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Yuri Nunes Silva Hipertireoidismo Quadro clínico ➢ Intolerância ao calor; ➢ Sudorese; ➢ Perda ponderal; ➢ Aumento da fome; ➢ Taquicardia; ➢ Hipertensão sistólica; ➢ Hiperdefecação; ➢ Crescimento acelerado em criança; ➢ Sinal de lid-lag (graves). Diagnóstico laboratorial Todos os pacientes apresentam níveis de TSH diminuídos ou suprimidos associados a níveis elevados de T4. Se o TSH é baixo e o T4 encontra-se normal, recomenda-se medir o T3, pois 10% dos pacientes podem apresentar somente elevação dos níveis de T3, especialmente no início da doença. A dosagem de T4 livre é mais recomendável, pois sua medição sofre menor interferência que o do T4 total. A detecção de TRAb em pacientes com doença de Graves. O diagnóstico da doença de Graves é clínico, ou seja, na presença de bócio com hipertireoidismo e oftalmopatia de Graves não existe outra possibilidade diagnóstica. Em aproximadamente 75% dos pacientes com doença de Graves encontramos a presença de anticorpos antitireoperoxidase (anti- TPO) ou antitireoglobulina (anti-Tg), que confirmam apenas a presença de doença autoimune. Por outro lado, na tireoidite de Hashimoto, não há a detecção de TRAb, indicando mecanismos imunes diferentemente envolvidos. Hipertireoidismo subclínico TSH baixo com T4 e T3 livres normais e sem sintomas ou mínimos. Tratamento Até o momento, as tentativas de tratamento dirigido à produção autoimune de anticorpos estimuladores da tireoide têm sido infrutíferas. O tratamento de qualquer sintoma adrenérgico típico da tireotoxicose pode ser feito principalmente com repouso e com o uso de betabloqueador. ➢ Propranolol, em doses de 20 até 80 mg, administradas a cada 8 ou 12 horas. Yuri Nunes Silva ➢ A capacidade do propranolol em diminuir a conversão de T4 em T3 ocorre somente em doses acima de 80 mg/dia. ➢ Como alternativa, para maior adesão, pode ser dado atenolol 25 a 100 mg, uma vez ao dia (cardioseletiva). As modalidades terapêuticas para diminuir a produção excessiva de hormônio tireoidiano são as drogas antitireóideas, iodo radioativo e a cirurgia. Drogas antitireóideas Tionamidas, metimazol e propiltiouracil são as drogas de escolha para o tratamento da doença de Graves no Brasil. As tionamidas agem inibindo a tireoperoxidase, diminuindo a organificação do iodeto na glândula tireoide e, consequentemente, a produção dos hormônios. Somente o propiltiouracil, em concentrações elevadas, bloqueia a enzima 5’-desiodase, que converte T4 a T3 perifericamente. ➢ Esse efeito pode ser vantajoso somente em pacientes com crise tireotóxica. Somente 30 a 40% dos pacientes tratados com droga antitireoidiana apresentam remissão do hipertireoidismo, considerando TSH e hormônios tireoidianos normais após suspensão da medicação por pelo menos 12 meses. Metimazol Usualmente iniciado com 15 a 40 mg, uma única vez ao dia na quase totalidade dos casos, dose de 60 mg em ocasiões de tirotoxicose muito acentuada, diminuindo-se progressivamente até manter-se entre 5 mg a 10 mg/dia. Recomenda-se o uso da droga antitireoidiana por 12 até 18 meses, antes de determinar se houve remissão imunológica. Sem remissão faz tratamento definitivo (cirurgia ou radioiodo). Efeitos colaterais leves: ➢ Prurido; ➢ Rash e reações urticariformes; ➢ Artralgias; ➢ Desconforto abdominal Principalmente nos primeiros dias de uso de medicação. Não há necessidade de suspensão, pois as manifestações são autolimitadas. O uso de metimazol durante a gestação tem sido associado a um raro defeito no couro cabeludo fetal. Propiltiouracil (PTU) PTU tem sido usado cada vez menos na prática clínica. Restringindo seu uso apenas no primeiro trimestre da gestação, nos casos de crise tireotóxica (por inibir a 5’-deiodinase em doses altas) e em pacientes com efeitos colaterais relacionados ao metimazol. No primeiro trimestre deve usar o PTU devido efeitos do metimazol em nível embrionário. ➢ Deve substituir por conta do efeito hepatotóxico do PTU. Yuri Nunes Silva A dose de PTU varia de 100 a 900 mg/dia, que deve ser dividida em 2 a 3 ingestões ao dia, pois sua meia- vida é curta. Ensaios clínicos mostram superioridade do metimazol em relação ao PTU. Os efeitos colaterais do PTU também incluem prurido, rash e artralgia. A hepatotoxicidade do PTU é a complicação mais preocupante, por levar a necrose hepática focal, até hepatite fulminante, com necessidade de transplante e óbito, especialmente em crianças. ➢ A hepatotoxicidade ocorre tipicamente dentro dos primeiros 90 dias de uso e não está relacionada com a dose. ➢ PTU não deve ser utilizado se houver elevação de transaminases. ➢ Embora o metimazol também causa lesão hepática, pode ser usado em casos de hepatotoxicidade por PTU.
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