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DIREITO INTERNACIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OABFGV

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DIREITO INTERNACIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O Direito Internacional Público representa o conjunto de 
normas que regula a sociedade internacional e as relações 
entre os sujeitos do Direito Internacional, principalmente 
entre os Estados Soberanos, possuindo como uma de suas 
fontes as Convenções e os Tratados Internacionais.
1. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
Conceito: tudo aquilo que origina, que representa 
o início, permitindo a formação do Direito Internacional
Público, sendo classificadas pelo art. 38 do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça em fontes primárias e
meios auxiliares para solução dos conflitos.
FONTES PRIMÁRIAS
FONTES SECUNDÁRIAS 
(MEIOS AUXILIARES 
PARA SOLUÇÃO DOS 
CONFLITOS)
Convenções Internacionais
Costume (prática geral 
aceita como sendo direito)
Princípios gerais 
Doutrina
Jurisprudência 
Equidade - O julgamento 
com base na equidade 
somente será permitido se 
os Estados expressamente 
concordarem. 
O Rol acima especificado não é taxativo, admitindo-se 
ainda como fonte do Direito internacional o denominado 
jus cogens, previsto na Convenção de Viena sobre os 
Tratados (arts. 53 e 64), e representa norma aceita e 
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados 
como um todo, da qual nenhuma derrogação é permitida 
e que só pode ser modificada por norma ulterior de 
Direito Internacional geral da mesma natureza. O jus 
cogens se refere, basicamente, a normas gerais sobre 
direitos humanos, como no caso da Declaração Universal 
dos Direitos Humanos de 1948. 
Hierarquia das fontes: como regra geral, não há 
hierarquia entra as fontes de Direito Internacional, salvo 
no caso do jus cogens, que prevalece sobre as demais 
fontes, conforme previsto no art. 64 da Convenção de 
Viena sobre os Tratados: “Se sobrevier uma nova norma 
imperativa de Direito Internacional geral, qualquer 
tratado existente que estiver em conflito com essa norma 
torna-se nulo e extingue-se”.
2. TRATADOS INTERNACIONAIS
Hierarquia dos Tratados Internacionais: 1) tratados 
internacionais sobre Direitos Humanos aprovados com 
quórum de Emenda Constitucional: força de Norma 
Constitucional; 2) tratados internacionais sobre Direitos 
Humanos aprovados com quórum simples: força 
supralegal (abaixo da Constituição Federal e acima das 
demais leis) e 3) tratados Internacionais que não versam 
sobre Direitos Humanos: força de lei ordinária.
No Brasil, existem basicamente 4 (quatro) fases 
para a conclusão do processo de celebração dos 
Tratados Internacionais:
1ª FASE: 
NEGOCIAÇÃO 
PRELIMINAR E 
ASSINATURA
Fase externa. Os representantes dos 
Estados negociam, adotam e assinam 
o Tratado. Assinado o documento,
é dada ciência ao Presidente da
República, que o analisa e o remete
ao Congresso Nacional. Na fase de
negociação, o Estado pode fazer
reservas.
2ª FASE: 
ATUAÇÃO DO 
CONGRESSO 
NACIONAL
Fase interna. O Congresso 
Nacional pode rejeitar ou aprovar 
o Tratado. A aprovação do Tratado
Internacional exige maioria
simples dos votos em cada Casa
do Congresso. Se for tratado de
Direitos Humanos aprovado em
cada casa em dois turnos, por
3/5 dos votos, será equivalente à
Emenda Constitucional.
3ª FASE: 
RATIFICAÇÃO
Fase externa. A Ratificação é a 
manifestação política definitiva 
do Estado, feita exclusivamente 
pelo Presidente da República 
e indelegável, confirmando a 
assinatura e vinculando o Estado 
perante a sociedade internacional
4ª FASE: 
PROMULGAÇÃO 
E PUBLICAÇÃO
Emite-se um decreto executório, 
pelo Presidente da República. 
A partir dessa fase, o tratado 
torna-se obrigatório dentro do 
território nacional.
3. SUJEITOS DO DIREITO
INTERNACIONAL
Os sujeitos do Direito Internacional são os principais 
destinatários das normas internacionais e, por possuírem 
personalidade jurídica internacional, são titulares de 
direitos e obrigações.
ESTADOS São os sujeitos originários, 
clássicos, com ampla capacidade 
para atuar no âmbito internacional. 
Para ser um Estado, devem estar 
presentes os seguintes elementos: 
1) território, 2) população
permanente, 3) governo soberano
e 4) finalidade (objetivo do bem
comum do povo). 
ORGANIZAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
Seu reconhecimento como 
sujeito de direito internacional 
decorreu da jurisprudência. 
São constituídas por tratados 
e integradas geralmente por 
Estados. Possuem capacidade 
jurídica autônoma, estrutura 
própria, gozam de imunidades, 
tendo como finalidade principal 
tratar de interesses comuns dos 
Estados por meio da cooperação. 
Principais organizações
internacionais são a ONU e a OEA. 
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SANTA SÉ Chefiada pelo Papa, é a 
entidade que comanda a Igreja 
Católica Apostólica Romana. 
Reconhecida sua personalidade 
jurídica com o Tratado de 
Latrão de 1929, posteriormente 
também estendida ao plano 
internacional, inclusive com 
a possibilidade de elaboração 
de Tratados Internacionais, 
conhecidos como concordatas. 
