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Politicas de Atenção a Saúde da Mulher - Aula 02

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Saúde da Mulher Sob o Enfoque de Gênero. 
Direito Sexuais Reprodutivos
profa. Ruthe Éllen Sousa 
Políticas de Atenção a Saúde da Mulher 
Da saúde materna à saúde reprodutiva e sexual
• Saúde materno-infantil
• Saúde materna
• Saúde da mulher, saúde integral da mulher – o PAISM
• Saúde reprodutiva na década de 80
•Os conceitos e as Conferências das Nações Unidas da 
década de 90 (Rio, Viena, Cairo e Pequim)
•Os direitos reprodutivos e sexuais
• A saúde reprodutiva e a saúde sexual
•Gênero e direitos reprodutivos: onde fica a saúde materna 
na saúde reprodutiva e sexual?
•Não são conceitos que se superam 
necessariamente, mas que se superpõem
Saúde materno-infantil
Século XX, início. Década de 60, as ações saúde voltadas à gravidez, 
parto, puerpério e infância
Binômio mãe-filho (grupos mais vulneráveis)
Programa de Saúde Materno-Infantil (Dinsami - MS)
Prioridade ao papel materno como função social
Recorte essencialmente biológico e naturalizante
Desconexão com outros programas voltados à mulher
(controle do câncer, por exemplo)
A mulher como meio dos programas de saúde (para alcançar uma 
infância saudável e bem-cuidada)
Costa, 1999
Saúde materna
A mãe como indivíduo, além do binômio mãe-filho
O papel do pré-natal na promoção da saúde da mãe
Ações tímidas de planejamento familiar: reações ( déc.70).
Programa de prevenção da gravidez de alto risco
Mortalidade materna: uma tragédia evidenciada,
desnaturalizada
EIMS, 1987: Dia de Ação pala Saúde das Mulheres (28/05)
- Mortalidade Materna
OMS: Mortalidade Materna: ônus de saúde da maternidade
A mulher mãe, ainda como meio para garantir uma infância
saudável (prevenção da orfandade)
Saúde da mulher e a questão demográfica
• A Conferência de Bucareste: confronto Leste-oeste: o problema
demográfico como obstáculo ao desenvolvimento (1974). População
e segurança nacional.
• A Conferência do México: confronto Norte-Sul: o Norte “muda de
idéia”, o Sul quer ajuda para o planejamento familiar. 1984.
Grande redução da fecundidade, sem que houvessem políticas públicas
na área de saúde sexual e reprodutiva, e sem conseqüente redução da
desigualdade social.
• A Conferência de Cairo. As mulheres reivindicam seus direitos. 
Políticas de saúde e direitos reprodutivos.1994
O papel do planejamento familiar nas políticas de saúde materna, da
mulher e reprodutiva – passa de meio para o controle populacional, à
regulação da fertilidade como direito.
(Barzelatto, 1998)
Saúde da mulher, saúde integral 
da mulher – o PAISM
- A ideia de programação em saúde, ação 
programática (saúde pública, saúde coletiva)
- O feminismo dos anos 60/70: o corpo como 
prioridade, nosso corpo nos pertence
- O movimento de saúde da mulher no 
Brasil.Saúde e sexualidade. Saúde e política. 
Gênero.
- O PAISM proposto em 1983: a noção de 
programa
- A Carta de Itapecerica de 1984: saúde e 
política
A saúde além do biológico: o psicológico e o 
social. Crítica à medicalização.
A saúde além da idade reprodutiva: juventude, 
idade madura
A diversidade entre as mulheres: classe social; 
raça/etnia; opção sexual
A maternidade voluntária como direito: 
contracepção e aborto
Saúde mental, saúde ocupacional.
Saúde da mulher, saúde integral 
da mulher – o PAISM
O PAISM antecipa a inflexão 
conceitual da saúde reprodutiva
Ações prioritariamente destinadas à saúde da mulher, e
não apenas aos seus filhos, ou tendo as mulheres como
meio;
Incorpora o direito à regulação da fertilidade como um
direito social, recusando a ação do estado por meio de
políticas de controle demográfico;
Enfatiza a dimensão educativa, buscando alterar valores
e práticas de caráter sexista.
Aquino, E M L. e cols, 2002.
