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Série Segurança do Trabalho AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO Série Segurança do Trabalho AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série Segurança do Trabalho AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ- nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Núcleo de Educação – NED FICHA CATALOGRÁFICA S491a Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Ações educativas em saúde e segurança do trabalho / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina . Brasília : SENAI/DN, 2012. 132 p. : il.; (Série Segurança do Trabalho). ISBN 978-85-7519-492-8 1. Segurança do trabalho. 2. Saúde e trabalho. 3. Segurança do trabalho- Legislação. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título III. Série. CDU: 331.45 lista de ilustrações Figura 1 - Definições de programa e ação ................................................................................................................18 Figura 2 - Conscientização dos trabalhadores ........................................................................................................24 Figura 3 - Desenvolvimento integral do colaborador ..........................................................................................29 Figura 4 - Etapas do programa de treinamento .....................................................................................................32 Figura 5 - Categorias gerais de aptidões ...................................................................................................................36 Figura 6 - Critérios de avaliação ...................................................................................................................................40 Figura 7 - Perguntas que as estratégias buscam responder ..............................................................................63 Figura 8 - Prática pedagógica .......................................................................................................................................67 Figura 9 - Critérios de avaliação do treinamento ...................................................................................................70 Figura 10 - Estrutura de um projeto de avaliação de treinamento anterior/posterior ao teste ............72 Figura 11 - Estrutura de um projeto de avaliação de treinamento com grupo de controle ..................72 Figura 12 - Tipos de treinamento .................................................................................................................................82 Figura 13 - Medidas relativas ao trabalhador e ao ambiente de aprendizagem ..................................... 112 Quadro 1 - Matriz curricular ..........................................................................................................................................10 Quadro 2 - Métodos de treinamento .........................................................................................................................39 Quadro 3 - Cronograma de treinamento ..................................................................................................................54 Quadro 4 - Planejamento do treinamento ...............................................................................................................55 Quadro 5 - Controle ..........................................................................................................................................................71 Quadro 6 - Modelo de avaliação de treinamento ..................................................................................................73 Quadro 7 - Objetos de avaliação x períodos ..........................................................................................................75 Quadro 8 - Documentos relativos à segurança e medicina no trabalho .......................................................92 Sumário 1 Introdução ..........................................................................................................................................................................9 2 Definição das Ações Educativas em Saúde e Segurança do Trabalho (SST).............................................13 2.1 Definindo ações educativas em SST .....................................................................................................14 2.2 Histórico e evolução das ações educativas ........................................................................................16 3 Tipos de Ações Educativas em SST ..........................................................................................................................21 3.1 Campanhas ....................................................................................................................................................22 3.2 Seminários .....................................................................................................................................................25 3.3 Programas de capacitação ......................................................................................................................28 3.4 Divulgação de informações de saúde e segurança do trabalho ................................................41 4 Planejamento das Ações Educativas em SST .......................................................................................................49 4.1 Cronograma ..................................................................................................................................................50 4.2 Recursos humanos, financeiros e materiais .......................................................................................56 4.3 Estratégias ......................................................................................................................................................62 4.4 Instrumento de avaliação: elaboração e aplicação .........................................................................68 5 Desenvolvimento da Ação Educativa em SST .....................................................................................................79 5.1 Planejamento do programa de treinamento ....................................................................................80 5.2 Treinamento na prática .............................................................................................................................86 5.3 Registros .........................................................................................................................................................906 Material Didático ............................................................................................................................................................95 6.1 Elaboração de materiais didáticos ........................................................................................................96 6.2 A importância da pesquisa ......................................................................................................................97 6.3 Tipos de materiais didáticos ................................................................................................................. 101 6.4 Recursos de ensino-aprendizagem ................................................................................................... 102 7 Legislação, Normas e Procedimentos de Saúde e Segurança do Trabalho ........................................... 109 7.1 Legislação, normas e procedimentos de saúde e segurança do trabalho ........................... 110 7.2 Algumas normas regulamentadoras (NRs) ..................................................................................... 113 Referências ........................................................................................................................................................................ 125 Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 127 Índice .................................................................................................................................................................................. 