INDIVÍDUOS: Reconhece-se majoritariamente 
à pessoa natural o caráter de 
sujeito internacional, isso porque 
diversas normas internacionais 
se referem aos indivíduos como 
titulares de direitos e obrigações
ONGS Não são consideradas 
majoritariamente como sujeitos 
de Direito Internacional, salvo no 
caso da Cruz Vermelha, que, por 
ser a principal guardiã do Direito 
Internacional Humanitário (Direito 
de Genebra, Direito das Guerras), 
é considerada pela doutrina como 
detentora de pseudopersonalidade 
jurídica internacional.
BELIGERANTES E 
INSURGENTES
Representam um movimentam de 
revolta ou insurreição dentro de um 
Estado. Reconhecer o movimento 
de beligerância é ato unilateral 
e discricionário de cada Estado, 
sendo que, quando o reconhecem 
expressamente, os beligerantes e 
os insurgentes passam a praticar 
atos como sujeitos de direito 
internacional, podendo inclusive 
celebrar tratados, geralmente para 
disciplinar os conflitos. 
4. RELAÇÕES INTERNACIONAIS E
IMUNIDADES
A missão diplomática representa os interesses 
do Estado no exterior, enquanto que a missão consular 
objetiva principalmente defender no exterior os 
interesses das pessoas físicas e jurídicas do Estado que 
envia a missão.
MISSÃO DIPLOMÁTICA MISSÃO CONSULAR
O Estado acreditado 
precisa se manifestar 
se aceita ou não o 
embaixador designado 
para exercer as funções 
em missão diplomática 
situada em seu território, 
o que é denominado de
“agrément”.
O Chefe da repartição 
consular será admitido no 
exercício de suas funções 
por uma autorização do 
Estado receptor denominada 
“exequatur”. 
Em razão da função que exercem, os diplomatas e 
consulares possuem imunidades, conforme abaixo resumido.
DIPLOMATAS CONSULARES
Os diplomatas possuem 
imunidade quase 
absoluta. Todos que 
integram a missão 
diplomática, inclusive 
os familiares, são 
encobertos pela
imunidade diplomática. 
Possuem imunidade 
relativa, muito mais restrita 
que a imunidade dos 
diplomatas. Os familiares 
estão acobertados apenas 
pela imunidade fiscal. 
A imunidade penal 
é ampla, de modo 
que o agente do 
crime não poderá ser 
indiciado, processado 
ou preso no país 
acreditado. Entretanto, 
nada impede que 
posteriormente o agente 
seja responsabilizado 
criminalmente no país 
de origem. 
A imunidade se restringe 
aos atos de ofício 
desempenhados no 
exercício da função. 
Em relação aos crimes 
comuns, os agentes 
consulares poderão ser 
indiciados, processados e 
condenados. 
Imunidade civil muito 
abrangente, com as 
seguintes exceções: ação 
referente à atividade 
profissional ou comercial 
exercida pelo agente 
diplomático fora de suas 
funções oficiais, ação 
sucessória a título privado, 
ação real sobre imóvel 
privado situado no Estado 
acreditado e reconvenção.
A imunidade civilsomente protege os atos 
de ofício desempenhados 
no exercício da função.
Imunidade fiscal: os 
agentes diplomatas são 
isentos de impostos e 
taxas, reais e pessoais, 
com exceção apenas dos 
impostos indiretos e dos 
impostos e taxas dos 
imóveis particulares no 
Estado acreditado. 
Imunidade fiscal: as 
imunidades tributárias 
relacionam-se apenas 
ao exercício do cargo, 
incluindo os familiares. 
Inviolabilidades: os locais 
da missão, mobiliário 
e demais bens, são 
invioláveis. A residência 
particular do agente 
diplomático goza da 
mesma inviolabilidade e 
proteção que os locais da 
missão. 
Inviolabilidades: os 
Locais consulares, 
mobiliário e demais bens, 
são invioláveis. 
Se o Estado Acreditante (que envia o agente) 
renunciar à imunidade do agente diplomático ou consular, 
o agente poderá ser julgado normalmente pelo Estado
Acreditado (que recebe o agente). A renúncia deve ser
feita expressamente pelo Estado, não valendo a renúncia
feita pelo próprio agente.
Em matéria trabalhista, prepondera o entendimento 
de que os Estados estrangeiros não possuem imunidade 
absoluta, de modo que eles poderão ser julgados pela 
Justiça do Trabalho, mas não haverá atos de execução em 
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relação a seus bens, salvo no caso de renúncia expressa 
pela Estado executado, ou no caso de penhora de bens 
que não estejam vinculados diretamente à missão. 
CONVENÇÃO DA APOSTILA DE HAIA: entrou em 
vigor no Brasil em 2016 e objetiva simplificar o 
procedimento de legalização de documentos entre os 
países signatários. Com a referida Convenção, para 
um brasileiro legalizar um documento produzido no 
estrangeiro e ter validade no Brasil, basta ir a um 
cartório, cadastrado e autorizado pelo CNJ, e solicitar 
o apostilamento. O apostilamento, portanto, significa a
legalização de um documento emitido no exterior para 
que tenha validade no Brasil, e vice-versa.
5. CONTROVÉRSIA INTERNACIONAL
Mecanismos de solução de controvérsia:
MEIOS 
DIPLOMÁTICOS
Negociação: Estados solucionam 
diretamente a controvérsia. 
