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Cetoacidose Diabética Caso Clínico -Diagnóstico Sintomático: ➔ Sonolência há 8 horas e vômitos há 3 horas. ➔ Alimentação: ruim hoje, mas antes estava se alimentando muito bem ➔ Emagrecimento há um mês ➔ Apendicectomia aos 7 anos ➔ R/MEG FC 138 FR 52 PAM 106 x 56 x 41 SpO2 89% TEC 4 a 5 seg ➔ Desidratação ➔ Taquidispneia moderada, mas sem ruídos adventícios ➔ Abdome doloroso à palpação global, RHA +, sem VM ➔ Pulsos muito finos ➔ Glasgow 13/14 -Diagnóstico Sindrômico: ➔ Choque hipovolêmico ➔ Rebaixamento de nível de consciência ➔ Insuficiência Respiratória Aguda ➔ Hipofunção intestinal (absortiva e motilidade) ➔ Síndrome Consumptiva Choque hipovolêmico + Síndrome Consumptiva na Infância = DIABETES MELLITUS TIPO 1 Introdução ➔ Doença endócrina mais comum na infância. ➔ Acomete mundialmente cerca de 65.000 crianças menores de 15 anos por ano. ➔ Urgência endócrino-metabólica mais comum nessa faixa etária. ➔ Principal causa de hospitalização e óbito de pacientes diabéticos na infância. Epidemiologia ➔ A incidência de CAD como abertura do quadro de diabetes varia geograficamente. ➔ A prevalência de CAD diminui significativamente com o aumento da idade. ➔ É frequente o diagnóstico de DM1 já num estágio avançado, com CAD grave. ➔ O edema cerebral é a principal consequência que leva à mortalidade → Em algumas coortes, aumento da mortalidade foi associado à menor pressão parcial sanguínea de CO2 (pCO2), níveis mais elevados de ureia e ao uso de bicarbonato durante o tratamento da CAD. Fisiopatogenia ➔ Hemograma, hemocultura, PCR, Na e K, U e Cr, urina 1 e urocultura, glicemia dextro. ➔ Solicitar gasometria arterial ou venosa, caso não seja possível colher a arterial. Definição ➔ Hiperglicemia > 200 mg/dl ➔ pH venoso < 7,3 e/ou bicarbonato < 15 mmol/l ➔ Cetonemia e cetonúria -Gravidade: ➔ Leve: pH menor de 7,2 a 7,3 e/ou bicarbonato de 10 a 15 mmol/l ➔ Moderada: pH de 7,1 a 7,2, e/ou bicarbonato de 5 a 10 mmol/l ➔ Grave: pH menor que 7,1, e/ou bicarbonato menor que 5 mmol/l Diagnóstico -Paciente Sem Diagnóstico de DM1: ➔ História de polis (poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso). ➔ História pessoal ou familiar de autoimunidade. ➔ Presença de acantose nigricans. ➔ Obesidade. ➔ Sinais e sintomas de intercorrência infecciosa. -Paciente Previamente Diabético: ➔ Investigar infecções intercorrentes. ➔ Investigar omissão de doses de insulina. ➔ Falha no ajuste de doses durante intercorrências infecciosas. ➔ Controle glicêmico anterior. ➔ Eventos prévios de CAD. -Exame Físico: ➔ Pesar o paciente sempre que possível. ➔ Avaliar o nível de consciência periodicamente. ➔ Frequência e ritmo da respiração. ➔ Grau de desidratação. ➔ Presença de sinais de infecção. ➔ Palpação cuidadosa do abdome se houver queixa de dor abdominal. ➔ Detecção precoce de edema cerebral. -Diagnóstico Laboratorial: ➔ Calcular osmolaridade plasmática (Osm) efetiva ➔ Normalmente está aumentada na CAD, entre 300 a 350 mOsm/l Diagnóstico Diferencial Tratamento -Pilares do Tratamento: 1) Reposição de fluidos: melhora a captação de glicose na periferia e a filtração glomerular. 2) Reposição de insulina: reverte a proteólise, a lipólise e a cetogênese e estimula a captação e metabolização da glicose pelos tecidos. 3) Correção da acidose: consequência dos passos 1 e 2. 4) Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos. -1ª Fase - Reposição Volêmica: ➔ O déficit de fluidos extracelulares é de difícil estimativa: ◆ CAD moderada: déficit de líquidos de 5 a 7% ◆ CAD grave: déficit de 8-10% do peso corporal. ◆ Aumento da ureia e do hematócrito são indicadores do grau de depleção do líquido extracelular. ➔ Pacientes sem choque: soro fisiológico (SF) a 0,9% intravenoso 10 a 20 ml/kg em uma a duas horas (pode ser repetido até melhora da perfusão tissular). ➔ Pacientes com choque: SF 0,9% 20 ml/kg em bolus, visando restaurar o volume circulatório (repetir até 3x). ➔ Reavaliar o paciente após cada etapa; ➔ Uso de soluções cristaloides. -2ª Fase - Insulinização: ➔ A insulinização deve ser feita com infusão contínua venosa de insulina regular, na dose de 0,1 unidade/kg/hora. ➔ Deve-se saturar o equipo com 50 ml da solução, desprezando esse volume e repetindo o procedimento a cada troca de solução, o que deve ocorrer a cada seis horas. ➔ Solução preparada com 25 unidades de insulina regular mais 250 ml de SF 0,9% (0,1 unidade de insulina por ml de solução). ➔ Com essa solução, a dose de 0,1 unidade/kg/h de insulina corresponde a 1 ml/kg/h de solução. ➔ Ou seja, basta colocar o peso da criança na velocidade da bomba infusora (por exemplo, um paciente de 20 kg receberá essa solução em infusão a 20 ml/h). ➔ A infusão contínua deve ser mantida até resolução da CAD (pH > 7,3 e bicarbonato > 15 nmol/l), o que sempre vai ocorrer após a normalização da glicemia. ➔ Durante a infusão contínua de insulina, espera-se que a glicose caia cerca de 40 a 90 mg/dl por hora. ➔ Caso haja uma queda da glicemia maior que 90 mg/ dl/h, glicose pode ser acrescentada na hidratação venosa. ➔ Sempre acrescentar glicose na solução venosa com glicemia menor que 300 mg/dl. -3 e 4ª Fases: ➔ Correção da acidose e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos. Exames
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