129 1 A unidade curricular Ações Educativas em Saúde e Segurança do Trabalho tem como obje- tivo proporcionar a aquisição de capacidades técnicas visando ao desenvolvimento de ações educativas em saúde e segurança no trabalho, bem como, ao desenvolvimento das capacida- des sociais, organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações profissionais. O dia 28 de abril foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho como o dia mun- dial sobre segurança e saúde no trabalho. Esse dia foi instituído com o propósito de promover a conscientização sobre a importância da segurança e saúde no trabalho, pois estima-se que cerca de 2 milhões e meio de pessoas morrem anualmente, vítimas de acidentes e doenças decorrentes da atividade profissional. Muito se tem falado e discutido sobre a saúde e o bem estar dos trabalhadores, pois o es- tresse, a saúde física e os acidentes têm lhes causado constantes danos emocionais, sociais e financeiros. Muitas ações foram desenvolvidas, mas é necessário melhorar os esforços para que tenhamos uma situação ideal de trabalho. Teremos ainda a possibilidade de aplicar os conceitos e técnicas apresentadas por meio da simulação de situações cotidianas em que as ações educativas em saúde e segurança do trabalho são fundamentais. A seguir são descritos na matriz curricular os módulos e as unidades curriculares previstos e as respectivas cargas horárias. introdução açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho10 Técnico Segurança do Trabalho MóDULOS DENOMINAÇÃO UNIDADES CURRICULARES CARGA hORáRIA CARGA hORáRIA DO MóDULO Básico Básico • Comunicação Oral e Escrita 60h 300h • Fundamentos de Saúde e Segurança do Trabalho 120h • Cálculos aplicados em Saúde e Segurança do Trabalho 60h • Gestão de pessoas 60h Específico I Realização de ações de saúde e segurança do trabalho • Ações Educativas em Saúde e Segurança do Trabalho 90h 360h 450h • Saúde e Segurança do Trabalho Específico II Coordenação de ações de saúde e segurança do trabalho • Coordenação de Ações em Saúde e Segurança do Trabalho 150h 150h Específico III Planejamento de ações de saúde e segurança do trabalho • Planejamento de Ações em Saúde e Segurança do Trabalho 300h 300h Quadro 1 - Matriz curricular Fonte: SENAI DN Agora você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. Bons estudos! Anotações: 1 inTrodução 11 2 Definição das Ações Educativas em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) Neste capítulo, você terá a oportunidade de conhecer as campanhas e ações de saúde e se- gurança. Você perceberá que elas têm como principal objetivo a melhoria do ambiente e saúde dos funcionários, além da prevenção de acidentes. Nesse sentido, as ações de educação visam encorajar os trabalhadores a adotar e manter padrões de vida saudável, a usar de forma acerta- da e cuidadosa os serviços de saúde colocados a sua disposição e tomar decisões individuais e coletivas visando melhorar as condições de saúde e do meio ambiente. Nesse sentido, ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) compreender o que vem a ser ações educativas em Saúde e Segurança do Trabalho; b) conhecer a história e a evolução das ações de saúde no Brasil. Você agora é convidado a explorar todas as informações disponíveis sobre esse assunto, fazendo do seu aprendizado um processo de construção do conhecimento. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho14 2.1 definindo açõeS educaTivaS em SST Segundo o comitê de especialistas em Planejamento e Avaliação dos Serviços de Educação em Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) “o foco da edu- cação em saúde está voltado para a população e para a ação.” (BRASIL, 2011). Todas as campanhas e ações de saúde e segurança têm como principal ob- jetivo a melhoria do ambiente e saúde dos funcionários, além da prevenção de acidentes. Você sabe o que visam essas ações de educação? Elas visam encorajar os trabalhadores a adotar e manter padrões de vida sau- dável, usar de forma acertada e cuidadosa os serviços de saúde colocados a sua disposição e tomar decisões individuais e coletivas com o objetivo de melhorar as condições de saúde e do meio ambiente. FIQUE ALERTA Educação é o aperfeiçoamento das faculdades intelectu- ais. É o processo pelo qual uma função se desenvolve e se aperfeiçoa pelo exercício. Por outro lado, o grupo científico sobre pesquisa em Saúde da OMS expandiu os objetivos da educação em saúde para “desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade a qual per- tençam e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira cons- trutiva.” (BRASIL, 2011). FIQUE ALERTA Esses conceitos demonstram, claramente, que a educação em saúde deve promover o senso de identidade individu- al, a dignidade e a responsabilidade e a solidariedade e a responsabilidade comunitária. 2 definição daS açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) 15 iS to ck ph ot o (2 0- -? ) Acompanhe a seguir um exemplo na prática sobre a importância das ações educativas em saúde e segurança do trabalho. caSoS e relaToS A importância de Ações Educativas em Saúde e Segurança do Tra- balho Por consequência do desenvolvimento econômico atual e a tecnologia aplicada aos maquinários, a expansão das indústrias é algo visível. Geral- mente essas indústrias se instalam em cidades que ainda buscam um de- senvolvimento econômico, visando à mão de obra farta e barata do local. O fato ocorreu em uma cidade do interior de São Paulo, em que todos os cidadãos estavam ansiosos com a chegada da indústria na cidade com a expectativa de geração de empregos. A indústria por sua vez se instalou e iniciou a contratação dos colaboradores, pois queria começar a produzir o quanto antes, mas o que ela não contava é que após ter iniciado as ati- vidades começaram a surgir alguns afastamentos, pois os colaboradores não tinham uma cultura prevencionista, visando à saúde e seu bem estar. iS to ck ph ot o (2 0- -? ) D ig ita l V is io n (2 0- -? ) iS to ck ph ot o (2 0- -? ) açõeS educaTivaSem Saúde e Segurança do Trabalho16 Perante essa problemática a empresa percebeu a necessidade de insti- tuir ações educativas em saúde e segurança do trabalho, por meio de um programa de treinamento, partindo do conceito de saúde, o qual segun- do a OMS é o “completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças” (BRASIL, 2011). Dessa forma os colaboradores tiveram um aperfeiçoamento educacional por meio de práticas de ações referente à saúde e segurança no seu am- biente de trabalho. Palestras, atividades práticas nos setores, aperfeiço- amento técnico, noções de higiene dentro e fora da empresa foram os principais conceitos abordados nesses treinamentos para minimizar ou acabar com a problemática. A consequência desse projeto foi verificada em sessenta dias com o aumento da produtividade, redução do absente- ísmo1 e satisfação dos colaboradores. Aqui, você pôde conhecer as ações educativas em saúde e segurança do trabalho e a importância que tais ações têm no desenvolvimento do senso de responsabilidade que cada sujeito possui pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade. Então, gostou do assunto abordado? Na sequência, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre o histórico e evolução da saúde no Brasil. Vamos lá! 2.2 hiSTórico e evolução daS açõeS educaTivaS Os primeiros registros de desenvolvimento de programas de educação em saúde no Brasil datam de 1924, no município de São Gonçalo no Estado do Rio de Janeiro. Os protagonistas dessa atividade foram Carlos Sá e Cesar Leal Fer- reira, que criaram o primeiro grupo de Saúde em uma escola estadual. Como o programa obteve êxito, no ano seguinte, esse programa foi adotado nas escolas primárias do antigo Distrito Federal. Em São Paulo, foi criado a Inspetoria de Educação Sanitária e Centros de Saúde do Estado, no ano de 1925, com o objetivo de “promover a formação da consci- ência sanitária da população e dos serviços de profilaxia geral e específica.” (SÃO PAULO, 1925). No mesmo ano, foi criado em Pernambuco a Inspetoria de Educa- ção Sanitária do Departamento de Saúde e Assistência. 1 ABSENTEíSMO Falta ou afastamento temporário do empregado no trabalho. 2 definição daS açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) 17 Na década seguinte, foi criado o Ministério da Educação e Saúde (MES) e rees- truturado o Departamento Nacional de Saúde que tinha por objetivo formar, na coletividade brasileira, uma consciência familiarizada com problemas de saúde. Essa estratégia acabou sufocando todas as iniciativas estaduais, concentrando esforços nas capitais e rarefazendo-as no interior do Brasil. Todas as ações de- senvolvidas pelo MES estavam focadas na divulgação de material impresso como livros, folhetos, catálogos, cartazes, que atendiam muito pouco as necessidades da população da época. VOCÊ SABIA? Que em 1942, com a criação do Serviço Especial de Saú- de Pública, ocorreu a grande transformação de menta- lidade nas atividades destinadas à educação sanitária? Foi quando se deu início a um processo de capacitação dos professores da rede pública de ensino para atuar como agentes educacionais de saúde. A segunda transformação ocorreu por influência de três acontecimentos: Ruth Marcondes e Brito Bastos, quando reformularam a estrutura do Serviço Nacional de Educação Sanitária onde foram integradas as atividades de educação ao pla- nejamento das ações dos demais órgãos do Ministério da Saúde; também por influência da 12ª Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra (1958), e da 5ª Con- ferência de Saúde e Educação Sanitária realizada na Filadélfia (1962). Ocorreram outras reorganizações administrativas do Ministério da Saúde, en- tre os anos de 1964 e 1980. Uma mudança importante foi a de concepção da ter- minologia, que sofreu alterações de educação sanitária para educação em saúde. Em meados de 1970, ocorreu a terceira transformação com o monitoramento das informações de saúde brasileiras que passaram a ser divulgados pelos veí- culos de comunicação em massa, de modo a informar o povo brasileiro sobre as condições de saúde, e da rede de atendimento à população. Infelizmente, em função da centralização das ações, muito se perdeu em termos de avanço na questão da saúde no Brasil. Em 1996, as atividades de educação em saúde voltaram a receber atenção do Ministério da Saúde, em 1998, ampliou-se a proposta para um Programa de Edu- cação em Saúde, não mais um Projeto Saúde na Escola. SAIBA MAIS Conheça mais sobre o Programa de Educação em Saúde, acesse: <http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=14578%3Apro grama-saude-nas-escolas&catid=194%3Asecad-educacao- -continuada&Itemid=817 > açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho18 As bases conceituais para as ações de Educação em Saúde são funcionais e epistemológicas2. No conceito funcional, as funções de técnica, método e meio de veiculação moldam os instrumentos de ação. Já o conceito epistemológico re- mete ao rigor científico, à educação e à comunicação que fornecem os caminhos para a ação. Dessa forma, segundo o Ministério da Saúde (2011), Considerar a educação em saúde como disciplina de ação significa dizer que o trabalho será dirigido para atuar sobre o conhecimento das pessoas, para que elas desenvolvam juízo crítico e capacidade de intervenção sobre suas vidas e sobre o ambiente com o qual interagem e, assim, criarem condições para se apropriarem de sua própria existência. Cabe aqui, destacar outras definições importantes, como as definições de pro- grama e ação. D ie go F er na nd es (2 01 1) Figura 1 - Definições de programa e ação SAIBA MAIS Para saber um pouco mais sobre Saúde e Segurança do Tra- balho acesse o site <http://www.areaseg.com/seg/>. 