Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profª. Beatriz Acampora Aula 1: A PSICOLOGIA DA SAÚDE: DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO PESQUISA EM PSICOLOGIA 2019.1 Ética em pesquisa O que é ética? De onde vem a ética? O que não é ética? 1. Valores (fundamentos); 2. Moral[idades] (estrutura normativa tácita ou formal); 3. Justiça (revisão da estrutura normativa / Direito). 4. Ética (reflexão crítica acerca de valores atuais e obsoletos); CONCEITOS ÉTICOS •Existem dois tipos de juízos: 1) De Realidade (isso existe, aquilo não existe, etc.); 2) De Valor (isso é bom, aquilo é mau, isso é feio, aquilo é belo). CONCEITOS ÉTICOS Valores Fazemos avaliações cotidianas de pessoas e de coisas, que mobilizam nossa afetividade, por meio de atração ou repulsa. CONCEITOS ÉTICOS Valores Tipos: • lógicos • utilitários • estéticos • afetivos • econômicos • religiosos • éticos/morais • dentre outros CONCEITOS ÉTICOSCONCEITOS ÉTICOS Caráter histórico e social da Moral • As características cronológicas, geográficas, sociais, e culturais produzem DIFERENÇAS RADICAIS entre as diversas morais. • Exemplos: Trabalho? Morte? Saúde? Comida? Vestimenta? Sexualidade? Poder? Outros? CONCEITOS ÉTICOS Expressão individual da Moral • As passagens culturais da moral não ocorrem de modo linear. • O próprio desenvolvimento subjetivo é caracterizado pela reflexão crítica aos valores recebidos pela tradição. • O paradoxo da moralidade: ao mesmo tempo que é um conjunto de regras, deve expressar também a livre e consciente aceitação destas regras... ANGÚSTIA. CONCEITOS ÉTICOS Moral / Ética (limites e saídas) • O ABSOLUTISMO MORAL (dogmatismo e/ou legalismo?); CONCEITOS ÉTICOS • O PLURALISMO MORAL (individualismo / tirania individual?); • A MORALIDADE COMUM. Conjunto de valores Estruturas morais Processo de reflexão ética CONCEITOS ÉTICOS Qual a importância da Ética enquanto Prática? CONCEITOS ÉTICOS • As doutrinas morais nos orientam a respeito do modo como devemos agir ou do modo como seria adequado a sociedade se organizar. Exemplos: moral religiosa, moral profissional, etc.; • Já as teorias éticas buscam esclarecer o porquê de uma determinada doutrina moral existir, o porquê devemos utilizá-la ou não, o porquê de certa moral ser considerada mais adequada do que outras. Quais as diferenças entre Doutrinas Morais e Teorias Éticas? CONCEITOS ÉTICOS Duas principais Classificações Éticas ÉTICA PROFISSIONAL ÉTICAS TELEOLÓGICAS • As ações serão corretas ou incorretas dependendo de sua tendência a produzir efeitos/conseqüências bons ou maus. • Ocupam-se em discernir o que é o bem antes de determinar o dever. Assim, consideram moralmente boa a maximização do bem. • Fundamento da ação moral no homem. ÉTICA PROFISSIONAL • Principal Problema: Conflito entre os diferentes bens existentes entre os diferentes indivíduos. ÉTICAS TELEOLÓGICAS ÉTICA PROFISSIONAL • Uma ação será sempre correta ou incorreta, independente das conseqüências que esta possa gerar. • Atentam-se ao âmbito do dever, antes de se ocupar com o bem. Assim, o bom será sempre aquilo que é adequado ao dever. • Não há contradição entre propostas individuais. • Exemplo: Códigos Profissionais de Ética. ÉTICAS DEONTOLÓGICAS ÉTICA PROFISSIONAL • Principal Problema: ÉTICAS DEONTOLÓGICAS ÉTICA PROFISSIONAL A moral é desvinculada da vida concreta e singular. Códigos de Ética Profissionais • São instrumentos normativos que se pautam numa perspectiva deontológica da ética; • Os códigos de ética possuem grande legitimidade, precisam ser respeitados e devem servir como parâmetro seguro ao exercício profissional; • No entanto, não devem ser entendidos como “Leis Universais”, pois são passíveis de atualização caso não reflitam mais os conhecimentos disponíveis e as características morais da sociedade. ÉTICA PROFISSIONAL Criação da ONU (1945) •Segunda Guerra Mundial (1939 até 1945); •Grande parte da Europa e da Ásia estava destruída; •Milhões de pessoas mortas; •Milhões de pessoas doentes; •Milhões de pessoas sem casa; •Milhões de pessoas sem alimentos; •Intenção de formar um corpo internacional para promover a paz e prevenir futuras guerras. HISTÓRIA DA BIOÉTICA Código de Nuremberg (1947) O Tribunal Internacional de Nuremberg estabelece este código em resposta aos abusos éticos cometidos pelos pesquisadores nazistas. HISTÓRIA DA BIOÉTICA A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) •Os efeitos do pós-guerra ainda pairavam pelo mundo; •Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas atraiu a atenção mundial; •Presidida pela estadunidense Eleanor Roosevelt (viúva de Franklin Roosevelt, ex-presidente dos EUA); •Adotada pelas Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948, traz em si 30 artigos. HISTÓRIA DA BIOÉTICA