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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 2 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL ................................................................. 5 3 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA ........................... 7 4 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL, DE CURRÍCULO E DE ENSINO.......... 12 4.1 Planejamento educacional ...................................................................... 12 4.2 Planejamento de currículo ...................................................................... 13 4.3 Planejamento de ensino ......................................................................... 13 5 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR E DA ESCOLHA DO CURRÍCULO ............................................................................................................... 133 6 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO ............................................. 155 6.1 Conhecimento da realidade .................................................................. 155 6.2 Requisitos para o planejamento ............................................................. 16 6.3 Elaboração do Plano............................................................................. 166 6.4 Determinação dos objetivos. ................................................................. 166 6.5 Execução do Plano ................................................................................. 17 6.6 Avaliação e aperfeiçoamento do plano ................................................... 17 7 PLANO ESCOLAR ...................................................................................... 177 7.1 Roteiro para elaboração do plano da escola .......................................... 18 8 COMPONENTES BÁSICOS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO ................. 19 9 PLANO BIMESTRAL ................................................................................... 233 9.1 Exemplo de Plano Bimestral ................................................................... 24 9.2 Modelo de José Carlos LIBÂNEO (Pedagogia crítico-social dos conteúdos): .................................................................................................................25 9.3 Modelo de Nelson Piletti: ........................................................................ 26 10 O CURRÍCULO ESCOLAR ........................................................................ 27 3 10.1 Currículo escolar: limites e possibilidades ........................................... 29 11 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA TRANSFORMAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE ..................................................................................................... 31 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 422 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL Fonte: buzzero.com O planejamento na Educação Infantil “é o favorecimento da iniciativa, da autonomia, da imaginação das crianças, da sua segurança e confiança em expressar diferentes pontos de vista, ou seja, a garantia de um espaço pedagógico desafiador” (HOFFMANN, 2012, apud MAGALHÃES, 2017). A ação conjunta planejada proporciona um encontro no qual os participantes exercitam os aspectos mais humanos da humanidade: condições de diálogo, exposição de ideias, processamento do presente, como ações para o desenvolvimento e o futuro, como projeções de expectativas, destaca a contingência humana, hipótese através da qual se estabelece a possibilidade de igualdade e relações diferenciadas, “no simples gozo da convivência humana”, sem pesado labor ou trabalho característico. Em particular, o planejamento escolar pode ser entendido como um processo contínuo e sistemático de reflexão, tomada de decisão, ação e revisão realizado pela comunidade escolar. Existe para enfrentar os problemas suscitados pela realidade educacional, norteada pelas crenças e valores adotados pelas pessoas envolvidas neste trabalho. As pesquisas sobre ensino e formação de professores priorizam o estudo de aspectos políticos e pedagógicos amplos, sendo os saberes escolares e os 6 saberes docentes muito pouco valorizados e raramente problematizados ou investigados, tanto pela pesquisa acadêmica educacional como pelos programas de formação dos professores. (FIORENTINI, 1998, apud CONCEIÇÃO, 2019). Este modelo de planejamento envolve as etapas antes, durante e após a aula, ou seja, exercícios de ação, refletindo sua criatividade e repetitividade. Por ser um processo dinâmico, deve ter um caráter coletivo e participativo, ou seja, a comunidade escolar identifica problemas de ensino, aprendizagem, relacionamento, etc., estuda suas raízes e propõe métodos para superar esses problemas. Do ponto de vista pragmático, pode-se entender que os principais objetivos do processo de planejamento da escola são: evitar a rotina e improvisação; economizar tempo, dinheiro e energia; facilitar a continuidade do trabalho educativo; promover a participação de todos diretos e / ou partes interessadas indiretas no processo educação / Escola; providenciar a execução, acompanhamento e avaliação do trabalho desenvolvido. O processo de planejamento da escola deve levar a uma proposta educacional implementada no plano da escola, que integre o plano de trabalho anual de todos os aspectos da instituição e seja o resultado do processo de planejamento da unidade, com base em reflexões críticas da comunidade e permanentes frente aos novos padrões de qualidade e a utilização dos recursos disponíveis em que atua. Portanto, embora o planejamento se caracterize pela reflexão contínua sobre a prática cotidiana do ensino, o plano escolar deve se constituir na formalização dos diferentes momentos desse processo. Além disso, se o plano requer algum treinamento por pessoal relevante para esclarecer o significado técnico-político da educação escolar, então, além do papel de todos no núcleo do sistema, a formulação e execução de planos escolares também requerem habilidades técnicas, uma espécie de “conhecimentos técnicos”. Significa que os planos e ações de acompanhamento e avaliação determinados são consistentes com a legislação e as decisões que constituem e determinam a organização e funcionamento da escola, bem como o seu desejo legítimo de autonomia institucional. Considerando o planejamento como etapa inicial do processo de discussão, debate, sugestão e tomada de decisão sobre o cotidiano e a realidade escolar, a 7 estrutura do plano escolar é um documento produzido a partir dessa reflexão da realidade instituída. Um plano escolar é basicamente uma expressão objetiva das intenções e decisões da comunidade escolar, tem como objetivo o que se pretende fazer em um determinado período de tempo e para que serve. Portanto, a importância doplanejamento escolar na produção de uma educação de qualidade tornou-se óbvia e esperada. 