2 EPISTEMOLóGICAS Epistemologia: Campo de estudo que trata da origem, do alcance e da justificação do conhecimento. 2 definição daS açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) 19 Dessa forma, as ações e os programas em saúde e segurança são destinados a criar, desenvolver e manter atitudes prevencionistas no exercício das ativida- des que as pessoas realizam diariamente. Aqui você finaliza este capítulo, onde pôde conhecer as ações educativas em saúde e segurança do trabalho, além da história e evolução das ações de saúde no Brasil. Ainda tem muita coisa interes- sante aguardando por você. Portanto, organize bem suas atividades e garanta o sucesso! Vamos em frente? recapiTulando No decorrer de seus estudos, você pôde perceber que todas as campa- nhas e ações de saúde e segurança têm como principal objetivo a me- lhoria do ambiente e saúde dos funcionários, além da prevenção de aci- dentes. Você acompanhou que os primeiros registros de desenvolvimento de programas de educação em saúde no Brasil datam de 1924, no município de São Gonçalo no estado do Rio de Janeiro e muitos eventos ocorreram até que a educação em saúde passasse a ser considerada uma disciplina de ação onde os esforços são direcionados de tal forma que as pessoas desenvolvam juízo crítico e tenham a capacidade de intervir sobre suas vidas e sobre o ambiente onde estão inseridas criando condições para que se apropriem da sua própria existência. Como você percebeu, as bases conceituais para as ações de educação em saúde são funcionais (as funções de técnica, método e meio de vei- culação moldam os instrumentos de ação) e epistemológicas (remete ao rigor científico, a educação e a comunicação que fornecem os caminhos para a ação). Nesse sentido, as ações e os programas em saúde e segurança são desti- nados a criar, desenvolver e manter atitudes prevencionistas no exercício das atividades que as pessoas realizam diariamente. No próximo capítulo, estudaremos os tipos de ações de saúde e seguran- ça que você poderá desenvolver no exercício das suas funções profissio- nais. Continue atento para aprender mais a cada etapa cumprida. 3 Tipos de Ações Educativas em SST Você já deveter lido ou ouvido falar sobre relatos de acidentes e de pessoas que apresentam problemas de saúde em função das atividades profissionais executadas ao longo da vida. Essas notícias são frequentes. Os dados são alarmantes e assustadores, principalmente, pela falta de cuidado e observância das leis que regulamentam e regem o trabalho. Você deve ter percebido como é importante ter ações educativas em saúde e segurança do trabalho para que se consiga reduzir o número de acidentes e doenças ocupacionais que acontecem pela imperícia ou imprudência do trabalhador ou pelas condições inadequadas de trabalho. Neste capítulo, você terá a oportunidade de saber mais sobre os tipos de ações em saúde e segurança que podem ser realizadas e quais as suas características. Sendo assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) identificar os tipos de ações em saúde e segurança que podem ser realizadas, e suas ca- racterísticas; b) definir atividades para realização de ações educativas; c) propor ações educativas de segurança, meio ambiente e saúde; d) desenvolver capacitações de saúde e segurança do trabalho; e) identificar necessidade de implementação de eventos, treinamentos e programas em saúde e segurança do trabalho; f) identificar os treinamentos específicos de acordo com a atividade a ser realizada. Portanto, inicie com dedicação e atenção, fazendo do seu estudo uma oportunidade de re- fletir sobre suas práticas diárias. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho22 3.1 campanhaS É cada vez mais frequente notícias e relatos de acidentes, e de pessoas que apresentam problemas de saúde em função das atividades profissionais executa- das ao longo da vida. Os dados resultantes de pesquisas que verificam a propor- ção de pessoas que apresentam problemas de saúde relacionada às atividades profissionais são alarmantes. E de quem é a culpa? Na grande maioria das vezes, a culpa reside exclusivamente na falha humana. Você já observou como as pessoas usam seu meio de transporte para se deslocar ao trabalho e como elas executam as suas tarefas diárias? Não é surpresa verificar que os acidentes ou afastamentos por problemas de saúde ocupacional ocorrem em função da falta de cuidado e observância das leis que regulamentam e regem o trabalho. G oo ds ho ot (2 0- -? ) VOCÊ SABIA? Segundo o Ministério da Previdência Social, em 2008, ocorreram 755.980 acidentes de trabalho no Brasil. Des- tes, 551.023 foram registrados por meio do documento conhecido como, comunicação de acidente de trabalho (CAT) e 204.957 não tiveram esse registro. Do total de acidentes ocorridos no Brasil, 441.925 foram acidentes típicos (aqueles que decorrem do exercício da atividade laboral), 20.356 são considerados doenças do trabalho e 88.742 são acidentes de trajeto. 1 IMPERíCIA DO TRABALHADOR Falta de conhecimento ou habilidade para realizar determinada atividade. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 23 Conforme Pinto Filho (2008), [...] o Brasil tem 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil brasileiros e custam R$ 32 bilhões ao país. [...] Números macabros retratam o descuido de boa parte do empresariado com as normas de segurança e com seus fun- cionários. Verifica-se que há uma grande quantidade de acidentes que ocorrem ou são provocados pelo próprio trabalhador quer por descuido ou por imprudência. FIQUE ALERTA Frente a esses números cabe destacar a importância e a necessidade premente de ações efetivas para reduzir o número de acidentes de trabalho e de doenças ocupacio- nais, sejam eles decorrentes da imperícia do trabalhador1 ou pela falta de condições seguras para executar as ativi- dades diárias. Atualmente, as empresas têm realizado, com cada vez mais frequência, ações de saúde e segurança do trabalho e as principais campanhas estão voltadas para a educação e a sensibilização dos funcionários, transmitindo conhecimentos so- bre a segurança e a saúde do trabalhador. Ju pi te rim ag es (2 0- -? ) açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho24 Não basta apenas as empresas investirem em campanhas de conscientização, como, também, o trabalhador deve ter consciência de que trabalhar com segu- rança é saber trabalhar. Você concorda? Nessa perspectiva, as campanhas têm o objetivo de divulgar conhecimentos e auxiliar na educação da segurança, visando desenvolver a consciência dos tra- balhadores para: D ie go F er na nd es (2 01 1) Figura 2 - Conscientização dos trabalhadores As campanhas mais comuns são: a) campanhas de segurança voltadas à prevenção de acidentes; b) SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes; c) campanhas quanto ao uso de EPIs (Equipamento de Proteção Individual); d) campanhas sobre AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida); e) campanhas anti-tabagismo nas empresas; f) campanhas sobre cuidados no trânsito; g) campanhas para orientação e ações educativas sobre o uso do cinto de segurança; h) melhoria do ambiente de trabalho por meio de ações, implantação e aplica- ção do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); i) melhoria do ambiente de trabalho por meio de ações voltadas à implan- tação e aplicação do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO). 2 IMPETRADO Solicitado, requerido. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 25 M in is té rio d a Sa úd e (2 0- -? ) Algumas dessas campanhas já são conhecidas, não é mesmo? Nesta etapa, você pôde acompanhar a importância das campanhas, como ações educativas de saúde e segurança no trabalho. A seguir, você terá a oportunidade de estudar a relevância dos seminários. Vamos lá! 3.2 SeminárioS Você sabia que o assunto segurança e saúde no trabalho vem ganhando des- taque no meio empresarial? Isso ocorre em função da responsabilidade que estes têm sobre a vida dos trabalhadores. Além disso, alguns aspectos têm contribuído significativamente para que essa preocupação aumente entre a classe empresa- rial. Dentre os principais aspectos, destacam-se os elevados custos com a saúde (seguros, planos de saúde, absenteísmo etc.) e pela instabilidade jurídica, decor- rente dos processos trabalhistas impetrados2 por trabalhadores que se sentem lesionados. Anualmente são realizados, em nível de Brasil e Mundo, seminários voltados para a área de saúde e segurança do trabalho para profissionais técnicos res- ponsáveis pela segurança e para líderes dos setores de recursos humanos, de- partamentos jurídicos das empresas, supervisores e dirigentes de empresa. Tais seminários discutem anualmente o tema e suas tendências nos aspectos técnicos regulatórios e na ação empresarial. Essas iniciativas são apoiadas por entidades governamentais como: a) Ministério do Trabalho e Emprego. b) Ministério da Previdência Social. c) Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). d) Conselho Federal de Engenharia. