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NEUROCIÊNCIAS - evolução e atualidade

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
NEUROCIÊNCIAS: 
EVOLUÇÃO E ATUALIDADE
Autora: Otilia Lizete de Oliveira Martins Heinig
616.8
H468n Heining, Otilia Lizete de Oliveira Mertins
 Neurociência : evolução e atualidade / Otilia Lizete de 
Oliveira Mertins Heining. Indaial : Uniasselvi, 2012.
158 p. : il 
ISBN 978-85-7830-652-6
1. Neurociência - evolução.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Profa. Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Profa. láudia Regina Pinto Michelli
Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora UNIASSELVI 2012
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Otilia Lizete de Oliveira Martins Heinig
Possui mestrado em Educação pela Fundação 
Universidade Regional de Blumenau (1995) e 
doutorado em Linguística pela Universidade Federal 
de Santa Catarina (2003). Atualmente é professor 
titular, tempo integral, da Fundação Universidade 
Regional de Blumenau, atuando no curso de Letras e no 
Mestrado em Educação. Tem experiência na área de Letras, 
com ênfase em Letras no que concerne aos aspectos 
educativos, atuando principalmente nos seguintes temas: 
professores, ensino fundamental, ensino-aprendizagem, 
leitura e sistema alfabético. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
 Neurociência: Histórico e Evolução .................................. 9
CAPÍTULO 2
Neurociência: Estudos Atuais ............................................ 45
CAPÍTULO 3
Aplicações dos Estudos da Neurociência para a 
Compreensão da Aprendizagem da Leitura e da Escrita . 77
CAPÍTULO 4
As Contribuições Teóricas das Neurociências e da 
Psicolinguística para a Compreensão do Processo 
de Ensino-Aprendizagem da Língua Escrita .....................115
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Caro pós graduando, estamos chegando ao final do seu curso de 
Neuropsicopedagogia, e nesta disciplina iremos estudar os movimentos históricos 
na Neurociência e sua contribuição para a Educação. Organizamos esse caderno 
de estudos, em quatro capítulos: 
No primeiro capítulo abordaremos a origem e o desenvolvimento histórico 
das neurociências, os rumos desses estudos e as implicações dessas novas 
descobertas, para finalizar esse capítulo histórico falaremos sobre os estudos 
atuais da neurociência seus avanços e contribuições. 
No capítulo seguinte, estudaremos a noção da neurociência molecular, 
celular e dos sistemas comportamentais e cognitivos, concluiremos esse capítulo 
apresentado o estudo da neurociência para a leitura e a escrita. 
 
A aprendizagem da leitura e da escrita será o ponto central de estudo no 
terceiro capítulo, nele apresentaremos os conhecimentos de leitura e escrita 
dentro das novas descobertas da neurociência. Descrevemos o processo de 
leitura com base nos recentes estudos sobre o neurônio da leitura, para finalizar 
elencaremos problemáticas da leitura e da escrita com base nesses novos 
estudos e relacionaremos as questões de aprendizagem da leitura e da escrita 
com base nos estudos psicolinguísticos e da neurociência. 
O quarto capítulo, apresentaremos o processamento da língua falada e 
escrita, assim como compreenderemos as bases da linguistica e psicolinguística 
na organização do sistema alfabético do português do Brasil. Conheceremos 
as contribuições dos estudos psicolinguísticos para detectar os problemas de 
processamento, e por fim, como aplicar esses conhecimentos adquiridos na 
compreensão de um caso de dificuldade de aprendizagem de leitura e de escrita. 
Dessa forma, esperamos que este caderno de estudos contribua na sua 
formação profissional e que você compreenda quais as relações da leitura e da 
escrita sob o viés cognitivo. 
Bons estudos!
A autora.
CAPÍTULO 1
Neurociência: Histórico e Evolução
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Historicizar os estudos da neurociência, a fim de que se possa reconstruir o 
processo de descobertas e das aplicações dos estudos na área.
 9 Estabelecer relações entre os estudos atuais e as descobertas realizadas 
desde o surgimento dos estudos da neurociência.
 9 Enumerar os principais avanços da neurociência e apontar suas contribuições 
para os estudos atuais.
10
Neurociências: evolução e atualidade
11
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Contextualização
Pare um instante e tente analisar seu jeito de andar. Você consegue 
descrever seus movimentos de forma consciente? 
Pois é, nós falamos, andamos, pensamos. Isso tudo acontece de forma 
tão natural em nossa vida que não paramos para refletir sobre o que acontece 
conosco. Apenas realizamos as ações.
Também raramente buscamos saber que estudos explicam nosso modo de 
pensar, acumular conhecimentos, guardar histórias e rostos, por exemplo. Nossa 
tarefa, neste momento, é compreender como chegamos a ser como somos sob a 
ótica das neurociências. 
Neste capítulo, que está organizado em três seções, temos como principal 
objetivo compreender os estudos da grande área da Neurociência na linha da 
história. 
Por isso, ele foi organizado da seguinte maneira: 
1) Origem e desenvolvimento histórico das Neurociências. 
2) Os rumos dos estudos na área e as implicações para novas descobertas. 
3) Os estudos atuais: avanços e contribuições para a área. 
Considere que estas partes se articulam entre si, pois a construção de uma 
casa começa com seu alicerce, muitas vezes escondido, mas que sustenta um 
todo sólido, bonito e à mostra. Portanto, sua tarefa é a de um arquiteto que visa a 
estudar uma edificação já pronta e buscar compreender e descrever o processo 
de sua construção. Preparado(a)? Então, vamos lá.
Origem e Desenvolvimento Histórico 
das Neurociências
Como você já sabe, temos intenções aqui e elas estão articuladas, mas 
iremos deixar mais clara a maneira como organizamos o todo e as partes deste 
capítulo. Na primeira seção, nosso objetivo é apresentar cronologicamente 
os estudos da neurociência para que se possa reconstruir o processo das 
descobertas e das aplicações dos estudos na área. Feito isso, iremos estabelecer 
12
Neurociências: evolução e atualidade
relações entre as descobertas realizadas ao longo dos séculos e os estudos mais 
recentes, para, finalmente, enumerar os principais avanços da neurociência e 
apontar suas contribuições para os estudos atuais.
Agora que você já sabe qual nosso propósito geral e de que maneira nos 
organizamos, convidamos você a realizar sua primeira atividade.
Atividades de Estudos: 
Observe com atenção e analise a foto que segue:
Figura 1 - Imagens que se encontram no museu Museu 
Nacional de Praga (República Tcheca) 
1) Observando as três cabeças, o que há de diferente entre elas?
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13
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
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2) Em que época viveu cada um desses seres representados nas 
estátuas? Se tiver dúvidas quanto a isso, faça uma pesquisa em 
materiais sobre a evolução das espécies.
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O que você fez até aqui foi olhar para o exterior do ser humano e, partindo 
da aparência, fazer inferências sobre a organização cerebral, tendo como ponto 
de referência a configuração da cabeça de cada um dos seres representados na 
Figura 1. Entretanto, para que se possa saber mais acerca da organização cerebral 
humana, as neurociências apresentaram contribuições muito importantes, as quais 
foram construídas ao longo de milhares de anos. Para ajudar a fazer um passeio 
pela história, consultamos, selecionamos e traduzimos a cronologia apresentada 
em “Marcos das Pesquisas em Neurociências”, o qual foi disponibilizado pela 
universidade de Washington.
Se você quiser saber mais sobre os marcos das pesquisas em 
Neurociências, sugerimos que acesse o site: 
http://faculty.washington.edu/chudler/hist.html
14
Neurociências: evolução e atualidade
A cronologia está organizada em seis momentos históricos e, como salienta 
o autor, nem todos foram incluídos e as pesquisas se deram em diferentes fontes. 
Leia com atenção as descobertas e eventos de cada época 
e já vá destacando (assinale, pinte, sublinhe) aquelas que julgar 
importantes para a evolução dos estudos das neurociências I 4000 
a.C. a 0 d.C.
 ca. 4000 a.C. - Efeito euforizante da papoula é relatado em 
registros sumérios.
 ca. 4000 a.C. - Tabuletas de argila da Mesopotâmia discutem 
como usar o álcool para diluir medicamentos.
 ca. 2700 a.C. - Shen Nung dá origem à acupuntura.
 ca. 1700 a.C. - Edwin Smith: primeiro registro escrito sobre o 
sistema nervoso (em papiro).
 ca. 1400-1200 a.C. – O sistema Ayuvedic de medicina hindu é 
desenvolvido.
 
 ca. 500 a.C. - Alcmaion de Crotona disseca nervos sensoriais e 
descreve o nervo óptico.
 
