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e-Book 4
Jefferson Rosado
SINTAXE DA LÍNGUA 
PORTUGUESA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA ����������������������� 5
Concordância nominal ���������������������������������������������������������� 5
Concordância verbal ������������������������������������������������������������� 9
Sintaxe de regência ������������������������������������������������������������� 12
Pronomes objetos ��������������������������������������������������������������� 16
Sintaxe de colocação pronominal ������������������������������������� 18
ESTUDO DE CASO ����������������������������������������23
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������33
3
INTRODUÇÃO
O trajeto já percorrido deu-nos a oportunidade de 
conhecer as estruturas básicas das construções 
sintáticas, tanto no que se refere ao Período Sim-
ples, com o estudo das estruturas formadoras 
das orações, quanto no que se refere ao Período 
Composto, com as relações entre as orações 
dentro dos períodos�
Além das estruturas sintagmáticas e frasais, a 
Sintaxe também se interessa pelas relações entre 
palavras dentro da oração, relações que se esta-
belecem em três níveis:
 y De concordância entre substantivos, determi-
nantes e qualificadores (concordância nominal) ou 
entre sujeito e verbo (concordância verbal).
 y Das relações entre palavras que pedem comple-
mentos preposicionados ou não, entre substantivo 
e complemento nominal (regência nominal) ou 
entre verbo e objeto (regência verbal).
 y Da colocação dos pronomes oblíquos átonos 
em relação ao verbo (colocação pronominal).
Neste módulo, nosso objetivo é explicar cada uma 
dessas três possibilidades de relações sintáticas, 
bem como informar as normas básicas mais impor-
tantes solicitadas pela Norma Padrão� Com isso, 
pode-se utilizar dessas informações no momento 
4
de produzir textos em conformidade com a Norma 
Padrão em ambiente acadêmico e coorporativo�
Em seguida, o foco será explicar maneiras de como 
aplicar os princípios de concordância, regência e 
colocação pronominal para utilização no dia a dia, 
nos níveis da oralidade e da informalidade, seguindo 
os usos do português brasileiro, que muitas vezes 
está em desacordo com regras estabelecidas pela 
influência do português lusitano, previstas nas 
gramáticas tradicionais, o que faz sentido para os 
portugueses, mas não para os brasileiros�
Por fim, trataremos de alguns estudos de caso, os 
quais trarão luz e ajudarão a aproveitar, de modo 
mais eficiente, as possibilidades dadas pela Sintaxe, 
para uma utilização mais abrangente e eficaz do 
nosso idioma�
55
SINTAXE DE 
CONCORDÂNCIA
Segundo as gramáticas de viés mais tradicional, 
há dois tipos de concordância possíveis:
 y Concordância nominal: realizada entre o 
substantivo, parte central e mais importante, e os 
elementos que o determinam, como os artigos, 
numerais, pronomes e qualificativos (adjetivos e 
locuções adjetivas).
 y Concordância verbal: feita com o verbo em 
relação ao seu sujeito na oração, que é o elemento 
nuclear�
A seguir, trataremos de cada uma delas em detalhes�
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal trabalha o aspecto lógico 
de que deve existir uma harmonia entre os ele-
mentos determinantes e qualificativos em relação 
ao substantivo na oração� Tais elementos devem 
concordar sempre com o substantivo em gênero 
(masculino e feminino) e em número (singular e 
plural).
O substantivo determina como esses elementos 
orbitais estarão flexionados. Se o substantivo for 
masculino e singular, os elementos que o circundam 
devem também estar no masculino e no singular, 
66
e assim por diante� Por exemplo: Aquele menino 
baixinho deve ter uns dois anos, e a sua mãe é 
essa senhora que está ali�
Perceba que aquele e baixinho concordam com 
o substantivo menino, que uns e dois concordam 
com o substantivo anos, que sua concorda com 
o substantivo mãe e que essa concorda com o 
substantivo senhora�
Isso tudo pode até parecer bem óbvio, pois é in-
tuitivo� A Concordância Nominal é bem lógica e 
intuitiva� Raramente uma pessoa se engana para 
fazê-la� No entanto, há alguns casos em que essa 
lógica fica um pouco difícil de ser definida. Sendo 
assim, é necessário verificar como a Norma Padrão 
resolve determinados casos específicos de dificul-
dade em se estabelecer a Concordância Nominal:
 y Adjetivo posposto referente a mais de um 
substantivo de número e gênero diferentes: quando 
o adjetivo vem depois de substantivos de gênero 
e número diferentes, há duas possibilidades de 
concordância: (i) ir para o masculino plural (pre-
fere-se esta possibilidade); (ii) concordar com o 
substantivo mais próximo a ele� Por exemplo: “Ti-
nha os pés e as mãos sujos de lama” (masculino 
plural) ou “Tinha os pés e as mãos sujas de lama” 
(substantivo mais próximo).