3 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA Fonte: correio9.com.br O planejamento pedagógico é tão importante que essa atividade está assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996. A lei determina que os profissionais da área de educação tenham um tempo para planejar sua rotina escolar. Assim como na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o planejamento atinge vários setores da vida social. Se o ato de planejar é tão importante, os professores devem preparar suas aulas e se conscientizarem da importância de utilizar o plano de aula como um norteador da ação pedagógica. “O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida”. (MENGOLLA, et al, 2001 apud TUCUNDUVA, 2008). 8 Segundo Moretto (207, P. 100), percebe-se que o planejamento é imprescindível na vida humana, no entanto, no ambiente escolar não se aplica tanta importância assim “o planejamento no contexto escolar não parece ser tão importante quanto deveria ser”. “Hoje vivemos a segunda onda do planejamento. A primeira entrou em crise nos anos 1970. Embora houvesse uma grande resistência ao planejamento na prática, nos anos 1980, ano mais eficaz em entender as necessidades, pesquisar, esclarecer e comprovar essa ferramenta."(GANDIN, 2008). A citação demonstra a necessidade de compreender a importância do comportamento planejado, não apenas em nossas atividades diárias, mas principalmente no dia a dia da sala de aula. Para Moretto (2007), planejar é organizar a ação. Uma definição simples, mas que mostra a importância do comportamento planejado, pois o plano deve existir para promover o trabalho de professores e alunos, por isso deve ser visto como uma organização de ideias e informações. GANDIN (2008) sugeriu que o planejamento deve ser visto como uma ferramenta para que a ação humana seja eficaz, ou seja, deve ser utilizado para a tomada de decisão organizacional, e para melhor compreendê-lo é necessário compreender alguns conceitos, tais como: planejamento e planos, segundo MENEGOLLA & Segundo SANT'ANNA (2001, p.38) “são palavras sofisticadamente pedagógicas e que “rolam” de boca em boca, no dia-a-dia da vida escolar”. Porém, para PADILHA (2003, p. 29), esses termos podem ser entendidos de várias maneiras. Dentre eles, os seguintes destaques: Planejamento: É um instrumento direcional de todo o processo educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação. (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001 apud TUCUNDUVA C. C. 2008). Plano Nacional de Educação: Determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos. O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia do direito a educação básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso, à universalização do ensino obrigatório, e à 9 ampliação das oportunidades educacionais. Um segundo grupo de metas diz respeito especificamente à redução das desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis para a equidade. O terceiro bloco de metas trata da valorização dos profissionais da educação, considerada estratégica para que as metas anteriores sejam atingidas, e o quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior. (MEC, 2014) Plano de Curso: O plano curricular consiste em sistematizar as sugestões gerais do trabalho docente de uma determinada disciplina ou campo de investigação numa dada realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da forma como a disciplina é ministrada. (VASCONCELLOS, 1995, p.117 in Padilha, 2003). Tem por finalidade referir-se aos conteúdos, métodos, procedimentos e técnicas utilizadas no processo de ensino-aprendizagem das unidades escolares que são escolas de ensino básico e médio, faculdades e cursos técnicos de todos os níveis. O plano curricular deve conter, no mínimo, como seguintes diretrizes: integração sequencial do conteúdo didático; detalhe da proposta pedagógica; lista de materiais a ser utilizados; como formas de avaliação individual e coletiva; objetivos gerais; objetivos específicos; conclusão. Plano de Aula: Esta é a ordem de todos os conteúdos que serão desenvolvidos no dia letivo. ("...). É a sistematização de todas as atividades que ocorrem durante o período de interação professor e aluno, na dinâmica de ensino e aprendizagem." (PILETTI, 2001, p.73). Plano de Ensino: É a previsão das metas e tarefas de ensino para um ano ou semestre; é um documento mais detalhado que lista objetivos específicos, conteúdo e desenvolvimentos metodológicos. (LIBÂNEO, 1994). Projeto Político Pedagógico: É o plano geral que inclui o processo de reflexão, decisões sobre a organização, atividade e a proposta educacional da instituição. Este é um processo de organização e coordenação do comportamento do professor. Ele esclarece as atividades escolares e a origem social da escola. O plano define o objetivo do trabalho docente. (MEC, 2006). Os conceitos apresentados visam mostrar aos professores a importância, funções e, principalmente, a relação íntima entre esses tipos. Segundo FUSARI (2008, 10 p.45), “Embora os educadores geralmente utilizem "planejamento e plano como sinônimos em seu trabalho diário, na verdade, não o são”.”. Nesse percurso, de evolução e mudança de pensamento, surge a legislação que rege e direciona a Educação Infantil que de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96, organiza a faixa etária que se aplica de 0 a 5 anos de idade. Surge também o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que apresenta os Direitos de Aprendizagem embasando legalmente o ensino e o processo de transição para o Ensino Fundamental. (BRASIL, 1998 apud MAGALHÃES, 2017). Segundo SCHMITZ (2000, p.108), outro aspecto importante é que “os nomes variam muito. Basta ter clareza sobre o significado de cada um desses planos e suas características”. É importante observar: "Qualquer atividade requer planejamento para ter sucesso. Planejar é uma garantia de resultados. A educação, especialmente a educação escolar, é uma atividade sistemática que organiza as situações de aprendizagem. Obviamente, ela precisa de um planejamento muito cuidadoso. A educação não pode ser improvisada, independentemente de seu nível. " (SCHMITZ, 2000, p. 101). Educação, escola e ensino são os meios pelos quais as pessoas procuram realizar seus planos de vida. Portanto, cabe às escolas e aos professores o planejamento de ações educativas para a construção de sua felicidade (MENEGOLLA e SANT'ANNA, 2001). As citações acima ilustram a importância da escola e do professor na formação das pessoas, por isso toda ação educativa deve partir da perspectiva da construção de uma sociedade consciente de seus direitos e deveres, sejam eles, individuais ou coletivos. Apesar do planejamento pedagógico ser de suma importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvisam suas atividades, não alcançando os objetivos quanto à formação do cidadão. A ausência de um processo de planejamento de ensino nas escolas, aliado às demais dificuldades enfrentadas pelos docentes do seu trabalho, tem levado a uma contínua improvisação pedagógica das aulas. Em outras palavras, aquilo que deveria ser uma prática eventual acaba sendo uma “regra”, prejudicando, assim, a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo. (FUSARI, 2008, p.47 apud FUSARI J. C. Pág. 46). 