 460-379 a.C. - Hipócrates descreve a epilepsia como um distúrbio 
do cérebro. Hipócrates afirma que o cérebro está envolvido com 
a sensação e é a sede da inteligência.
Figura 2 - Hipócrates (?460 a.C. – ?377 a.C.), 
conhecido como o pai da medicina moderna, foi a primeira 
pessoa a separar medicina de superstição
Fonte: Disponível em: <http://www.filosofia.com.br/historia_
show.php?id=27>. Acesso em: 1º dez. 2012.
15
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 387 a.C. - Platão ensina em Atenas. Considera o cérebro como a 
sede do processo mental.
 335 a.C. - Aristóteles escreve sobre o sono; acredita que o 
coração é a sede de processo mental.
 335-280 a.C. - Herófilo (o “Pai da Anatomia”) acredita que os 
ventrículos são sede da inteligência humana.
 280 a.C. - Erasístrato de Chios regista as divisões do cérebro.
0 d.C. a 1500
 177 - Galeno faz palestra sobre o cérebro.
 ca. 100 - Marinus descreve o décimo nervo craniano .
 ca. 100 - Rufus de Éfeso descreve e dá nome ao quiasma.
 ca. 390 - Nemésio desenvolve a doutrina da localização 
ventricular de todas as funções mentais.
 ca. 900 - Rhazes descreve sete pares de nervos cranianos e 31 
nervos espinhais em Kitab al-Hawi Fi Al Tibb.
 ca. 1000 - Al-Zahrawi (também conhecido como Abulcasis ou 
Albucasis) descreve vários tratamentos cirúrgicos para distúrbios 
neurológicos.
 1025 - Avicena escreve sobre a visão e o olho em The Canon of 
Medicine.
 1088 - Abu Ruh escreve The Light of the Eyes, descrevendo 
várias operações de olho.
 1260 - Luís IX funda a primeira instituição para cegos.
 1316 - Mondino de’Luzzi escreve o primeiro livro europeu de 
anatomia (Anothomia).
 1402 – O Hospital Santa Maria de Belém é usado exclusivamente 
para doentes mentais.
 1410 – Uma instituição para doentes mentais é estabelecida em 
Valência, Espanha.
16
Neurociências: evolução e atualidade
1500 – 1600
 1504 - Leonardo da Vinci produz em cera o elenco dos ventrículos 
humanos.
Figura 3 – As contribuições em desenho para os estudos da Anatomia
Fonte: Disponível em: <http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/
leonardo-da-vinci-anatomy.html>. Acesso em: 1º dez. 2012.
 1536 - Nicolo Massa descreve o fluido cerebrospinal.
 
1538 - Andreas Vesalius publica a Tabulae Anatomicae.
 
1542 - Jean Fernel publica De naturali parte Medicinae, o qual 
traz pela primeira vez o termo “fiosologia”.
 
1543 - Andreas Vesalius publica On the Workings of the Human 
Body.
 1543 - Andreas Vesalius discute a glândula pineal e desenha o 
corpo estriado.
 1549 - Jason Pratensis publica De Morbis Cerebri, um livro 
inicialmente dedicado à doença neurológica.
 1550 - Vesalius descreve a hidrocefalia.
 
 1550 - Eustachio Bartolomeo descreve a origem cerebral dos 
nervos ópticos.
 
17
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1561 - Gabriele Falloppio publica Observationes Anatomicae e 
descreve alguns dos nervos cranianos. 
 1562 - Eustachio Bartolomeo publica The Examination of the 
Organ of Hearin.
 1564 - Giulio Cesare Aranzi cunha o termo hipocampo.
 1573 - Constanzo Varolio é o primeiro a cortar o cérebro a partir 
de sua base.
 1573 - Girolamo Mercuriali escreve De nervis opticis, a fim de 
descrever a anatomia do nervo óptico.
 1583 - Felix Platter afirma que a retina é onde as imagens são 
formadas.
 1583 - Georg Bartisch publica Ophthalmodouleia: das ist 
Augendienst com desenhos de olhos. 
 1586 - A. Piccolomini distingue entre o córtex e a substância 
branca.
 1587 - Guilio Cesare Aranzi descreve os ventrículos e o 
hipocampo. Ele também demonstra que a retina tem uma imagem 
invertida.
 1590 - Zacharias Janssen inventa o microscópio composto.
1600 – 1700
 1601 - Hieronymus Fabricius ab Aquapendente publica Tractatus 
de Oculo Visusque Organo, descrevendo o local correto da lente 
em relação à íris.
 1604 - Johannes Kepler descreve imagem invertida na retina.
 1609 - J. Casserio publica a primeira descrição de corpos 
mamilares.
 1611 - Lázaro Riverius publica o livro-texto descrevendo 
deficiências na consciência.
 1621 - Robert Burton publica A anatomia da melancolia sobre a 
depressão.
18
Neurociências: evolução e atualidade
 1623 - Benito de Daca Valdes publica o primeiro livro sobre o 
teste de visão e adaptação de óculos.
 1641 - Franciscus de la Boe Sylvius descreve a fissura na 
superfície lateral do cérebro (fissura silviana).
 1644 - Giovanni Battista Odierna descreve o aspecto microscópico 
do olho da mosca em L’Occhio della Mosca.
 
 1649 - René Descartes descreve o pineal como centro de controle 
do corpo e da mente.
 1650 - Franciscus de la Boe Sylvius descreve uma passagem 
estreita entre os terceiro e quarto ventrículos (o aqueduto de 
Sylvius).
 1658 - Johann Jakof Wepfer teoriza que um vaso sanguíneo 
quebrado no cérebro pode causar apoplexia (derrame).
 1661 - Thomas Willis descreve um caso de meningite.
 
 1662 - De homine de René Descartes é publicado (Ele morreu em 
1650).
 
 1664 - Thomas Willis publica Cerebri anatome (em latim).
19
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Figura 4 – Cerebri Anatome 
Fonte: Disponível em: <http://plato.stanford.edu/entries/
pineal-gland/>. Acesso em: 1º dez. 2012.
 1664 - Thomas Willis descreve o décimo primeiro nervo craniano 
(nervo acessório).1664 - Gerardus Blasius descobre e nomeia o “aracnoide”.
 
 1665 - Robert Hooke detalha o seu primeiro microscópio.
 1667 - Robert Hooke publica Micrographia.
 1668 - l’Abbe Edme Mariotte descobre o ponto cego.
 
 1670 - William Molins nomeia o nervo troclear.
 1673 - Joseph Duverney usa em pombos a técnica de ablação 
experimental. 
20
Neurociências: evolução e atualidade
 1681 – A edição em Inglês de Cerebri anatome de Thomas Willis 
é publicada.
 1681 - Thomas Willis cunha o termo Neurologia.
 
 1684 - Raymond Vieussens publica Neurographia Universalis.
 1695 - Humphrey Ridley publica A Anatomia do Cérebro.
 
 1696 - John Locke escreve o Ensaio sobre o Entendimento 
Humano.
 
 1697 - Joseph G. Duverney introduz o termo “plexo braquial”.
1700 – 1800
 1704 - Antonio Valsalva publica No ouvido humano.
 1705 - Antonio Pacchioni descreve as granulações aracnoides.
 1709 - George Berkeley publica a Nova teoria da visão.
 1717 - Antony van Leeuwenhoek descreve as fibras nervosas na 
seção transversal.
 1721 - A palavra “anestesia” aparece pela primeira vez em Inglês. 
 
 1736 - Jean Astruc cunha o termo reflexo.
 1749 - David Hartley publica Observações do Homem, o primeiro 
trabalho Inglês usando a palavra “psicologia”.
 
 1750 - Jacques Daviel realiza a primeira extração de catarata em 
um olho humano vivo.
 
 1752 - A Sociedade dos Amigos estabelece um ambiente 
hospitalar para os doentes mentais na Filadélfia.
 1760 - Arne-Charles Lorry demonstra que os danos ao cerebelo 
afetam a coordenação motora.
 1766 - Albrecht von Haller fornece descrição científica do líquido 
cefalorraquidiano.
 
21
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1773 - John Fothergill descreve a neuralgia do trigêmeo (tique 
doloroso, síndrome do Fothergill).
 1773 - Sir Joseph Priestley descobre o óxido nitroso.
 
 1774 - Franz Anton Mesmer introduz o “magnetismo animal” 
(mais tarde chamada de hipnose).
Figura 5 – Franz Anton Mesmer 
Fonte: Disponível em: <hediedformygrins.blogspot.com>.
Acesso em: 1º dez. 2012.
 1776 - M.V.G. Malacarne publica o primeiro livro dedicado 
exclusivamente ao cerebelo.
 
 1777 - Philip Meckel propõe que o ouvido interno é preenchido 
com fluido, não ar.
 1778 - Samuel Thomas von Soemmerring apresenta a 
classificação moderna dos doze pares de nervos cranianos.
 
 1779 - Antonius Scarpa descreve o gânglio de Scarpa do sistema 
vestibular.
 
 1782 - Francesco Gennari publica um trabalho sobre “lineola 
albidior” (mais tarde conhecida como a faixa de Gennari).
 1782 - Francesco Buzzi identifica a fóvea.
 1784 - Benjamin Rush escreve que o álcool pode ser uma droga 
que vicia.
22
Neurociências: evolução e atualidade
 1784 - Benjamin Franklin menciona óculos bifocais em uma carta 
a George Whatley.
 1786 - Felix Vicq d’Azyr descobre o locus coeruleus.
 1786 - Samuel Thomas Sommering descreve o quiasma.
 1786 - Georg Joseph Beer funda o primeiro hospital de olhos em 
Viena.
 1791 - Luigi Galvani publica um trabalho sobre estimulação 
elétrica de nervos de rã.
 1792 - Giovanni Valentino Mattia Fabbroni sugere que a ação do 
nervo envolve tanto fatores químicos quanto físicos.
 1796 - Johann Christian Reil descreve a insula (ilha de Reil).
 1798 - John Dalton, que era daltônico vermelho-verde, fornece 
uma descrição científica do daltonismo.
1800 – 1850
 1800 - Alessandro Volta inventa a pilha molhada.
 1800 - Humphrey Davy sintetiza o óxido nitroso.
 1800 - Samuel von Sommering identifica o material preto no 
mesencéfalo e o chama de “substantia nigra”.
 1801 - Thomas Young descreve o astigmatismo.
 1801 - Adam Friedrich Wilhelm Serturner cristaliza ópio e obtém 
morfina.
 1808 - Franz Joseph Gall publica um trabalho sobre frenologia.
 1809 - Johann Christian Reil usa o álcool para endurecer o cérebro.
 1809 - Luigi Rolando usa corrente galvânica para estimular o 
córtex.
 1811 - Jean Julien Legallois descobre o centro respiratório na 
medula.
 1811 - Charles Bell discute as diferenças funcionais entre raízes 
dorsal e ventral da medula espinhal.
23
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1820 – O galvanômetro é inventado.
 1821 - Charles Bell descreve paralisia facial ipsilateral (paralisia 
de Bell).
 1821 - François Magendie discute as diferenças funcionais entre 
raízes dorsal e ventral da medula espinhal.
 1822 - Friedrich Burdach nomeia o giro cingulado e distingue 
geniculado lateral e medial.
 1823 - Marie-Jean-Pierre Flourens afirma que o cerebelo regula a 
atividade motora.
 1824 - John C. Caldwell publica Elementos de Frenologia.
 1824 - Marie-Jean-Pierre Flourens faz ablação em detalhes para 
estudar o comportamento.
 1824 - F. Magendie fornece a primeira evidência do papel do 
cerebelo no equilíbrio.
 