 y Adjetivo anteposto referente a mais de um 
substantivo de número e gênero diferentes: quando 
77
um adjetivo está antes dos substantivos, em geral, 
é melhor que concorde com o mais próximo� Por 
exemplo: “Você tinha escolhido mau lugar e hora 
para aquela discussão” (substantivo mais próximo).
 y Quando dois ou mais adjetivos se referem a 
um só substantivo determinado por artigo: nestes 
casos, duas construções são possíveis� Por exem-
plo: “Estudei as línguas portuguesa e francesa” ou 
“Estudei a língua portuguesa e a francesa”�
 y Adjetivos acompanhados da preposição de e 
que se referem a pronomes indefinidos, como nada 
e algo: Normalmente, vão para o masculino, mas 
podem, sem problemas, ir para o feminino� Por 
exemplo: “Sua vida não tem nada de misterioso” 
ou “As meninas não tinham nada de ingênuo (ou 
de ingênuas)”.
 y Se o sujeito de uma oração for um pronome 
de tratamento, o adjetivo concorda com a pessoa 
a quem se refere� Por exemplo: “Vossa Excelência 
pode ficar calma” (trata-se de uma mulher).
 y Expressões impessoais, como é preciso/neces-
sário ficam no masculino antepostas ao sujeito, 
mesmo que se refiram a palavras femininas. Por 
exemplo: “É necessário cautela nesses casos”�
Contudo, se o sujeito vier antes da expressão, ela 
vai para o feminino� Por exemplo: “A cautela é 
necessária nesses casos”�
88
 y Verbo no particípio como adjetivo em relação 
a substantivo determinado ou não: Preste atenção 
nas seguintes construções abaixo: (i) Proibida 
a entrada de pessoas estranhas (o substantivo 
determinado por artigo exige concordância para 
o feminino); (ii) Proibido entrada de pessoas es-
tranhas (o substantivo não está determinado por 
artigo, podemos deixar a qualidade no masculino).
 y Anexo e incluso: são adjetivos e, por isso, devem 
concordar com os substantivos a que se referem� 
Por exemplo: “Enviamos anexas as provas bimes-
trais”; “Seguem anexos documentos solicitados”; 
“Está inclusa a refeição diária no pacote”; “Tudo 
está incluso nessa modalidade de seguro”�
A expressão em anexo, muito utilizada, deve ser 
evitada� Podemos usar a palavra anexo como 
adjetivo� Essa expressão é um galicismo, isto é, 
uma expressão vinda do francês en annexe, que 
lá existe� Por aqui, é considerada como estrangei-
rismo desnecessário�
 y Meio: quando se refere a adjetivos, meio é um 
advérbio e, enquanto tal, não varia, ficando sempre 
no masculino, independentemente de o adjetivo 
ser masculino ou feminino� Por exemplo: “Ele está 
meio cansado” ou “Ela está meio cansada”�
Conforme a Norma Padrão, não se pode dizer “meia 
cansada”, embora se encontra um sem número 
99
de casos assim� Observe que, quando se refere 
a substantivos, meia é um pronome indefinido, 
portanto, deve concordar com eles, no sentido de 
a metade de algo� Por exemplo: “Comi meia maçã” 
(metade dela) ou “O lavrador capinou meio terreno” 
(metade dele).
Menos: palavra invariável� Assim, menos pessoas, 
menos homens, menos mulheres, menos estressada, 
menos ódio etc� Embora se possa encontrar muitos 
casos de menas antepostoa nomes femininos 
(menas pessoas/mulheres/casas/cidades etc.), 
essa forma deve ser evitada em contextos mais 
formais, pois é considerada errada pela Norma 
Padrão� Logo, evite essa construção�
 y Possível: Em expressões superlativas, pode 
ir para o singular ou plural� Por exemplo: “Escolhi 
os exercícios mais fáceis possível / possíveis”�
CONCORDÂNCIA VERBAL
O verbo deve sempre concordar com o sujeito a 
que se refere� Também é um caso intuitivo e, na 
grande maioria das vezes, não temos dificuldades 
em manter a concordância� Basta encontrar o sujeito 
e, a partir deste, colocar o verbo no singular ou no 
plural� Entretanto, alguns casos trazem confusão� 
Por isso, analisaremos prescrições segundo a 
Norma Padrão:
1010
 y Sujeito simples: o verbo concorda em número 
com o sujeito� Por exemplo: O rapaz foi ao mercado 
ontem pela manhã�
Nesse sentido, vale lembrar que a expressão a 
gente, usada em vez do pronome pessoal nós, 
é singular, por isso o verbo fica no singular. Por 
exemplo: A gente vai se ver amanhã� / Nós vamos 
nos ver amanhã�
 y Sujeito composto e de pessoas diferentes: a 
regra é simples: a primeira pessoa (eu) prevalece 
sobre a segunda pessoa (tu) e a terceira pessoa 
(ele); a segunda pessoa (tu) prevalece sobre a 
terceira pessoa (ele); sujeitos compostos por eu 
e demais pessoas vão para a primeira do plural 
(nós); sujeitos compostos por tu e ele vão para a 
segunda do plural (vós); sujeitos na terceira pessoa 
vão para a terceira do plural (eles). Por exemplo: Eu 
e tu (nós) vamos ao cinema; Eu e ele (nós) vamos 
ao cinema; Tu e ele (vós) sabeis o que fazer; Ele e 
ela (eles) compraram uma casa nova�
 y Sujeito composto da terceira pessoa: se o verbo 
está depois dos sujeitos, ele vai para a 3ª pessoa 
do plural; se o verbo estiver antes dos sujeitos, ele 
pode ir para a 3ª pessoa do plural ou concordar 
com o sujeito mais próximo� Por exemplo: A esposa 
e o marido seguiram a viagem (3ª pessoa plural); 
Seguiu a viagem a esposa e o marido (sujeito 
1111
próximo); Seguiram a viagem a esposa e o marido 
(3ª pessoa plural).