11 Para Moretto (2007, p.100) “Há, ainda, quem pense que sua experiência como professor seja suficientepara ministrar suas aulas com competência. ” Os professores com esta forma de pensar não estão cientes da importância e da função de um bom planejamento. Simplesmente se preocupam apenas com o conteúdo pedagógico e ignoram a realidade e o patrimônio cultural de cada comunidade escolar e suas necessidades. Um aspecto que tem afetado o processo de planejamento dos professores são os materiais didáticos ou as respectivas instruções metodológicas neles contidos para os professores, os mesmos fazem um apanhado geral dos conteúdos dispostos nesses materiais e confrontam com o tempo que dispõem para ensiná-los aos alunos e a partir desses dados divide-os atribuindo erroneamente a este ato o nome de plano de aula. Muitas vezes os professores trocam o que seria o seu planejamento pela escolha de um livro didático. Infelizmente, quando isso acontece, na maioria das vezes, esses professores acabam se tornando simples administradores do livro escolhido. Deixam de planejar seu trabalho a partir da realidade de seus alunos para seguir o que o autor do livro considerou como mais indicado. (MEC, 2006, p. 40, Apud SANTOS A. 2013, pág. 21) Outra situação comum na compilação de planos de aula escolares é “Em muitos casos, os professores copiam os planos de aula do ano anterior para a secretaria da escola, como se fosse outra atividade burocrática”. (FUSARI, 2008, p. 45). LUCKESI (2001) ressalta que, em nosso país, o planejamento de comportamentos principalmente na educação é considerado uma atividade sem sentido, ou seja, os professores prestam muita atenção a roteiros bem estruturados e esquecem o comportamento político de aprimoramento do plano. Os professores precisam quebrar o paradigma em que o planejamento é um comportamento puramente técnico, começar a questionar a qualidade dos cidadãos que pretendem formar, analisar a sociedade em que vivem e suas necessidades de se tornarem ativos nessa sociedade. Para LUCKESI (2001, p.108) o planejamento não será nem exclusivamente uma ação político-filosófico, nem exclusivamente uma ação técnica; será sim um ato em simultâneo, político-social, científico e técnico: político-social, enquanto está 12 comprometido com as finalidades sociais e políticas; científicas enquanto não pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, enquanto o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter resultados. O ato de planejar não pode se antepor o lado técnico em detrimento do lado político-social ou vice-versa, ambos são importantes. Por este motivo, devem ser muito bem examinados ao serem elaborados visando à transformação da sociedade. 4 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL, DE CURRÍCULO E DE ENSINO F Fonte: agencia3.com.br Na área da educação temos os seguintes tipos de planejamento: 4.1 Planejamento educacional Envolve a tomada de decisões sobre o desenvolvimento geral da educação em todo o país. A implementação de tal plano requer o estabelecimento de metas de longo prazo, que definem a política de educação regida pelo governo federal por meio do Plano Nacional de Educação e da legislação em vigor. 13 4.2 Planejamento de currículo Uma questão chave no planejamento curricular é a formulação de metas educacionais baseadas naquelas expressas por diretrizes curriculares formais. Nesse sentido, as escolas não devem simplesmente executar os padrões das instituições oficiais. Embora o currículo seja fundamentalmente definido, em geral, a interpretação e implementação desses programas cabe à escola. As escolas devem se esforçar para se adaptar a situações específicas escolhendo as experiências que mais contribuirão para o alcance dos objetivos dos alunos de suas famílias e da comunidade. 4.3 Planejamento de ensino Pode-se dizer que o planejamento de ensino é a norma para o planejamento curricular. Envolve traduzir o que os professores fazem em sala de aula em termos mais específicos e viáveis para orientar os alunos a alcançar os objetivos educacionais planejados. O plano de ensino deve especificar: Finalidades determinadas partindo dos objetivos educacionais: conhecimentos que os alunos irão aprender em um sentido definitivo; procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as atividades de aprendizagem; procedimentos de avaliação que podem verificar, qualificar e avaliar qualitativamente o que foi proposto, realizando pelo menos a função do ensino, diagnóstico e de controle no método educacional. 5 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR E DA ESCOLHA DO CURRÍCULO O ensino é uma atividade consciente e sistemática, do qual o centro está o estudo dos alunos ou a aprendizagem sob a coordenação de professores. O planejamento é um processo de racionalizar, organizar e coordenar a ação docente, articulando a laboração escolar e a problemática do contexto social. 14 Se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode. (FREIRE, 2013 apud SANTOS, 2017). Escolas, professores e alunos participam da dinâmica das relações sociais, tudo o que ocorre no ambiente escolar é afetado por questões econômicas, políticas e culturais que incorporam as características sociais de classes. Isso significa que os objetivos, o conteúdo e os métodos das atividades de planejamento escolar estão repletos de significado social e têm um significado político real. Portanto, o planejamento é uma atividade de reflexão sobre nossas escolhas e ações, se não considerarmos cuidadosamente os rumos do trabalho que devemos tomar, seremos deixados na direção estabelecida pelos interesses dominantes da sociedade. O ato de planejar é uma atividade consciente que visa prever ações educativas a partir de escolhas político-educacionais e de referência duradoura a situações didáticas específicas (ou seja, atividades sociais, econômicas, políticas e culturais relacionadas com a escola, professores, alunos, pais e comunidades que interagem no processo de ensino). Portanto, o planejamento escolar tem as seguintes funções: esclarecer os princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho do educador, garantir que as tarefas da escola estejam em consonância com o contexto social e as exigências do processo de participação democrática; expressar filosofia, a conexão entre o ensino político e a orientação profissional e a ação efetiva que os professores realizarão em sala de aula; para garantir a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão da ação docente capacite os professores a realizarem um ensino de qualidade, evitando o improviso e a rotina; as reais necessidades da sociedade, o nível de preparação e a cultura social e as condições pessoais dos alunos, preveem os objetivos, conteúdos e métodos; proporcionam a unidade e continuidade do trabalho docente, porque podem estar conciliados, num plano, os elementos que compõem o processo de ensino: a proposta (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os alunos e suas perspectivas (a quem ensinar), os métodos e estratégias (como ensinar) e a avaliação, que está intimamente relacionada aos demais; atualizar o conteúdo do plano sempre que é reformulado, alterando e aperfeiçoando-o conforme os avanços alcançados na área do conhecimento, segundo as condições de aprendizagem dos alunos, métodos de ensinos, técnicas e fontes 15 gerais de materiais incorporados na experiência cotidiana; facilitar a preparação das aulas: escolher o material didático na hora certa, conhecer as atribuições dos professores e alunos a realizar, reorganizar os trabalhos consoante as novas situações que surgem durante o tempo de aula. Para que os planos sejam ferramentas eficazes de ação, eles devem ser diretrizes e devem ser apresentados em uma ordem sequencial, objetiva, consistente e flexível. 