Bons ofícios: há interferência de 
um terceiro, que tenta apaziguar 
o conflito. O terceiro apenas
aproxima as partes, sem propor
a solução para a controvérsia.
Mediação: há intervenção de 
um terceiro, que pode propor a 
solução do conflito.
Conciliação: os Estados solicitam 
que uma comissão internacional 
de conciliação atue para dirimir 
os litígios surgidos. Depende de 
previsão em tratado.
MEIOS 
JURISDICIONAIS
Solução Judiciária: o conflito é 
decidido por um órgão jurisdicional 
estabelecido. A Corte Internacional 
de Justiça em Haia é o mais 
importante tribunal internacional.
Arbitragem: os Estados conflitantes, 
de comum acordo, nomeiam um 
terceiro que irá solucionar o conflito.
MEIOS 
POLÍTICOS
O conflito é solucionado com 
base na atuação de organização 
internacional, principalmente no 
caso da ONU. A Carta da ONU 
permite que a Assembleia Geral 
ou o Conselho de Segurança 
sejam utilizadas como instâncias 
políticas de solução de conflitos 
internacionais. Esse meio, 
entretanto, deve ser reservado 
aos casos mais graves, que 
representem uma verdadeira 
ameaça à paz internacional (art. 
33 da Carta da ONU). 
6. NACIONALIDADE
A nacionalidade primária está diretamente 
relacionada ao nascimento, podendo ser baseada em 
dois critérios: a) critério ius sanguinis (baseado na 
nacionalidade dos pais) e b) critério ius soli (base no 
território do nascimento. 
A nacionalidade secundária ou adquirida, por sua 
vez, é típica dos indivíduos naturalizados, sendo adquirida 
por vontade própria, após o nascimento.
No Brasil, a nacionalidade originária foi tratada 
especificamente no inciso I do art. 12 da CF/88, 
considerando-se brasileiros natos: a) “Os nascidos 
na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço 
de seu país” (critério ius soli); b) “Os nascidos no 
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa 
do Brasil”(critério ius sanguinis) e c) “Os nascidos 
no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira 
(mesmo que o pai ou a mãe não esteja a serviço do país), 
desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente ou venham a residir na República Federativa 
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira” (prevê duas 
hipóteses: ius sanguinis + registro ou ius sanguinis + 
vínculo territorial + “opção).
Já a naturalização é tratada no art. 12, II, da CF/88 
e na recente Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017), 
sendo possível classificá-la em: a) naturalização 
ordinária: concedida quando o requerente cumprir os 
requisitos previstos no art. 65 da Lei n. 13.445/2017: 
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ter 
residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 
4 (quatro) anos; III - comunicar-se em língua portuguesa, 
consideradas as condições do naturalizando; e IV - não 
possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos 
termos da lei, b) naturalização ordinária de prazo 
reduzido (art. 66 da Lei n. 13.445/2017): o prazo 
de residência da naturalização ordinária poderá ser 
reduzido de 4 anos para 1 ano quando o naturalizando 
cumprir qualquer uma das seguintes condições: II ter 
filho brasileiro; III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro 
e não estar dele separado legalmente ou de fato no 
momento de concessão da naturalização; V - haver 
prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; 
ou VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, 
científica ou artística, c) naturalização especial (art. 68 da 
Lei n. 13.445/2017): poderá ser concedida ao estrangeiro 
que se encontre em uma das seguintes situações: I - seja 
cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de 
integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou 
de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou 
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática 
ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 
(dez) anos ininterruptos, d) naturalização provisória 
(art. 70 da Lei n. 13.445/2017): poderá ser concedida 
ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado 
residência em território nacional antes de completar 
10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por 
intermédio de seu representante legal, e) naturalização 
extraordinária (art. 12, II, “b”, da CF/88): concedida aos 
estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal e f) naturalização 
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dos originários de língua portuguesa (art. 12, II, “b”, da 
CF/88): a naturalização de pessoas originárias de países 
de língua portuguesa depende apenas de dois requisitos: 
a) residência ininterrupta no Brasil por mais de 1 ano e
idoneidade moral.
Em relação ao português residente no Brasil, este 
não necessita naturalizar-se para auferir os direitos 
correspondentes à condição de naturalizado, bastando, 
para tanto, que tenha residência permanente no Brasil e 
haja reciprocidade de tratamento. Trata-se da hipótese 
que a doutrina chama de “quase nacionalidade”, já que os 
portugueses não precisam ter a naturalização brasileira para 
exercerem os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
Tratamento jurídico diferenciado entre brasileiro 
nato e naturalizado: 
ACESSO A CARGOS 
PÚBLICOS
De acordo com o § 3º do art. 
12 da CF/88, são privativos 
de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-
Presidente da República; II - 
de Presidente da Câmara dos 
Deputados; III - de Presidente 
do Senado Federal; IV - de 
Ministro doSupremo Tribunal 
Federal; V - da carreira 
diplomática; VI - de oficial 
das Forças Armadas. VII - de 
Ministro de Estado da Defesa.