 1825 - John P. Harrison apresenta o primeiro argumento contra a 
frenologia.
 1825 - Jean-Baptiste Bouillaud apresenta casos de perda da fala 
após lesões frontais.
 
 1825 - Luigi Rolando descreve o sulco que separa os giros pós-
central e pré-central.
 1826 - Johannes Müller publica teoria de “energias nervosas 
específicas”.
 1832 - Justus von Liebig descobre o hidrato de cloral.
 
 1832 - Jean-Pierre Robiquet isola a codeína.
 1832 - Sir Charles Wheatstone inventa o estereoscópio.
 1833 - Philipp L. Geiger isola a atropina.
 1834 - Ernst Heinrich Weber publica a “Lei de Weber”.
 1836 - Marc Dax lê jornal sobre os efeitos do hemisfério esquerdo 
danos em discurso.
24
Neurociências: evolução e atualidade
 1836 - Gabriel Gustav Valentin identifica o neurônio núcleo e o 
nucléolo.
 1836 - Robert Remak descreve axônios mielinizados e não 
mielinizados.
 1836 - Charles Dickens (o romancista) descreve a apneia 
obstrutiva do sono.
 1837 - Janeiro Purkyně (Purkinje) descreve as células 
cerebelares; identifica o neurônio núcleo e seus processos.
 1837 - A American Physiological Society é fundada.
 1838 - Robert Remak sugere que fibras nervosas e células 
nervosas são unidas.
 1838 - Theordor Schwann descreve a célula formadora de mielina 
no sistema nervoso periférico (“célula de Schwann”).
 1838 - Jean-Etienne Dominique Esquirol publica Mentales Des 
Maladies, possivelmente a primeira obra moderna sobre os 
transtornos mentais.
 1838 – O Código Napoleônico leva à exigência de instalações 
para os doentes mentais.
 1838 - Eduard Zeis publica um estudo sobre os sonhos em 
pessoas que são cegas.
 1839 - Theordor Schwann propõe a teoria celular.
 1839 - C. Chevalier cunha o termo micrótomo.
 
 1840 - Moritz Heinrich Romberg descreve um teste para 
propriocepção consciente (teste de Romberg).
 1840 - Adolph Hannover utiliza ácido crômico para endurecer 
tecido nervoso.
 1840 - Jules Gabriel François Baillarger discute as conexões 
entre a substância branca e cinzenta do córtex cerebral.
 1840 - Adolphe Hannover descobre as células ganglionares da 
retina.
25
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1841 - Dorothea Lynde Dix investiga brutalidade dentro de 
hospitais para doentes mentais nos Estados Unidos.
 1842 - Benedikt Stilling é o primeiro a estudar a medula espinhal 
em cortes seriados.
 1842 - Crawford W. Long usa éter sobre o homem.
 
 1842 - François Magendie descreve a abertura mediana no teto 
do quarto ventrículo (forame de Magendie).
 1843 - James Braid cunha o termo “hipnose”.
 1844 - Robert Remak fornece a primeira ilustração de 6 camadas do 
córtex.
 1844 - Horace Wells utiliza óxido nitroso durante uma extração de 
dente.
 1845 - Ernst Heinrich Weber e Edward Weber descobrem que a 
estimulação do nervo vago inibe o coração.
 1846 - William Morton demonstra anestesia com éter no 
Massachusetts General Hospital.
 1847 - A anestesia de clorofórmio é usada por James Young 
Simpson.
 1847 - A Associação Americana para o Avanço da Ciência é 
fundada.
 1848 - Phineas Gage tem seu cérebro perfurado por uma barra 
de ferro.
26
Neurociências: evolução e atualidade
Figura 6 – Cérebro perfurado por uma barra de ferro
Fonte: Disponível em: <www.joeltalks.com>.Acesso em: 1º dez. 2012. 
 1848 - Richard Owen cunha a palavra “notocorda”.
 
 1849 - Hermann von Helmholtz mede a velocidade dos impulsos 
nervosos em rã.
1850 – 1900
 1850 - Augustus Waller descreve a aparência de fibras nervosas 
em degeneração.
 1851 - Jacob Augusto Lockhart Clarke descreve o núcleo dorsal, 
uma área. na zona intermediária da matéria cinzenta da medula 
espinhal.
 1851 - Heinrich Muller é o primeiro a descrever os pigmentos 
coloridos na retina.
 1851 - Alfonso Corti Marchese descreve o órgão receptor coclear 
no ouvido interno (órgão de Corti).
 1851 - Hermann von Helmholtz inventa oftalmoscópio.
 1851 - Andrea Verga descreve o vergae cavum.
 1852 - George Meissner e Rudolf Wagner descrevem as 
terminações nervosas encapsuladas, mais tarde conhecidas 
como “corpúsculos de Meissner”.
27
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1853 - William Benjamin Carpenter propõe “gânglio sensorial” 
(tálamo) como sede da consciência.
 1854 - Louis P. Gratiolet descreve circunvoluções do córtex 
cerebral.
 
 1855 - Bartolomeo Panizza demonstra que o lobo occipital é 
essencial para a visão.
 1855 - Richard Heschl descreve os giros transversos no lobo 
temporal (giros Heschl).
 1859 - Charles Darwin publica A Origem das Espécies.
 1859 - Rudolph Virchow cunha o termo neuroglia.
 1860 - Albert Niemann purifica cocaína.
 1860 - Gustav Theodor Fechner desenvolve a “lei de Fechner”.
 1860 - Karl L. Kahlbaum descreve e nomeia “catatonia”.
 1861 - Paul Broca discute localização cortical.
Figura 7 – Anatomia cerebral por Paul Broca e Carl Wernicke
Fonte: Disponível em: <wwww.souagora.com.br>. Acesso em: 1º dez. 2012.
28
Neurociências: evolução e atualidade
 1861 - T.H. Moedas Huxley cunha o termo calcarine sulcus.
 1862 - Hermann Snellen inventa cartelas com letras para testar a 
visão.
 1863 - Ivan Mikhalovich Sechenov publica Reflexos do Cérebro.
 1863 - Nikolaus Friedreich descreve uma desordem hereditária e 
progressiva degenerativa do SNC (ataxia de Friedreich).
 1864 - John Hughlings Jackson escreve sobre a perda da fala 
após lesão cerebral.
 1865 - Otto Friedrich Karl Deiters diferencia dendritos e axônios e 
descreve o núcleo vestibular lateral (núcleo de Deiter).
 1866 - Julius Bernstein apresenta a hipótese de que um impulso 
nervoso é uma “onda de negatividade”.
 1866 - Leopold Agosto Besser cunha o termo “células de Purkinje”.
 1867 - Theodore Meynert realiza a análise histológica do córtex 
cerebral.
 1868 - Julius Bernstein mede a evolução no tempo do potencial 
de ação.
 1869 - Francis Galton afirma que a inteligência é herdada 
(publicação de Hereditary Genius).
 1869 - Johann Friedrich Horner descreve doença ocular (pupila 
pequena, pálpebra caída), mais tarde a ser chamada de 
“síndrome de Horner”.
 1870 - Eduard Hitzig e Gustav Fritsch descobrem a área motora 
cortical do cão usando estímulo elétrico.
 1870 - Ernst von Bergmann escreve o primeiro livro sobre cirurgia 
do sistema nervoso.
 1871 - Weir Mitchell oferece relato detalhado de síndrome do 
membro fantasma.
 1872 - Sir William Turner descreve o sulco interparietal.
 1872 - Charles Darwin publica A Expressão das Emoções no 
Homem e nos Animais.
29
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1874 - Jean Martin Charcot descreve a esclerose lateral 
amiotrófica.
 1874 - Vladimir Alekseyevich Betz publica trabalho sobre células 
gigantes piramidais.
 1874 - Roberts Bartholow estimula eletricamente o tecido cortical 
humano.
 1875 - Sir David Ferrier descreve diferentes partes do córtex 
motor do macaco.
 1875 - Richard Caton é o primeiro a registrar a atividade elétrica 
do cérebro.
 1875 - Heinrich Wilhelm Erb e Carl Friedrich Otto Westphal 
descrevem o reflexo patelar.
 1876 - David Ferrier publica As Funções do Cérebro.
 1876 - Francis Galton usa a “natureza e cultura” para explicar 
termo “hereditariedade e ambiente”.
 1877 - Jean-Martin Charcot publica Palestras sobre as Doenças 
do Sistema Nervoso.
 1878 - Paul Broca publica trabalho sobre o “grande lobo límbico”.
 1878 - Louis-Antoine Ranvier descreve interrupções regulares na 
bainha de mielina (nodos de Ranvier).
 1879 - Camillo Golgi descreve o que mais tarde seria conhecido 
como “órgãos tendinosos de Golgi”.
 1879 - Hermann Munk apresenta a anatomia detalhada do 
quiasma.
 1879 - William Crookes inventa o tubo de raios catódicos.
 1879 - Wilhelm Wundt cria laboratório dedicado a estudar o 
comportamento humano.
 1880 - Jean Baptiste Edouard Gelineau introduz a palavra 
“narcolepsia”.
 1880 - Friedrich Sigmund Merkel descreve terminações nervosas 
livres as quais seriam mais tarde conhecidas como “corpúsculos 
de Merkel”.
 