6 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO Fonte: onlinesites.com.br6.1 Conhecimento da realidade Para planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às necessidades dos alunos, é necessário primeiro saber para quem ela está sendo planejada. Portanto, conhecer os alunos e seu entorno é o primeiro passo no processo de planejamento. É necessário conhecer os desejos, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos, desta forma faremos um levantamento, ou seja, buscaremos os dados. Após a realização do levantamento, os dados coletados devem ser examinados cuidadosamente. A conclusão a que se chega após o exame dos dados coletados constitui o diagnóstico. 16 Sem a coleta e o diagnóstico, corre-se o risco de sugerir o impossível, o desinteressante, ou mesmo sugerir algo já alcançado. Reconhecer que a criança tem direito de escolha implica não somente equipar o ambiente com diferentes tipos de brinquedos industrializados e/ou artesanais, como também adotar uma atitude e aceitação das preferencias individuais. Garantir que todos sejam ouvidos, escutar com atenção as explicações infantis ou respeitar a ordem e a estética nas produções das crianças é, por sua vez, uma postura de defesa da expressão de sentimentos e pensamentos. (MACHADO, 2004 apud MAGALHÃES, 2017). 6.2 Requisitos para o planejamento Objetivos e tarefas da escola democrática: estar em contato com as necessidades de desenvolvimento cultural das pessoas e preparar as crianças e os jovens para a vida e o trabalho; Requisitos para planos e projetos oficiais: são orientações gerais e documentos de referência a partir dos quais podem ser planeados de ensino específicos; Pré-requisitos para a aprendizagem: depende da preparação do aluno para a tarefa de aprendizagem. 6.3 Elaboração do plano Com base nos dados fornecidos pela pesquisa e na interpretação do diagnóstico, podemos determinar a possibilidade de alcançar o que pensamos ser possível e como avaliar os resultados. Portanto, começamos a preparar o plano através das seguintes etapas: 6.4 Determinação dos objetivos. Seleção e organização de conteúdo. Analisar métodos de ensino e procedimentos apropriados. Seleção de recursos tecnológicos. Organização do formulário de avaliação. Desenvolvimento do plano de ensino. 17 6.5 Execução do Plano Ao desenvolver o plano de ensino, antecipamos, de forma organizada, todas as fases do trabalho escolar. A execução do plano inclui a execução das atividades planejadas. Em execução, sempre haverá elementos que não são totalmente esperados. Às vezes, como reações dos alunos ou circunstâncias do ambiente tornam o planejamento desnecessário, porque uma das características de um bom plano deve ser a flexibilidade. 6.6 Avaliação e aperfeiçoamento do plano Ao final da execução do planejamento, começamos a autoavaliação do plano com vistas ao replanejamento. Nessa etapa, a avaliação assume um sentido diferente da avaliação do ensino- aprendizagem e um significado mais amplo. Isso visto que, além de analisar os resultados do ensino-aprendizagem, procuramos avaliar a qualidade do nosso plano, a nossa eficiência como docente e a eficiência do sistema escolar. 7 PLANO ESCOLAR Fonte: fleeng.com 18 O plano escolar é a preparação pedagógica e administrativa da unidade, explica a filosofia de ensino do professor, como fundamento do método teórico de organização do ensino, o enquadramento socioeconômico, político e cultural da escola, caracterização da escola, clientes, objetivos educacionais gerais e currículo, diretrizes metodológicas gerais, sistemas de avaliação, planejamento, estruturas organizacionais e administrativas. O plano escolar é um guia de orientação para o planejamento do processo de ensino. Os professores precisam ter esse plano abrangente em mãos, não só para uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teórico-metodológica das atividades escolares. É necessária uma atenção às políticas de formação de professor, no sentido de garantir formação adequada, tanto inicial quanto continuada. (SCHEIBE, 2010 apud DOS SANTOS, 2018). 7.1 Roteiro para elaboração do plano da escola Posicionar o propósito da educação escolar na sociedade e nas escolas; bases teórico-metodológicas da organização didática e administrativa: categoria de homem que queremos formar, tarefas da educação, o significado pedagógico-didático do trabalho docente, relações entre o ensino e o desenvolvimento intelectual dos alunos, o sistema de organização e administração escolar; caracterização econômica, social, política e cultural do contexto em que está inserida a nossa escola; as características socioculturais dos alunos; propósitos educacionais gerais da escola. Orientações gerais para elaboração do plano de ensino escolar: sistema de disciplinas, estrutura curricular; critérios para seleção de objetivos e conteúdo; orientações metodológicas gerais e formas de organização do ensino e avaliação sistemática. Orientação quanto à organização e à administração: estrutura organizacional da escola; atividades conjuntas do corpo docente; calendário e horário escolar; sistema de organização de classes, acompanhamento e aconselhamento de alunos, trabalho com os pais; atividades extraclasse; sistema de aperfeiçoamento profissional 19 do pessoal docente e administrativo, e normas gerais de funcionamento da vida coletiva. 8 COMPONENTES BÁSICOS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO Fonte: escolaweb.com.br O plano de ensino é um roteiro estruturado das unidades didáticas de um ano ou semestre que contém os seguintes componentes: ementa da matéria, tese da matéria relacionada aos objetivos globais do professor, escolas e cursos; finalidades gerais e específicas, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade); tempo provável (número de aulas do período coberto plano); desenvolvimento de metodologia (métodos e técnicas pedagógicas de tópicos específicos); recursos tecnológicos; formulários de avaliação e referenciais teóricos (livros, documentos, sites, etc.). Exemplo: Ementa: É uma descrição discursiva dos principais tópicos do conteúdo conceitual ou conceitual/procedimental de uma disciplina. Justificativa: A justificativa descreve a estratégia definida pelo plano e deve responder a três questões básicas do processo didático: o por quê? O para quê e o como. 20 Objetivos: É a descrição clara do que pretende alcançar como resultado de nosso trabalho. Os objetivos surgem