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho26 e) Associação Nacional de Engenharia de Segurança no Trabalho. f) Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Ju pi te rim ag es (2 0- -? ) Contam ainda com o apoio da Organização Internacional do Trabalho, de en- tidades regionais, como, o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Em- presas (SEBRAE). FIQUE ALERTA O seminário é uma técnica de discussão no qual um grupo de estudantes, professores ou especialistas em uma de- terminada área, sob a orientação de um mediador, inves- tigam um problema e relatam os resultados da discussão crítica. Nesse contexto, observe que os seminários, como técnica de discussão, são extremamente necessários. Conforme os autores Canto e Rasche (2009, p. 163) “Os seminários servem para identificar e examinar problemas, identificar informa- ções pertinentes em um determinado tema, acompanhar, apresentar resultados, comentar, propor pesquisas com base em estudos já realizados”. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 27 M in is té rio do Tr ab al ho e E m pr eg o (2 0- -? ) Sendo assim, nas empresas, os principais seminários que podem ser desenvol- vidos são: a) demonstração de EPIs (Equipamento de Proteção Individual); b) seminários sobre acidentes e incidentes; c) seminários sobre metodologia e investigação de acidentes (árvore de cau- sas) etc.; d) seminários sobre análise de riscos no ambiente de trabalho; e) seminários de ações em saúde e segurança na construção civil; f) na SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes - podem acontecer várias palestras e também seminários voltados a área de saúde e segurança. Você pôde conferir que as ações educativas de segurança e saúde no trabalho vêm ganhando a cada dia mais destaque no meio empresarial. Nesse sentido, o número de seminários nacionais e internacionais que abordam assuntos impor- tantes da área é crescente. Você pôde verificar as entidades que apoiam essas iniciativas e conhecer os seminários que podem ser desenvolvidos nas empresas. Esperamos que você tenha gostado desse assunto. Por que aqui você finaliza mais uma parte importante de seus estudos. Ainda tem muita coisa interessante aguardando por você. A seguir o assunto será programas de capacitação. Vamos lá! açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho28 3.3 programaS de capaciTação Os programas de capacitação podem ser desenvolvidos dentro da empresa com o objetivo de treinar e educar os trabalhadores em médio ou longo prazo, visando desenvolver uma atitude prevencionista. Veja que o treinamento é uma atividade de caráter permanente que existe em todas as empresas, podendo ser considerado uma escola prática, onde se ensina e se aprende a trabalhar. A diferença entre uma empresa e outra é o grau de de- senvolvimento e a qualidade do treinamento. iS to ck ph ot o (2 0- -? ) Alguns autores consideram o treinamento como um processo intencional de aquisição ou modificação do comportamento, realizado de forma sistemática e com objetivos claramente definidos. Nesse sentido, o treinamento é considerado um esforço planejado com o objetivo de auxiliar os trabalhadores no desenvolvi- mento de capacidades nas suas atividades. O treinamento profissional consiste na aplicação de um con- junto de princípios técnicos oriundos da Pedagogia e da Psico- logia, visando à aprendizagem de novas respostas a situações específicas, a extinção de outras indesejáveis nas mesmas situ- ações, e a preparação do organismo para futura ampliação de seu repertório de respostas. (SANTOS, 1978, p. 137). 3 COMPETêNCIAS Competência é a capacidade de aplicar conhecimento, habilidades e atitudes. 4 ADESTRAR Ensinar, exercitar, instruir para que uma atividade seja feita de uma determinada forma. 5 CAPACIDADE Estar apto. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 29 A concepção do treinamento se alterou, ao longo dos anos, para um conceito mais abrangente que inclui o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e atitudes, com intuito de formar competências3 essenciais para o exercício das atividades diárias dos colaboradores. O treinamento deixou de ser uma ferramenta de adestramento4 e passou a ser uma ferramenta de desenvolvimento integral do colaborador. Observe que não basta apenas ter o conhecimento teórico de como fazer um eixo de um motor, é preciso que se tenha a habilidade necessária para produzir com qualidade e rapi- dez, bem como, ter uma atitude prevencionista sem colocar a sua vida em risco. D ie go F er na nd es (2 01 1) Figura 3 - Desenvolvimento integral do colaborador Então, como afirma Schaan (2001, p. 14) o treinamento ˝é o processo ensino- -aprendizagem direcionado ao desenvolvimento de competências profissionais requeridas para o desempenho das funções em um cargo – atual ou futuro -, no contexto de trabalho em uma organização”. Sendo assim, o treinamento busca o aprendizado de métodos corretos de tra- balho, em um nível de desempenho satisfatório, bem como adquirir capacidades5 que poderão ser valiosas para as ações que serão desenvolvidas. Perceba que o treinamento é uma atividade primordial para a grande maioria das organizações, onde os novos funcionários devem aprender a realizar seu tra- balho e os mais experientes devem receber atualizações constantes. FIQUE ALERTA Os colaboradores devem ser treinados para aperfeiçoar o conhecimento e as habilidades de trabalho, receber informações e modificar atitudes. O ideal é que todos os colaboradores sejam treinados constantemente, de forma a aprimorar suas competências ou adquirir novas. Você sabe o que é necessário para que os programas alcancem resultados sa- tisfatórios? açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho30 É necessário que se defina claramente quais serão os objetivos a serem atingi- dos e quais serão as estratégias a serem adotadas. Além disso, também é necessá- rio selecionar os conteúdos, os recursos humanos e os materiais necessários para o desenvolvimento desses programas. iS to ck ph ot o (2 0- -? ) Após a realização da capacitação, também é necessário aplicar uma avaliação para verificar os resultados e analisar se os objetivos foram ou não atingidos. Os programas de capacitação podem ser realizados para atender demandas6 especí- ficas, gerais ou decorrentes das exigências legais. Confira! a) Brigada de incêndio. b) Membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). c) Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT). d) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). e) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). f) Treinamento investigação de acidentes. g) Programa de trabalho de riscos (espaço confinado, trabalho em altura, sol- das). h) Programas de EPIs. i) Programa de proteção respiratória. 6 DEMANDAS Quantidade de busca/ Procura por um bem ou serviço. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 31 Além desses programas, cabe ressaltar que quando um novo funcionário é contratado, primeiro ele passa por um programa de integração, onde recebe trei- namento com instruções e explicações sobre os procedimentos que devem ser seguidos na execução de suas atividades com segurança. iS to ck ph ot o (2 0- -? ) iS to ck ph ot o (2 0- -? ) Especialistas afirmam que os treinamentos podem ocorrer dentro das próprias instalações da empresa, em situações normais de trabalho, sendo muito utiliza- dos no ensino profissionalizante ou ainda, externos, pois ocorrem fora do local e das situações normais de trabalho. Esse tipo de treinamento, normalmente, é menos utilizado, porque muitos empresários ainda o consideram como despesa e não como investimento, pois o funcionário não está sendo produtivo durante o período do treinamento. Perceba que todo treinamento resulta em benefício para o trabalhador e para a empresa, conforme citado por Santos (1978, p. 138) os principais são: • redução do tempo gasto e de gastos de material; • melhoria de métodos; • redução do absenteísmo e do turnover; • redução do período de adaptação do trabalho; • redução de custos; • redução dos sistemas de supervisão e controle; • redução de queixas, reclamações e greves; açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho32 • melhoria da qualidade do produto; • incentivo pessoal e melhoria do moral do grupo; • redução de acidentes; • melhoria na comunicação; • melhoria da imagem da empresa; • melhora do grau de satisfação no trabalho. Além disso, cinco etapas são necessárias para que os programas de treinamen- to das organizações sejam eficazes. Quer saber quais são? Vamos em frente. Lu iz M en eg he l ( 20 11 ) Figura 4 - Etapas do programa de treinamento 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 33 Lembre-se de que a primeira etapa de um programa de treinamento é fazer o levantamento das necessidades, com o intuito de determinar quem precisa e que tipo de treinamento é necessário. Deve-se verificar, também, em todas as seções de trabalho, o que pode estar dificultando as açõeslaborais ou por que ocorrem tantos acidentes em determinadas máquinas. Esse levantamento identificará to- das as carências e necessidades dos trabalhadores, máquinas, instalações bem como os cursos exigidos pela legislação vigente. Lu iz M en eg he l ( 20 11 ) Segundo Chiavenato (1990) a identificação de uma necessidade de treina- mento inicia com a análise das exigências do cargo em relação ao desempenho atual do colaborador para então se determinar o tipo de treinamento necessário para suprir a deficiência ou carência. Segundo Robbins (2003, p. 242) identificam-se