / 10 = 0,1 mm. Este valor corresponde a cada divisão no nônio; portanto, a primeira di- visão vale 0,1 mm, a segunda, 0,2 mm, a terceira, 0,3 mm, e assim por diante, até a última, que vale 1 mm. Devemos verificar quantas divisões existem na escala desde seu zero até o zero do nônio. Esta será a medida em milímetros lidos sobre a escala. A seguir, verifi- camos qual dos traços do nônio coincide com um traço da escala (sempre haverá um traço que fica melhor alinhado que os restantes). O valor correspondente a este traço fornece a fração procurada da escala principal. 3 Metrologia diMensional 37 Figura 12 - Resolução de 0,1 mm Fonte: Metrologia,
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