A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Artigo XXVII (Bioética / Ética em Pesquisa) 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. HISTÓRIA DA BIOÉTICA Denúncias de Henry Beecher (1966) Henry Beecher Artigo no New England Journal of Medicine no qual denuncia uma série de casos em que pesquisas realizadas nos EUA foram realizadas e publicadas mesmo contendo inúmeras inconformidades éticas. Expunha também a omissão dos governos estadunidenses diante destes casos. HISTÓRIA DA BIOÉTICA Caso Tuskegee HISTÓRIA DA BIOÉTICA Filme: Cobaias (Título original: Miss Evers´ Boys). Experimentos em Psicologia HISTÓRIA DA BIOÉTICA Obediência à autoridade (de Stanley Milgram, em 1963): a responsabilidade individual e a influência do pesquisador como autoridade. Experimentos em Psicologia HISTÓRIA DA BIOÉTICA O Experimento de Aprisionamento de Stanford (1971). • O processo de hemodiálise possibilitou o tratamento de pacientes com falência renal. God Commission (1960) HISTÓRIA DA BIOÉTICA Problema: 1. O Seattle Artificial Kidney Center tinha capacidade para 9 leitos; 2. A diálise era um tratamento raro em muitos Estados americanos; 3. O custo do tratamento era em torno de $10,000/ano; 4. As Cias de Seguro resistiam em pagar um tratamento experimental. HISTÓRIA DA BIOÉTICA Seleção de Diálise em Seattle –Comitê composto por 7 pessoas de diferentes formações; –Análise caso-a-caso tendo por referência critérios de mérito social (sexo, idade, status conjugal, nº de dependentes, escolaridade, ocupação, potencial futuro). HISTÓRIA DA BIOÉTICA “God” Commission (1960) HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Apelidado de “God Commission”, por ter o poder de decidir a sobrevivência ou não dos pacientes, foi este um dos primeiros fatos responsáveis pela origem dos Comitês de Bioética ou de Ética Hospitalar nos Estados Unidos. • Questionamentos que surgiram: Devemos aceitar o princípio de que a posição social deve determinar a seleção dos pacientes? Devemos permitir a hemodiálise apenas em pacientes casados, que vão à igreja, têm filhos, têm emprego, com bons salários e que colaborem com ações comunitárias? HISTÓRIA DA BIOÉTICA O que é Bioética? Não há uma definição categórica e consensual. Contudo, uma proposta de apropriação viável a este campo se refere ao conjunto de debates que se dão no plano ético (em torno das moralidades e dos valores) acerca de questões de difícil solução que passaram a emergir a partirdo advento do cenário biotecnocientífico. CONCEITOS ÉTICOS Este processo reflexivo propõe uma perspectiva laica, questiona os problemas característicos às moralidades pretensamente absolutas, e propõe caminhos diante das questões suscitadas pelo cenário de pluralismo moral. O que é Bioética? CONCEITOS ÉTICOS a) Criação da pílula anticoncepcional, que oferece às mulheres um instrumento concreto para demarcarem sua relação com a sexualidade; b) Críticas acerca da guerra do Vietnã reacendem a discussão acerca da validade das guerras; c) Movimentos por direitos tais como o dos negros nos EUA, o movimento hippie, e o feminismo; d) Movimento estudantil conhecido como “maio de 1968” na França e sua influência no restante do mundo; e) Mori (1994) nos diz que tal contexto proporcionou a queda do Princípio da Sacralidade da Vida, entendido até então como absoluto, e ganhou espaço o Princípio da Qualidade da Vida. Transformações Sociais e Culturais nas décadas de 1960 e 1970 HISTÓRIA DA BIOÉTICA Princípios da Ética Biomédica, livro de Beauchamp e Childress (1979 - 1ª Ed.) – referência da aula HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Beneficência; • Não Maleficência; • Justiça; • Respeito à Autonomia. Princípios prima facie. Principialismo HISTÓRIA DA BIOÉTICA Principialismo HISTÓRIA DA BIOÉTICA Características do Principialismo • Um mínimo de normas morais centrais com base nas quais se procede ao julgamento da eticidade de uma ação. • O foco central da abordagem são esses princípios (diretrizes gerais, que não são regras, mas que se voltam às especificidades). HISTÓRIA DA BIOÉTICA Mas como aproximar tais princípios e diretrizes aos casos concretos? • 3 maneiras, segundo Childress: 1) aplicação; 2) balanceamento; 3) especificação. Características do Principialismo HISTÓRIA DA BIOÉTICA Princípios • (Respeito à) Autonomia: Governo pessoal do eu, que é livre tanto de interferências controladoras por parte de outros quanto de limitações pessoais que criam embaraços para a escolha. • Embaraços. Quais os limites? HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Não maleficência: muito relacionado com a bioética do fim da vida; • Malefícios primários (“diretos”) e secundários (“indiretos”); • O bem que pretendo fazer não pode gerar danos / malefícios secundários. Princípios HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Beneficência: Implica ações positivas. • Há uma relação entre não maleficência e beneficência. Princípios HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Justiça: Qual a ação mais justa? Qual(is) critério(s) devo utilizar? • Partes iguais? • Necessidades? • Merecimento? Princípios HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Esforço? • Sorteio? • Outros? As Teorias de Justiça oferecem instrumentos para a operação deste Princípio. Principal autor: Albert R. Jonsen • Método tradicional de interpretação e resolução de problemas. • Foca as circunstâncias de casos particulares, ao invés da aplicação de teorias éticas e princípios. • Pensa e indaga sobre como as circunstâncias de um determinado caso, que causa perplexidade moral, atuam frente a normas gerais, regras, padrões e princípios de moralidade. Casuística HISTÓRIA DA BIOÉTICA Casuística HISTÓRIA DA BIOÉTICA Questões contemporâneas HISTÓRIA DA BIOÉTICA • Cenário Biotecnocientífico (células-tronco, genoma, screening e monitoramento genético, clonagem, etc.); • Aprimoramento / Melhoramento humano; • Membros e órgãos não biológicos; • Modificações corporais; • Medicalização da vida; • Início de Vida; • Fim de Vida; • Bioética Animal; • Bioética Ambiental; • Sexualidade e Gênero; • Violência e Preconceito; • Processos de Vulneração Social. BIOÉTICA NO BRASIL A regulamentação da ética em pesquisa no Brasil BIOÉTICA NO BRASIL A primeira regulamentação brasileira sobre pesquisas envolvendo seres humanos foi elaborada em 1988. O Brasil, que naquele contexto vivia um momento de abertura política, acompanhou a tendência global de promover a proteção dos participantes inseridos em investigações biomédicas, um movimento que desencadeou a elaboração de diretrizes éticas internacionais relacionadas ao tema. BIOÉTICA NO BRASIL Enfoque principal das primeiras regulamentações: a) Necessidade de obtenção do consentimento informado para a participação de voluntários nos estudos; b) Busca do equilíbrio entre riscos e benefícios decorrentes da realização dos estudos; c) Garantir acesso aos benefícios e resultados exitosos das pesquisas; d) Seleção equitativa dos participantes; e) Proteção adicional requerida para a inclusão de populações vulneráveis, tais como: crianças, gestantes, nutrizes, portadores de doenças mentais e prisioneiros. BIOÉTICA NO BRASIL A resolução de 1988 recomendava a criação de comitês de ética e de comitês de segurança biológica nas instituições de saúde e de pesquisa. Alertava para a necessidade de submeter os protocolos a uma revisão ética antes de a pesquisa ser iniciada. No entanto, havia exceções, como no caso de realização de estudos no âmbito de cursos de pós-graduação avaliados com o conceito A da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Nessa situação, os projetos não precisariam de avaliação. O avanço científico e a crescente inserção da comunidade científica brasileira em parcerias internacionais trouxeram novas situações e dilemas éticos que a Resolução não contemplava. Assim, o CNS (Conselho Nacional de Saúde) avaliou que seria necessário rever a norma existente e elaborar um novo documento nacional que fosse capaz de atender às demandas da comunidade científica e que protegesse os interesses dos voluntários incluídos nas pesquisas. BIOÉTICA NO BRASIL Com esse objetivo, o CNS criou, em 1995, um grupo multiprofissional de trabalho, composto por 15 membros: – 04 médicos; – 04 integrantes da Comissão Intersetorial de Ciência de Tecnologia (CICT/CNS); – 02 teólogos; – 01 enfermeira; – 01 jurista; – 01 representante da indústria farmacêutica; – 01 representante de portadores de patologias; – 01 empresário. BIOÉTICA NO BRASIL Após um ano de intensos debates – que contaram com a participação efetiva da comunidade científica e da sociedade, com a compilação de documentos sobre ética em pesquisa existentes no mundo, com uma revisão bibliográfica extensiva sobre o tema, com a incorporação de sugestões e com a apresentação do trabalho em duas audiências públicas –, foi divulgada pelo CNS/MS a Resolução 196/1996, intitulada: Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. BIOÉTICA NO BRASIL A Resolução CNS 196/1996 passou a ser o documento de referência para a revisão ética das investigações envolvendo seres humanos no Brasil. Além disso, ela definiu a criação e consolidação do sistema brasileiro de revisão ética das pesquisas - o Sistema CEP/CONEP. BIOÉTICA NO BRASIL Passados 16 anos da publicação da resolução 196/1996, em 2012, após ampla consulta, o CNS/MS publicou a resolução 466/2012 com o objetivo atualizar e substituir a resolução anterior, considerando as mudanças e as novas necessidades que se apresentavam. BIOÉTICA NO BRASIL Resolução 466/2012 (revisão da 