como necessidades de treina- mento: • introdução de novos equipamentos ou processos que possam afetar o cargo de um funcionário; • mudança nas responsabilidades do cargo; • queda na produtividade de um funcionário ou na quali- dade de seus resultados; • aumento nas violações das normas de segurança ou nos acidentes; açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho34 • crescimento do número de perguntas que os funcioná- rios fazem ao superior ou aos colegas; • aumento das reclamações dos clientes ou colegas de tra- balho. Além desses aspectos, segundo a metodologia do Training Within Industry (TWI) 1ª fase, podem indicar necessidade de treinamento quando: • o empregado estraga material; • a frequência é irregular, o indivíduo parece não ter inte- resse pelo trabalho. • o colaborador não entende o que tem a fazer; • há muita quebra de equipamento; • o trabalho não é concluído a tempo, e, quando o é, não está em boas condições; • os empregados não querem trabalhar e é preciso olhá- -los a todo instante; • as pessoas não sabem desempenhar seus trabalhos de maneira lógica; • os indivíduos estão sempre se queixando; parecem não gostar do trabalho, nem dos colegas. • o supervisor é obrigado a mostrar muitas vezes como fa- zer qualquer coisa, até que o empregado “compreenda”; • os acidentes de trabalho ocorrem com frequência. A segunda etapa define os objetivos do treinamento para que estes tenham o sucesso esperado. Os objetivos devem estar baseados em critérios pré-estabele- cidos, de tal forma que fique evidente o que o operador deverá ser capaz de fazer após o treinamento realizado. FIQUE ALERTA Atente-se, pois nesta etapa, é necessário identificar que mudanças ou resultados são esperados do treinamento. Essas metas devem ficar claras para o coordenador do trei- namento e para o funcionário. Os objetivos do treinamento devem, portanto, descrever o comportamento normal ou desejável do colaborador. Eles auxiliam na concepção do programa de treinamento a ser desenvolvido e devem ser utilizados para mensurar sua eficá- cia, após a sua conclusão. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 35 D ig ita l V is io n (2 0- -? ) A terceira etapa diz respeito ao planejamento das ações de treinamento. Uma vez que as necessidades de treinamento tenham sido identificadas e os objetivos traçados, é necessário reunir o atendimento dessas necessidades em um progra- ma integrado e coeso associado às necessidades estratégicas da organização. Segundo Minicucci (1995, p. 183) “o planejamento cuidadoso de um programa de treinamento exige as respostas as perguntas: O quê? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê?” Dessa forma, o planejamento deve ser capaz de responder às seguintes perguntas: Que habilidades, conhecimentos e atitudes devem ser objeto de treinamento? Quem deve ser treinado? Como se deve re- alizar o treinamento? Onde e quando se deve realizar o treina- mento? Por que se deve realizar o treinamento? Que evidência se tem da eficiência de um programa de treinamento? (MINI- CUCCI, 1995, p. 183). Você sabia que existem vários tipos de treinamento, que vão desde o ensino de aptidões7 básicas, como a leitura, até cursos avançados de gestão para executi- vos da organização? Segundo Robbins (2003) existem quatro categorias gerais de aptidões que podem ser desenvolvidas pelos programas de capacitação e treina- mento, são elas: alfabetização básica, habilidades técnicas, habilidades interpes- soais e habilidades para solução de problemas. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho36 As habilidades técnicas estão voltadas para a atualização e a melhoria das aptidões técnicas dos colaboradores tanto para cargos administrativos quanto para produtivos visando tanto a introdução de novas tecnologias quanto para a introdução de projetos de novas estruturas organizacionais. As habilidades interpessoais visam o desenvolvimento da capacidade de integração entre os colaboradores de forma que os mesmos interajam com eficácia no trabalho. As habilidades de resolução de problemas são treinamentos que auxiliam os colaboradores a resolver tarefas e problemas não rotineiros visando aguçar a lógica, o raciocínio e as aptidões dos mesmos para definir com clareza os problemas, levantar as causas, desenvolver e analisar alternativas e selecionar soluções. Categorias gerais de aptidões A alfabetização básica procura desenvolver a capacidade de ler e compreender o que lê e, resolver equações básicas de baixa complexidade de forma que os colaboradores possam entender as instruções mais básicas de trabalho. Isso tem sido necessário porque uma boa parcela da população brasileira não chega até a 5ª série, ou é analfabeta funcional. Lu iz M en eg he l ( 20 11 ) Figura 5 - Categorias gerais de aptidões A quarta etapa diz respeito à condução, implementação e aplicação dos progra- mas de treinamento. Existem várias maneiras para se transmitir conhecimentos e desenvolver habilidades nos programas de treinamento. As principais formas para se desenvolver habilidades nos colaboradores são: a) leituras dirigidas; b) instrução programada; c) treinamento no local de trabalho; d) treinamento em sala de aula. 7 APTIDÕES Disposição adquirida ou natural para alguma coisa 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 37 St oc kb yt e (2 0- -? ) Fe lip e D up ou y (2 0- -? ) Os treinamentos fora do local de trabalho podem ser palestras, vídeos, exercí- cios, dinâmicas de grupo e treinamentos em sala de aula com a presença de um tutor e também os cursos a distância. Tais treinamentos podem ser conduzidos por profissionais da própria empresa, por consultores externos liberais ou vincu- lados a instituições de ensino, como, escolas profissionalizantes ou universidades. Nesse sentido, Minicucci (1995, p. 199) amplia o leque de métodos de treina- mento. • Preleção. • Demonstração (workshop, oficina). • Filmes. • Slides e televisão. • Aula. • Estudo de casos. • Role-playing (jogo no qual os jogadores assumem os pa- péis dos personagens em um cenário de ficção). • Task-model (modelos de tarefas). • Mimiodrama. • Rodízio de cargos. • Gerência múltipla. • Aprendizado e gerência. • Jogos de empresa (business games). açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho38 • Treinamento da sensibilidade (T-Group). • Análise transacional. • Instrução programada. Santos (1978, p. 160) acrescenta que existam inúmeras técnicas didáticas que podem ser utilizadas nas capacitações dos colaboradores. [...] as aulas comuns, barreira, círculo de estudos, consulta, con- venções e congressos, debate, discussão dirigida, estágio, es- tudo de caso, estudo dirigido, fórum, grupo livre ou grupo de encontro, grupo de trabalho ou grupo de projetos, in-basket (exercício para tomada de decisão), instrução programada, manuais de trabalho, máquinas de ensinar, mesas redondas, painel, palestras e conferências, recursos audiovisuais, Role- playing representação de papéis), rodízio de pessoal e tarefas, seminário, sensibilização, simpósio, simuladores, subgrupos (arquipélago), T-group e processos similares, tarefas individu- alizadas e visitas e observações locais. Th in k St oc k (2 0- -? ) Os treinamentos no local de trabalho capacitam os colaboradores nas mais diferentes funções e são conduzidos, na maioria das vezes, por seus superiores imediatos,colegas mais experientes ou instrutores de treinamento. Veja que esse tipo de treinamento permite que os colaboradores sejam capacitados em dife- rentes funções, permitindo o rodízio de cargos. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 39 FIQUE ALERTA O treinamento no local de trabalho permite que o cola- borador aprenda uma grande variedade de atividades e desenvolva uma perspectiva mais ampla das atividades da organização. Nesse contexto, Spector (2004, p. 181) apresenta os oito métodos de treina- mento mais comuns e resume as maiores vantagens de cada um: MÉTODO VANTAGENS Instrução audiovisual O material apresentado não poderia ser ouvido ou visto de outra maneira. Treinamento de várias pessoas ao mesmo tempo. Autoinstrução Feedback imediato aos colaboradores. Ritmo individualizado. Conferência Feedback aos colaboradores. Alto nível de envolvimento dos colaboradores. Palestra Econômico. Bom método de transmissão de informação. Modelagem Alto nível de feedback. Prática de novas habilidades. Treinamento no trabalho Exposição ao trabalho atual. Nível de transferência. Role-playing Alto nível de feedback. Prática de novas habilidades. Simulação Alto nível de transferência. Prática de novas habilidades. Quadro 2 - Métodos de treinamento FIQUE ALERTA É importante lembrar que no desenvolvimento do trei- namento, deve-se determinar o método ou a técnica que seja mais adequada a cada situação levantada. Um méto- do pode ser eficaz para um tipo de treinamento e não para o outro. Já a quinta etapa, trata da avaliação do treinamento, ou seja, um programa de treinamento só vai estar completo após ter sido avaliado e sua eficácia seja deter- minada. A avaliação tem por objetivo verificar se o programa realmente alcançou os seus objetivos. Você sabe por que a avaliação do treinamento é tão importante? açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho40 A avaliação é importante, porque muitos treinamentos são ineficientes. Se- gundo Spector (2004, p. 184) a avaliação de um treinamento requer cinco etapas que são: definir critérios de avaliação, escolher o projeto e as medidas, coletar dados, analisar os dados e interpretar os resultados. Também existem três tipos de critérios de avaliação dos resultados da eficácia do treinamento que são: resul- tados individuais das tarefas, os comportamentos e as características individuais. (ROBBINS, 2003). Acompanhe, a seguir, o que pode ser avaliado em cada um des- ses três critérios. Lu iz M en eg he l ( 20 11 ) Figura 6 - Critérios de avaliação Chiavenato (1999, p. 307) sugere a verificação de algumas questões para se determinar a eficácia do programa de treinamento. As rejeições e refugos foram eliminados? Os custos de trabalho por unidade diminuíram? As pessoas se tornaram mais produ- tivas e felizes? A organização alcançou seus objetivos estra- tégicos e táticos? Normalmente, a tarefa de fazer a avaliação de um subordinado cabe ao seu superior imediato, porém outras pessoas podem ser capazes de fazê-lo ou contri- buir para a avaliação. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 41 SAIBA MAIS Faça a leitura do livro: RODRIGUES, Flávio Rivero. Treina- mento em Saúde e Segurança do Trabalho. São Paulo: LTR, 2009. Esse livro se destina à Técnicos de Segurança do Trabalho, Engenheiros de Segurança do Trabalho, Médicos do Trabalho e Enfermeiros ou Auxiliares de Enfermagem do Trabalho. Boa leitura! Aqui finalizamos mais uma etapa de estudos, onde você pôde conhecer diver- sos aspectos relacionados aos programas de capacitação em saúde e segurança do trabalho. E o assunto não para por aqui. Vamos em frente? Você estudará a seguir a importância da divulgação de informações de saúde e segurança do tra- balho. Preparado? Vamos lá! 3.4 divulgação de informaçõeS de Saúde e Segurança do Trabalho Você acompanhou que a realização de ações educativas em saúde e seguran- ça contribui para criar um ambiente saudável, não é mesmo? Mas é preciso di- vulgar as ações que foram realizadas para que todos sintam a importância delas, participem no desenvolvimento de novas melhorias e contribuam para manter as ações que já foram desenvolvidas. As ações realizadas podem ser divulgadas das seguintes formas: a) murais internos da empresa; b) meios eletrônicos para todos internamente; c) em revistas ou jornais internos; d) em palestras e ações de segurança e saúde; e) em treinamentos; f) nas reuniões mensais; g) em exposições de projetos. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho42 Fá bi o G om es (2 0- -? ) Observe que as principais informações que devem ser divulgadas a todos os colaboradores da empresa são as relativas à segurança e saúde no trabalho, de forma a promover o cumprimento das normas regulamentadoras, as cláusulas dos acordos8 e convenções coletivas9 de trabalho que se referem a segurança e saúde no trabalho, bem como as decisões que foram tomadas nas reuniões da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A da pt ad a Cp af rr (2 0- -? ) 8 ACORDO COLETIVO Acordo/negociação firmado entre empresa e o sindicato da sua categoria. 9 CONVENSÃO COLETIVA: Acordo/negociação firmado entre o sindicato dos empregos e dos empregadores. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 43 A divulgação das informações sobre segurança e saúde do trabalhador é im- portante para conscientizar os colaboradores para que estes ajam de forma segu- ra e preventiva na fábrica, na rua, no lar ou durante os momentos de lazer. Não basta apenas fazer a divulgação dessas informações somente no primeiro dia de trabalho do funcionário. FIQUE ALERTA É necessário que as informações sobre saúde e segurança no trabalho sejam repassadas de forma periódica ao traba- lhador para lembrá-lo permanentemente sobre a sua res- ponsabilidade na prevenção e manutenção de sua saúde e de sua vida. Th in k St oc k (2 0- -? ) É de responsabilidade da área de segurança emitir relatórios periódicos aos diversos setores da empresa, informando sobre os possíveis riscos, a ocorrência de acidentes e as medidas que devem ser tomadas para a prevenção de novos acidentes de trabalho. Além disso, esta área deve elaborar relatórios para a direto- ria, informando as atividades realizadas na empresa, visando à saúde e segurança dos funcionários. SAIBA MAIS Faça a leitura do livro: LIMA, Luzia Mara Silva. Ações educati- vas. São Paulo: ABDR, 1997. Para saber um pouco mais sobre Ações educativas. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho44 iS to ck ph ot o ([2 0- -? ]) Outro aspecto relevante, na área de saúde e segurança, é a manutenção de ca- dastros com as respectivas análises dos acidentes de trabalho. Essa ação tem o ob- jetivo de orientar a prevenção e calcular os custos. Para finalizar, acompanhe alguns dos conhecimentos abordados nesse capítu- lo no Casos e relatos a seguir. caSoS e relaToS Falta de treinamento Sandra trabalha em um hotel há cerca de 3 anos. Sempre trabalhou na recepção do hotel e, ali executou suas tarefas com perfeição. Precisava receber os hóspedes, preencher as fichas de entrada e saída, entregar as chaves, atender ao telefone e, anotar a solicitação de reservas. Há 15 dias surgiu uma oportunidade para trabalhar na administração do hotel. Ela se candidatou a vaga porque, além de ter um aumento salarial considerável, tem a possibilidade de ascender profissionalmente. Nessa nova função ela aprenderá toda a sistemática da administração e Pedro, gerente do hotel precisará treiná-la. Sandra conhecia Pedro só de vista e sempre o achara simpático e educa- do. Quando ela entrava ou saía do trabalho sempre o via sorrindo e sen- do gentil com os hóspedes. Algumas vezes, porém, já ouvira falar de seu mau humor quando alguém não fazia exatamente aquilo que ele pedira. 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 45 Pedro está com problemas! Precisa melhorar o desempenho do hotel, pois está tendo mais despesas do que receitas. Para reverter essa situa-ção, precisa receber relatórios diários da recepção com a quantidade de quartos disponíveis, a quantidade de pessoas que estão no hotel e quais são as reservas existentes. Os dados devem ser precisos para poder defi- nir todas as atividades e onde e quando elas devem acontecer para que o trabalho flua de forma contínua e sem anomalias. Esses relatórios permi- tem que se faça uma previsão dos possíveis problemas e, agir em tempo, para corrigir os desvios administrando diariamente todos os recursos de forma otimizada. Ou seja, Pedro precisa conciliar o fornecimento e a de- manda de volume, o tempo e a qualidade. Pedro sentara com ela para explicar exatamente o que ele queria. Sandra tinha ficado com dúvidas sobre como conseguiria todas aquelas infor- mações, mas não disse nada, prometendo que os faria até as 14h de cada dia. Quando o primeiro relatório chegou Pedro ficou aborrecido, mas não falou nada porque acreditou se tratar de uma dificuldade natural de prin- cipiante. Refez ele mesmo os relatórios e aí fez a programação. No outro dia foi falar com Sandra e explicar mais uma vez o que queria e, desta vez, foi mais ríspido. Sandra começou a ficar com medo e, por isso não falou nada, mais uma vez. Prestou atenção as explicações e disse que não erraria dessa vez. Pegou os vários formulários, montou o relatório e entregou para Pedro. Quando este pegou o relatório, esbravejou e rasgou-o na sua frente. San- dra se conteve, mas as lágrimas quase lhes escorreram pela face. Se sen- tiu incompetente e estava pronta para desistir. Aqui, você finaliza mais uma etapa de seus estudos. Explore todas as informa- ções apresentadas, pesquise, aprofunde-se na busca pelo conhecimento. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho46 recapiTulando Já é recorrente ouvirmos ou lermos em jornais e revistas relatos de aci- dentes e de pessoas que apresentam problemas de saúde em função do trabalho. Temos observado que as empresas têm realizado com cada vez mais frequência ações educativas em saúde e segurança do trabalho, mas que a redução no número de acidentes não depende apenas da empresa, mas também do trabalhador. É preciso que o trabalhador compreenda que trabalhar com segurança é saber trabalhar. No Brasil e no mundo, são realizados inúmeros seminários dirigidos para a área de saúde e segurança do trabalho com um único propósito: reduzir o número de acidentes e salvaguardar10 a saúde do trabalhador. Nas empresas, os programas de capacitação são frequentes e tem o obje- tivo de treinar e educar os trabalhadores para que tenham atitudes pre- vencionistas. Pelo que você estudou, nesta unidade, ficou claro que as empresas são as principais formadoras de mão de obra qualificada no país e os programas de treinamento devem ser constantes e estendidos a todos os colaboradores de forma a adquirir novas competências ou aprimorá-las. Você também pôde identificar a importância em divulgar as informações relativas à segurança e saúde do trabalhador, não somente no primeiro dia de trabalho, mas de forma periódica, para que estes se conscientizem e ajam de forma segura e preventiva em todos os locais. No próximo capítulo, você vai aprender como planejar uma ação de saúde e segurança no trabalho. 