PROPRIEDADE 
DE EMPRESA 
JORNALÍSTICA
De acordo com o art. 222 
da CF/88, a propriedade de 
empresa jornalística e de 
radiodifusão sonora e de 
sons e imagens é privativa 
de brasileiros natos ou 
naturalizados há mais de 
dez anos, ou de pessoas 
jurídicas constituídas sob as 
leis brasileiras e que tenham 
sede no País. Além disso, em 
qualquer caso, pelo menos 
setenta por cento do capital 
total e do capital votante das 
empresas jornalísticas e de 
radiodifusão sonora e de sons 
e imagens deverá pertencer, 
direta ou indiretamente, 
a brasileiros natos ou 
naturalizados há mais de 
dez anos, que exercerão 
obrigatoriamente a gestão das 
atividades e estabelecerão o 
conteúdo da programação
EXTRADIÇÃO
Brasileiro nato nunca será 
extraditado. Já o Brasileiro 
naturalizado será extraditado 
em duas hipóteses: 1) em caso 
de crime comum, praticado 
antes da naturalização e 
2) depois da naturalização,
em caso de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei.
7. CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE
A Lei de Migração (Lei n. 13. 445/2017) revogou o 
Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80). O conceito de 
migrante abrange os seguintes conceitos: imigrante, 
pessoa que se desloca temporariamente ou definitivamente 
de outro país para o Brasil, emigrante, brasileiro sai 
do Brasil para ficar temporariamente ou definidamente 
em outro país, e o apátrida, que é aquele que não tem 
nenhuma nacionalidade reconhecida por outro Estado. De 
acordo com a nova lei, assegura-se aos migrantes condição 
de igualdade em relação ao nacional, conferindo-lhes os 
direitos fundamentais previstos na Constituição. 
Principais princípios da Lei de Migração: a) não 
criminalização da migração; b) promoção de entrada 
regular e de regularização documental: Deve-se priorizar 
a regularização do migrante.; c) acolhida humanitária e 
d) garantia do direito à reunião familiar: é garantido aos
familiares do imigrante se reunirem no território brasileiro.
Tipos de visto: 
VISTO DE 
VISITA
Estada de curta duração, sem 
intenção de estabelecer residência, 
nos seguintes casos: I - turismo; II - 
negócios; III - trânsito; IV - atividades 
artísticas ou desportivas; e V - outras 
hipóteses definidas em regulamento.
O visto de visita não será exigido 
em caso de escala ou conexão em 
território nacional. É vedado ao 
beneficiário de visto de visita exercer 
atividade remunerada no Brasil 
VISTO 
TEMPORÁRIO
Concedido ao imigrante que 
venha ao Brasil com o intuito de 
estabelecer residência por tempo 
determinado, tendo uma das 
seguintes finalidades: a)pesquisa, 
ensino ou extensão acadêmica; 
b) tratamento de saúde; c)
acolhida humanitária; d) estudo; 
e) trabalho; f) férias-trabalho; g)
prática de atividade religiosa ou
serviço voluntário; h) realização
de investimento ou de atividade
com relevância econômica, social,
científica, tecnológica ou cultural;
i) reunião familiar; j) atividades
artísticas ou desportivas com
contrato por prazo determinado;
VISTO 
DIPLOMÁTICO 
Concedido a autoridades e 
funcionários estrangeiros que 
exerçam função diplomática e 
viajem ao Brasil em missão oficial, 
representando Estado Estrangeiro 
ou Organismo Internacional 
reconhecidos pelo Brasil.
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VISTO OFICIAL 
Concedido a funcionários 
administrativos estrangeiros que 
viajem ao Brasil em missão oficial, 
de caráter transitório ou permanente, 
representando Governo estrangeiro 
ou Organismo Internacional 
reconhecidos pelo Governo brasileiro; 
ou aos estrangeiros que viajem ao 
Brasil sob chancela oficial de seus 
Estados.
VISTO DE 
CORTESIA 
Poderá ser concedido: I - às 
personalidades e às autoridades 
estrangeiras em viagem não oficial 
ao País; II - aos companheiros, 
aos dependentes e aos familiares 
em linha direta que não sejam 
beneficiários do visto diplomático 
e oficial; III - aos empregados 
particulares de beneficiário de 
visto diplomático, oficial ou de 
cortesia; IV - aos trabalhadores 
domésticos de missão estrangeira 
sediada no País; V - aos artistas 
e aos desportistas estrangeiros 
que venham ao País para 
evento gratuito, de caráter 
eminentemente cultural, sem 
percepção de honorários no 
território brasileiro, sob requisição 
formal de missão diplomática 
estrangeira ou de organização 
internacional de que o País seja 
parte; VI - excepcionalmente, a 
critério do Ministério das Relações 
Exteriores, a outras pessoas não 
elencadas nas demais hipóteses 
previstas neste artigo.
Os vistos de visita e temporário podem ser concedidos 
por embaixadas, consulados gerais, consulados, vice-
consulados e, quando habilitados pelo órgão competente 
do Poder Executivo (Ministério das Relações Exteriores), 
por escritórios comerciais e de representação do Brasil 
no exterior. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia 
serão concedidos, prorrogados ou dispensados em ato do 
Ministro de Estado das Relações Exteriores.
Medidas de Retirada Compulsória: 
Repatriação: consiste em medida administrativa de 
devolução de pessoa impedida de entrar no país (art. 49 
da Lei n. 13.445/2017).
