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5 intolerancias e alergias

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PÓS-GRADUAÇÃO
Intolerâncias e Alergias 
Alimentares
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PÓS-GRADUAÇÃO
Epidemiologia de 
intolerâncias e alergias 
alimentares
Bloco 1
Andressa Mara Baseggio
Epidemiologia: definição
“Fatores que determinam a frequência e distribuição 
de doenças em coletividades humanas. Uma vez que 
a clínica dedica-se ao estudo da doença do indivíduo, 
a epidemiologia avalia problemas em populações” 
(PEREIRA, 2004).
Epidemiologia
Processo de saúde-doença:
Fonte: Carvalho et al. (2017).
Figura 1 – Vigilância epidemiológica e políticas públicas
Coleta de 
informações.
Análise de 
dados.
Estruturação de 
políticas públicas.
Definições em Epidemiologia
Fatores causadores de agravos a saúde. 
Podem agir diretamente na origem de 
doença ou perturbarem a homeostase a 
ponto de produzirem uma doença.
Associação estatística significativa entre 
ocorrência de casos e determinados 
fatores.
Fatores que, em sinergia com agentes 
causais, contribuem para a ocorrência 
da doença.
(PEREIRA, 2004)
Agente
Causalidade 
Determinantes
Definições em Epidemiologia
Número de casos novos da doença que 
iniciaram em um mesmo local e período 
sobre a população total no mesmo 
período e região.
Número total de casos (casos antigos + 
casos novos).
Consequências da doença, medida por 
meio de taxas de hospitalização e 
letalidade
(PEREIRA, 2004)
Incidência 
Prevalência 
Gravidade
Definições em Epidemiologia
Componentes que podem contribuir 
com a ocorrência de agravo à saúde.
Característica ou atributo encontrado 
em parte da população do mesmo grupo 
que confere proteção a ocorrência de 
doença.
(PEREIRA, 2004)
Fator de Risco 
Fator de proteção 
Epidemiologia em estudos de Nutrição
Fonte: Kac, Sichieri e Gigante (2007).
Figura 2 – Dados epidemiológicos importantes em nutrição
POF
Vigitel
Epidemiologia das alergias alimentares
Países desenvolvidos:
• ↑ Austrália.
• Reino Unido.
• Dinamarca.
• Noruega.
• EUA.
(LOH; TANG, 2014; AKDIS; AGACHE, 2017)
Diferenças entre:
• Crianças (maior 
incidência).
• Adultos (prevalência 
constante).
Países desenvolvidos: por quê?
Hipótese higiênica.
Exposição precoce a infecção microbiana ou parasitária
pode conferir tolerância contra alergias.
Países desenvolvidos:
Maior uso de antibióticos – menos infecções.
Menor contato com ambiente externo.
(VASCONCELOS et al., 2011)
Hipótese ainda estudada: frentes indicam associações, 
outras não!
Alimentos envolvidos 
Fonte: Loh, Tang (2014) e Akdis e Agache (2017).
Figura 3 – Alergias alimentares, alimentos envolvidos e diferença entre 
dados referidos e mensurados
Autorrelatada: 6% TPO: 0,6%
Leite de 
vaca
Autorrelatada: 
1,3% TPO: 0,2%
Amendoim
Autorrelatada: 
2,5% TPO: 0,2%
Ovo
Autorrelatada: 
1,3% TPO: 0,1%
Peixes e 
mariscos
Brasil
Poucos estudos epidemiológicos com amostragem 
significativa em diferentes regiões:
1) Crianças com menos de 2 anos: 2,2% alérgicas a 
proteína do leite de vaca (n = 9478, capitais de todas as 
regiões).
2) Adultos: 1% de indivíduos entre 18 e 65 anos alérgicos 
a camarão/leite de vaca (n = 4916, Uberlândia (MG)).
(SOLÉ et al., 2018)
Epidemiologia das intolerâncias alimentares
Reações adversas a alimentos não imunomediadas
são muito mais comuns que imunomediadas, mas
os registros epidemiológicos são escassos.
(MATTAR; MAZO, 2010).
Subnotificação!
↓ Sintomas.
↓ Letalidade.
Por quê?
Maiores investigações: intolerância a lactose
Tolerância a lactose: genética e evolução
• Hipolactasia é mais frequente em países que 
consomem menos leite de vaca.
• Produzir lactase após o desmame é um mecanismo 
adaptativo – mais comum em regiões de pecuária 
extensiva e consumidoras de leite (Dinamarca, 
Alemanha e Suécia).
• Polimorfismos em genes codificantes da lactase: 
associação a não persistência da síntese da enzima.
(MATTAR; MAZO, 2010)
PÓS-GRADUAÇÃO
Epidemiologia de 
intolerâncias e alergias 
alimentares
Bloco 2
Andressa Mara Baseggio
Diagnóstico laboratorial versus Autorrelato
Muitos estudos epidemiológicos são baseados em 
inquéritos ou questionários.
• Dados relatados pelo entrevistado.
• Não há mensuração laboratorial do diagnóstico.
(LOH; TANG, 2014; AKDIS; AGACHE, 2017)
Superestimativa?
Diagnóstico laboratorial versus Autorrelato
Superestima? Ao que parece, sim!Alergia ao leite de 
vaca em países europeus: 
Autorrelato – 6%.
Teste de provocação oral: 0,6%.