10 SALVAGUARDAR Proteger, defender, garantir, assegurar. Anotações: 3 TipoS de açõeS educaTivaS em SST 47 4 Planejamento das Ações Educativas em SST No decorrer deste capítulo, você vai perceber a importância do planejamento para que as ações educativas sejam eficientes e eficazes. Você também terá a oportunidade de compreen- der a importância em estabelecer prioridades e as responsabilidades dos envolvidos nas ações de saúde e segurança do trabalho. Além disso, você também poderá verificar que a área de segurança do trabalho de uma empresa, deve estimar e providenciar os recursos humanos, financeiros, físicos e materiais para todo e qualquer evento relacionado à segurança e a saúde do trabalhador para que sejam apli- cados sem desperdício ou que o retorno seja duvidoso. Você vai descobrir, neste capítulo, que a avaliação faz parte da vida e que os programas e eventos dessa área também precisam ser mensurados para verificar se os mesmos atingiram os objetivos ou se precisam ser reformulados. Por meio destes conteúdos ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) analisar as propostas de capacitação sugeridas observando a viabilidade técnica, econô- mica e a legislação; b) coletar dados para definir planos de realização das ações educativas; c) definir prioridades de ações educativas; d) definir responsabilidades dos envolvidos nas ações educativas; e) elaborar cronograma dos eventos de saúde e segurança do trabalho; f) estimar recursos humanos, financeiros, físicos e materiais para a realização do programa de capacitação; g) evidenciar, por meio de planilhas, os resultados das ações educativas de saúde e segu- rança do trabalho; h) planejar o desenvolvimento das capacitações de saúde e segurança do trabalho; i) prever a utilização de estratégias de ensino e aprendizagem para as ações educativas; j) providenciar recursos físicos, financeiros e humanos para a realização de eventos; k) utilizar ferramentas específicas de avaliação das ações educativas de saúde e segurança do trabalho; açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho50 l) verificar se a execução dos eventos está de acordo com o estabelecido em procedimentos de saúde e segurança do trabalho; m) definir, com a organização, o cronograma de treinamento do plano de emergência; n) utilizar ferramentas específicas de avaliação das ações educativas de segu- rança, meio ambiente e saúde. Você está convidado a explorar todo o conteúdo que será apresentado, con- duza seu processo educacional com motivação. Abuse da autonomia e entusias- mo para que a construção do conhecimento seja significativa e prazerosa. Vamos lá! 4.1 cronograma caSoS e relaToS Marcos e seus treinamentos Marcos trabalhava na empresa há 10 anos e, recentemente, foi pro- movido para o cargo de chefia do setor de costura. Marcos era um dos melhores funcionários do setor e se destacava pela agilidade, foco nos resultados, iniciativa e criatividade. Muitas vezes, tinha alertado seu chefe sobre a necessidade de treinar os colaboradores para que esses produzis- sem mais e melhor, mas sempre foi ignorado. Seu chefe acreditava que isso era perda de tempo e que bastava que as pessoas se esforçassem mais para que as metas de produção fossem alcançadas. Como Marcos era uma pessoa criativa, acreditava que assim que pudesse responder pelo setor, daria treinamento para os funcionários executarem as tarefas com mais qualidade e produtividade. E foi exatamente isso que fez tão logo assumiu a chefia do setor. Assim que assumiu, chamou todos os funcionários do setor e disse-lhes que a partir daquele momento ele implantaria o treinamento no local de trabalho e que esperava atingir os níveis de produção estipulados pela empresa. Logo após a reunião, iniciou-se um verdadeiro “burburim” na fábrica. Alguns duvidavam dos resultados e não acreditavam que isso ajudaria a aumentar a produtividade. 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 51 Pois bem, Marcos chamou Tânia, uma costureira com mais de 15 anos de experiência e iniciou o treinamento. Pegou uma máquina overlock e explicou detalhadamente todas as funções que ela poderia executar e, em seguida, mostrou como ela deveria realizar a tarefa a partir daquele momento. Tânia ouviu tudo, mas ficou indignada com a situação porque tudo o que foi ensinado, já era de seu conhecimento No outro dia, Marcos convidou Joana para um treinamento, porém, como seu gerente o havia chamado para uma conversa, atrasou-se para ativi- dade. Joana ficou esperando na sala de treinamento por, aproximada- mente, 20 minutos e, quando estava retornando ao setor, Marcos entrou ofegante. Por causa desse imprevisto, Marcos esqueceu de levar a maior parte dos materiaisnecessários para que o treinamento fosse executado e teve que voltar ao setor para coletá-los. Joana ficou esperando outros 20 minutos até que finalmente Marcos iniciasse o treinamento. Apesar dos esforços de Marcos, Joana não conseguia compreender a tarefa e, por isso, sempre realizava a atividade de maneira errada. Por fim, Marcos desistiu de ensiná-la e disse-lhe para retornar ao setor. Um dia, passando pela fábrica, falou para 10 operadoras que lhes daria treinamento no dia seguinte. No outro dia, no começo do turno, Marcos chamou a primeira operadora e iniciou o treinamento. Como era uma operação demorada e complexa, Marcos levou mais tempo para ensinar do que imaginara. Quando foi buscar a segunda operadora, se deparou com um problema sério na produção que lhe exigiu atenção imediata. O dia foi transcorrendo e os problemas se sucedendo. Na manhã seguinte pensou em retomar os treinamentos, mas os e-mails consumiram muito tempo, levando-o a desistir dessa atividade naquele dia. Transcorridos alguns meses, Marcos não tinha sequer capacitado um terço das opera- doras. Perceba que no exemplo relatado anteriormente, Marcos demonstra conhe- cer a importância do treinamento para a qualificação dos trabalhadores e conse- quentes melhorias e alcance dos resultados da empresa onde trabalha. Contudo Marcos esqueceu de um importante elemento que deve sempre ser considerado ao propor um treinamento, que é o planejamento do cronograma. Nesse sentido, todo treinamento precisa ser planejado e, para isso, precisa res- ponder algumas questões. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho52 a) Que capacidade a equipe precisa ter? b) Em que tipo de atividade as pessoas devem ser treinadas? c) Em que data devem ser treinadas? d) Quem deve ser treinado? e) Onde deve ser treinado? f) Quem vai fazer o treinamento? O cronograma é uma representação esquemática de uma sequência de ações a serem desenvolvidas em intervalos de tempo bem determinados, tendo em vis- ta atingir certas metas, dentro de um tempo determinado. iS to ck ph ot o (2 0- -? ) Por meio do cronograma é possível ter o controle de todas as ações que pre- cisam ser realizadas no decorrer do mês ou ano, ou seja, quem devemos treinar, qual será o treinamento e qual será a forma e o tempo necessário. FIQUE ALERTA O cronograma é fundamental para a organização de trei- namentos na área de saúde e segurança do trabalho, pois é uma ferramenta de avaliação e, ao mesmo tempo, con- trole do que foi realizado. A seguir, você encontrará um modelo de cronograma de treinamento que pode ser adaptado conforme a necessidade de cada organização. 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 53 SU PE RV IS O R: D A TA : _ __ __ /_ __ __ /_ __ _ SE Çà O : U SI N A G EM D E FU N D ID O S LO CA L: D A TA IN IC IA L D O S TR EI N A M EN TO S: _ __ __ /_ __ __ /_ __ _ D A TA F IN A L D O S TR EI N A M EN TO S: _ __ __ /_ __ __ /_ __ _ Em q ue tr ei na r Q ue m tre in ar Pr og ra m aç ão Pr ev en çã o ac id en te s Tr ab al ho em a ltu ra Pr od ut os qu ím ic os EP Is Co m ba te a in cê nd io Es pa ço Co nfi na do CI PA Re su m o do tr ei na m en to p or o rd em d e da ta s Pa ul o D at a 25 /0 6 30 /0 4 12 /0 7 17 /0 8 22 /0 9 8 a 18 /1 0 02 a 1 0/ 2 CI PA 02 a 1 0/ 2 13 -1 7h Pa ul o, Jo sé , R ob er to , L ui za e P au lo R . H or ár io 10 -1 2h 08 -1 0h 14 -1 6h 11 -1 2h 13 -1 7h 18 -2 2h 13 -1 7h Lú ci a D at a 25 /0 6 O k O K O K O K O k O k Tr ab al ho e m a ltu ra 30 /0 4 08 -1 0h Pa ul o. H or ár io 10 -1 2h re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o Jo sé D at a O K O k 12 /0 7 O K 22 /0 9 O k 02 a 1 0/ 2 Pr ev en çã o de a ci de nt es 25 /0 6 10 -1 2h Pa ul o, L úc ia , J os é, Jo ão e Ju cé lia . H or ár io re al iz ad o re al iz ad o 14 -1 6h re al iz ad o 13 -1 7h re al iz ad o 13 -1 7h açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho54 Jo ão D at a 25 /0 6 O k O K 17 /0 8 O K 8 a 18 /1 0 O k Pr od ut os q uí m ic os 12 /0 7 14 -1 6h Pa ul o, Jo sé , R ob er to e P au lo R . H or ár io 10 -1 2h re al iz ad o re al iz ad o 11 -1 2h re al iz ad o 18 -2 2h re al iz ad o R ob er to D at a O K O k 12 /0 7 O K 22 /0 9 O k 02 a 1 0/ 2 EP Is 17 /0 8 11 -1 2h Pa ul o, Jo ão , L ui za e Ju cé lia . H or ár io re al iz ad o re al iz ad o 14 -1 6h re al iz ad o 13 -1 7h re al iz ad o 13 -1 7h L ui za D at a O K O k O K 17 /0 8 O K O k 02 a 1 0/ 2 Co m ba te a in cê nd io 22 /0 9 13 -1 7h Pa ul o, Jo sé , R ob er to , e P au lo R . H or ár io re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o 11 -1 2h re al iz ad o re al iz ad o 13 -1 7h Ju cé lia D at a 25 /0 6 O k O K 17 /0 8 O K O k O k Es pa ço C on fin ad o 8 a 18 /1 0 18 -2 2h Pa ul o, Jo ão e P au lo R . H or ár io 10 -1 2h re al iz ad o re al iz ad o 11 -1 2h re al iz ad o re al iz ad o re al iz ad o P au lo R . D at a O K O k 12 /0 7 O K 22 /0 9 8 a 18 /1 0 02 a 1 0/ 2 H or ár io re al iz ad o re al iz ad o 14 -1 6h re al iz ad o 13 -1 7h 18 -2 2h 13 -1 7h Q ua dr o 3 - C ro no gr am a de tr ei na m en to 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 55 Observe que é importante que o cronograma dos treinamentos seja exposto no mural da seção, para que todos tenham conhecimento de quais serão os trei- namentos realizados, em que dia, horário e quem foi designado para participar. Cada setor de trabalho deve ter o seu próprio programa de treinamento, e o setor de segurança deve ter um cronograma geral dos cursos que estão progra- mados para toda a empresa. Navarro (2011) propõe um modelo para planejar os treinamentos dentro das organizações. Planejamento de Treinamento Programa Período _____/_____/_____ a _____/ _____/ ______ Horário ________ às _________ Carga horária total: Objetivo geral: Objetivos específicos: Legislação envolvida: Público-alvo: Metodologia: Conteúdo programático: Recursos necessários: (material didático, recursos áudiovisuais, equipamentos, material de apoio, ambiente) Instrutor: Avaliações: Responsabilidade da coordenação do treinamento Orçamento: (equipamentos, material de apoio logístico, instrutor interno (h/h), instrutor externo, transporte, estada, alimentação. etc.) Quadro 4 - Planejamento do treinamento açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho56 Aqui você finaliza mais uma etapa de estudos, onde você teve a oportunidade de refletir sobre a importância do cronograma como uma ferramenta do planeja- mento de programas de treinamento em saúde e segurança do trabalho. Ainda tem muita coisa interessante aguardando por você. O próximo assunto será re- cursos humanos, financeiros e materiais. Vamos em frente! 