do próprio contexto: da comunidade, família, escola, disciplina, do professor e primeiro o aluno. Portanto, os objetivos são sempre do aluno e para o aluno. É preciso que o educador tenha uma formação adequada para que tenha condições de ser um educador. Afinal, ninguém ensina o que não se sabe. (GATTI, 2009 apud DOS SANTOS, 2018). Os objetivos educacionais ou gerais são as metas e os valores mais amplos que a escola busca atingir no longo prazo, e os objetivos instrucionais, também chamados específicos, são afirmações mais específicas referentes às mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo de classe. Para manter a coerência interna do trabalho escolar, é necessário, em primeiro lugar, selecionar os objetivos específicos que correspondem aos objetivos gerais das áreas de estudo, os quais, não que lhe preocupe, deve ser compatível com as metas educacionais do planejamento curricular. E os objetivos educacionais devem, portanto, estar alinhados com a mentalidade da entidade para o qual o plano é direcionado. A pedagogia de projetos vê a criança como um ser capaz, competente, com um imenso potencial e desejo de crescer. Alguém que se interessa, pensa, duvida, procura soluções, tenta outra vez, quer compreender o mundo a sua volta e dele participar, alguém aberto ao novo e ao diferente. Para as crianças, a metodologia de projetos oferece o papel de protagonistas das suas aprendizagens,de aprender em sala de aula, para além dos conteúdos, os diversos procedimentos de pesquisa, organização e expressão dos conhecimentos. (BARBOSA, et al, 2008 apud CARVALHO, 2019). Conteúdo: Refere-se à organização do próprio conhecimento, com base nas suas próprias regras. Também inclui as experiências educacionais no campo do conhecimento, devidamente selecionadas e organizadas pela escola. O conteúdo é uma ferramenta definitiva para poder atingir os objetivos. Em geral, os guias curriculares oficiais fornecem uma lista de conteúdos de diferentes áreas que podem ser desenvolvidos ao longo de cada ano. O conteúdo pode ser selecionado com base nesses guias. No entanto, não devemos esquecer, de considerar a realidade da classe. Outros cuidados que devem ser observados na seleção dos conteúdos: devemos delimitar os conteúdos por unidades didáticas, com 21 a divisão temática de cada um, estas são um conjunto de temas relacionados que compõem o plano de ensino para uma série ou módulo. Cada unidade contém um tema central do programa, detalhado em seções. O conteúdo selecionado deve estar relacionado aos objetivos definidos. É necessário definir os conhecimentos necessários para que os alunos adquiram comportamentos fixados. Um bom critério de seleção é a apuração dos conteúdos mais importantes, centrais e atuais, com base na programação oficial da disciplina, no livro didático adotado pela instituição. É importante que o professor consiga identificar a ideia central do conhecimento que pretende trabalhar. Para isso acontecer, é indispensável que o professor conheça em profundidade o conteúdo pretendido que seus alunos estudem. Conteúdo precisa ir do mais simples para o mais difícil, do mais concreto para o mais abstrato. Finalmente, faça um teste final para verificar: como unidades formam um todo lógico e homogêneo; como unidades realmente contêm o conteúdo básico essencial; O tempo de desenvolvimento por unidade é realista; os tópicos de cada lição ajudam você a entender a essência; os tópicos de cada lição podem ser transformados em exercícios de aprendizagem para os alunos e em objetivos e habilidades. Desenvolvimento metodológico ou metodologia de ensino: Os métodos pedagógicos são ações, processos ou comportamentos planejados pelos professores para posicionar os alunos em contato direto com objetos, eventos ou fenômenos que permitem aos alunos modificar seu comportamento conforme o alvo pretendido (TURRA apud PILETTI, 2003, p. 67). Instrui professores e alunos sobre o que fazer durante uma aula ou grupo de aulas. Sua função é utilizar métodos e procedimentos de ensino que estimulem as atividades mentais e práticas dos alunos para esclarecer objetivos e conteúdo (situações de resolução de problemas, trabalho de elaboração mental, discussão, resolução de prática, aplicação de conhecimentos e habilidades em situações diferentes do trabalho em sala de aula, entre outros). O professor, ao organizar condições externas favoráveis à aprendizagem, utilizando meios ou modos de ação organizada, é denominado técnico de ensino. 22 Como técnicas de ensino são formas específicas de organizar as atividades dos alunos no processo de aprendizagem. O desenvolvimento metodológico de objetivos e conteúdos estabelecem limites a serem seguidos no ensino e no processo de assimilação do material didático. Ao planejar os processos de ensino, se faz necessário criar uma lista das técnicas a serem utilizadas, como palestras, trabalhos guiados, viagens de campo, trabalhos em grupo, etc. É necessário planejar como usar o conteúdo selecionado para atingir os objetivos definidos. Como as técnicas estão incluídas nesta descrição. Os procedimentos têm um escopo muito mais amplo, pois envolvem todas as etapas do desenvolvimento da própria atividade docente. Os métodos de ensino escolhidos pelos professores devem: ser diversos; consistente com os objetivos declarados e com a categoria de aprendizagem fornecida nos objetivos; adaptar-se às necessidades dos alunos; como fator estimulante para a participação dos alunos na descoberta; desafios atuais. Recursos tecnológicos (didáticos, audiovisuais ou de ensino): A tecnologia merece estar presente na vida escolar, até mesmo por estar presente em nosso cotidiano, mas também para: Diversificar os métodos de produção e captar conhecimentos; a pesquisa, como objeto e como meio de acesso ao conhecimento, porque carrega uma mensagem e um importante papel social. O uso da tecnologia no ensino tem se estendido progressivamente a todos os ambientes de aprendizagem desde o início dos anos 90, quando inicialmente era considerado um complemento aos métodos tradicionais (BENZETTI et al., 2000). Hoje em dia, tornou-se essencial combinar as tecnologias gráficas e as técnicas interativas em sala de aula, possibilitando a participação do aluno em seu próprio processo de aprendizagem (FREYER et al., 2010; GORECKI & CHAVES, 2013). Os recursos tecnológicos permitem atingir diferentes grupos de pessoas, bem como aprimorar nossos programas educacionais, tem efeitos positivos nos processos de aprendizagem pelo meio do desenvolvimento individual e atividades de autoaprendizagem. Os recursos tecnológicos nos permitem estar mais próximos dos educandos e, assim, incentivá-los a participar de seu próprio processo de formação. Avaliação: O objetivo da avaliação é saber o quanto cada aluno alcança, tanto quantitativa quanto qualitativamente, em seu aprendizado geral, considerando o 23 contexto. Por esse motivo, o processo de avaliação costuma ser vinculado a uma atividade (trabalho) ou um resultado obtido pelo meio dessa atividade. O aspecto mais comum de avaliação é com um sistema de pontuação, como marcas ponderadas ou sistemas de marcas de porcentagem. Ao planejar uma avaliação, é importante considerar os seguintes requisitos: Avaliar continuamente o desenvolvimento do aluno; escolher diferentes situações de avaliação que são consistentes com os objetivos propostos; selecionar e/ ou combinar ferramentas de avaliação; registrador dados de avaliação; aplicar padrões aos dados de avaliação; interpretar os resultados da avaliação; comparar os resultados com os padrões estabelecidos (feedback); usar dados de avaliação no planejamento. Os feedbacks devem ser vistos como retrospectivas para os professores sobre seu desempenho. Desta forma, a avaliação passa de um nível de competição entre professores e alunos, para representar a verdadeira medida do conhecimento, tornando-se menos arbitrária. 