30
Neurociências: evolução e atualidade
 1881 - Hermann Munk apresenta relatórios sobre anormalidades 
visuais após a ablação do lobo occipital em cães.
 1883 - Sir Victor Horsley descreve os efeitos da anestesia com 
óxido nitroso.
 1883 - Emil Kraepelin cunha os termos neuroses e psicoses.
 1883 - George John Romanes cunha o termo “psicologia 
comparativa”.
 1884 - Karl Koller descobre as propriedades anestésicas da 
cocaína.
 1884 - Georges Gilles de la Tourette descreve vários distúrbios do 
movimento.
 1885 - Paul Ehrlich observa que a tintura intravenosa não mancha 
o tecido cerebral.
 1885 - Carl Weigert introduz hematoxilina para corar a mielina.
 1885 - Ludwig Edinger descreve o núcleo que será conhecido 
como o núcleo Edinger-Westphal.
 1886 - V. Marchi publica procedimentos para corar a degeneração 
da mielina.
 1887 - Sergei Korsakoff descreve os sintomas característicos em 
alcoólatras.
 1888 - William Gill descreve anorexia nervosa.
 1888 - William W. Keen Jr. é o primeiro americano a remover 
meningioma intracranial.
 1888 - Giovanni Martinotti descreve células corticais mais tarde 
conhecidas como “células Martinotti”.
 
 1889 - Santiago Ramón y Cajal argumenta que as células 
nervosas são elementos independentes.
 1889 - William cunha o termo dendrite.
 1889 - Carlo Martinotti descreve o neurônio cortical com axônio 
ascendente (este neurônio hoje leva seu nome, célula Martinotti).
31
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1890 - Wilhelm Ostwald descobre a teoria de membrana de 
condução nervosa.
 1890 - William James publica Princípios de Psicologia.
 1890 - O termo “testes mentais” foi inventado por James Cattell.
 1891 - H. Quincke introduz a punção lombar.
 1891 - Wilhelm von Waldeyer cunha o termo neurônio .
Figura 8 - Wilhelm von Waldeyer
 
Fonte: Disponível em: <http://serendip.brynmawr.edu/exchange/
brains/timeline>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
 1891 - Luigi Luciani publica um manuscrito sobre o cerebelo.
 1891 - Heinrich Quinke desenvolve a punção lombar (punção 
espinhal).
 
 1892 - Arnold Pick é o primeiro a descrever a “doença de Pick”.
 