Sujeito coletivo: se o sujeito for coletivo, o ver-
bo deve permanecer no singular� Por exemplo: 
A banda tocou muitas músicas. Contudo, se o 
coletivo estiver determinado por substantivos no 
plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. 
Por exemplo: O bando de aves voava no céu ou O 
bando de aves voavam no céu�
Apesar de ser aceita por alguns gramáticos, o 
segundo exemplo não soa bem, podendo-se dar 
preferência ao primeiro�
 y Pronomes relativos que e quem como sujeitos: 
nas orações adjetivas, os pronomes relativos que e 
quem repetem os antecedentes da oração anterior 
e podem funcionar como sujeitos� Se o sujeito for 
que, o verbo concorda com seu antecedente; se 
for quem, o sujeito pode concordar com o ante-
cedente ou ficar na 3ª pessoa. Por exemplo: Fui 
eu que vi a cena; Foi ela que estudou o caso; Fui 
eu quem vi a cena; Fomos nós quem estudamos 
o caso; Fui eu quem viu a cena; Fomos nós quem 
estudou o caso�
 y Pronomes de tratamento: apesar de se refe-
rirem à segunda pessoa (com quem se fala), os 
pronomes de tratamento pertencem à terceira 
pessoa� Assim, os verbos devem permanecer na 
1212
3ª pessoa sempre� Por exemplo: Vossa Majestade 
poderá receber a comitiva hoje, se desejar�
 y Verbos impessoais: por regra, todos os verbos 
impessoais devem sempre estar na 3ª pessoa do 
singular, pois são verbos que indicam fenômenos 
da natureza (chover, nevar, amanhecer etc.), exis-
tência (haver, existir), bem como ser e ter quando 
indicam tempo ou temperatura, mas também 
o verbo passar (de) na indicação de horas. Por 
exemplo: Havia muitos alunos lá; Faz dois dias 
da morte dele hoje; Chovia muito naquela manhã; 
Passou de duas da tarde�
 y Verbo ser: pode concordar com o sujeito ou 
com o predicativo do sujeito� Se um deles estiver 
no plural, mesmo que o sujeito seja singular, soa 
melhor que o verbo vá para o plural� Por exemplo: 
Tudo eram flores; As alegrias foram eternas�
Nesse sentido, existem muitos casos de concor-
dância que não foram citados aqui� Passamos 
somente os mais comuns. Se você tiver dúvida, 
favor consultar uma gramática para casos espe-
cíficos não assinalados.
SINTAXE DE REGÊNCIA
A Regência se ocupa das relações entre duas pa-
lavras, sendo que uma é o termo regente, o qual 
pede um complemento, o outro é o termo regido, 
o qual complementa o termo regente�
1313
Existem dois campos de regência:
 y Regência Nominal: trabalha com substantivos, 
adjetivos ou advérbios que pedem complementos, 
nesse caso, complementos nominais, já que com-
pletam o sentido de palavras que não são verbo, 
bem como quais preposições são adequadas para 
ser utilizadas no termo regido�
 y Regência Verbal: estuda a transitividade dos 
verbos, quais os tipos de complementos ideais, 
se há necessidade ou não de preposição para 
esses objetos, para que as construções sejam as 
adequadas segundo a Norma Padrão�
No geral, a regência é intuitiva� Todos sabemos 
quais complementos de nomes e verbos usar 
e quais preposições são as corretas para a co-
municação� Entretanto, há na Regência, além de 
construções que podem causar dúvida, outras que 
divergem muito entre a língua padrão escrita e a 
falada no dia a dia�
Regência nominal
Há nomes (substantivos) que pedem um complemen-
to nominal� Na maioria dos casos, somos capazes, 
enquanto falantes, de saber qual preposição é a 
adequada para esse complemento� Todo mundo 
sabe que quem tem medo, tem medo de algo/
alguém, que quem tem simpatia, tem simpatia por 
algo/alguém etc� Por isso, é sempre recomendável 
1414
consultar um dicionário de português e, se possível, 
um de regência verbal/nominal, para sanar dúvidas.