•Saúde reprodutiva na década de 80
Contexto do surgimento do conceito:
Organização Mundial da Saúde: reprodução humana, foco no modelo
biomédico e em pesquisas sobre contracepção
“A capacidade da mulher de viver desde a adolescência ou casamento, o
que vier primeiro, até a morte, com escolha reprodutiva, dignidade e
maternidade bem-sucedida e viver razoavelmente livre de doenças e
riscos ginecológicos”
Evans et al., 1987, apud Barzelatto, 1998.
O sexo materno ainda mal estava em pauta
Uma evolução do conceito
“Saúde reprodutiva significa:
a) Que as pessoas tenham a capacidade de reproduzir-se assim como
de regular sua fertilidade, de forma segura; b) Que as mulheres
tenham acesso à maternidade segura; c) Que a gravidez seja bem
sucedida quanto ao bem-estar e à sobrevivência materna e da
criança. Além disso, que os casais possam ter relações em medo de
gravidez indesejada ou de doenças.”
M. Fathallah, (1988) citado por Barzellato, 1998
“A capacidade de desfrutar de relações sexuais sem medo de 
infecções, gravidez não-desejada, ou coerção; de regular a fertilidade 
sem riscos de efeitos colaterais perigosos ou não-desejados; ter 
acesso à maternidade segura; ter gestações e criar cranças
saudáveis”
Germain e Antrobus, 1989
Definição de (falta de) saúde reprodutiva:
morbidade reprodutiva (OMS, 1989)
Morbidade obstétrica ou materna
Morbidade obstétrica direta 
Morbidade obstétrica indireta 
Distúrbios psicológicos associados (depressão pós-parto, etc)
Morbidade não-obstétrica (violência, acidentes)
Morbidade ginecológica
Morbidade ginecológica direta (DSTs/AIDS, tumores, etc.)
Morbidade ginecológica indireta (MGF, iatrogenia, etc.)
Distúrbios psicológicos associados (sexuais, depressão, etc.)
Morbidade contraceptiva
(Iatrogenia contraceptiva em geral, efeitos colaterais, etc.)
Fortney (1995) Aquino, E M L. e cols, 2002.
Ampliação: dos efeitos da concepção, gravidez e parto aos aspectos
relacionados à sexualidade e à regulação da fertilidade.
Direitos Reprodutivos na década de 80
Herdeiro da luta pela auto-determinação: nossos corpos nos pertencem – luta
pelo aborto e contracepção legais
International Women’s Health Meeting – Amsterdan (1984)
Incorporam os debates sobre medicalização, abuso no uso de tecnologia
(anticoncepcionais orais, DIU, esterilização, gravidez e parto)
Inauguram uma noção inédita de direito, referido a uma esfera antes considerada
‘natural’, regulada pelo Estado, família e religião.
Direitos reprodutivos como demandas de justiça social – não necessariamente
de direitos previstos – já que são inéditos
Direito reprodutivos como direitos humanos: à condição de pessoa, à integridade
corporal, à equidade e à diversidade
Os conceitos e as conferências da ONU
década de 90 (Rio, Viena, Cairo e Pequim)
O deslocamento da questão do planejamento familiar para além do
problema da suposta explosão demográfica (Rio, 1992)
O marco dos Direitos Humanos das Mulheres: direitos reprodutivos e
direitos sexuais. Violência de gênero e direitos humanos e questão de
saúde (Viena, 1993)
Institucionalização dos direitos reprodutivos: saúde reprodutiva no
marcos desses direitos. (Cairo, 1994)
O advento dos direitos sexuais, legitimados na Conferência de Pequim.
Saúde, gênero e sexualidade. (Beijing, 1995)
A Conferência do Cairo: o Capítulo IV
“A saúde reprodutiva é um estado de
completo bem-estar físico, mental e
social, e não mera ausência de
enfermidade ou doença, em todos os
aspectos relacionados ao sistema
reprodutivo e a suas funções e
processos. Consequentemente, a saúde
reprodutiva implica a capacidade de
desfrutar de uma vida sexual
satisfatória (...) Inclui também a saúde
sexual, cujo objetivo é a melhoria da
vida e das relações pessoais, e não
somente o aconselhamento e a atenção
referentes à reprodução e às doenças
sexualmente transmissíveis”
Cairo: a partir dos avanços de Viena (1993)
violência e saúde reprodutiva
O direito de tomar decisões sobre a reprodução livres
de toda discriminação, coação e violência.