 1893 - Paul Emil Flechsig descreve a mielinização do cérebro.
 1893 - Charles Scott Sherrington cunha o termo proprioceptivo.
 1895 - William Seu primeiro usa o termo hipotálamo.
 1895 - Wilhelm Konrad Roentgen inventa o Raio-X.
32
Neurociências: evolução e atualidade
1895 - Heinrick Quincke realiza punção lombar para estudar o 
líquido cefalorraquidiano.
1896 - Rudolph Albert von Kolliker cunha o termo axônio.
1896 - Camillo Golgi descobre o aparelho de Golgi.
1896 - Emil Kraeplein descreve a demência precoce.
1897 - Ivan Petrovich Pavlov publica trabalho sobre a fisiologia da 
digestão.
1897 - Karl Ferdinand Braun inventa o osciloscópio.
1897 - John Jacob Abel isola adrenalina.
1897 - Charles Scott Sherrington cunha o termo sinapse.
1897 - Ferdinand Blum usa formol como fixador do cérebro.
1898 - John Langley Newport cunha o termo sistema nervoso.
1898 - Angelo Ruffini descreve terminações nervosas 
encapsuladas, mais tarde conhecidas como corpúsculos de 
Ruffini.
1899 - Francis Gotch descreve uma “fase refratária” entre os 
impulsos nervosos.
1900 - 1950
1900 - Sigmund Freud publica A Interpretação dos Sonhos.
1900 - Charles ScottSherrington afirma que o cerebelo é o 
gânglio principal do sistema proprioceptivo.
1900 - M. Lewandowsky cunha o termo “barreira cérebro-sangue”. 
1902 - Oskar Vogt e Cecile Vogt cunham o termo “neurofisiologia”.
1903 - Ivan Pavlov cria o termo reflexo condicionado.
1905 - Alfred Binet e Theodore Simon apresentam seu primeiro 
teste de inteligência.
33
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1905 - John Langley Newport cria a expressão “sistema nervoso 
parassimpático”.
 1906 - Alois Alzheimer descreve a degeneração pré-senil. 
 1906 - Sir Charles Scott Sherrington publica A ação integradora 
do sistema nervoso, que descreve a sinapse e o córtex motor.
 1907 - Ross Granville Harrison descrevem os métodos de cultura 
de tecidos.
 1907 - John Langley Newport introduz o conceito de moléculas 
receptoras.
 1908 - Vladimir Bekhterew descreve o núcleo superior do nervo 
vestibular (núcleo do Bekhterew).
 1908 - Oberga introduz a punção cisterna, um método para 
acessar o líquido cefalorraquidiano através da cisterna magna.
 1909 - Harvey Cushing é o primeiro a estimular eletricamente o 
córtex sensorial humano.
 1909 - Korbinian Brodmann 52 descreve as discretas áreas 
corticais.
 1909 - Karl Jaspers publica Doença Mental Geral.
 1910 - Emil Kraepelin nomeia a doença de Alzheimer.
“O anseio de Kraepelin era o de demonstrar que as doenças 
mentais tinham uma base anatômica, mas as alterações cerebrais 
estruturais associadas às doenças mentais eram só accessíveis 
através de investigação de achados pós-morte e, na época, Kraepelin 
possuía colaboradores que se tornaram famosos nesta empreitada: 
Alzheimer, Nissl e o casal Vogt (Tsuang et al., 1995).” (ELKIS, 1996).
 1911 - Eugen Bleuler cunha o termo esquizofrenia.
 1912 - Fórmula original para o quociente de inteligência (QI), 
desenvolvida por William Stern.
34
Neurociências: evolução e atualidade
 1913 - Edwin Ellen Goldmann encontra a barreira hematoencefálica 
impermeável a grandes moléculas.
 1913 - Walter Samuel Hunter inventa o teste da resposta retardada. 
 1915 - J.G. Dusser De Barenne descreve a atividade do cérebro 
após a aplicação de estricnina.
 1916 - Shinobu Ishihara publica um conjunto de placas para testar 
a visão de cores.
 1918 - Walter E. Dandy introduz a ventriculografia.
 1919 - Cecile Vogt descreve mais de 200 áreas corticais.
 1919 - Walter E. Dandy introduz a encefalografia .
 1919 - Pio del Rio Hortega divide neuroglia em microglia e 
oligodendroglia.
 1920 - Henry Head publica Estudos em Neurologia.
 1920 - Stephen Walter Ranson demonstra as conexões entre o 
hipotálamo e a hipófise.
 1920 - John B. Watson e Rosalie Rayner publicam experimentos 
sobre o condicionamento clássico de medo (experimentos 
pequeno Albert).
 1921 - Otto Loewi publica trabalho sobre Vagusstoff.
 1924 - Charles Scott Sherrington descobre o reflexo de 
estiramento.
 1928 - Walter Rudolf Hess relata “respostas afetivas” à 
estimulação hipotalâmica.
 1928 - John Fulton publica suas observações (feitas em 1926 
e 1928) dos sons do sangue que flui ao longo do córtex visual 
humano.
 1929 - Hans Berger publica suas conclusões sobre o 
eletroencefalograma em ser humano.
35
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1932 - Max Knoll e Ernst Ruska inventou o microscópio eletrônico.
 1932 - Edgar Douglas Adrian e Charles S. Sherrington: Prêmio 
Nobel com o trabalho sobre a função dos neurônios.
 1936 - Egas Moniz publica trabalhos sobre a lobotomia frontal 
humana.
 1936 - Walter Freeman executa lobotomia nos Estados Unidos.
 1937 - James Papez publica trabalho sobre o circuito límbico.
 1936 - Hospital Geral de Massachusetts tem seu primeiro 
laboratório EEG.
 1938 - Isador Rabi cunha o termo “ressonância magnética”.
 1938 - Skinner publica O Comportamento dos Organismos que 
descreve o condicionamento operante.
 1938 - Ugo Cerletti e Lucino Bini: tratamento de pacientes 
humanos com eletrochoque.
 1938 - Franz Kallmann publica a genética da esquizofrenia.
 1946 - Theodor Rasmussen descreve o feixe olivococlear (pacote 
de Rasmussen).
 1946 - Presidente Truman assina o Ato Nacional de Saúde Mental.
 1948 - A Organização Mundial de Saúde é fundada.
 1949 - Horace Winchell Magoun define o sistema ativador reticular.
Fonte: Disponível em: <http://faculty.washington.edu/
chudler/hist.html>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Até você pode acompanhar, de forma didática, os acontecimentos marcantes 
que irão, durante a leitura do caderno de estudos, auxiliá-lo a compreender de 
que formas as descobertas se articulam. Vale esclarecer que cada pesquisador 
atuou em momentos distintos e em lugares diferentes, cada um dentro de um 
36
Neurociências: evolução e atualidade
contexto de descobertas e tecnologias possíveis para aquele momento. Portanto, 
não podemos ler a cronologia de forma linear apenas, é preciso relacionar o 
que ocorreu, onde e quando, a fim de perceber que as novas descobertas estão 
relacionadas com outras e, assim, alimentam novas investigações e ampliação 
dos recursos tecnológicos possíveis para um dos momentos históricos. 
Atividade de Estudos: 
1) Antes de seguirmos adiante e analisarmos as principais 
contribuições na segunda metade do século XX:
a) Faça uma síntese do que você considerou importante durante sua 
leitura da cronologia, retomando fatos e pesquisadores, justifique 
suas escolhas. 
b) A fim de ajudar você a refletir sobre a história das neurociências 
quando toda a tecnologia atual ainda não estava disponível para 
os estudos desse espaço tão misterioso que é o cérebro, discuta 
acerca dessas questões: O que as descobertas significaram 
ao longo do tempo? A que se pode atribui os avanços em cada 
momento histórico? Quem são essas pessoas e como se deram 
essas descobertas? Como seria o nosso século se não tivessem 
ocorrido essas descobertas?
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
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Os Principais Avanços da Neurociência 
e suas Contribuições para os Estudos 
Atuais
Um dos objetivos desse capítulo é historicizar os estudos da neurociência, a 
fim de que se possa reconstruir o processo de descobertas e das aplicações dos 
estudos na área. Esperamos que você tenha compreendido que as descobertas 
se deram dentro de um momento histórico o qual tinha seus recursos de pesquisa. 
Os limites de cada momento auxiliaram nos avanços sobre os quais iremos 
estudar nesta seção.
Foram muitos estudos para que cada parte do todo fosse compreendida em 
relação às funções de cada órgão e da relação entre eles. Entretanto, apenasquando os aparelhos para os estudos mais detalhados do cérebro foram se 
desenvolvendo é que as descobertas até então realizadas foram confirmadas, 
revistas e ampliadas, pois, como você pode refletir em sua atividade anterior, a 
ciência parte sempre de conhecimentos já elaborados, os quais são refutados, 
reafirmados, alterados ou apenas complementados.
Vamos, então, rever alguns momentos já apresentados na cronologia e 
outros novos, pois houve contribuições anteriores que foram fundamentais para 
os avanços das neurociências. O que selecionamos para estudo possibilitou aos 
cientistas conhecer um pouco mais o funcionamento interno do corpo humano. 
Você já sabe que, em 1895, Wilhelm Konrad Roentgen inventou o Raio-X, o que 
foi um marco no século XIX, fechando um ciclo e abrindo outro. 
38
Neurociências: evolução e atualidade
Figura 9 – Equipamento móvel de radiografia em ambulância
Fonte: Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n20/
history/neuroimage2_p.htm>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Em 1912, ocorreu, ainda que de forma incidental, a descoberta da 
pneumoencefalografia (visualização radiográfica dos ventrículos cerebrais por 
injeção de ar ou outro gás). Esta técnica, segundo Elkis (1996), foi usada até o 
início dos anos 70, mas apresentava grandes problemas metodológicos para a 
psiquiatria. 
Na década seguinte (a de vinte), surgiu a angiografia cerebral, graças aos 
trabalhos e investigações de Egas Morniz, o que possibilitou o início de estudos 
acerca de algumas relações entre estados mórbidos neurológicos e determinadas 
alterações do líquor. Essas técnicas foram auxiliando as pesquisas, investigações 
in vivo das alterações de estruturas cerebrais.
Angiografia Cerebral: Uma angiografia cerebral é um raio X 
que mostra os vasos sanguíneos na cabeça. É usado para verificar 
se há a presença de aneurismas, má-formações, coágulos de 
sangue, redução ou bloqueio deste ou mudanças devido a um tumor, 
a um sangramento interno ou a um inchaço.
Líquor ou líquido cefalorraquidiano, é popularmente conhecido 
como “líquido da espinha”. É produzido no cérebro, distribuindo-
se pelo espaço entre a superfície cerebral e o crânio e ao redor da 
medula espinal. Seu volume total é renovado três vezes por dia e, 
39
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
depois de circular pelo espaço subaracnóide (entre as meninges), é 
absorvido pelo sistema venoso. Sua principal função é a de servir 
como um amortecedor entre o cérebro e a caixa óssea craniana, mas 
também exerce importante papel como interface entre o cérebro e o 
sangue na troca de fluidos e eletrólitos, além de ser um dos fatores 
de regulação da pressão intracraniana.
E, em 1940, foi introduzida a imagem por ultrassonografia. O que isso 
significa? Que se começava a ter maiores possibilidades investigativas do ser 
humano, mas somente com os avanços dos estudos nas áreas das neurociências, 
e aqui se incluem emprego de técnicas avançadas de neuroimagem, é que se 
começa a compreender mais e melhor muitos fenômenos que até então careciam 
de aparatos ampliados para sua investigação. Isso inclui estudos sobre a 
ampliação dos conhecimentos acerca dos circuitos cerebrais e das funções que 
estão relacionadas à cognição humana, bem como às doenças mentais e outros 
problemas que encontramos muitas vezes em nossas famílias, como o mal de 
Alzheimer, cuja degeneração pré-senil foi descrita por Alois Alzheimer, com você 
já leu anteriormente.
Pré-Senil: Relativo a um estado ou às perturbações que 
precedem a velhice. Ex.: catarata pré-senil, psicose pré-senil.
Você poderá ver mais adiante que os avanços da neurociência, 
especialmente pelo uso das neuroimagens, trouxeram detalhes sobre 
as áreas do cérebro que já vinham sendo estudadas no século XIX, 
mas que não poderiam ser detalhadas com a especificidade que hoje 
ocorre. Uma dessas áreas, por exemplo, é a da leitura e a descoberta 
de Dehaene (2012) dos neurônios da leitura. Com o uso de técnicas 
de neuroimagem funcional, ocorreu a possibilidade de comprovação 
de hipóteses já aventadas, refutação de outras e revisão ou ampliação 
de descobertas sobre como nosso cérebro funciona e quais as áreas 
responsáveis por cada função (ainda que se deva pensar na intrincada 
rede que ali ocorre), que faz de nosso cotidiano um viver simples como 
andar, falar, ler.
Com o uso de 
técnicas de 
neuroimagem 
funcional, ocorreu 
a possibilidade 
de comprovação 
de hipóteses 
já aventadas, 
refutação de 
outras e revisão 
ou ampliação 
de descobertas 
sobre como 
nosso cérebro 
funciona.
40
Neurociências: evolução e atualidade
Atividade de Estudos: 
1) Para saber um pouco mais sobre os usos e até mesmo a invenção 
ou surgimento de toda essa tecnologia, sugerimos que pesquise 
as seguintes técnicas:
 a) Tomografia Computadorizada ou TC Axial (CAT, em inglês): 
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 b) Ressonância Magnética - RM - (MRI, em inglês)
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 c) Ressonância Magnética Funcional – RMf (fMRI, em inglês)
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 d) Tomografia de Emissão de Pósitrons ou PET-scan (PET, em 
 inglês)
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 e) Magnetoencefalografia (MEG)
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Para fechar este capítulo, apresentaremos alguns avanços na área das 
neurociências que serão retomadas ao longo do fascículo. Para isso, realizou-
se uma síntese das discussões apresentadas por Dehaene (2012), bem como 
trechos desua obra no que tange aos recursos investigativos. Segundo ele, a 
leitura do cérebro, com as técnicas da imagem cerebral funcional, ocorreu há 
aproximadamente vinte anos. A observação dos processos, por exemplo, de 
leitura, foram não apenas realizados em pessoas doentes como portadores de 
alexia ou deslexia, por exemplo, mas também em sadias e pode-se observá-las 
em experiência de leitura de palavra. O que isso significou? A visualização da 
atividade cerebral no momento em que a pessoa realiza a operação mental, ou 
seja, no caso da dislexia, realiza a leitura. 
Para completar nossos estudos a respeito, trazemos as descobertas de 1988, 
depois ampliadas pelo uso da IRM funcional, o que revela que os avanços são 
sempre uma revisita às descobertas já ocorridas. Sobre isso, é importante saber:
42
Neurociências: evolução e atualidade
“Em 1988 aparece o um artigo que inaugurou, de modo 
espetacular, a era da imagem cerebral funcional. Steven Petersen e 
seus colegas estabelecem um marco ao revelar, pela primeira vez, 
a organização funcional das áreas cerebrais da linguagem, com a 
ajuda de um novo método: a tomografia por emissão de pósitrons”. 
(DEHAENE, 2012, p. 81).
Como você já realizou sua pesquisa (na atividade complementar) 
a respeito desse método, já sabe que há uma injeção de uma dose de 
água radioativa, ainda que fraca, para mapear as regiões de atividade 
cerebral. No que tange às áreas destinadas à escuta de palavras, 
leitura de palavras, produção de palavras e associação de palavras, 
foi em 1988 que estas áreas foram evidenciadas. Você pode ver isso 
melhor na figura que segue:
Figura 10 - Áreas do cérebro reveladas pela primeira vez pelo 
escaneamento PET (datada por Peterse et al., 1989)
Fonte: Disponível em: <http://readinginthebrain.pagesperso-orange.
fr/img/small/Diapositive9.jpg>. Acesso em: 1º dez. 2012.
No que tange às 
áreas destinadas 
à escuta de 
palavras, leitura 
de palavras, 
produção de 
palavras e 
associação de 
palavras, foi em 
1988 que estas 
áreas foram 
evidenciadas.
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Na Figura 10 você encontrou algumas expressões em inglês, 
segue a tradução desses termos: 
Listing to words = ouvir palavras; Reading words = ler palavras; 
Producing = produzir palavras; Associating = associação de palavras.
 