Regência verbal
A Regência verbal também funciona muito bem 
com todo falante do português� Há, porém, verbos 
que podem trazer algum tipo de dúvida quanto ao 
complemento ser ou não regido por preposição, 
ou mesmo se a preposição usada é a realmente 
a adequada segundo a Norma Padrão�
Ninguém tem problemas em saber que o verbo 
gostar rege a preposição de, porque quem gosta 
gosta de alguém/algo, nem que comprar não rege 
preposição, sabemos que quem compra compra 
algo, sem preposição� Contudo, existem outros 
verbos que podem dar margem a equívocos ou 
construções que diferem entre a língua oral e a 
regência apregoada pela Norma� Por exemplo:
 y Agradar: usa-se como um verbo transitivo direto 
com relação a coisas/objetos, e como verbo transi-
tivo indireto (rege preposição a) para pessoas. Por 
exemplo: O discurso não agradou o povo; A filha 
era muito carinhosa e agradava ao pai�
Pode também ser verbo intransitivo� Por exemplo: 
A lei não agradou�
Mais raramente, é usado como pronominal� Por 
exemplo: O rapaz agradou-se da noite�
1515
 y Aspirar: no sentido de inalar, sorver pelo nariz 
(ar, pó, odor), é verbo transitivo direto; se significar 
desejar, ter como meta, então é verbo transitivo 
indireto (rege preposição a). Por exemplo: A moça 
aspirava o perfume da manhã (sorvia pelo nariz); 
Todos nós aspiramos a sermos felizes (desejamos).
 y Assistir: no sentido de auxiliar, dar assistência, 
é verbo transitivo direto; se significar ver, presenciar 
(apresentação), então é verbo transitivo indireto 
(rege preposição a). Por exemplo: O médico assiste 
bem seus pacientes (dá assistência). Por exemplo: 
Assistimos ao espetáculo no teatro (presenciamos).
 y Chegar: como todo os verbos de movimento, 
rege preposição a, portanto, é verbo transitivo 
indireto� Por exemplo: Cheguei ao colégio cedo�
 y Esquecer (e lembrar): aceitam as seguintes 
construções: (i) Esqueci as chaves em casa (es-
quecer algo = verbo transitivo direto – VTD); (ii) Eu 
me esqueci de ver o caso (esquecer-se de algo = 
verbo transitivo indireto – VTI).
 y Namorar: é verbo transitivo direto, não pode 
ser usado com preposição� Por exemplo: Maria 
namora João (namora alguém).
 y Obedecer: é verbo transitivo indireto, por isso, 
rege a preposição a: Por exemplo:Devemos obe-
decer ao regulamento (obedecer a alguém/ algo).
 y Preferir: é verbo transitivo direto e indireto, por-
tanto, rege preposição a� A construção segundo 
a norma é preferir uma coisa a outra coisa� Por 
1616
exemplo: Prefiro a praia ao campo; Eles preferem 
cantar a dançar�
 y Querer: é verbo transitivo direto, no sentido de 
desejar algo; já no sentido de ter amor por alguém, 
é verbo transitivo indireto e rege a preposição a� Por 
exemplo: José não quis o jantar hoje (não desejou); 
Aquela mãe quer muito bem aos filhos (ama).
 y Responder: tem duas construções possíveis: (i) 
Respondi a pergunta ao meu professor (responder 
algo a alguém – VTDI); (ii) Todos responderam ao 
questionário (responder a algo – VTI).
 y Visar: no sentido de passar o visto, olhar rapi-
damente, mirar, é verbo transitivo direto; se significa 
desejar, ter como meta, aí é verbo transitivo indireto 
(rege preposição a). Por exemplo: O agente visou 
o passaporte do rapaz (passou o visto); A atleta 
visava o alvo com precisão (mirava); A moça sempre 
visou ao posto de chefe de departamento (desejou).
PRONOMES OBJETOS
Os pronomes objeto são complementos de verbo 
que substituem os substantivos� Por exemplo: “As 
pessoas viram o jogo”� Substituindo o jogo por 
um pronome, neste caso o pronome o, temos: “As 
pessoas o viram”�
Simples, não é mesmo? O problema, na verdade, é 
que nós dizemos: Eu o amo ou eu lhe amo? Maria 
a viu ou Maria lhe viu?