9 PLANO BIMESTRAL Fonte: praticaspedagogicascompetentes.com O plano de dois semestres pode conter uma ou mais unidades de ensino. É uma especificação maior do plano de aula. Uma unidade de ensino é composta por disciplinas inter-relacionadas. O plano bimestral da unidade didática também inclui metas, conteúdos, etc. Em princípio, deve ser planejado antes ou na final do semestre 24 duplo, pois este servirá de base ou suporte. Isso significa que a unidade bimestral será planejada, ou replanejada no decorrer do curso. 9.1 Exemplo de Plano Bimestral Planejamento de aula ou plano de aula: A sala de aula é a principal forma de organização do conhecimento no processo de ensino. Organizamos ou criamos situações de ensino em sala de aula, ou seja, as condições e os meios necessários para que os alunos absorvam ativamente conhecimentos, habilidades e desenvolvam habilidades cognitivas. O plano de aula são os detalhes do plano de ensino. Como unidades e subunidades (tópicos) de ensino previstas no roteiro geral passam a ser designadas e sistematizadas para a situação real de ensino. A preparação da aula é uma tarefa imprescindível, assim como um plano de ensino, deve-se formar um documento escrito, que não só poderia nortear as ações dos professores, mas também pode serrevisado e aprimorado ano a ano. Em todas as esferas da vida, o aprimoramento do profissionalismo depende do acúmulo de experiência, da combinação da prática e do reflexo sério, na prática, de modo a se transformar continuamente em melhor. Ao preparar planos de aula primeiro é importante observar que as aulas têm durações diferentes. Pode ser difícil concluir uma lição ou matéria em sala de aula, pois o processo de ensino e aprendizagem é composto por uma sequência articulada de etapas: preparação e apresentação de objetivos conteúdo e missão; desenvolvimento de novos materiais; consolidação (correções exercícios, recapitulação, sistematização); integração de síntese e aplicação; avaliação. Isso significa que você deve preparar não uma aula, mas um conjunto de aulas. O plano de aula não apenas orienta, mas também organiza as atividades diárias do professor em sala de aula, prevendo o que acontecerá no processo de ensino. Não basta legislar sobre obrigatoriedade de matricular as crianças na escola, é preciso que os pais, professores e toda sociedade se responsabilizem e se mobilizem no sentido de promover sua permanência e desenvolvimento. (SCALABRIN, et al, 2013, apud SAMPAIO, 2016). 25 9.2 Modelo de José Carlos LIBÂNEO (Pedagogia crítico-social dos conteúdos): Fonte: aosmestresdaescola.com A didática investiga as condições e formas que vigoram no ensino, e ao mesmo tempo, fatores condicionantes das relações entre a docência e a aprendizagem. (LIBANEO, 1994 apud WOJAHN, 2017). 26 9.3 Modelo de Nelson Piletti: Fonte: colheitadeaprendizagem.com Escola: Disciplina: Data: Série: Professor: Unidade didática: Objetivos Específicos Conteúdos Nº aulas Desenvolvimento Metodológico Preparação: Introdução do assunto: Desenvolvimento e estudo ativo do assunto: Sistematização e aplicação: Tarefas para casa: Avaliação: Referencial teórico: 27 10 O CURRÍCULO ESCOLAR Fonte: www.paraibatotal.com.br O currículo escolar é um elemento importante do planejamento do professor porque consegue organizar conteúdos e atividades, mas é um recurso para os educadores, não uma ordem legal ou metodológica estrita. Pode ser usado como uma guia para a prática de ensino e ser ajustado de forma flexível para melhor atender às necessidades dos alunos. Cada instituição pode construir seu próprio currículo, também pode se tornar parte da rede escolar podendo usar livros didáticos para ajudar a construí-lo. A origem da palavra curso - currrere (do latim) -significa ocupação, portanto é um curso no processo de ensino e aprendizagem, que ajusta o conteúdo conforme a situação real do aluno. Isso não é único em nosso país, mas os parâmetros curriculares nacionais fornecem uma sugestão, uma forma de definir disciplinas e distribuir conteúdo entre os componentes curriculares propostos. Devido à abrangência territorial do país e à diversidade cultural, política e social, os parâmetros curriculares nem sempre chegam à sala de aula. O conteúdo não se desvia do processo de ensino, ou seja, desenvolve suas ações a partir das atividades reais. Segundo Sacristán (1998 apud LIMA M. 2006), sem conteúdo não há ensino qualquer projeto educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir 28 alguns efeitos nos sujeitos que se educam (...) quando há ensino é porque se ensinam algo ou se ordena o ambiente para que alguém aprenda algo (...) a técnica de ensinar não pode preencher todo o discurso didático evitando problemas para o conteúdo colocado. Portanto, a educação pode ser entendida como uma atividade expressa de diferentes formas, em que os conteúdos programáticos e pedagógicos utilizados podem transformar o currículo em ações que produzem aprendizagem. Não é uma tarefa fácil defini-lo, mas é muito importante para a geração de novas subjetividades no mundo contemporâneo. Portanto, entenda o currículo escolar como uma lista de caminhos, cursos ou conteúdo que devem ser seguidos (GOODSON, 2005). Nessa perspectiva, o termo está intimamente relacionado ao pensamento de ordem e prescrição. Sobre a ideia de transitoriedade, SILVA (2005) afirma: A história do currículo deve ser a história social do currículo, centrada na epistemologia social do conhecimento escolar e preocupada com os determinantes sociais e políticos do conhecimento da organização educacional. Finalmente, deve descobrir que conhecimentos, valores e habilidades são considerados reais e legais em um determinado momento, e determinar como essa validade e legalidade são estabelecidas. (Silva 2005, pp. 10-11). Em SILVA (2005), há uma visão de que vários cursos também constroem diferentes disciplinas, ou seja, diferenças sociais: diferentes cursos produzem diferentes pessoas, mas essas diferenças são naturalmente não apenas diferenças individuais, mas também sociais ligadas a classe, gênero e raça. Desse modo, a história do currículo não deve se concentrar apenas no próprio currículo, mas deve se concentrar no currículo como um elemento de produção de uma disciplina com classe, raça e gênero. Nessa perspectiva, o currículo não deve ser visto apenas como expressão, atuação ou reflexo de um determinado interesse social, mas também como gerador de uma identidade social e subjetividade específicas. O currículo não é apenas representativo, mas também representa. Deve-se admitir que a tolerância ou exclusividade no currículo está relacionado à tolerância, ou exclusividade na sociedade. (Silva, 2005, p. 10). 