Porém, o teste de provocação oral é: caro, laborioso e 
envolve riscos (em caso resposta imune exacerbada).
(LOH; TANG, 2014; AKDIS; AGACHE; 2017)
PÓS-GRADUAÇÃO
Teoria em prática
Bloco 3
Andressa Mara Baseggio
Teoria em prática
Em uma comunidade indígena do interior do 
Amazonas, muitos casos de náuseas, vômitos e 
diarreia foram noticiados entre escolares de 4 e 8 
anos após a administração de pudim de leite na 
merenda escolar.
Teoria em prática
Como nutricionista deste município, você deve fazer 
um levantamento epidemiológico de tal situação. 
Para tal, explane:
a) Qual a suspeita de doença segundos sintomas e 
alimento envolvido? Por quê?
b) Que técnica você usaria para realizar este estudo
epidemiológico? Por quê?
Teoria em prática
a) Pelos sintomas, as crianças apresentaram grau de 
intolerância a lactose relativamente ao leite, 
presente no pudim. Por isso, deve-se averiguar se 
o leite já integrava a alimentação dos escolares.
b) Para realizar o estudo epidemiológico, primeiro 
deve-se realizar cálculo para verificar qual o n 
experimental significativo.
Teoria em prática
Na amostra selecionada:
• Realizar inquérito alimentar (questionário de 
frequência alimentar).
• Teste de tolerância a lactose/glicemia ou 
hidrogênio expirado.
Reflexão: inserir um alimento que não faz parte do 
hábito alimentar da região na merenda escolar é 
adequado?
PÓS-GRADUAÇÃO
Dica da professora
Bloco 4
Andressa Mara Baseggio
Dica
O título, que significa em 
inglês podre, possui seis 
episódios independentes.
No episódio 2, a questão de 
alergias alimentares é trazida 
a tona sob a percepção dos 
pacientes alérgicos ao 
amendoim.
Esta série, disponível na 
plataforma Netflix, traz a tona 
questões relativas a produção 
de alimentos básicos nos 
EUA.
Referências
AKDIS, C. A; AGACHE, I. Global Atlas of Allergy. European
Academy of Allergy and Clinical Immunology (EAACI). 2014. 
Disponível em: 
https://www.eaaci.org/globalatlas/GlobalAtlasAllergy.pdf. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
CARVALHO, C. A; PINHO, J. R. O; GARCIA, P. T. Epidemiologia:
Conceitos e Aplicabilidade no Sistema Único de Saúde. 1. ed. 
São Luís: ed. UFMA, 2017.
KAC, G.; SICHIERI, R.; GIGANTE, D. P. Epidemiologia nutricional. 
Rio de Janeiro: ed. FIOCRUZ/Atheneu, 2007.
Referências
LOH, W.; TANG, M. L. K. The Epidemiology of Food Allergy in the
Global Context. International Journal of Environmental 
Research and Public Health, v. 15 (9), 2018. Disponível em: 
https://www.mdpi.com/1660-4601/15/9/2043. Acesso em: 15 
jan. 2020.
MATTAR, R; MAZO, D. F. C. Intolerância à Lactose: Mudança de 
paradigmas com a biologia molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 
56 (2), p. 230-236, 2010. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302010000200025&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 15 
jan. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000200025&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Referências
OLIVEIRA, A. R. V. et al. Alergia Alimentar: Prevalência através 
de estudos epidemiológicos. Revista de Ciências da Saúde 
Nova Esperança, v. 16, n. 1, 2018. Disponível em: 
http://www.facene.com.br/wp-content/uploads/2018/05/1.-
ALERGIA-ALIMENTAR-PREVALÊNCIA-ATRAVÉS-DE-ESTUDOS-
EPIDEMIOLÓGICOS.pdf. Acesso em: 15 jan. 2020.
PEREIRA, S. D. Conceitos e Definições da Saúde e 
Epidemiologia usados na Vigilância Sanitária. CVS – Centro de 
Vigilância Sanitária. São Paulo, 2004.
Referências
SOLÉ, D. et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 
2018 – Parte 1 – Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Arquivosde Asma, Alergia e Imunologia, 2:1, p. 7-38, 2018. Disponível 
em: 
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/aaai_vol_2_n_
01_a05__7_.pdf. Acesso em: 15 jan. 2020.
VASCONCELOS, A. C. L. F. et al. Prevalência de fatores 
associados a doenças alérgicas em crianças e adolescentes com 
relação a hipótese da higiene. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol., v. 
34, n. 2, p. 49-54. 2011. Disponível em: 
www.sbai.org.br/revistas/vol342/prevalencia_34_2-14.pdf. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
	Número do slide 1
	Número do slide 2
	Epidemiologia: definição
	Epidemiologia
	Definições em Epidemiologia
	Definições em Epidemiologia
	Definições em Epidemiologia
	Epidemiologia em estudos de Nutrição
	Epidemiologia das alergias alimentares
	Países desenvolvidos: por quê?
	Alimentos envolvidos 
	Brasil
	Epidemiologia das intolerâncias alimentares
	Tolerância a lactose: genética e evolução
	Número do slide 15
	Diagnóstico laboratorial versus Autorrelato
	Diagnóstico laboratorial versus Autorrelato
	Número do slide 18
	Teoria em prática
	Teoria em prática
	Teoria em prática
	Teoria em prática
	Número do slide 23
	Dica
	Referências
	Referências
	Referências
	Referências
	Número do slide 29

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