1717
Com certeza, você já deve ter pensado em qual 
dessas versões é a melhor, porque ouvimos as 
pessoas falarem todas elas indistintamente� No 
entanto, há uma lógica para o uso desses prono-
mes, é o que vamos estudar a seguir�
Os pronomes o(s) e a(s) são complemetos não 
preposicionados, isto é, só podem ser usados com 
verbos transitivos diretos� Por sua vez, os pronomes 
lhe(s) são complementos que têm preposições em-
butidas, ou seja, são complementos indiretos, e só 
podem ser usados com verbos transitivos indiretos�
Desse modo, temos de verificar a transitividade do 
verbo antes de substituir o complemento por um 
desses pronomes� Nesse sentido, quem ama, ama 
alguém� Então, o correto é: Eu o amo� Quem vê, vê 
alguém� Então, o correto é: Maria a viu�
Mas e os pronomes lhe(s)?
Observe este exemplo: “A mãe deu o almoço para 
os filhos”� Substituindo para os filhos (preposicio-
nado), só podemos usar o pronome lhes, que tem 
preposição embutida� Então, temos “A mãe lhes 
deu o almoço”�
1818
SINTAXE DE COLOCAÇÃO 
PRONOMINAL
Um estudo de relação sintática entre palavras 
dentro da oração é o que analisa a colocação dos 
pronomes oblíquos átonos em relação aos verbos�
Vale lembrar que os pronomes oblíquos átonos 
são: me, te, se, nos, vos, o(s), a(s) e lhe(s).
Dependendo da posição do pronome em relação 
ao verbo, existem três tipos de colocação, a saber:
 y Próclise: o pronome se apresenta antes do 
verbo (Eles nunca se viram antes).
 y Ênclise: o pronome se apresenta depois do 
verbo (Mantenha-se distante).
 y Mesóclise: o pronome se apresenta no meio 
do verbo (Chamar-me-iam de insensato).
Essas colocações seguem normas que levam em 
conta a pronúncia, a facilidade e o conforto ao se 
falarem as frases, mas elas são baseadas em uma 
oralidade e uso do português de Portugal, não do 
Brasil� Muitas das colocações ditadas pela Gra-
mática Normativa não são usadas pelos falantes 
no dia a dia porque, para nós brasileiros, soam de 
modo estranho�
Passaremos às principais normas para efeito aca-
dêmico e modalidade escrita da língua� Algumas 
construções podem parecer pedantes, por isso, 
1919
aconselha-se que, caso a modalidade escrita 
favorecer o uso de uma norma que soe de modo 
estranho, é melhor que se modifique a frase para 
que a norma não seja necessária�
Próclise
Usa-se a próclise quando existem palavras que 
atraem o pronome para antes do verbo� Em linhas 
gerais, as seguintes palavras atraem o pronome:
 y Sentido negativo (Ninguém o viu nesta semana).
 y Pronomes relativos (Essa atitude é a que se 
espera dele).
 y Conjunções subordinativas (Quando eles nos 
encontraram, estávamos no restaurante).
 y Advérbios (Sempre me vejo nessas situações).
 y Pronomes indefinidos tudo, nada, pouco, muito, 
quem, todos, alguém, algo, quanto (Tudo o agrada: 
carinho, amor, amizade).
 y Palavras como só, somente, e as conjunções 
coordenativas alternativas (Só se vive uma vez; Ou 
ele se emenda, ou tudo vai piorar).
Também a próclise se aplica:
 y Nas orações optativas, quando o sujeito vem 
antes do verbo (Deus o proteja!).
 y Nas orações exclamativas (Como eles se 
parecem!).
 y Nas orações interrogativas iniciadas por prono-
me interrogativo (Onde se compra este remédio?).
2020
Ênclise
Os pronomes devem ficar depois do verbo:
 y Nos períodos iniciados por verbo: O pronome 
átono nunca pode estar no início da oração� Por 
exemplo: Pensa-se em mudar todo o processo�
 y Depois de verbos no gerúndio. Por exemplo: 
Falou estendendo-lhe a mão� Se, porém, antes 
do gerúndio, houver a preposição em, o pronome 
fica proclítico. Por exemplo: Em se tratando desse 
problema, devemos ver tudo com calma�
 y Nas orações imperativas afirmativas� Por 
exemplo: Limite-se a fazer sua atividade!
 y No infinitivo impessoal precedido da preposição 
a� Por exemplo: Passou a ouvi-la atentamente�
 y No infinitivo impessoal precedido da preposição 
para, a próclise e a ênclise são igualmente aceitas� 
Por exemplo: Saímos rapidamente para vê-lo ou 
Saímos rapidamente para o ver�
Mesóclise
Usa-se o pronome em mesóclise, quando o verbo 
da oração está ou no Futuro do Presente ou no 
Futuro do Pretérito do Indicativo Simples. Assim, 
o verbo deve iniciar a oração ou estar colocado na 
frase sem que nenhuma palavra atraia o pronome 
para antes do verbo� Por exemplo:
Poder-se-ia dizer que tudo está em ordem�
2121
A apresentação dar-se-á na semana que vem� 
Porém: A apresentação não se dará na semana 
que vem, como havíamos combinado�
Quando temos tempos compostos, há duas manei-
ras de colocar os pronomes átonos� Por exemplo:
As pessoas tinham-se visto antes de iniciar o 
trabalho�
As pessoas se tinham visto antes de iniciar o 
trabalho�
Além disso, não se admite, por uma questão de 
pronúncia, colocar pronomes átonos depois de um 
verbo no particípio, o que soaria extremamente 
desagradável� Sendo assim, não é possível falar, 
por exemplo, “As pessoas tinham visto-se”�
Devemos usar a mesóclise?