Deportação: a deportação é medida decorrente de 
procedimento administrativo que consiste na retirada 
compulsória de pessoa que se encontre em situação 
migratória irregular em território nacional (art. 50 da Lei 
n. 13.445/2017). A saída voluntária de pessoa notificada
para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação
de deportação para todos os fins (§ 5º do art. 50).
Expulsão: consiste em medida administrativa de 
retirada compulsória de migrante ou visitante do território 
nacional, conjugada com o impedimento de reingresso 
por prazo determinado. Poderá dar causa à expulsão a 
condenação com sentença transitada em julgado relativa 
à prática de: I - crime de genocídio, crime contra a 
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos 
termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal 
Internacional e II - crime comum doloso passível de pena 
privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as 
possibilidades de ressocialização em território nacional.
Não se procederá à repatriação, à deportação ou 
à expulsão coletivas, consideradas aquelas que não 
individualizam a situação migratória irregular de cada 
pessoa (art. 61), nem quando subsistirem razões para 
acreditar que a medida poderá colocar em risco a vida ou 
a integridade pessoal (art. 62).
Medidas de Cooperação: a principal medida de 
cooperação internacional é a extradição, considerada o 
por meio do qual um Estado solicita e obtém de outro 
a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita pela 
prática de crime. 
Muito importante destacar que a Constituição 
Federal de 1988 estabelece que: a) brasileiro nato nunca 
será extraditado (art. 5, LI, da CF/88); b) o brasileiro 
naturalizado será extraditado em duas hipóteses: 1) em 
caso de crime comum, praticado antes da naturalização 
e 2) depois da naturalização, em caso de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, na forma da lei (art. 5, LI, da CF/88); c) não será 
concedida extradição de estrangeiro por crime político ou 
de opinião (art. 5, LII, da CF/88).
Asilo e Refúgio: o art. 27 da Lei de Migração estabelece 
que o asilo político, que constitui ato discricionário do 
Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será 
outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
ASILO TERRITORIAL ASILO DIPLOMÁTICO
Quando o requerente está 
em território estrangeiro e 
solicita asilo a esse Estado. 
Quando o requerente está 
em determinado Estado e 
solicita asilo em embaixada 
de outro país. 
O art. 28, por sua vez, dispõe que não se concederá 
asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime 
contra ahumanidade, crime de guerra ou crime de 
agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal 
Penal Internacional. Apesar de o asilo político e o refúgio 
terem genericamente a finalidade de abrigar, legalmente, 
estrangeiro em situação de perseguição em seu país 
de origem, os institutos podem ser diferenciados pelos 
seguintes aspectos:
ASILO REFÚGIO
Previsão Constitucional 
(art. 4º, X) e na Declaração 
Universal dos Direitos 
Humanos. 
Não possui previsão expressa 
na CF/88. Tratado na Lei 
n. 9.474/97 (Estatuto dos 
refugiados).
Medida concedida de forma 
individualizada, em razão de 
perseguição devidamente 
comprovada decorrente da 
prática de crime político. 
O refúgio deve ser concedido 
para um número maior de 
pessoas, já que a perseguição 
tem natureza generalizada. 
O fundado temor de 
perseguição é suficiente para 
a concessão do refúgio. 
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O Asilo possui natureza 
política (perseguição em 
razão de crime político ou 
de opinião) 
Natureza humanitária, 
como no caso de temor de 
perseguição por motivos 
raciais, de grupos sociais, 
religiosos, etc. 
Ato unilateral de natureza 
constitutiva. 
Ato unilateral de natureza 
declaratória. 
É importante destacar ainda que a lei n. 9.474/97 
(Estatuto dos Refugiados) traz alguns pontos importantes, 
que devem ser estudados para a prova da OAB/FGV: 
• O ingresso irregular no território nacional não 
constitui impedimento para o estrangeiro solicitar 
refúgio às autoridades competentes.
• Os efeitos da condição dos refugiados serão 
extensivos ao cônjuge, aos ascendentes e 
descendentes, assim como aos demais membros 
do grupo familiar que do refugiado dependerem 
economicamente, desde que se encontrem em 
território nacional (art. 2º da Lei nº 9.474/97).
• Compete ao Comitê Nacional para os 
Refugiados (CONARE) analisar o pedido e declarar 
o reconhecimento, em primeira instância, da 
condição de refugiado, conforme art. 12, inciso I, 
da Lei nº 9.474/1997 (Estatuto dos Refugiados).
• O refugiado terá direito, nos termos da 
Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 
1951, a cédula de identidade comprobatória de sua 
condição jurídica, carteira de trabalho e documento 
de viagem, conforme art. 6º da Lei nº 9.474/97.
• O refugiado depende de autorização do Governo 
para deixar o país, sob pena de perder a condição 
de refugiado (art. 39, IV, da Lei nº 9.474/97).
• O refugiado gozará de direitos e estará sujeito 
aos deveres dos estrangeiros no Brasil, conforme 
art. 5º da Lei nº 9.474/97.
• O refugiado poderá exercer atividade 
remunerada no Brasil, ainda que pendente o 
processo de refúgio.
8. DOMÍNIO INTERNACIONAL 
Considera-se domínio internacional as áreas que não 
pertencem a nenhum Estado soberano, como as águas 
internacionais e o espaço sideral, ou as áreas que, apesar 
de serem de determinado Estado, possuem relevância 
internacional reconhecida. 