Mas, como você já deve ter percebido, os avanços vão colocando 
de lado algumas formas de investigação das atividades cerebrais 
e incluindo outras. O que surge, então, para detalhar ainda mais a 
atividade cerebral, levando, por exemplo, à compreensão de como 
lemos palavras? 
Foi com o advento da imagem funcional por ressonância magnética (IRM 
funcional). Qual a vantagem desse uso? Não era mais preciso injetar no sujeito 
produtos radioativos, como explica Dehaene (2012, p. 84), pois no IRM funcional 
o próprio sangue serve de produto para contraste. Além disso, o acesso a essas 
máquinas se encontra em muitos hospitais e apresenta uma grande vantagem 
que é “[...] a de fornecer uma série de medidas da atividade cerebral com uma 
grande rapidez. No curso de um só exame, podem-se facilmente obter algumas 
centenas de imagens do cérebro inteiro, numa escala de alguns milímetros, na 
razão de um a cada dois ou três segundos (contra uma imagem a cada 10 ou 15 
minutos para a câmera de pósitrons).” (DEHAENE, 2012, p. 84).
Algumas Considerações 
Pelo que você viu aqui, foi preciso muito investimento para tornar os métodos 
invasivos em outros não agressivos e mais eficientes, avançando, assim, nos 
estudos das neurociências. Guarde bem o que estudou até o momento, pois irá 
precisar desses conhecimentos para os estudos que seguem. Afinal, descobrir 
como lemos, como vemos imagens, como atribuímos significado ao que lemos 
acontece em um lugar que só foi descoberto graças a tudo que estudamos até aqui.
44
Neurociências: evolução e atualidade
Referências
D’AQUILI, Eugene G. The biopsychological determinants of culture. An Addison-
Wesley Module in Anthropology. Reading, Mass.: Addison-Wesley,1972.
DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa 
capacidade de ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 2012. 
ELKIS, Hélio. Neuroimagem em psiquiatria: achados recentes de alterações 
estruturais no alcoolismo, esquizofrenia e transtornos do humor. Revista 
Psiquiatria clínica, v. 23/24, n. 4/1-3, p. 18-23, 1996.
Marcos das pesquisas em neurociências. Disponível em: <.http://faculty.
washington.edu/chudler/hist.html>. Acesso em: 1º dez. 2012.
SABBATINI, Renato M.E. A História da Neuroimagem. Mente e Cérebro. 
Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n20/history/neuroimage2_p.
htm>. Acesso em: 1º dez. 2012.
CAPÍTULO 2
Neurociência: Estudos Atuais
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Identificar os níveis de análise nos estudos atuais da neurociência.
 9 Compreender como as moléculas participam de mecanismos cruciais e agem 
em conjunto para proporcionar aos neurônios suas propriedades especiais.
 9 Perceber como diferentes sistemas trabalham em conjunto para produzir 
comportamentos integrados. 
 9 Ampliar os conhecimentos sobre leitura e escrita dentro das novas descobertas 
das neurociências.
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Neurociências: evolução e atualidade
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Contextualização
A palavra “noções” já indica que, neste capítulo, serão apresentados aspectos 
introdutórios acerca das neurociências e suas áreas específicas de estudo. O que 
se pretende é introduzir os estudos nas subdivisões selecionadas: molecular, 
celular, comportamentais e cognitivas. Portanto, se desejar saber um pouco mais 
de cada uma dessas subdivisões ou especificamente de uma delas, você poderá 
ampliar seus conhecimentos fazendo pesquisas nos materiais indicados nas 
referências.
Iremos apresentar pontos específicos de cada subdivisão, seguindo a ordem 
que nos propomos e atendendo aos objetivos já apresentados. 
Para alcançarmos tais objetivos, organizamos o capítulo em partes, que 
se completam, a fim de detalhar mais e ampliar seus conhecimentos sobre a 
neurociência molecular; a celular e a dos sistemas comportamentais e cognitivos. 
Noções da Neurociência Molecular: 
da Neurociência Celular e dos 
Sistemas Comportamentais e 
Cognitivos
Antes de abrirmos este capítulo, gostaríamos de rever alguns pontos 
do capítulo anterior e retornar à cronologia sobre as descobertas acerca dos 
neurônios. Não é apenas uma revisão, mas uma ampliação dos conhecimentos 
científicos, a fim de perceber que as descobertas, ao longo da história, não se 
dão ao acaso e, ainda que sejam reconhecidas pela comunidade científica em 
uma data específica, estão relacionadas com o que ocorreu nos anos interiores. 
Para ampliar seus conhecimentos, trazemos informações de Sabbatini (2003):
 
Neurônios e Sinapses: a história de sua descoberta
A descoberta de como o sistema nervoso é organizado e trabalha 
em nível celular constitui um dos mais fascinantes e ricos episódios 
da história da ciência. Ela começou com um novo e poderoso 
conceito, o da bioeletricidade, mas ainda sem o conhecimento de 
como ela era gerada, pois devemos nos lembrar de que até 1838 a 
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Neurociências: evolução e atualidade
ciência nem sequer sabia que os organismos vivos eram constituídos 
de células e qual era a função dos diferentes processos filamentosos 
descobertos em seções histológicas do sistema nervoso, ou que 
eles eram de alguma forma relacionados aos “glóbulos” no tecido. 
O progresso científico foi bastante lento no princípio, devido aos 
obstáculos técnicos. Por exemplo, levou meio século (de 1838 
a 1888) para mudar-se a visão de que o sistema nervoso não era 
uma gigantesca rede sincicial (a hipótese reticularista) para a ideia 
atualmente aceita de que os neurônios são células individuais, como 
a maioria dos tecidos achados no organismo (a doutrina neuronal).
Em retrospectiva, os três longos “platôs” de pequeno progresso,intercalados entre súbitos saltos, foram devidos principalmente a 
razões tecnológicas. O primeiro grande passo (a descoberta de 
neurônios, dendritos e axônios), foi devido à invenção do microscópio 
acromático moderno, em 1824. O segundo grande passo (a 
descoberta de que os neurônios não se fundem e que os dendritos 
e axônios fazem parte dos neurônios), foi devido à descoberta 
do método de coloração de prata, por Golgi e Cajal, em 1887. 
O terceiro grande passo foi conseguido apenas com as técnicas 
microeletrofisiológicas, equipamentos eletrônicos de amplificação de 
alto ganho, etc.), na década dos 40, e com a microscopia eletrônica, 
na década dos 50. Com isso, os derradeiros fatos fundamentais 
sobre a sinapse foram conquistados!
Fonte: Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n17/
history/neurons5_p.htm>. Acesso em:1º dez. 2012.
Um conselho antes de prosseguir: Caso não lembre aspectos 
mencionados no trecho acima, sugerimos que retome suas anotações 
do capítulo I e situe as descobertas das neurociências dentro da 
cronologia apresentada por Sabbatini. Como você já deve ter 
percebido, há uma relação de causa-consequência entre os fatos, 
feitos e descobertas nas neurociências, por isso sua leitura deve 
ser feita considerando os links entre cada parte deste material. 
Quando tiver dúvidas, volte ao que já estudou. Essa é a melhor 
maneira de conectar cada capítulo e nele cada seção. Boa leitura!
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Conhecimentos Sobre Neurociência: 
Entre Moléculas e Células
Molecular é uma palavra comum, não é mesmo? E celular (que vem de 
célula), você sabe definir? Você já deve ter estudado sobre moléculas e células 
ao longo de sua vida escolar. Então, antes de seguirmos adiante, convidamos 
você a rever seus conhecimentos acerca destes termos. Faça a atividade que 
propomos a seguir:
Atividade de Estudos: 
1) Dependendo de quanto tempo você deixou o ensino médio, 
escolha uma das propostas para realizar:
a) Volte aos seus materiais de estudo e procure localizar 
em que disciplinas e momentos de sua vida escolar você 
estudou moléculas e células. A seguir, faça um pequeno 
texto a respeito de suas retomadas e fortaleça o conceito de 
molecular e celular.
b) Se você não tem mais seus materiais ou não estudou esse 
tema, faça uma pesquisa para buscar o conceito de moléculas 
e células. Para auxiliar sua tarefa, sugerimos o endereço http://
paginas.ucpel.tche.br/~mflessa/bi5.html, mas você pode 
escolher outros materiais ou sites.
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Neurociências: evolução e atualidade
Agora que você já se situou em relação às palavras-chave desta subseção, 
vamos, então, adentrar no universo das neurociências. Como já anunciado no 
início do capítulo, nosso objetivo é compreender como as moléculas participam 
de mecanismos cruciais e agem em conjunto para proporcionar aos neurônios 
suas propriedades especiais. Aliamos a isso: perceber como diferentes sistemas 
trabalham em conjunto para produzir comportamentos integrados. 
Para isso, organizamos o material em diferentes partes, mas 
gostaríamos de salientar que ainda que se foque separadamente, 
é importante saber que há relações entre os diferentes aspectos – 
molecular, celular, sistêmico, cognitivo -, pois:
O Sistema Nervoso Central produz o nosso estado consciente 
mediante um contínuo fluxo de informações e armazenamento 
de memórias ao longo da vida, a partir de diferentes estímulos 
externos. Ao mesmo tempo, controla a concentração dos 
nossos fluidos internos e o trabalho de músculos e glândulas. 
A transmissão sináptica é o processo básico de toda esta 
atividade. Bilhões de neurônios se comunicam entre si 
via milhares de sinapses, e cada sinapse, por sua vez, é 
uma estrutura regulada independentemente. A partir desta 
complexidade, em lugar de caos, surge uma singular ordem 
na informação processada pelo cérebro. A secreção de 
neurotransmissores na zona ativa da sinapse é o evento 
primário da comunicação interneuronal. Este processo é 
regulado por um tráfego de membranas altamente orquestrado 
dentro do terminal pré-sináptico. Os neurotransmissores são 
armazenados em vesículas sinápticas. (POLLI LOPES et al., 
1999)
Atividade de Estudos: 
1) Para falarmos em comunicação entre os neurônios, faz-se 
necessária uma revisão sobre sinapse. O que você lembra ou 
sabe a respeito? Faça uma rápida revisão e anote o que sabe. 
Para auxiliar sua busca, sugerimos estes sites:
 
