literatura brasileita II

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QUESTÃO 1
O poema "Eu sou Trezentos", de Mário de Andrade, remete às multifaces do autor, que era poeta, ficcionista, ensaísta etc. como podemos ver a seguir:
Eu Sou Trezentos...
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as melhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
ANDRADE, M. Poesias Completas. São Paulo: Martins Editora, 1955. p. 221.
a )
 O poema traduz a personalidade fragmentada do homem contemporâneo brasileiro em uma cultura com pouca diversidade.
b )
 O poema caracteriza a necessidade do homem contemporâneo de se diferenciar, mesmo inserido em uma cultura homogênea.
 
c )
 O poema representa a diversidade da cultura brasileira e também pode simbolizar a personalidade fragmentada do homem contemporâneo.
d )
 O poema apresenta a pouca diversidade na cultura brasileira.
e )
 O poema, além de simbolizar a diversidade cultural, salienta a personalidade simples do homem contemporâneo.
QUESTÃO 2
Considerando a segunda fase do Modernismo, é correto afirmar que:
I. Constituem-se como vertentes fundamentais o romance social nordestino e o romance intimista.
II. Dentre alguns dos escritores dessa fase estão: José Lins do Rego e Graciliano Ramos, os quais primam por uma literatura calcada na ação exterior, sem a preocupação de revelar o íntimo de seus personagens.
III. O romance de caráter social surge então sob uma configuração retórica e determinista.
IV. Há uma aproximação com a fala e cultura do povo rural brasileiro, ocorrendo nessa segunda fase um maior amadurecimento estético e social.
V. A vertente intimista vem a explorar aspectos psicológicos de seus personagens, sendo Cornélio Pena um dos seus principais representantes.
 
a )
 I, IV e V.
b )
 II, IV e V.
c )
 I, II e IV.
d )
 III, IV e V.
e )
 I, II e V.
QUESTÃO 3
Contrariando o Futurismo, que defendia o mundo tecnológico, o Expressionismo se opõe à velocidade e às tragédias causadas pelo mundo moderno, se destacando também por ser um movimento de cunho social, uma vez que, para um expressionista,
a )
 a realidade desumana só é vista a partir do ponto de vista do mundo tecnológico.
b )
 a velocidade faz com que a arte seja definida apenas pela diferenciação entre o belo e o feio.
 
c )
 a realidade e as tragédias da vida fazem com que a arte expresse o íntimo do artista.
d )
 o sentido trágico da vida faz com que a arte apenas seja considerada feia.
e )
 a tecnologia é a grande causadora da realidade desumana em que todos se encontram.
QUESTÃO 4
São características presentes na composição do livro Macunaíma, de Mário de Andrade:
I. Tom irreverente.
II. Colagem e paródias de lendas.
III. Discurso não linear.
IV. Recorte de textos românticos.
V. Discurso linear.
É correto o que se afirma em:
a )
 II, IV e V.
b )
 I, III e V.
 
c )
 I, II e III.
d )
 III, IV e V.
e )
 II, IV e V.
QUESTÃO 5
O ensaísta Paulo Prado foi uma figura importante para o Modernismo no Brasil, tanto pela publicação de suas obras quanto para a própria realização da Semana de Arte Moderna de 1922. A atuação intelectual do autor é definida em dois eixos, que consistem em:
a )
 eixo sociológico e eixo intimista.
b )
 eixo cientificista e eixo romântico.
c )
 eixo surrealista e eixo intimista.
 
d )
 eixo sociológico e eixo vanguardista.
e )
 eixo romântico e eixo vanguardista.
QUESTÃO 6
"De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de difícil, peixe vivo no moquém: quem mói no asp'ro não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei nesse gosto de especular idéia. O diabo existe e não existe. Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 26.
Os vocábulos destacados no excerto anterior representam um elemento característico da obra de Guimarães Rosa. Qual é esse elemento?
a )
 Arcaísmos
b )
 Expressões locais
c )
 Neologismos
d )
 Estrangeirismos
 
e )
 Regionalismos
QUESTÃO 7
Quando a linguagem se torna relevante e autorreferente no próprio texto, podemos perceber a função metalinguística. Na obra de Guimarães Rosa é possível evidenciar o uso da metalinguagem quando
a )
 a linguagem descreve a importância da escrita em uma obra de caráter ensaístico.
b )
 a fala dos personagens se transforma na escrita para que a norma padrão seja respeitada.
c )
 a escrita transforma a linguagem em uma espécie de personagem dos romances por ele escritos.
 
d )
 a linguagem fala da própria linguagem, há a consciência do fazer literário, destacando como o texto diz o que diz.
e )
 a linguagem fala da própria linguagem, indagando sua importância para o texto, de forma autorreflexiva e autorreferencial.
QUESTÃO 8
[...]
II.
Entre a paisagem
o rio fluía
como uma espada de líquido espesso.
Como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagem de anfíbios
de lama e lama.
Como o rio
aqueles homens
são como cães sem plumas
(um cão sem plumas
é mais
que um cão saqueado;
é mais
que um cão assassinado.
Um cão sem plumas
é quando uma árvore sem voz.
É quando de um pássaro
suas raízes no ar.
É quando a alguma coisa
roem tão fundo
até o que não tem).
[...]
MELO NETO, J. C. Cão sem plumas. In: ___________. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 103.
O excerto acima compõe o texto Cão sem plumas, de João Cabral de Melo de Neto, o qual tem o Rio Capibaribe como "personagem".
Com base na leitura do poema e nas características do poeta, assinale a alternativa que melhor caracteriza a obra do autor.
a )
 Os versos destacam o uso formal da gramática e a paisagem descrita de maneira exuberante.
b )
 A obra, datada de 1950, é composta a partir da conexão de discurso poético em versos brancos e livres com o espaço referencial.
c )
 O trecho ressalta a paisagem nordestina, espaço único explorado pelo poeta ao longo de sua obra.
 
d )
 Cão sem plumas apresenta a relação entre discurso poético e espaço referencial.
e )
 O Rio Capibaribe é o espaço referencial da obra, enquanto a estrutura da obra assume a assimetria dos versos e disposição espacial semelhante ao concretismo.
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