Esta é uma pergunta que muitos se fazem: devemos 
usar a mesóclise? Devemos fazer uma apresentação 
acadêmica com frases como “Dir-se-ia que o problema 
pode ser resolvido do seguinte modo...”?
O pronome mesoclítico é muito estranho no português 
brasileiro� Com certa regularidade, presenciamos 
REFLITA
2222
pessoas colocando o pronome no meio do verbo, para 
brincar ou parecer pedante, ou há aqueles que querem 
usar, por acharem “estiloso” e “diferenciado”, mas que 
não conhecem as condições para que ele se aplique�
De todo modo, a mesóclise é uma posição amada por 
uns, odiada e que causa estranheza a muitos outros, 
mas que só tem uma norma que a aplica na Norma 
Culta� E deixamos bem claro que isso pertence somente 
à modalidade escrita e mais elevada de uso�
Dessa forma, o fato de dever usar uma coisa, se, e 
somente se, as condições aparecerem, não indica que 
precisamos fazê-lo� A mesóclise soa de modo estranho, 
artificial, feio até, então, podemos evitar que ela aconteça, 
substituindo orações que demandem seu emprego por 
outras de sentido semelhante, mas que sejam mais a 
cara do nosso português�
Se você substituir o “Dir-se-ia que o problema deve ser 
resolvido do seguinte modo...” por uma frase como 
“Poderíamos dizer que o problema deve ser resolvido do 
seguinte modo...”, nós manteríamos a informação e, ao 
mesmo tempo, fugiríamos da obrigação de usar uma 
norma que, para nós, é obsoleta�
Isso serve para outras colocações pronominais estranhas 
e para outras relações oracionais que sejam artificiais. 
Temos a capacidade de modificare adequar o texto, 
para que ele tenha a elegância da Norma Culta e não 
seja desagradável ou destoe do nosso contexto�
23
ESTUDO DE CASO
Percorremos um longo percurso para nos informar 
a respeito dos estudos da Sintaxe, que é a maior 
parte dos estudos gramaticais em casos e número 
de construções e classificações.
As estruturas que compõem a língua são muitas, 
tanto quanto as possibilidades de construção 
frasal� O ser humano não para de criar novas de-
clarações e discursos, mas tudo se encaixa nessas 
estruturas-padrão, inerentes à fala e intuitivamente 
inseridas na mente de todo e qualquer falante�
Não precisamos classificar sujeitos ou conhecer 
as orações subordinadas para nos comunicarmos 
em língua portuguesa, já que essas estruturas e 
construções são usadas automaticamente� O es-
tudo e a sistematização da língua existem por uma 
necessidade de termos linhas gerais de trabalho 
para o Nível Padrão da língua�
A Gramática Normativa, tão combatida desde o 
advento dos estudos de Linguística, muitas vezes 
está em desacordo com os falantes, mas, sem 
dúvida, mantém uma certa unidade que nos faz 
ter limites quando falamos�
Se cada falante criasse estruturas completamente 
novas e passasse a usá-las, mesmo que possa 
fazer isso, acabaria criando frases que talvez não 
24
fossem compreendidas pelos outros falantes� Se 
não houver uma sistematização, ainda que maleável, 
os falantes poderiam falar de qualquer maneira, e 
a língua correria o risco de não mais ter unidade, 
e perderia sua função básica, que é comunicar�
Apesar de precisarmos ter estruturas gramaticais, 
temos de perceber que as normas formuladas 
pela Gramática Tradicional foram baseadas em 
estruturas e usos que hoje em dia se distinguem 
muito do padrão do usuário médio da língua�
As normas gramaticais têm como fundo duas 
origens: os escritos dos bons e grandes escritores 
clássicos e os usos dos falantes do português 
lusitano, já que Portugal é a nação-mãe na qual o 
português surgiu como língua�
Quanto ao primeiro elemento, as obras clássicas 
têm um valor histórico, literário e linguístico incon-
testável� O problema é que, por serem escritos mais 
antigos, eles apresentam formas e construções 
que se distanciam da língua atual� Já dissemos 
que a língua é um organismo vivo, que evolui dia-
riamente� Imagine querer que uma pessoa fale nos 
dias atuais como a personagem Aurélia Camargo, 
do livro Senhora, de José de Alencar�
Ela andava de tílbure, tomava chá em chávenas, 
chamava o esposo de meu senhor e tratava as 
pessoas por tu, o que era muito natural no século 
25
19, já que as pessoas agiam e falavam da mesma 