 http://www.fisiologia.kit.net/fisio/pa/2.htm
 http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/05_eletrofisiologia/
neuronios_sinapses.htm
 http://www.cerebronosso.bio.br/sinapses/
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O Sistema 
Nervoso Central 
produz o nosso 
estado consciente 
mediante um 
contínuo fluxo de 
informações e 
armazenamento 
de memórias 
ao longo da 
vida, a partir 
de diferentes 
estímulos 
externos.
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
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Para entender bem isso, vamos lembrar o desenho de um neurônio e de 
sinapse:
 
Figura 11 - Estrutura Típica de uma Célula Nervosa
Fonte: Disponível em: <http://www.jornallivre.com.br/129337/
sistema-nervoso.html>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
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Neurociências: evolução e atualidade
Nesta ilustração, você pode perceber que, através de suas 
terminações, os neurônios entram em contrato e transmitem impulsos 
a outros neurônios. Estes locais de contato são denominados, 
respectivamente, sinapses interneuronais.
Caso você queira ver como o cérebro funciona e entender 
como se dá a sinapse, acesse: 
http://www.jellinek.nl/brain/index.html. 
Aqui você verá em animação os neurotransmissores e a cada 
etapa encontrará também uma explicação do que ocorre em cada 
etapa do processo.
Para ver o movimento da sinapse, acesse o vídeo (de 1 minuto) 
“impulso nervo/sinapse”:
http://www.youtube.com/
watch?v=KdFSdOrBRiM&feature=player_embedded.
Antes de prosseguirmos, achamos conveniente falar sobre os tipos de 
neurônios e suas funções. 
Atividade de Estudos: 
1) Para isso, analise as imagens abaixo e faça uma comparação 
comentada entre elas:
 
Através de suas 
terminações, os 
neurônios entram 
em contrato 
e transmitem 
impulsos a outros 
neurônios.
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Figura 12 - Tipos de neurôniosFonte: Disponível em: <http://saude.hsw.uol.com.br/
cerebro2.htm>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
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A fim de fazer uma rápida revisão, apresentamos as funções dos neurônios 
conforme seus tipos: a) Os neurônios sensoriais transportam sinais das 
extremidades do nosso corpo (periferias) para o sistema nervoso central. 
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Neurociências: evolução e atualidade
Um único neurônio sensorial da ponta do nosso dedo tem um axônio que se 
estende por todo o comprimento do nosso braço, ao passo que os neurônios 
dentro do cérebro podem se estender por somente alguns poucos milímetros. b) 
Os neurônios motores (motoneurônios) transportam sinais do sistema nervoso 
central para as extremidades (músculos, pele, glândulas) do nosso corpo. c) 
Os receptores percebem o ambiente (químicos, luz, som, toque) e codificam 
essas informações em mensagens eletroquímicas, que são transmitidas pelos 
neurônios sensoriais. d) Os interneurônios conectam vários neurônios dentro do 
cérebro e da medula espinhal.
Para saber mais sobre os neurônios e as suas funções, acesse: 
 http://www.youtube.com/watch?v=M00ml30wEXM
Além disso, pode aproveitar e assistir um desenho animado: 
 http://www.youtube.com/
watch?v=EYcv6h1pZEY&NR=1&feature=endscreen 
 Wilhelm, Zhang e Rizzoli (2012) lembram que: “mais de 100 
bilhões de células nervosas se encarregam de nossos pensamentos. 
Assim como os empregados de uma empresa, são divididas em áreas 
de produção e competência: cada neurônio é especializado em um 
âmbito específico da elaboração dos sinais e da coordenação dos 
comportamentos. E, exatamente como numa empresa, o cérebro 
funciona somente se aqueles que têm a tarefa de transmitir as 
informações se comunicam entre si com eficiência.”
Continuando nossa revisão sobre o tema, lembramos que há sinapses de 
dois tipos: elétricas e químicas. As primeiras são exclusivamente interneuronais 
e incomuns em vertebrados. A comunicação entre dois neurônios se dá através 
de canais iônicos presentes em cada uma das membranas em contato, que 
permitem a passagem direta de pequenas moléculas do citoplasma de uma das 
células para o da outra. Ao contrário das sinapses químicas, que acontecem na 
maioria das sinapses interneuronais e em todas as sinapses neuroefetuadoras, as 
elétricas não são polarizadas, ou seja, a comunicação se faz nos dois sentidos. 
Nas químicas, que são a base funcional do sistema nervoso, a comunicação 
depende da liberação de uma substância química chamada neurotransmissor, 
presente no elemento pré-sináptico armazenado em vesículas sinápticas. 
Mais de 100 
bilhões de células 
nervosas se 
encarregam 
de nossos 
pensamentos.
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo 
Canais Iônicos, de Fabrício de Melo Garcia, que pode ser acessado 
em: http://www.cienciadasaude.com.br/index.php?option=com_conte
nt&view=article&id=132:canais-ios&catid=65:artigos&Itemid=253
Uma sinapse química interneuronal apresenta sempre um elemento 
pré-sináptico (que armazena e libera o neurotransmissor), um elemento 
pós-sináptico (que contém o receptor para o neurotransmissor) e uma 
fenda sináptica (que separa as duas membranas). 
Figura 13 – Fenda Sináptica 
Fonte: Disponível em: <http://neurociencia-educacao.pbworks.
com/w/page/9051885/sinapse>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Observe na figura 13 que as estruturas estão próximas, mas há 
um espaço entre elas, e este espaço é chamado de fenda sináptica. 
Na membrana pré-sináptica, estão contidas estruturas proteicas que, em 
conjunto, formam a densidade pré-sináptica. Esta se dispõe como uma malha na 
qual, de forma organizada, encaixam-se as vesículas sinápticas. O local da fenda 
 Uma sinapse 
química 
interneuronal 
apresenta sempre 
um elemento 
pré-sináptico, um 
elemento pós-
sináptico e uma 
fenda sináptica.
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Neurociências: evolução e atualidade
no qual acontece a liberação do neurotransmissor é denominado de zona ativa. 
Assim como na membrana pré-sináptica, na membrana pós-sináptica também há 
a densidade pós-sináptica. Nela estão contidos os receptores específicos para os 
neurotransmissores. Quando ocorre esta união, tem-se a transmissão sináptica.
Ainda quanto ao aspecto molecular, vale lembrar que os estudos acerca do 
crescimento neuronal até agora já têm claro que o cérebro pode continuar a sofrer 
mudanças, o que derruba crenças de mais ou menos 10 anos atrás quando se 
asseverava que uma vez completado seu desenvolvimento, o cérebro era incapaz 
de mudar, particularmente em relação às células nervosas. Hoje, sabe-se que os 
neurônios podem autorreproduzir-se ou sofrer mudanças expressivas quanto às 
suas estruturas de conexão com os outros neurônios. Descobertas como essa 
animam os cientistas e orientam pessoas comuns como nós em cuidados simples 
como os que se fazem necessários na educação da criança, como explicam 
Cardoso e Sabbatini (2000):
A educação de crianças em um ambiente sensorialmente 
enriquecedor desde a mais tenra idade pode ter um impacto 
sobre suas capacidades cognitivas e de memória futuras. A 
presença de cor, música, sensações (tais com a massagem 
do bebê), variedade de interação com colegas e parentes das 
mais variadas idades, exercícios corporais e mentais podem 
ser benéficos (desde que não sejam excessivos). Na verdade, 
existem muitos estudos mostrando que essa “estimulação 
precoce” é verdadeira. Ainda precisamos provar se isso provoca 
um crescimento no cérebro das crianças, como acontece com 
os ratos.
Pessoas que sofreram lesões em partes de seu cérebro, podem 
recuperar parcialmente as funções perdidas, submetendo-se à 
estimulação mental intensa e diversificada, de maneira análoga à 
fisioterapia para os músculos debilitados.
 