29 10.1 Currículo escolar: limites e possibilidades Pode-se dizer que o ensino, como uma das funções primordiais de uma escola, é promover a "conversão docente" do conhecimento, de modo que o processo de tornar o conhecimento "ensinável, praticável e avaliável" possa distinguir às três etapas da transformação: 1.º — da cultura fora da escola aos cursos formais; 2.º — dos cursos formais aos cursos reais; 3.º — de cursos reais para aprendizagem efetiva (PERRENOUD, 1993, p. 25). Para isso, a escola precisa estabelecer um currículo que seja capaz de: Coordenar e gerir o conhecimento científico da produção moderna e o exercício da plena cidadania, formação moral e autonomia intelectual, competências cognitivas e sociais, humanismo e tecnologia; Considere as múltiplas interações entre o conteúdo da matéria e a abertura, e sensibilidade para determinar a relação entre a escola e a vida pessoal e social, entre o que foi aprendido e observado, entre os alunos e objetos de conhecimento, e entre a teoria e seus resultados, e a prática como o pressuposto decisivo da sua organização; tratar a linguagem como o elemento básico que constitui conceitos, relações, comportamentos e valores, o conhecimento como construção coletiva e a aprendizagem como um mobilizador de emoções e relações interpessoais (COLL, 1997); escolher conteúdos que sejam realmente relevantes e consistente no extraordinário sistema de conhecimento disponível hoje, forçou as escolas a se dedicarem a fornecer aos professores a capacidade de "mapear" conhecimentos relevantes para atender às necessidades e possibilidades dos alunos. Ora, esta tarefa, sem dúvida, não é fácil. Uma das maiores dificuldades para atingir esse objetivo é que, na maioria das escolas, as prescrições do direito e dos cursos formais reproduzem a colcha de retalhos de informações descontextualizadas e fragmentadas, para dizer o mínimo, moldadas por tradições pedagógicas desatualizadas e inofensivas. É como se quiséssemos ajudar uma pessoa a visitar um lugar maravilhoso que conhecemos há muito tempo. Para guiá-lo,desenhamos um mapa. No entanto, esse mapa é baseado em informações desatualizadas e obscuras, guardadas em um canto 30 empoeirado da memória. É improvável que este mapa seja eficaz. O terreno mudou. As referências são diferentes. Muitos sinais já não existem, enquanto outros surgiram, mudando o panorama. Você precisa estudar novamente a área e conduzir um levantamento atualizado antes de criar um mapa útil que possa fornecer orientação de segurança em um terreno que pode não apenas mudar sua aparência, mas sua própria natureza. A escola não pode mais fixar sua visão no dedo que aponta, mas veja a que o dedo se refere: uma constelação de novos saberes, além de representar o recurso mais importante do mundo contemporâneo, é também um dos exemplos de unidade como uma das ligações mais fortes entre os membros da espécie humana, precisamos refletir sobre o próprio conhecimento. Essa atitude vai prejudicar nossos interesses. Em última análise, ela forma a base de toda a ética. Portanto, acreditamos que a organização curricular é pautada pela visão do conhecimento, consistente com essa deformação racional, e sua característica é a utilização de métodos atualizados inovadores e para resolver o conteúdo escolar e a situação de aprendizagem para evidenciar as múltiplas interações entre as disciplinas curriculares. Torna-se fundamental um enfoque interdisciplinar pelas razões acima enumeradas, pois somente ele irá possibilitar uma certa identificação entre o vivido e o estudado, desde que o vivido resulte da interrelação de múltiplas e variada experiências (FAZENDA, 2011 apud RIBEIRO, 2014). Como KEMMIS propõe, o processo de reflexão significa "uma pessoa está conscientemente imersa em seu mundo empírico [...] cheio de conotações de valor, trocas de símbolos, correspondência emocional, interesses sociais e cenários políticos." A orientação da ação refere-se à relação contextual histórica entre pensamento e ação; pressupõe relações sociais; expressa e atende a interesses especiais de natureza humana, política, cultural e social; replica ativamente ou reforma práticas ideológicas; é uma prática a que expressa a força da reconstrução social (NÓVOA, 1992), uma abertura e sensibilidade que pode identificar a conexão entre o conhecimento e a sociedade contemporânea e os antecedentes de vida pessoal. 31 O currículo é essencialmente uma rede de significados, que pode estabelecer uma relação positiva entre os alunos e os objetos de conhecimento, e conectar dialeticamente o que eles aprenderam com o que observaram, e a teoria com seus resultados e aplicações práticas. Mas um grande obstáculo se interpõe: a realidade em questão, no que diz respeito à educação escolar, contém um procedimento metodológico conservador muito resistente, que considera objetos isolados e estáticos, totalmente construídos e determinados. Portanto, muitos problemas decorrem não apenas de possíveis falhas no conhecimento científico ou de sua organização histórica, mas, principalmente, da própria realidade (DEMO, 1998). 11 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA TRANSFORMAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE Fonte: onatlas.com O planejamento educacional é amplamente discutido na formação de professores, principalmente porque desempenha um papel importante no processo metodológico de garantir o sucesso da aprendizagem mutuamente benéfica no 32 ambiente escolar. Esse processo não é apenas ação burocrática e cadastral, mas requer ação consciente e flexível, visando redefinir a prática docente conforme a realidade. Segundo GAMA E FIGUEIREDO (2006), o ato de planejar sempre esteve com a história da humanidade, então o ser humano tem pensado sobre suas próprias ações, mesmo sem saber o significado da palavra planejar. Esse conceito pode ser entendido como comportamentos que enfatizam o comportamento humano, como imaginação, raciocínio e ações preditivas. O planejamento está presente no nosso dia a dia mesmo que de forma implícita mesmo sem perceber. No processo educacional o planejamento funciona como uma ferramenta de fundamental importância, pois as ações educativas precisam ser propositivas não se limitando a atividades improvisadas independentemente da complexidade atual no ambiente educacional. Assim a profissão docente requer reflexão regular com base em um planejamento flexível e adaptabilidade à realidade. Objetivo geral da escola: Garantir o direito a educação do/no campo com qualidade social nos diversos níveis de ensino e que compreenda o educando como sujeito com capacidades de ordem cognitiva, física, afetiva, social, produzindo relações interpessoais pautados na ética e estética tendo em vista uma formação integral do ser humano, crítico e