DIREITO DO 
MAR
MAR TERRITORIAL: faixa de 12 milhas 
marinhas a partir da linha da base do 
território, onde o Estado continuará 
exercendo a sua soberania, incluindo o 
subsolo e o espaço aéreo. A soberania do 
Estado fica limitada apenas à passagem 
inocente de embarcações estrangeiras.
ZONA CONTÍGUA: representa a área 
seguinte (contígua) ao mar territorial 
com extensão de 12 milhas marítimas, 
podendo o Estado exercer o direito de 
fiscalização, para garantir a soberania 
do mar territorial, inclusive com a 
prisão de imigrantes ilegais (de forma 
clandestina) no seu território, ou, ainda, 
para evitar que seres humanos sejam 
transportados de forma degradante, 
como nos casos de tráfico de pessoas.
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: é a 
zona localizada desde o mar territorial 
até 200 milhas marinhas, ou seja, 
representa a faixa de 188 milhas 
marinhas após o mar territorial. 
Trata-se de área em que o Estado 
costeiro possui o direito de exploração 
exclusiva de recursos vivos e não vivos 
(como plataformas de petróleo)
PLATAFORMA CONTINENTAL: refere-se 
ao leito e ao subsolo da área submarina 
junto à costa, que se estende desde a 
linha da base do mar territorial até o limite 
continental natural ou até 200 milhas 
marinhas. Na plataforma continental, 
o Brasil, no exercício de sua jurisdição, 
tem o direito exclusivo de regulamentar 
a investigação científica marinha, a 
proteção e preservação do meio marinho, 
bem como a construção, operação e o 
uso de todos os tipos de ilhas artificiais, 
instalações e estruturas.
ALTO MAR: representa as áreas 
marítimas não incluídas na zona 
econômica exclusiva, no mar territorial ou 
nas águas interiores de um Estado, nem 
nas águas arquipelágicas de um Estado 
arquipélago. O alto mar está aberto a 
todos os Estados 
ESPAÇO 
AÉREO
Projeção no ar do território e do mar 
territorial de determinado Estado, sendo 
regulado pela Convenção de Mondego 
Bay e também pela Convenção de 
Chicago de 1944. Não se permite o direito 
de passagem inocente, de modo que as 
aeronaves estrangeiras precisam de 
autorização para atravessarem o espaço 
aéreo de outro Estado.
ESPAÇO 
SIDERAL
Local onde se acaba a atmosfera, 
formando-se o vazio sideral, por onde 
passam os voos espaciais e as órbitas 
da Terra e dos demais corpos celestes. 
É considerado patrimônio comum da 
humanidade, sendo de livre acesso a 
todos os Estados para fins pacíficos, 
vedando-se a apropriação ou anexação 
por qualquer país.
Licensed to Rosivânia de Oliveira Santos - rosy24.oliveira.santos@hotmail.com
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9. DIREITO COMUNITÁRIO
No período após a segunda guerra mundial intensificam-
se as relações entre alguns países, estabelecendo-se 
verdadeiros blocos regionais de interação. Essa relação de 
interação dos Estados que é objeto do direito comunitário: 
1º) ZONA DE LIVRE COMÉRCIO (extintos os direitos 
alfandegários), 2º) UNIÃO ADUANEIRA: (TEC: Tarifa Externa 
Comum), 3º) MERCADO COMUM (Livre circulação de todos os 
fatores de produção: capital, bens, trabalhadores, serviços e 
livre concorrência), 4º) UNIÃO ECONÔMICA e MONETÁRIA: 
unificação das políticas econômica e monetária, como no 
caso da União Europeia, em que o Euro é a moeda única e 
5º) UNIÃO POLÍTICA ( governo único para o bloco regional). 
Os principais blocos econômicos para a prova da 
OAB/FGV são o MERCOSUL e a União Europeia. 
MERCOSUL: é considerado um bloco de integração 
mais branda, podendo atualmente ser classificado como 
integrante da segunda fase de integração acima citada, ou 
seja, na fase de união aduaneira. Na verdade, o MERCOSUL 
é considerado uma união aduaneira incompleta ou 
imperfeita, porque cada Estado pode elaborar uma lista 
de exceções à tarifa externa comum (listas de produtos 
para os quais, excepcionalmente, não incide a TEC), para 
atender grandes necessidades do mercado interno.
Os principais instrumentos jurídicos firmados no 
âmbito do Mercosul: 
a) Tratado de Assunção: instituiu formalmente
o MERCOSUL,
b) Protocolo de Ouro Preto: dispõe sobre a estrutura
institucional do MERCOSUL e lhe confere personalidade 
jurídica internacional, 
c) Protocolo de Olivos: aprimora os mecanismos de
solução de controvérsias, criando o Tribunal Permanente 
de Revisão. As partes passaram a ter ainda o direito 
de recorrer diretamente a um Juízo Arbitral, composto 
de três Árbitros, ou de cinco, se o conflito envolver 
mais de dois países. As principais funções do Tribunal 
Permanente de Revisão são: a) opiniões consultivas, que 
poderão ser solicitadas pelos Estados-Parte em conjunto, 
pelos órgãos com capacidade decisórias do MERCOSUL, 
pelos Tribunais Superiores dos Estados-Parte e pelo 
Parlamento do MERCOSUL; b) revisão de laudos dos 
Juízos Arbitrais, mediante requerimento de qualquer dos 
interessados;c) atuação em única Instância, em caso de 
controvérsia; d) qualquer caso em que os Estados-Parte 
ativem os procedimentos estabelecidos para as medidas 
excepcionais de urgência, 
d) Protocolo de Ushuaia: reafirma os princípios e
objetivos do Tratado de Assunção e seus Protocolos 
e reitera que a plena vigência das instituições 
democráticas é condição indispensável para a existência 
e o desenvolvimento do MERCOSUL, 
e) Protocolo de Las Leñas: institui a Cooperação e
Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, 
Trabalhista e Administrativa. 