4.2 recurSoS humanoS, financeiroS e maTeriaiS VOCÊ SABIA? Você sabia que atualmente, apenas 30% da mão de obra brasileira é qualificada? Sendo que, desse número, ape- nas 10% foram preparados pelas escolas especializadas? Dessa forma, fica evidente que a principal fonte de formação profissional no Brasil são as próprias empresas. Nesse sentido, os instrutores são fundamentais na capacitação de toda essa mão de obra. E quem são esses instrutores? FIQUE ALERTA Os instrutores são funcionários com conhecimento técnico especializado e que aprenderam alguma técnica para re- passar os conhecimentos aos demais colaboradores. Como já estudado anteriormente, ensinar significa orientar a atividade física e mental de uma pessoa, dirigindo tecnicamente a aprendizagem de alguém, num sentido valioso para a vida. Desta forma,faz-se necessário a figura do instrutor, que deve ser capaz de promover esse processo de maneira eficiente e eficaz. Ju pi te rim ag es (2 0- -? ) 1 ANDRAGOGIA É a ciência e a arte da educação de adultos. 2 UNIDADE CURRICULAR Unidade pedagógica construída numa visão interdisciplinar por conjuntos de habilidades, conhecimentos e atitudes. 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 57 Os instrutores podem ser supervisores, agentes educacionais da própria em- presa, instrutores de empresas terceirizadas especializadas em treinamento em- presarial ou de instituições de ensino regulares. Uma estratégia educacional de grande sucesso e que tem ganhado um espaço cada vez maior, em virtude das falhas e limitações dos modelos escolares tradicio- nais, é o treinamento e o desenvolvimento de competências profissionais dentro das organizações. Portanto, o que se espera de um processo de ensino-aprendizagem é uma mo- dificação qualitativa tanto no comportamento do aluno, quanto no conhecimen- to teórico, na habilitação prática, como também nas relações entres os indivíduos. Algumas organizações possuem programas de capacitação de seus docentes/ instrutores para que estes possam repassar os conteúdos aprendidos aos demais funcionários. Essa formação pode ser feita por meio da aquisição de conhecimen- tos em cursos técnicos ou de qualificação específicos acrescidos de uma forma- ção pedagógica. A compreensão de como ocorre a aprendizagem para o adulto é importante para o ensino dentro das organizações e, para tal, é necessário compreender o que é andragogia1. SAIBA MAIS Você quer saber mais sobre andragogia? Confira o artigo de Roberto de Albuquerque Cavalcanti. Acesse: <http://vsites. unb.br/fau/disciplinas/SC1/SC1-Textos/002-Andragogia.pdf> É importante perceber que nem todas as pessoas têm um perfil adequado para transmitir conhecimentos, porém existem cursos que auxiliam os futuros instrutores a desenvolver essa competência. Dentre esses cursos, destacam-se os de formação de instrutores de treinamento operacional e os de facilitadores de aprendizagem, além dos cursos de formação de instrutores para cursos específi- cos, baseados na legislação vigente. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, os trabalhadores que possuem a função de capacitar a mão de obra dentro das organizações encarregam-se da formação profissional dos alunos, ministrando as aulas teóricas, orientando e su- pervisionando as atividades práticas em oficinas, em unidades curriculares2, em laboratórios ou nos próprios locais de trabalho. açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho58 As funções consistem em ministrar aulas teóricas sobre ma- térias diretamente relacionadas com o processo de formação profissional, em cursos de aprendizagem ou programas de treinamento de adultos; realizar demonstrações e orientar as práticas operacionais constantes nos programas de formação; organizar e aplicar provas e outras técnicas de avaliação dos conhecimentos ou práticas operacionais. (BRASIL, 2000). As empresas têm investido cada vez mais em programas de capacitação dos funcionários. Segundo Chiavenato (1999, p. 298) “as 500 maiores empresas brasi- leiras gastaram em 1997 cerca de 650 milhões de dólares em treinamento”. Segundo Castro (2009) o investimento anual por colaborador deve ficar em torno de R$ 1.603,00. Como a população economicamente ativa é de aproxima- damente 79 milhões de pessoas, isto equivale a R$ 1.266.370,00 em investimen- tos realizados na capacitação dos trabalhadores brasileiros. Br an d X Pi ct ur es (2 0- -? ) Porém, há muito desperdício nos investimentos feitos em treinamento e ca- pacitação profissional, por falta de foco específico, ou em cursos que aplicam teorias alternativas difíceis de serem mensuradas e seu retorno é duvidoso. Mui- tos programas de treinamento estão distanciados da realidade e das necessida- des estratégicas da organização por serem cursos conhecidos como “de pratelei- ra”, ou seja, não são customizados para a realidade de cada organização. 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 59 Outro problema enfrentado pelas empresas é a apresentação da teoria dis- tanciada da realidade das organizações. Além disso, segundo Chiavenato (1999, p. 298) “De nada adianta gastar rios de dinheiro se a empresa não dá espaço ou oportunidades para as pessoas aplicarem suas competências adquiridas.” O mes- mo autor destaca que, Como os programas de treinamento representam um inves- timento em custo – os custos incluem materiais, tempo do instrutor, perdas de produção enquanto os indivíduos estão sendo treinados e, por isso, afastados de seus cargos – requer- se um retorno razoável desse investimento. (1999, p. 307). Perceba que medir os benefícios de um treinamento e amortizar os investi- mentos feitos nos funcionários não é uma tarefa fácil, principalmente, porque o treinamento ainda continua sendo tratado como despesa e não como investi- mento na grande maioria das empresas. Segundo Guimarães (2007) grandes empresas mundiais gastam milhões de dólares em treinamento, investindo algo em torno de 2 a 3% do total da sua folha de pagamento, fazendo com que essas empresas despontem no mercado com inovação e cresçam de forma sustentável e vertiginosa. Pode-se concluir que é o desenvolvimento das capacidades e potencialidades dos funcionários que tornam as companhias sustentáveis e com vantagem com- petitiva em longo prazo. Algumas ferramentas de gestão, capazes de gerir e avaliar os treinamentos para o desenvolvimento das competências e do conhecimento de uma organiza- ção estão surgindo. Confira na sequência quais são essas ferramentas. Pa tr ic k Ry an ([ 20 -- ?] ) açõeS educaTivaS em Saúde e Segurança do Trabalho60 Uma ferramenta que merece destaque é o Balanced Scorecard (B.S.C.), e a ou- tra é a ISO 10015, que estabelece as diretrizes para o treinamento, visando au- mentar a eficiência e a eficácia das ações de desenvolvimento das competências internas. No Brasil, fala-se pouco dessas ferramentas, porque muitos as conside- ram de difícil implantação, o que é um engano. Para se fazer uma avaliação do retorno sobre o investimento (ROI), Guimarães (2007) recomenda que deve-se: • calcular os benefícios do treinamento; • calcular os custos; • subtrair os custos dos benefícios; • dividir o benefício líquido pelo custo. Conforme exemplo citado por Guimarães (2007), • Benefício: R$100.000,00 • Custo: R$25.000,00 • Benefício líquido: R$75.000,00 • ROI: 3 (para cada real investido no treinamento, houve retorno líquido de R$3,00). • Faturamento per capita – é a comparação da produtividade pessoal antes e depois do treinamento. • Custo saúde – usado para treinamentos relacionados à saúde e à segurança do colaborador. Determina os gastos com planos de saúde antes e depois do treinamento. Outros fatores que podem ser considerados são o absenteísmo, os acidentes de trabalho, os atestados médicos e as doenças ocupacionais. Todo treinamento deve suprir as carências de desempenho atual e passado de cada organização para que seja alcançado um novo patamar de desempenho e seus objetivos estratégicos. Perceba que para desenvolver qualquer tipo de treinamento é necessário pre- parar o conteúdo a ser abordado. Esses materiais podem ser desenvolvidos pelo próprio instrutor ou ser adquiridos de empresas especializadas no desenvolvi- mento de materiais didáticos. O conteúdo do curso deve atender aos objetivos traçados para o treinamento, caso contrário, o mesmo perde sentido. 4 planejamenTo daS açõeS educaTivaS em SST 61 Ju pi te rim ag es (2 0- -? ) Lembre-se de que o conteúdo do curso deve ser explorado de maneira com- preensível ao público a que se destina e, sempre que possível, deve usar a no- menclatura técnica que é utilizada no dia a dia da organização. FIQUE ALERTA O material do treinamento deve ser significativo para o aluno, deve partir dos conceitos mais simples e ir avançan-