Capítulo VII – Direitos reprodutivos 
e saúde reprodutiva
Capítulo V – A família, suas funções,
direitos, composição e estrutura
Propõe que a política social deve ser orientada de forma a
apoiar as famílias vulneráveis, entre estas: (...) onde ocorram
abusos contraas crianças e violência doméstica.
O enorme e subestimado impacto da violência na
saúde reprodutiva: da AIDS ao caso das mortes
violentas no CGP
Também reconhece:
- que é preciso melhorar a qualidade da atenção oferecida pelos
programas de planejamento familiar;
- os efeitos das DSTs e do HIV/AIDS sobre a saúde, em particular sobre 
a saúde da mulher, como uma preocupação importante que deve ser 
enfrentada mediante diagnóstico e tratamento nos serviços de saúde 
reprodutiva.
Capítulo VII – Direitos reprodutivos e saúde 
reprodutiva
Postula como questão fundamental as necessidades da/os
adolescentes em matéria de saúde sexual e reprodutiva.
Assim, estabelece que estas podem receber informação,
aconselhamento e serviços com garantia de sigilo, ao mesmo tempo
em que se mantém o respeito aos direitos, deveres e
responsabilidades de seus pais e suas mães.
Capítulo VII – Direitos reprodutivos e saúde
reprodutiva
“A Saúde Sexual é a capacidade de mulheres e homens para desfrutar
e expressar sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente
transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e
discriminação. A Saúde Sexual possibilita experimentar uma vida
sexual informada, agradável e segura, baseada no respeito de si
mesmo, que implica uma abordagem positiva da sexualidade humana,
e no respeito mútuo nas relações sexuais. A Saúde Sexual valoriza a
vida, as relações pessoais e a expressão da identidade própria da
pessoa. Ela é enriquecedora, inclui o prazer, e estimula a
determinação pessoal, a comunicação e os relacionamentos” (Cairo,
1994)
Saúde Sexual 
“Os direitos humanos das mulheres incluem seu direito a ter controle e
decidir livre e responsavelmente sobre questões relacionadas à sua
sexualidade, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, livre de coação,
discriminação e violência. Relacionamentos igualitários entre homens
e mulheres nas questões referentes às relações sexuais e à reprodução,
inclusive o pleno respeito pela integridade da pessoa, requerem
respeito mútuo, consentimento e divisão de responsabilidades sobre o
comportamento sexual e suas consequências”.
Direitos sexuais
Parágrafo 96 da Plataforma de Ação de Beijing
Direitos sexuais
“O filho mais novo nos debates internacionais sobre o significado e a prática 
dos direitos humanos das mulheres”
Petchesky, R. 1996
Os direitos reprodutivos foram pensados como direitos
sexuais: poder usufruir do sexo sem riscos
Os DR, criação do movimento feminista. Os DS, uma criação compartilhada.
A discussão sobre sexualidades e opção sexual – o papel do movimento gay e
lésbico.
A epidemia de HIV/AIDS recoloca o sexo no debate da saúde pública.
Sexualidade e gênero: “a Caixa de Pandora”: tensiona, desafia, desorganiza
o modelo biomédico (Violência, DST/AIDS) Diniz, S. 1999
Saúde materna
Saúde da mulher
Saúde reprodutiva
Saúde integral da mulher (e do homem?) 
Saúde Sexual 
Saúde Materna
Gênero e saúde: os homens
Onde fica a dimensão relacional? “Responsabilidade”
O lugar da saúde dos homens a ser criado, um discurso a ser propiciado. Serviços
desenhados para mulheres (materno-infantis)
A tendência a copiar o modelo prescritivo e culpabilizante (tendência a confinar
no lugar do impregnador, do infectante ou do agressor).
Viés heterossexual dos serviços (para tod@s)
Saúde sexual: o lugar dos adolescentes e dos homens adultos. O sexo seguro, e
mais além?
Saúde sexual masculina: o prazer, para além do Viagra.
Saúde reprodutiva: fertilidade, seu controle, infertilidade.
Pesquisa Nacional de
Demografia e Saúde
da Criança e da Mulher
Planejamento Familiar: é um direito, 
vamos fazer disso uma realidade.
• A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da 
Mulher (PNDS-2006) traça um perfil da população feminina em 
idade fértil e das crianças menores de 5 anos no Brasil. 
• Os resultados recentes fornecem subsídios para uma avaliação 
dos avanços ocorridos na saúde da mulher e da criança no Brasil.
• Além disso, permitem comparações internacionais e auxiliam na 
formulação de políticas e estratégias de ações. 