UNIÃO EUROPEIA (UE): representa um bloco regional de 
28 Estados-membros independentes situados principalmente na 
Europa. Trata-se de bloco extremamente avançado, atualmente 
na quarta fase de integração (União Econômica e Monetária). 
Principais órgãos da União Europeia: 
Parlamento Europeu: instituição supranacional de 
natureza política (um autêntico parlamento), que exerce 
função legislativa e orçamentária, juntamente com o 
Conselho. Os representantes do Parlamento são eleitos 
diretamente pelos cidadãos dos países que a compõem
Conselho Europeu: órgão supremo da União 
Europeia. Constituído pelos chefes de governo ou chefes 
de Estado dos Estados-membros;
Conselho: principal órgão legislativo e executivo da UE. 
Comissão Europeia: promove os interesses gerais da 
União Europeia, velando pelos tratados comunitários.
Tribunal de Justiça da União Europeia: exerce competência 
jurisdicional em relação ao Direito Comunitário (Direito da 
UE). Trata-se de órgão supranacional, com competência 
ampla, encarregado pelo sistema comunitário de solução 
de controvérsias. Interessante destacar ainda o instituto do 
reenvio prejudicial, segundo o qual quando surge uma dúvida 
sobre Direito Comunitário durante um processo que tramita 
no Poder Judiciário interno de um dos países membros, pode-
se instaurar um incidente processual para que o TJUE se 
manifeste. Suas decisões são definitivas e inapeláveis.
Banco Central Europeu: órgão supranacional, com 
personalidade jurídica própria, que executa as políticas monetária 
e econômica da União Europeia, emitindo a moeda comum (euro). 
Tribunal de Contas da União Europeia: desempenha o 
controle sobre a gestão financeira e orçamentária do bloco.
10. DIREITO ECONÔMICO INTERNACIONAL
A Conferência de Bretton Woods (1944) é considerada um 
marco na história do Direito Econômico Internacional porque 
estabeleceu as bases do sistema econômico e financeiro 
internacional, por meio da criação do Banco Mundial – BIRD, 
do Fundo Monetário Internacional FMI e do Acordo Geral 
de Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT, posteriormente 
substituída pela Organização Mundial do Comércio.
OMC
Possui sede em Genebra é o órgão 
internacional responsável por definir 
as regras para o comércio multilateral 
entre os Estados, além de solucionar as 
controvérsias entre as nações participantes.
FMI
É uma organização internacional 
criada com o objetivo de promover a 
cooperação econômica internacional, 
favorecendo o comércio, o emprego e 
a estabilidade cambial dos países no 
período pós-Segunda Guerra Mundial.
BANCO 
MUNDIAL
O Banco Mundial possui sede em 
Washington foi criado com o objetivo 
de financiar a reconstrução dos 
países devastados pela Segunda 
Guerra Mundial. Atualmente o Banco 
Mundial ainda é uma referência 
no financiamento dos países em 
desenvolvimentos, sendo seus 
principais objetivos erradicar a 
pobreza extrema e construir uma 
prosperidade compartilhada.
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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
1. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO
O direito internacional privado trabalha 
essencialmente com conflitos de leis no espaço e seu 
objetivo principal é apontar qual o ordenamento jurídico 
(nacional ou estrangeiro) que resolverá a questão.
MATÉRIA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Capacidade 
Personalidade 
Direito de 
Família
Lei do local do domicílio do titular 
do direito – art. 7º, caput, da LINDB.
Casamento
De acordo com o § 1º do art. 7º da 
LINDB, com relação às formalidades 
do casamento, serão aplicadas 
as normas do Estado onde for 
realizada a celebração. 
O § 2º do art. 7º da LINDB, por 
sua vez, permite que o casamento 
de estrangeiros seja celebrado 
perante autoridades diplomáticas 
ou consulares do país de ambos os 
nubentes, hipótese em que, quanto 
aos impedimentos e formalidades, o 
casamento será regido pela lei do país 
do consulado ou da embaixada, sendo 
irrelevante o domicílio dos noivos.
Já no que se refere à capacidade 
para o casamento, deve-se utilizar 
o critério “domicílio dos nubentes”,
ou seja, o local onde os noivos
estabelecem residência com ânimo
definitivo é que determinará se
estes são capazes para contrair o
matrimonio (art. 7, caput, da LINDB).
Da mesma forma, em relação ao 
regime de bens a ser aplicado, 
também incidirá a lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, 
e, se este for diverso, a do primeiro 
domicílio conjugal (§ 4º do art. 7 º 
da LINDB). 
Obrigação, 
Contratos, 
Negócios 
Jurídicos, 
Testamento
Lei do local da celebração do ato 
(art. 9, caput, LINDB)
Sucessão
Lei do domicílio do “de cujus” – art. 