196/96) A resolução vigente, de 2012, não apresentou transformações substanciais em relação à resolução de 1996. O Sistema CEP/CONEP foi mantido. BIOÉTICA NO BRASIL Resolução 466/2012 (revisão da 196/96) Principais mudanças: • Descrição no Preâmbulo; • Aumenta o número de termos e definições orientadoras; • Ampliação das garantias para a eticidade da pesquisa; • Criação de grupos de trabalho para áreas específicas; • O Consentimento livre e esclarecido passa a servisto como um processo. BIOÉTICA NO BRASIL ÉTICA EM PESQUISA Sistema CEP/CONEP O sistema CEP/CONEP foi instituído em 1996 para proceder a análise ética de projetos de pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. Este processo é baseado em uma série de resoluções e normativas deliberados pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O atual sistema possui como fundamentos o controle social, exercido pela ligação com o CNS, capilaridade, na qual mais de 98% das análises e decisões ocorrem a nível local pelo trabalho dos comitês de ética em pesquisa (CEP) e o foco na segurança, proteção e garantia dos direitos dos participantes de pesquisa. Autonomia: esse princípio engloba a autodeterminação pessoal dos possíveis participantes dos estudos. Garante o direito de decidir livremente quanto à participação em uma pesquisa em um contexto livre de coerção, de intimidação e de sedução. Na prática, esse princípio se traduz no processo de alcance do consentimento livre e esclarecido. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Autonomia: O processo de alcance do consentimento livre e esclarecido deve ser capaz de proporcionar uma plena compreensão por parte do participante da pesquisa acerca de todas as características (incluindo os riscos percebidos) que envolvem a pesquisa. Um dos instrumentos mais importantes para este fim é o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), documento que deve ser elaborado pelo pesquisador a fim de fornecer todas as informações necessárias para capacitar os potenciais participantes em seu processo de decisão. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Beneficência: esse princípio abrange a noção de obrigatoriedade no que diz respeito a maximizar os possíveis benefícios. Inclui questões relacionadas tanto para os sujeitos de pesquisa quanto para a comunidade na qual eles estão inseridos. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Não-maleficência: princípio complementar ao da beneficência, pressupõe o compromisso efetivo por parte da equipe de pesquisa de lançar mão de todos os esforços para não causar danos adicionais e de adotar medidas para minimizá-los ou preveni-los. Além disso, a equipe deve explicitar os procedimentos disponíveis para reparar possíveis danos. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Justiça: esse princípio adquire importância na prática da pesquisa principalmente no que se refere aos seguintes aspectos: (a) comprovação da relevância social do estudo – científica ou humanitária; (b) distribuição equitativa dos riscos e benefícios da pesquisa; (c) igualdade de acesso à participação na pesquisa; (d) acesso aos resultados exitosos do estudo; (e) proteção adicional aos sujeitos vulneráveis e com autonomia reduzida. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Justiça: Outro ponto de grande relevância para este princípio é exposição dos conflitos de interesses que envolvem uma determinada pesquisa. Os conflitos (caso existam), ou a possibilidade de que surjam ao longo da pesquisa, devem estar descritos no protocolo da pesquisa, bem como devem ser estabelecidas estratégias para evitá-los. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Privacidade e Confidencialidade: são princípios complementares, em que a privacidade diz respeito à intimidade e à vida privada de uma pessoa, que devem ser preservadas. Incluem o acesso a informações privilegiadas, imagens e documentos que se tornam conhecidos durante o processo de realização da pesquisa – ou seja, informações fornecidas por meio do vínculo que se estabelece entre pesquisador e participante da pesquisa. Justamente por isso, o protocolo de pesquisa e o TCLE devem especificar os mecanismos para garantir a confidencialidade sobre a origem das informações obtidas e assegurar que sua utilização será efetuada apenas para o cumprimento dos objetivos do estudo. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP Equidade: esse princípio estabelece que é preciso analisar as necessidades do indivíduo, relacionando-as, porém, às necessidades de outras pessoas e ao grupo social no qual ele está inserido. ÉTICA EM PESQUISA Princípios que norteiam o Sistema CEP/CONEP a) revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP b) Emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data de revisão. A revisão de cada protocolo culminará com seu enquadramento em uma das seguintes categorias: • aprovado; • com pendência: quando o comitê considera o protocolo como aceitável, porém identifica determinados problemas no protocolo, no formulário do consentimento ou em ambos, e recomenda uma revisão específica ou solicita uma modificação ou informação relevante, que deverá ser atendida em 60 (sessenta) dias pelos pesquisadores; • retirado: quando, transcorrido o prazo, o protocolo permanece pendente; • não aprovado; • aprovado e encaminhado, com o devido parecer, para apreciação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – Conep/MS, nos casos previstos no capítulo VIII, item 4.c; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execução de sua tarefa e arquivamento do protocolo completo, que ficará à disposição das autoridades sanitárias; d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de relatórios anuais dos pesquisadores; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP e) desempenhar papel consultivo e educativo, fomentando a reflexão em torno da ética na ciência; f) Receber denúncias dos sujeitos da pesquisa, ou de qualquer outra parte, de abusos ou notificação sobre fatos adversos que possam alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade, modificação ou suspensão da pesquisa, devendo, se necessário, adequar o termo de consentimento. Considera-se como anti-ética a pesquisa descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP g) Instaurar sindicância à direção da instituição em caso de denúncias de irregularidades de natureza ética nas pesquisas e, em havendo comprovação, comunicar à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP/MS e, no que couber, a outras instâncias; h) Manter comunicação regular e permanente com a Conep/MS. ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP a) estimular a criação de CEPs institucionais e de outras instâncias; b) registrar os CEPs institucionais e de outras instâncias; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP c) aprovar, no prazo de 60 dias, e acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas temáticas especiais tais como: 1. genética humana; 2. reprodução humana; 3.fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos novos ou não registrados no país, ou quando a pesquisa for referente a seu uso com modalidades, indicações, doses ou vias de administração diferentes daquelas estabelecidas, incluindo seu emprego em combinações; 4. equipamentos, insumos e dispositivos para a saúde novos, ou não registrados no país; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP 5. novos procedimentos ainda não consagrados na literatura; 6. populações indígenas; 7. projetos que envolvam aspectos de biossegurança; 8.pesquisas coordenadas do exterior ou com participação estrangeira e pesquisas que envolvam remessa de materialbiológico para o exterior; e 9.projetos que, a critério do CEP, devidamente justificado, sejam julgados merecedores de análise pela Conep; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP d) prover normas específicas no campo da ética em pesquisa, inclusive nas áreas temáticas especiais, bem como recomendações para aplicação das mesmas; e) funcionar como instância final de recursos, a partir de informações fornecidas sistematicamente, em caráter ex-ofício ou a partir de denúncias ou de solicitação de partes interessadas, devendo manifestar- se em um prazo não superior a 60 (sessenta) dias; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP f) rever responsabilidades, proibir ou interromper pesquisas, definitiva ou temporariamente, podendo requisitar protocolos para revisão ética inclusive, os já aprovados pelo CEP; g) constituir um sistema de informação e acompanhamento dos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos em todo o território nacional, mantendo atualizados os bancos de dados (Plataforma Brasil); ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP h) informar e assessorar o MS, o CNS e outras instâncias do SUS, bem como do governo e da sociedade, sobre questões éticas relativas à pesquisa em seres humanos; i) divulgar normas relativas à ética em pesquisa envolvendo seres humanos; ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP j) a Conep juntamente com outros setores do Ministério da Saúde, estabelecerá normas e critérios para o credenciamento de centros de pesquisa. Este credenciamento deverá ser proposto pelos setores do Ministério da Saúde, de acordo com suas necessidades, e aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde; l) estabelece suas próprias normas de funcionamento. ÉTICA EM PESQUISA Atribuições da CONEP ÉTICA EM PESQUISA Plataforma Brasil: http://plataformabrasil.saude.gov.br
Compartilhar