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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia O coração contrai e relaxa durante um ciclo cardíaco. Cada ciclo cardíaco possui duas fases: Sístole: contração do miocárdio; Diástole: relaxamento do miocárdio. OBS: os átrios e os ventrículos não se contraem de forma simultânea. Conceitos básicos: Durante um ciclo cardíaco, o sangue flui de uma área de maior pressão para uma de menor pressão; A contração aumenta a pressão, enquanto o relaxamento diminui a pressão. O fluxo sanguíneo no coração é unidirecional devido a presença das valvas cardíacas: Atrioventriculares (D/E); Semilunares (aórtica e pulmonar). Começamos o ciclo cardíaco no breve momento durante o qual tanto os átrios como os ventrículos estão relaxados. Os átrios estão se enchendo com o sangue vindo das veias e os ventrículos acabaram de completar uma contração. À medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV entre os átrios e os ventrículos se abrem e o sangue flui por ação da gravidade dos átrios para os ventrículos (porque a pressão dentro do ventrículo está baixa). Os ventrículos relaxados expandem-se para acomodar o sangue que entra. A maior quantidade de sangue entra nos ventrículos enquando os átrios estão relaxados, mas pelo menos 20% do enchimento é realizado quando os átrios contraem e empurram sangue para dentro dos ventrículos. A sístole, ou contração atrial, inicia seguindo a onda de despolarização que percorre rapidamente os átrios. A pressão aumentada que acompanha a contração empurra o sangue para dentro dos ventrículos. Enquanto os átrios se contraem, a onda de despolarização se move lentamente pelas células condutoras do nó AV e, então, pelas fibras de Purkinje até o ápice do coração. A sístole ventricular inicia no ápice do coração quando as bandas musculares em espiral empurram o sangue para cima em direção à base. O sangue empurrado contra a porção inferior das valvas AV faz elas se fecharem, de modo que não haja refluxo para os átrios. As vibrações seguintes ao fechamento das valvas AV geram a primeira bulha cardíaca, S1, o “tum” do “tum-tá”. Com o conjunto de valvas AV e semilunares fechadas, o sangue dos ventrículos não tem para onde ir. Entretanto, o ventrículo continua se contrair, mesmo sem a saída de sangue do seu interior. Esta fase é chamada de Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia contração ventricular isovolumétrica (o volume do ventrículo não está alterando). Enquanto os ventrículos estão contraindo, as fibras atriais estão repolarizando e relaxando. Quando as pressões nos átrios atingem valores inferiores à pressão nas veias, o sangue volta a fluir das veias para os átrios. Quando os ventrículos contraem, eles geram pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares e empurrar o sangue para as artérias. A pressão gerada pela contração ventricular torna-se a força motriz para o fluxo sanguíneo. O sangue com alta pressão é forçado pelas artérias, deslocando o sangue com baixa pressão que as preenche, empurrando-o ainda mais adiante na vasculatura. Durante essa fase, as valvas AV permanecem fechadas e os átrios continuam se enchendo. No final da ejeção ventricular, os ventrículos começam a repolarizar e a relaxar, diminuindo a pressão dentro dessas câmaras. Uma vez que a pressão ventricular cai abaixo da pressão nas artérias, o fluxo sanguíneo começa a retornar para o coração. Este fluxo retrógrado enche os folhetos (cúspides) em forma de taça das válvulas semilunares, forçando-os para a posição fechada,. As vibrações geradas pelo fechamento das válvulas semilunares geram a segunda bulha cardíaca, S2, o “tá” do “tum-tá”. Uma vez que as válvulas semilunares se fecham, os ventrículos novamente se tornam câmaras isoladas. As valvas AV permanecem fechadas devido à pressão ventricular que, embora em queda, ainda é maior que a pressão nos átrios. Esse período é chamado de relaxamento ventricular isovolumétrico, porque o volume sanguíneo nos ventrículos não está mudando. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia – Uma maneira de descrever o ciclo cardíaco é com um gráfico pressão- volume. Volume (eixo x) e na pressão (eixo y) O fluxo sanguíneo através do coração é regido pelo mesmo princípio que rege o fluxo de todos os líquidos e gases: o fluxo vai de áreas de maior pressão para áreas de menor pressão. Quando o coração contrai, a pressão aumenta e o sangue flui para as áreas de menor pressão. D → A: Relaxamento isovolumétrico A → B: Período de enchimento B → C: Contração isovolumétrica C → D: Período de esvaziamento Além disso, os pontos D e B coincidem com o VSF (volume sistólico final) e VDF (volume diastólico final), respectivamente. VDF: volume diastólico final. Volume existente no ventrículo ao fim da diástole; VSF: volume sistólico final. Volume existente no ventrículo ao fim da sístole; VS: volume sistólico. É a diferença entre o VDF e o VSF e representa o volume ejetado pelo coração em cada sístole; FE: fração de ejeção. É um número adimensional definido como a relação entre o VS e o VDF. Em outras palavras, é o volume sistólico normalizado para o volume diastólico final. É comumente apresentado sob a forma de porcentagem e deve ser maior do que 55% em um coração normal. FE = VS/VDF. Fração de Encurtamento (∆D%): baseia-se na relação entre os diâmetros transversais de ventrículo esquerdo, obtidos no final da diástole e final da sístole. A quantidade de sangue (volume) bombeado por um ventrículo durante uma contração é chamada de volume sistólico. É medido em mililitros por batimento e pode ser calculado da seguinte forma: VS = VDF – VSF Ou seja, o volume sistólico é igual volume sanguíneo antes da contração menos volume sanguíneo após a contração. Uma maneira de medir o desempenho do coração, é calcular o débito cardíaco (DC), que pode ser entendido como o volume ejetado pelo ventrículo esquerdo em um determinado período de tempo. Pode ser calculado por: DC = FC x VS As porções simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo influenciam a frequência cardíaca de forma antagônica. A atividade parassimpática Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia diminui a frequência cardíaca, ao passo que a atividade simpática a aumenta. Nos músculos estriados, a força gerada por uma fibra muscular é diretamente relacionada com o comprimento do sarcômero. Quanto mais alongada estiver a fibra muscular e o sarcômero no início da contração, maior será a tensão desenvolvida, até um limite máximo. Dessa forma, conforme o estiramento das paredes ventriculares aumenta, o mesmo acontece com o volume sistólico. Se mais sangue chegar ao ventrículo, as fibras musculares se estiram mais, aumentando a força de contração, ejetando mais sangue. O grau de estiramento do miocárdio antes do início da contração é chamado de pré-carga sobre o coração, pois esse estiramento representa a carga colocada sobre o músculo cardíaco antes que ele contraia. O gráfico mostra que o débito sistólico é proporcional ao volume diastólico final. Quando mais sangue chega ao coração, ele se contrai com mais força e ejeta mais sangue. Essa relação é conhecida como lei de Frank-Starling do coração. Isso significa que, dentro dos limites fisiológicos, o coração ejeta todo o sangue que chega até ele. De acordo com a lei de Frank-Starling, o volume sistólico aumenta quando o volume diastólico final aumenta. O volume diastólico final é, em geral, determinado pelo retorno venoso, que é a quantidade de sangue que retorna ao coração pela circulação venosa.Três fatores afetam o retorno venoso: (1) A contração ou compressão das veias que levam o sangue para o coração (bomba do músculo esquelético); (2) A mudança na pressão no abdome e no tórax durante a respiração (a bomba respiratória); (3) A inervação simpática das veias (vasoconstrição). Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia Toda substância química que afeta a contratilidade é chamada de agente inotrópico, e sua influência é chamada de efeito inotrópico. Se uma substância química aumenta a força de contração, ela possui um efeito inotrópico positivo. Por exemplo, as catecolaminas adrenalina e noradrenalina e fármacos, como os digitálicos, aumentam a contratilidade e, portanto, possuem efeitos inotrópicos positivos. Substâncias químicas com efeito inotrópico negativo diminuem a contratilidade. Para ejetar sangue do ventrículo, o coração deve gerar força para deslocar o sangue para a aorta, empurrando-o ainda mais adiante. A carga combinada do VDF e da resistência durante a contração é chamada de pós-carga. Pós-carga é a resistência a ejeção ventricular e é causada pela resistência oferecida ao fluxo na circulação sistêmica (resistência vascular sistêmica). A resistência é determinada pelo diâmetro das arteríolas e dos esfíncteres pré-capilares. Quanto mais reduzido for o seu diâmetro, maior a resistência. A resistência vascular sistêmica é controlada pelo sistema nervoso simpático, que por sua vez, controla o tônus muscular da parede arteriolar. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Fisiologia
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