10, LINDB
Exceção: a sucessão será 
obrigatoriamente regida pela 
lei brasileira quando verificar 3 
requisitos cumulativos: filho ou 
cônjuge brasileiro + bens situados no 
Brasil + lei brasileira mais favorável 
aos herdeiros (filho ou cônjuge)
Bens
Bens imóveis: onde o bem se 
encontra - art. 8º, caput, LINDB; 
Bens móveis: lei do domicílio do 
proprietário – art. 8º, § 2, LINDB 
Contratos de 
Trabalho
Norma mais favorável ao 
trabalhador (art. 3º, II, da Lei nº 
7.064/82).
2. PROCESSO CIVIL INTERNACIONAL 
Competência Internacional: 
COMPETÊNCIA 
INTERNACIONAL 
CONCORRENTE (AÇÃO 
PODE SER PROPOSTA 
NO BRASIL OU NO 
ESTRANGEIRO) 
COMPETÊNCIA 
EXCLUSIVA DA 
AUTORIDADE 
BRASILEIRA (AÇÃO 
PODE SER PROPOSTA 
APENAS NO BRASIL). 
As ações em que: I - o 
réu, qualquer que seja a 
sua nacionalidade, estiver 
domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser 
cumprida a obrigação; III 
- o fundamento seja fato
ocorrido ou ato praticado
no Brasil (art. 21 do 
CPC/2015)
Ações de alimentos, 
quando: a) o credor tiver 
domicílio ou residência no 
Brasil; b) o réu mantiver 
vínculos no Brasil, tais 
como posse ou propriedade 
de bens, recebimento de 
renda ou obtenção de 
benefícios econômicos (art. 
22, I, do CPC/2015);
Ações decorrentes de 
relações de consumo, 
quando o consumidor tiver 
domicílio ou residência 
no Brasil (art. 22, II, do 
CPC/2015);
Ações em que as partes, 
expressa ou tacitamente, 
se submeterem à jurisdição 
nacional (art. 22, III, do 
CPC/2015). 
Compete à autoridade 
judiciária brasileira, 
com exclusão de 
qualquer outra (art. 24 
do CPC/2015):
I - conhecer de ações 
relativas a imóveis 
situados no Brasil;
II - em matéria de 
sucessão hereditária, 
proceder à confirmação 
de testamento
particular e ao 
inventário e à partilha 
de bens situados 
no Brasil, ainda que 
o autor da herança
seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha
domicílio fora do
território nacional;
III - em divórcio, 
separação judicial ou 
dissolução de união 
estável, proceder 
à partilha de bens 
situados no Brasil, 
ainda que o titular 
seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha 
domicílio fora do 
território nacional 
HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA: 
A decisão judicial estrangeira para ser cumprida no 
Brasil, como regra geral, depende de prévia homologação 
no Superior Tribunal de Justiça, observados os seguintes 
requisitos: a) prova do trânsito em julgado da decisão 
(Súmula 420, STF): não se homologa sentença proferida no 
estrangeiro sem prova do trânsito em julgado, b) filtragem 
constitucional: apenas podem ser cumpridas as sentenças 
estrangeiras compatíveis com o nosso ordenamento 
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jurídico e c) Observância do art. 963 do NCPC. 
Como exceção à regra geral, o § 5º do art. 961 e o 
art. 962 do CPC/2015 estabelecem, respectivamente, 
que a sentença estrangeira de divórcio consensual e a 
decisão estrangeira concessiva de medida de urgência 
podem ser executadas no Brasil, independentemente da 
homologação pelo STJ. 
A sentença arbitral estrangeira para produzir efeitos 
no Brasil também necessita de homologação do Superior 
Tribunal de Justiça e será reconhecida ou executada no 
Brasil com base nos tratados internacionais com eficácia 
no ordenamento interno e, na sua ausência, com base na 
lei de arbitragem (Lei n. 9.307/96). 
As cartas rogatórias para serem cumpridas no Brasil 
também necessitam, como regra geral, da homologação 
pelo STJ. Após observados os requisitos para a 
homologação, o STJ dará o “exequatur”, isto é, a ordem 
para que a carta rogatória seja cumprida. Cabe à Justiça 
Federal o cumprimento da carta rogatória, conforme art. 
109, X, da CF/88. 
3. ARBITRAGEM
A arbitragem é convencionada por meio do 
convenção de arbitragem, que pode ser feita por cláusula 
compromissória (as partes comprometem-se a submeter 
à arbitragem em um contrato) ou por compromisso 
arbitral (as partes convencionam se valer da arbitragem 
para solucionar um litígio que já existe, ainda que não 
haja cláusula compromissória pré-existente).
Havendo a previsão da arbitragem para solucionar 
determinado conflito decorrente de contrato internacional, 
não poderá nenhuma das partes envolvidas levar a 
questão ao Poder judiciário brasileiro, uma vez que 
a existência de convenção de arbitragem é motivo 
de extinção do processo sem julgamento de mérito, 
conforme art. 485, VII, do CPC/2015 
A sentença arbitral estrangeira para produzir efeitos 
no Brasil também necessita de homologação do Superior 
Tribunal de Justiça e será reconhecida ou executada no 
Brasil com base nos tratados internacionais com eficácia 
no ordenamento interno e, na sua ausência, com base na 
lei de arbitragem (Lei n. 9.307/96).

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