maneira� Basear usos nesses falares torna-se algo 
impraticável atualmente�
O segundo elemento, o português de Portugal, tal 
qual o nosso português brasileiro, é uma língua 
viva e continua a evoluir� Contudo, falamos de um 
país totalmente diferente do nosso, cujas influên-
cias de línguas vizinhas (como o francês) mantêm 
as formas clássicas, válidas para eles, em muitos 
modos de falar�
Nosso português tem influências diversas, de povos 
distintos que aqui vieram e continuam a vir, e trazem 
seus modos, vocabulário e cultura, que modificam 
e fazem evoluir o português, bem como os usos 
que os falantes consideram eficazes, o que em 
nada se parecem com aqueles dos portugueses�
Mais uma vez, o português ainda usa o tu, aplica 
os pronomes oblíquos conforme as normas que 
estudamos na colocação pronominal e utiliza vo-
cabulário por nós incompreensível� Palavras como 
gajo (rapaz), cachopa (moça), puto (criança), bica 
(cafezinho), comboio (trem), entre muitas outras, 
nada têm a ver com nosso dia a dia, bem como 
pronúncias e construções sintáticas que para nós 
soam estranhas�
As normas gramaticais são, na maioria, criadas a 
partir desses dois modos, que têm seu valor, mas 
26
que para nós não significam muito na hora de nos 
comunicar� Temos um modo mais espontâneo, 
simplificado e, com certeza, em desvio em relação 
à Norma Padrão�
Tudo isso desqualifica o português brasileiro fa-
lado? Claro que não! Somente temos de prestar 
atenção que, em situações em que se pede o uso 
da Norma Padrão, que saibamos usá-la de forma 
mais fluente, para não termos dificuldades nesse 
meio�
Quando usamos a norma, temos de verificar se 
a construção não fica muito artificial em relação 
ao nosso português, tendo como saída modificar 
as construções para que não sejamos obrigados 
a aplicar alguma norma prescrita que pareça não 
natural e seja bizarra para os que nos ouvirem ou 
lerem nossos escritos�
Vamos retomar algumas ideias de construções do 
português brasileiro, notadamente no uso da fala 
informal, que diferem das normas ditadas pela 
Gramática Tradicional:
a) Colocação dos pronomes oblíquos átonos: ao 
contrário do que prega a gramática e o uso dos 
portugueses, os brasileiros iniciam períodos com o 
pronome oblíquo� Por exemplo: Me passe o açúcar, 
em vez de Passe-me o açúcar� Além disso, o brasi-
leiro usa, na oralidade, o pronome proclítico, isto é, 
27
na frente do verbo, não importa a circunstância, o 
que contraria o uso nas três posições que acaba-
mos de estudar, que é comum em Portugal� Por 
exemplo: Ele ia me ver, no lugar de Ele ia ver-me� 
Quase sempre funciona assim� Sobretudo em re-
lação à mesóclise, o uso dos pronomes no meio, 
bem como depois dos verbos, parece estranho e 
desagradável ao brasileiro�
b) Preposição em no lugar de a com verbos de 
movimento: uso recomendado pela gramática 
é o a� Por exemplo: Fui no banco em vez de Fui 
ao banco� No Brasil, nós chegamos na escola, no 
colégio, no mercado, na praia, em casa, mas, para 
a norma, devemos chegar à escola, ao colégio, ao 
mercado, à praia, e, o mais estranho, chegar a casa�
c) Pronomes retos ele(s), ela(s) como comple-
mento de verbo no lugar dos oblíquos� Por exem-
plo: A menina viu ele, em vez de A menina o viu� 
Ninguém, no dia a dia, usa os pronomes oblíquos, 
mas, quando usamos a Língua Padrão, temos de 
nos lembrar das regrinhas�
d) Uso de mim como sujeito: Por exemplo: Isto 
é para mim fazer, no lugar de Isto é para eu fazer�
e) Verbo ter usado no lugar do verbo haver im-
pessoal: Por exemplo: Tem muita gente aqui, no 
lugar de Há muita gente aqui�
28
f) Uso do verbo haver impessoal no plural: Por 
exemplo: Houveram muitos problemas, no lugar de 
Houve muitos problemas� Em situação cotidiana, 
o uso, apesar de estranho para quem estuda um 
pouco a língua, é aceito, mas não caberia em uma 
redação de vestibular, em que temos de aplicar a 
norma�
g) Verbo no plural com sujeito coletivo: Por 
exemplo: O povo falaram, em vez de O povo falou� 
Outro uso que causa estranheza, mas que ocorre�
h) Nunca fazer a contração dos pronomes oblíquos 
me, te, se, lhe com os oblíquos objetos diretos o(s), 
a(s): Por exemplo: Ele mo deu (ele me deu aquilo). 