Definições
• Desigualdades: diferenças sistemáticas na situação de saúde de grupos 
populacionais 
• Iniquidades: diferenças na situação de saúde que além de sistemáticas e 
relevantes, são evitáveis, injustas e desnecessárias (Whitehead)
Taxas de fecundidade total, segundo características
sociodemográficas. PNDS 1996 e 2006.
2,5
2,3
3,5
5,0
3,6
3,0
2,4
1,7
1,5
1,8 1,8
2,0
4,2
2,8 2,8
2,1
1,6
1,0
0
2
4
6
Total urbana rural nenhum 1 a 3 4 5 a 8 9 a 11 12 ou
mais
1996
2006
Brasil Residência Anos de estudo
T
a
x
a
 d
e
 f
e
c
u
n
d
id
a
d
e
 t
o
ta
l 
Porcentagem de nascimentos ocorridos nos 5 anos anteriores à 
pesquisa, segundo o planejamento. PNDS 1996 e 2006.
51%
26%
22%
54%
28%
18%
1996 2006
Planejados para 
aquele momento
Planejados para 
mais tarde
Não desejados
Porcentagem de uso atual de métodos anticoncepcionais. 
PNDS 1996 e 2006.
Mulheres
unidas
Todas as 
mulheres
Sexualmente ativas*
não unidas 
1996 55% 77% 55%
*Nos últimos 12 meses.
Uso atual
2006 68% 81% 75%
ANTICONCEPÇÃO
Mais de 80% das mulheres brasileiras usam anticoncepcionais no Brasil. Como que a
taxa de gestação não planejada chega a 55.4%? Isso é explicado pela falta de métodos
de longa duração. Só temos 2% das mulheres usando DIU ou implante", destaca Vieira.
Porcentagem de mulheres atualmente unidas e mulheres
sexualmente ativas não unidas usando algum método, segundo
o tipo de método usado. PNDS 1996 e 2006.
Não está usando método
Pílula
Esterilização feminina
Camisinha masculina
Injeção contraceptiva
Coito interrompido
Tabela/abst./billings
DIU
Métodos vaginais
Esterilização masculina
Outros métodos
Implantes
5
4
411
26
4
12
15
11
40
29
22
30
21 25
46
25 23
19
0%
50%
100%
1996 20061996 2006
Mulheres unidasMulheres sexualmente 
ativas não unidas
Porcentagem de mulheres que atualmente usam métodos
modernos, segundo a mais recente fonte de obtenção, por método
específico. PNDS 2006.
63,6
36,4
59,4
21,3 22,6 25,1
10,7
15,7
14,2
75,7 74,9 66,0
17,9
44,7
25,3
0%
25%
50%
75%
100%
Esterilização 
feminina
Esterilização
masculina
DIU Pílula Injeção
contraceptiva
Camisinha
masculina
Serviço de saúde do SUS
Serviço de saúde ligado a 
convênio/plano de saúde
Serviço de saúde particular Farmácia
Outra
Não sabe/
não respondeu
Porcentagem de mulheres esterilizadas segundo o momento
da realização da cirurgia. PNDS 1996 e 2006.
1996
59%
15%
26%
2006
59%
9%
32%
No parto cesário
Depois do parto
normal
Por ocasião do nascimento
do último filho
Em outra ocasião
ASSISTÊNCIA ao PRÉ NATAL
Percentagens de mulheres com assistência ao pré natal, segundo o 
número de consultas. PNDS 1996 e 2006.
32
4
9
1
14
1
13
8
6
3
8
4
26
34
29
27
28
29
27
47
54
65
48
61
1
7
2
4
2
5
0 25% 50% 75% 100%
1996
2006
1996
2006
1996
2006
R
u
ra
l
U
rb
a
n
a
B
ra
s
il
Número de consultas
0 1a3 4a6 7+ não sabe
GRAVIDEZ e PARTO Tânia Lago
Liliam Lima
ASSISTÊNCIA ao PARTO
Percentual de partos hospitalares e de partos assistidos por médicos
ou enfermeiras, nos 5 anos anteriores à entrevista. Brasil, Rural e
Regiões Norte e Nordeste. PNDS 1996 e 2006.