 Alimentos ou drogas artificiais que aumentem a ramificação dos dendritos, o 
crescimento dos neurônios e seu aumento de volume podem ajudar na melhora 
do desempenho mental e memória nas pessoas normais ou em pacientes com 
doenças degenerativas do cérebro, tais como Alzheimer.
A Memória
Falar em Alzheimer nos remete a questões de memória, mas o que, em 
termos de neurociências, significa memória? Como ela se forma? 
Para iniciar, apresentamos uma imagem para sua análise:
A educação de 
crianças em 
um ambiente 
sensorialmente 
enriquecedor 
desde a mais 
tenra idade pode 
ter um impacto 
sobre suas 
capacidades 
cognitivas e de 
memória futuras.
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Figura 14 – Hipocampo 
Fonte: Disponível em: <http://idosos.com.br/estimulado-cerebro-produz-
e-preserva-novas-celulas-nervosas/>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Na década de 90, os cientistas revolucionaram a neurobiologia 
com a surpreendente notícia de que o cérebro adulto dos mamíferos 
seria capaz de desenvolver novos neurônios. Os biólogos acreditavam 
há muito tempo que esse talento para o processo de formação de 
novos neurônios envolvia apenas mentes jovens, em desenvolvimento, 
e que novas célulasnascem no cérebro adulto – especificamente em 
uma região chamada hipocampo, envolvida com aprendizado e 
memória (Figura 14). 
O cérebro é a estrutura física, o pouco mais de 1 quilo de tecido 
biológico dentro da cabeça. A mente é o resultado do funcionamento 
do cérebro: os pensamentos, os sentimentos e as emoções. A mente 
pode modelar o cérebro porque os pensamentos e as emoções, 
produzidos por ele, são capazes de agir de volta sobre o cérebro e 
afetar suas conexões, funções e estrutura.
Para ampliar seu conhecimento, continue lendo a entrevista 
“Mude seu cérebro” em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/
Epoca/0,,EDG76504-6014,00-MUDE+SEU+CEREBRO.html
Os biólogos 
acreditavam há 
muito tempo 
que esse talento 
para o processo 
de formação de 
novos neurônios 
envolvia 
apenas mentes 
jovens, em 
desenvolvimento, 
e que novas 
células nascem 
no cérebro adulto 
– especificamente
em uma região
chamada 
hipocampo, 
envolvida com 
aprendizado e 
memória.
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Neurociências: evolução e atualidade
Relatos semelhantes logo surgiram em outras espécies, como ratos e saguis, 
e, em 1998, neurocientistas nos Estados Unidos e na Suécia mostraram que a 
neurogênese também ocorre com seres humanos. (SHORS, 2009).
Considerando que a plasticidade sináptica acontece através da 
melhora da comunicação entre a sinapse e os neurônios existentes, 
a neurogênese se refere ao nascimento e geração de novos 
neurônios no cérebro. Durante muito tempo a ideia do nascimento 
de neurônios constante no cérebro adulto era considerado quase 
uma heresia. Os cientistas acreditavam que os neurônios morriam e 
não eram substituídos por outros novos. Desde 1944, mas sobretudo 
nos últimos anos, a existência da neurogênese foi comprovada 
cientificamente e agora sabemos o que acontece quando as células-
mãe, um tipo especial de célula que se encontra no giro denteado, 
no hipocampo e, possivelmente, no córtex pré-frontal, dividem-se em 
duas células: uma célula-mãe e uma célula que vai se transformar 
em um neurônio completamente equipado, com axônios e dendritos. 
Logo, estes novos neurônios migram a diferentes zonas (inclusive 
distantes entre si) do cérebro, onde são exigidos, permitindo, assim, 
que o cérebro mantenha a sua capacidade neural. Se sabe que 
tanto nos animais quanto nos humanos a morte súbita neural (por 
exemplo, depois de uma apoplexia) é um potente disparador para a 
neurogênese.
Fonte: Disponível em: <http://www.cognifit.com/br/
plasticidade-cerebral/>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Então, você já sabe: a) o que é o hipocampo; b) em que área do cérebro ele 
se localiza e c) que é importante para a memória e para o aprendizado. Mas falta 
saber um pouco mais sobre a memória. 
Porém, antes de iniciarmos, que tal pensar em algumas 
situações do cotidiano para relacionar com nossa capacidade de 
armazenar informações?
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Por exemplo, uma pessoa chega perto de você, cumprimenta, você lembra 
o rosto, mas não consegue lembrar o nome. O telefone toca e você de imediato 
lembra quem está falando, pois reconhece a voz. Está entre amigos e recorta com 
detalhes um fato ocorrido. Seu filho lhe pergunta: como você aprendeu a andar de 
bicicleta, mas para você, hoje, isso é um movimento natural. 
Poderíamos continuar aqui enumerando fatos do cotidiano, mas nosso 
objetivo é outro: compreender como a nossa memória opera.
O registo de todas as experiências existentes na consciência, bem como a 
qualidade, extensão e precisão dessas lembranças explicam o que é a memória, 
cuja definição pode ser assim explicitada: a memória é o meio pelo qual nós 
recorremos as nossas experiências passadas, a fim de usar essas informações 
no presente. (STERNBERG, 2000).
Anteriormente estudamos as sinapses, mas “Qual é a relação entre a 
transmissão sináptica e a formação de memórias?” Para tirar esta dúvida, 
apresentamos um excerto do artigo de Ribeiro (2004), o qual foi publicado na 
Revista Mente e Cérebro que é um espaço muito importante para a compreensão 
dos temas bordados pelas neurociências:
Se você quiser conhecer um pouco mais este autor, sugerimos 
acessar o vídeo “Bate-papo com Sidarta Ribeiro”, disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=HVLUBRTKSIk
A grande maioria das sinapses apresenta uma separação celular da ordem 
de 20 nanômetros. Nestes casos, a transmissão da ativação de uma célula a 
outra é unidirecional e baseia-se na difusão de neurotransmissores, moléculas 
liberadas por um neurônio pré-sináptico capazes de ativar receptores químicos na 
célula pós-sináptica. 
Um nanômetro é uma unidade de medida. Exatamente 
como polegadas, pés e milhas. Por definição, um nanômetro é um 
bilionésimo de um metro. Um metro tem cerca de 39 polegadas de 
comprimento. Um bilhão é mil vezes maior que um milhão, como um 
número, você escreve por extenso 1.000.000.000. Isso é um número 
enorme, e quando se divide um metro em um bilhão de pedaços, 
60
Neurociências: evolução e atualidade
bem, isso é um pedaço bem pequeno. Tão pequeno que não se pode 
ver alguma coisa do tamanho de um nanômetro a não ser que se 
usem microscópios muito poderosos, como os microscópios de força 
atômica.
Dependendo dos tipos de neurotransmissores e receptores 
envolvidos, tal processo pode determinar tanto a excitação quanto a 
inibição das células pós-sinápticas. Quando uma sinapse é estimulada 
com alta frequência, observa-se um aumento subsequente de sua 
eficácia de transmissão, isto é, a célula pós-sináptica passa a responder 
de forma aumentada a um estímulo pré-sináptico. Por outro lado, uma 
estimulação de baixa frequência resulta na redução prolongada da 
transmissão sináptica. Tais efeitos, conhecidos respectivamente como 
potenciação e depressão de longo prazo, conferem às sinapses uma 
memória fisiológica dos eventos recentes. A potenciação de longo 
prazo permite que sinapses muito utilizadas se tornem mais fortes 
ao longo do tempo. Da mesma forma, a depressão de longo prazo 
enfraquece sinapses pouco utilizadas.
A memória apresenta duas funções fundamentais: 
 a) a capacidade de fixar, o que permite o acréscimo de novas 
informações; b) a capacidade de reproduzir, através da qual 
os conhecimentos são revividos e colocados à disposição da 
consciência.
Para que a informação seja retida, há um processo que consiste em três 
etapas como se pode observar na imagem que segue:
Dependendo 
dos tipos de 
neurotransmissores 
e receptores 
envolvidos, tal 
processo pode 
determinar tanto a 
excitação quanto a 
inibição das células 
pós-sinápticas.
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Neurociência: Estudos AtuaisCapítulo 2
Figura 15 - Os passos necessários para que um estímulo 
ou algo que sentimos transforme-se em memória
Fonte: Disponível em: <http://saude.hsw.uol.com.br/
amnesia1.htm>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
A primeira operação prepara as informações sensoriais para serem 
armazenadas no cérebro. Traduz os dados recebidos em códigos 
visuais, acústicos ou semânticos. Na etapa intermediária, a informação 
deve ser armazenada, o que acontece por um período variável. Cada 
elemento de uma memória é guardado em várias áreas cerebrais. O 
processo de fixação é complexo e a informação que se armazena está 
sempre sujeita a modificações, o que implica que, para que ela se 
mantenha estável e permanente, seja necessário tempo. Por fim, há 
a recuperação, que é a fase em que se recupera, recorda, reproduz a 
informação já guardada.
Para ampliar a compreensão sobre o processamento da 
informação, é preciso compreender a função do executivo central no 
qual está a memória de curto prazo (MCP) e o arquivo no qual está a 
memória de longo prazo (MLP).
O primeiro tipo 
de memória 
é Memória 
sensorial, que 
tem origem 
nos órgãos dos 
sentidos, por isso 
pode-se falar 
em: memória 
sensorial auditiva 
(ou ecoica), visual 
(ou icónica), 
olfativa... As 
informações 
obtidas pelos 
sentidos são 
retidas por um 
curto espaço de 
tempo (entre 0,2 
e 2 segundos), 
se for processada 
passa para

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