Nesse caso, então, fica tudo muito estranho. O 
falante de língua portuguesa do Brasil nunca ouviu 
nenhum desses usos de contração de pronomes 
com objetos; para nós, isso simplesmente não 
existe� Outra herança do português lusitano formal�
i) Combinação dos pronomes oblíquos o(s), a(s) 
depois dos verbos dizer, fazer, querer, trazer no 
Presente ou no Pretérito Perfeito do Indicativo: 
Fá-lo (faz ele), di-la (diz ela), qui-los (quis eles), 
entre outros� Outro caso nunca presenciado por 
aqui� Ninguém no Brasil diria: Fá-lo acordar! Mas 
diria, de modo tranquilo: Faz ele acordar!
O que nos resta é lembrar que somos especialistas 
no ato de nos comunicar, que não importa se há 
29
muitos desvios no nosso modo de usar o português, 
se estamos muito distantes de todas as normas 
que a Gramática nos impõe, mas que é essencial 
que saibamos adequar esses saberes, dependendo 
da situação de comunicação, e que esta situação 
é que dita o modus operandi da língua�
Temos de nos comunicar de modo a não causar 
estranheza no meio em que nos expressamos� Não 
é de bom tom falar com nossa mãe: Vós conse-
guistes finalizar a ceia?, assim como o éescrever 
no seu trabalho acadêmico: Nós vai contar pra 
vocês um caso� Portanto, o que determina o nível 
linguístico a ser usado é a circunstância� E dela 
depende se estamos ou não sintonizados com a 
forma aceitável e adequada de nos comunicarmos�
As normas continuam a ser estudadas, porque são 
solicitadas em uma parcela muito pequena dos 
atos de comunicação� É preciso que saibamos 
usar essas normas para garantir fluidez na nossa 
comunicação em meios mais elitizados� Mesmo 
aplicando a norma padrão, devemos usar de bom 
senso�
Quando a norma produz períodos com elemen-
tos estranhos, notadamente artificiais ou que 
dificultam a comunicação, o melhor é modificar o 
período, principalmente quando escrevemos, para 
colocar elementos que sigam a norma, que não a 
30
transgridam, mas que transpareçam um discurso 
fluido e harmônico, de bom gosto, sem aparências 
bizarras e pedantismo�
Lembremos sempre que o bom usuário da língua 
é aquele que utiliza todos os seus recursos a seu 
favor, para que o falante desempenhe seu papel 
comunicativo de maneira natural e o mais eficiente 
possível�
3131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, conhecemos três abordagens de 
relações entre as palavras na oração, à parte dos 
estudos de estruturas sintagmáticas e dos aspectos 
de relações entre as orações�
Assim, verificamos que a Concordância, a Regência 
verbal e nominal e a Colocação pronominal trazem 
normas que, de modo geral, o falante médio da 
língua não domina, e que dão margem a dúvidas, 
pois destoam muito do uso natural dos falantes 
do português�
Para verificar esse fato, estudamos alguns casos 
de concordância e regência, segundo a Norma 
Padrão. Com isso, pudemos sanar as dúvidas e 
comparar com o uso cotidiano�
Nesse sentido, destacamos alguns usos aprego-
ados pela gramática e que são totalmente negli-
genciados por nós, brasileiros� Trata-se de usos 
cuja base são os escritos de obras clássicas e/
ou a Norma Padrão da língua falada em Portugal, 
que para nós soam muito estranho�
O mais importante é que se compreenda o seguinte:
a) A norma existe como uma maneira de sistema-
tizar o estudo da língua, mas ela não é necessária 
para que o falante possa se comunicar, posto que 
3232
as estruturas sintáticas estão na mente do falante, 
ou seja, é algo intuitivo e natural�
b) A norma é necessária quando trabalhamos com 
a norma padrão da língua, em situações específicas, 
como no ambiente acadêmico ou de trabalho� Des-
sa maneira, faz-se necessário conhecer as regras 
para poder usar a Norma Padrão sem desvios, se 
assim for necessário�
c) Em outros momentos comunicativos, a norma 
não se impõe, e o importante é que o falante se 
adeque ao grupo com que se relaciona no ato de 
comunicar, para usar a língua dentro das normas 
sociais aceitas pelo grupo, que façam que o falante 
seja compreendido e acatado�
d) O importante em comunicação é ser o mais 
eficiente possível em todos os níveis linguísticos, 
saber utilizar as variantes que a língua oferece para 
tornar a fala e a escrita úteis, eficazes, naturais e 
harmônicas, não importando se estamos em um 
ambiente informal ou em um congresso acadêmico 
importante� Saber portar-se e utilizar os recursos 
linguísticos com naturalidade, eficiência e bom 
senso é de suma importância para ter sucesso e 
domínio da língua portuguesa�
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	INTRODUÇÃO
	SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
	Concordância nominal
	Concordância verbal
	Sintaxe de regência
	Pronomes objetos
	Sintaxe de colocação pronominal
	ESTUDO DE CASO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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