92
82 83
88
75 76
98
92
98 97
93
94
50
100
Brasil Norte NE Brasil Norte NE
PARTO HOSPITALAR PARTO por MÉDICO ou ENFERMEIRA
1996 2006
P
e
rc
e
n
tu
a
l 
(%
)
78
96
Rural
94
73
Rural
50
Porcentagem de partos cesários nos 5 anos anteriores à
entrevista, segundo residência e tipo de serviço de saúde
utilizado. PNDS 1996 e 2006.
36
44
33
77
0
20
40
60
80
Brasil SUS* Convênio/
privado*
1996
2006
P
e
rc
e
n
tu
a
l 
(%
)
*Dado não disponível em 1996.
20
35
Rural Urbano
46
42
Percentual de crianças menores de 60 meses alguma vez
amamentadas, segundo residência e região. PNDS 1996 e 2006.
1996 2006
93
93
92
95
92 92 92
94
96 9697
98
96
97
93
98
85
90
95
100
Brasil Urbana Rural N NE SE S CO
P
e
rc
e
n
tu
a
l 
(%
)
Residência Região
AMAMENTAÇÃO Ana Segall-Corrêa
Letícia Marín-León
Ano Razão MMNo Absoluto NV
2000 50,6 3206761
2001 50,9 3115474
2002 54 3059409
2003 52,1 3038251
2004 54,22 3026548
2005 53,38 3035096
2006 55,18 2949928
2007 55 2891328
2008 57,2 2934828
2009 65,1 2881581
2010 56,55 2859600
40
45
50
55
60
65
70
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Razão MM
Razão MM
2600000
2700000
2800000
2900000
3000000
3100000
3200000
3300000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
No Absoluto Nascidos Vivos
No Absoluto NV
Gênero e saúde materna
Segurança e saúde perinatal no 
Brasil
O paradoxo perinatal:
• SUS, mais tecnologia, universalização do
cuidado
• a mortalidade materna estagnada,
• com aumento do baixo peso ao nascer e da
prematuridade
• Altas taxas de violência na assistência
• Compartilhar inovações na interpretação dos desafios na 
saúde materna e da mulher, de uma perspectiva de 
gênero
• Inversão de disparidade esperada: segurança como 
abordagem inovadora
• Inovação investimento e inovação des-investimento
Melhores desfechos para mãe e bebê (indicadores de qualidade e segurança):
- Partos espontâneos (se iniciam espontaneamente, sem medicamentos)
- Com 39 semanas completas
- Com integridade corporal (sem lacerações, episiotomia ou cesárea) “sem pontos”
Desfechos plausíveis para a maioria das mulheres
Segurança: 
(1) riscos maternos e fetais, e 
(2) riscos dos sistemas de saúde
Gênero e saúde materna
Maneiras culturais de interpretar as noções de corpo, 
feminino, masculino, anatomia e fisiologia do parto
Os vieses de gênero modulam a assistência e a 
pesquisa no campo da saúde materna, e se 
expressam pela:
• subestimação dos benefícios do parto fisiológico e da 
importância dos aspectos psico-sociais do parto
• superestimação dos benefícios da tecnologia para 
“corrigir” o parto (“abordagem correcional”), 
• subestimação ou na negação dos desconfortos e 
efeitos adversos das intervenções, na saúde materna 
e infantil
• Estes vieses se expressam no que é visível ou invisível 
nas variáveis (cegueira de gênero dos modelos 
explicativos)
“Chega de parto violento para vender cesárea”
Cesárea como (comparativamente) “menos insegura”
Episiotomia - Ação direta da Rede Parto do Princípio 2011
Efeitos das intervenções (episiotomias, fórceps) 
são entendidos como se fossem “do parto normal”
“Parto normal”, o conceito atual
diferente de “parto vaginal”
Um parto normal não inclui:
• Cesárea, OU
• indução eletiva do parto antes de 41 0/7sem
• analgesia ráqui / combinadas
• anestesia geral
• episiotomia de rotina
• monitoração eletrônica contínua (baixo risco)
• má ​​apresentação fetal
• fórceps ou vácuo extração
O Conceito de “Parto normal”
No Brasil, críticas dos movimentos sociais e pesquisadores 
de classificar como “parto normal” o parto vaginal, com 
intervenções desnecessárias, dolorosas, sem base em 
evidências, potencialmente danosas (sequelas)
• Relação provedor-serviço e pacientes com aspectos 
abusivos (abusos verbais, emocionais e físicos)
• Negação dos direitos (acompanhantes, privacidade)
Prevenção da dor iatrogência e uso seletivo, criterioso 
de ocitocina e procedimentos dolorosos
Ocitocina de rotina –
alto risco materno e 
neonatal
Manobra de Kristeller –
muito comum no SUS e 
setor privado. Riscos, 
segurança materna e 
neonatal
Litotomia e evolução do 
período expulsivo
Anônima
VISÍVEIS: (apesar de problemas de sub-registro)
Mortalidade
Morbidade grave (near-miss, mais recente)
Via de parto - parto normal ou cesárea 
MENOS VISÍVEIS em si e na associação com desfechos (-): registro irregular ou ausente
Integridade corporal e lesões iatrogênicas (cesárea, episiotomia, fórceps etc.)
Efeitos adversos do uso de medicamentos, (ocitocina, anestesia etc.)
Acompanhantes (presença ou proibição)
Promoção do bem-estar materno (“dimensões cosméticas”)
MENOS VISÍVEIS AINDA, OU INVISÍVEIS (sem registro)
Kristeller (pressão fúndica)
Experiências traumáticas (violência, TEPT,)
Efeitos dos procedimentos (médio prazo) sobre a relação mãe-bebê amamentação, 
sexualidade etc. Estudos longitudinais / coortes
Sofrimento /, depressão, saúde mental, conforto materno
Promoção do bem-estar materno (“dimensões relacionais”)
Prevenção do efeito nocebo)
Iceberg: Visibilidade e invisibilidade de gênero dos desfechos em saúde materna
CESÁREA E DOENÇAS CRÔNICAS
Clin Perinatol. 2011 Jun ;38 (2):321-31 21645799
Cesarean Versus Vaginal Delivery: Long-term Infant Outcomes and the Hygiene Hypothesis.
http://lib.bioinfo.pl/citwww/paper/21645799
http://lib.bioinfo.pl/pmid/journal/Clin Perinatol
http://lib.bioinfo.pl/citwww/paper/21645799
http://lib.bioinfo.pl/pmid:21645799
Cesárea e doenças crônicas
Superando a cegueira de gênero 
(invisibilidade epidemiológica)
• Pesquisa Nascer no Brasil
• 24 mil pares mães-bebês em todos os estados, público e 
privado – informações inovadoras
• ENSP/Fiocruz e muitas outras instituições de pesquisa / FSP 
USP
• Rede Cegonha – novo sistema de informações para superar 
a cegueira de gênero
• SISPARTO – uma grande esperança
• Estudos Sobre Segurança das Práticas – Colaboração com 
King’s College London
Questões para o SUS
Como ? Uma agenda de pesquisa e de mudança
(1) tornar visíveis/ melhorar registro / desenvolver indicadores 
(2) estimar/ medir/ monitorar (frequência, indicações, desfechos) e
(3) promover a mudança, para fazer a experiência do parto melhor/mais segura?
- Danos genitais desnecessários (episiotomia liberal, lacerações, cesáreas)? DATASUS?
- Papel do excesso de intervenções cirúrgicas na morbi-mortalidade por infecção e 
hemorragia?
- Segurança e efetividade das drogas usadas de rotina (ocitocina p. ex.)
- Segurança e efetividade das drogas usadas nos casos de alto risco (sulfato de magnésio p. 
ex.)
- Efeitos adversos neonatais associados à redução iatrogênica da idade gestacional 
(prematuridade, baixo peso ao nascer, problemas da transição fetal-neonatal)?
- Efeitos adversos de intervenções / manobras (Kristeller, fórceps de rotina)?
- Promoção de intervenções que melhoram a experiência do parto para mulheres e 
famílias (acompanhantes, privacidade, ambiência?) 
- Promoção de atividades educativas e da escolha informada no pré-natal 
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	Slide 26: Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
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	Slide 28: Definições
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	Slide 39
	Slide 40
	Slide 41
	Slide 42: 
	Slide 43: Gênero e saúde materna
	Slide 44: “Chega de parto violento para vender cesárea” Cesárea como (comparativamente) “menos insegura”
	Slide 45
	Slide 46: “Parto normal”, o conceito atual diferente de “parto vaginal”
	Slide 47: O Conceito de “Parto normal”
	Slide 48: Prevenção da dor iatrogência e uso seletivo, criterioso de ocitocina e procedimentos dolorosos
	Slide 49
	Slide 50
	Slide 51
	Slide 52: Superando a cegueira de gênero (invisibilidade epidemiológica)
	Slide 53: Questões para o SUS

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