autônomo. (ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL JOSÉ MARIA, 2014 apud BOROWICE, 2018). Para ter sucesso nos métodos de trabalho, é preciso haver um planejamento, pois o método é apenas um guia para os professores em processo de transformação da realidade. Portanto, os professores podem usar o planejamento como um método de trabalho reflexivo para sua prática. No entanto, a realidade que os professores encontram em sala de aula é complexa e multidimensional, principalmente nas escolas públicas que envolvem muitas dificuldades e desafios no contexto das relações sociais. Nesse caso, ZABALA (1998) enfatizou a importância da reflexão contínua na prática docente, pois segundo ele, é difícil controlar a diversidade da prática na educação, pois as coisas acontecem de forma rápida e é necessário compreender tudo. Para essas complexidades, ações práticas baseadas na reflexão são necessárias. Sob esse entendimento, o compromisso do professor não é suficiente e os alunos devem estar dispostos a aprender. O corpo administrativo não deve apenas participar da relação administrativa, mas também manter uma boa interação com a 33 sala de aula, alunos e professores, enfim, com toda a comunidade escolar. Todos estão unidos em um mesmo objetivo: aprender e transformar a realidade e, se devidamente integrados, desenvolverão maturidade cognitiva reflexiva. Segundo VASCONCELOS (2002), professores e escolas devem refletir sobre três aspectos: realidade (onde estamos), propósito (para onde queremos ir) e intermediário (o que podemos fazer para chegar lá). Esta é a estrutura básica do planejamento e uma importante ferramenta metodológica de intervenção da realidade. O planejamento da educação escolar pode ser considerado um processo que envolve a prática docente no cotidiano escolar, tendo ao longo do ano letivo o trabalho de formação dos alunos por meio dos currículos escolares. “Portanto, o plano envolve as etapas antes, durante e depois do início do curso, o que significa reflexão de ação contínua, característica de um educador” (FUSARI, 1988, apud VASCONCELLOS, 2002, p. 80, Apud ALMEIDA GM 2018). É preciso ressaltar que não existe uma regra pré-determinada para orientar todo o trabalho educacional, existem alguns fatores comuns que podem ser previstos até certo ponto, mas não são absolutos. A dinâmica e imprevisibilidade do processo exigem também a dinâmica da consciência, ou seja, os educadores devem estar totalmente absortos em todo o processo e pensar no que precisa ser feito diante de possíveis mudanças da realidade educacional. Assim, o planejamento exige do professor o desenvolvimento de algumas competências necessárias para realização de seu trabalho junto à comunidade escolar. Essas competências designarão “[...] uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação” (PERRENOUD, 2000 apud ALMEIDA, 2018). Os educadores continuam crescendo no processo de aprendizagem e transformação das práticas pedagógicas. Os planos estão ligados às ideias que se espera alcançar para atingir os objetivos e mudar a realidade. É importante perceber que não é fácilmudar a realidade, mas se os professores não sonham ou querem sonhar, não esperam fazer algo diferente na sala de aula, e não pensam que a utopia suscitada pelo trabalho educativo é um desafio, sua prática pode não ter nenhum significado, pois o ego não acredita em seu poder transformador. 34 No que diz respeito ao currículo, a PPP da escola enfatiza a necessidade de um planejamento curricular estruturado, que está conectado aos Parâmetros Curriculares Nacionais e à Lei de Diretrizes e Bases, e considera os aprendizes como vidas autônomas em uma relação dialética com o mundo. A PPP ainda reconhece a necessidade de criar e recriar estratégias curriculares de prática pedagógica voltadas para o alcance dos objetivos básicos da organização. Concentre-se no desenvolvimento integral das crianças e respeite sua idade, aspectos físicos e psicológicos. SILVA (2003) enfatizou ao observar as questões teóricas aplicadas ao currículo escolar, que não se busca uma forma curricular ideal, mas a possibilidade de construí- lo a partir de novas teorias, que surgiram para solucionar os problemas decorrentes do desenvolvimento social. Portanto, na construção do currículo, fatos históricos e sociais devem ser considerados. Portanto, não existe um método único para definir o currículo, existem proposições de diferentes formas que incorporam questões específicas da origem social: identidade, relações de poder, cultura, religião, gênero, diversidade, raça, orientação sexual, etc. a flexibilidade de existência é considerada porque não pode ser usada como uma ferramenta única após construída, mas deve ser adaptada às mudanças e necessidades que surgem. Considere também a dificuldade de acompanhar o curso de acordo com todo o conteúdo especificado pelo curso. É preciso tratá-lo como uma ferramenta que vai incrementar a prática docente e não dificultar a execução das ações. A escola também é responsável por elaborar planos realistas a partir dos momentos sociais e históricos que vivemos. Desta forma, não apenas o que você planeja é importante, mas também como você planeja. Um dos principais desafios associados ao planejamento organizacional da escola é colaborar e integrar as metas delineadas para criar uma cultura. É necessário equilibrar as responsabilidades individuais e coletivas nas instituições escolares. Esse equilíbrio pode ser alcançado por ações planejadas, envolvendo a todos na superação das dificuldades existentes. Quanto maior o nível de participação, maior a oportunidade de ver o plano concluído. 35 É importante considerar que o planejamento é complexo e envolve uma série de ações e capacidades. Além disso, sua construção requer a participação e interação do corpo principal, envolvendo uma série de escolhas, pois dependerá da participação de profissionais e participantes. Visto que o planejamento é uma ferramenta comumente usada para gerenciar coisas, planejar caminhos e atingir metas, reconhecemos a importância e os requisitos dessa abordagem em todos os setores onde existem atividades humanas. Desse modo, o ensino não pode evitar isso, pois para obter melhor desempenho e rendimento pedagógico é necessário planejar o caminho a ser percorrido, pois, assim o processo de ensino pode ser racionalizado, organizado e coordenado. Uma ação pedagógica que articula o meio escolar com o meio social. Portanto, toda prática educacional, seja sistemática ou proposital, requer um plano para organizá-la e orientá-la. Ao planejar, questionará fatores educacionais, pedagógicos, éticos e políticos, portanto, além de nortear as crenças e valores da prática docente, também requer do professor a tomada de decisões sobre questões metodológicas e teóricas. Por essas razões, o comportamento de planejamento reflete a postura dos professores na sociedade e no processo educacional e revela o que você espera alcançar com a prática. Por exemplo, se a intenção é produzir o desejo de mudar a sociedade entre os alunos ou a sensação de que o modelo de organização social não pode ser mudado. O plano é a primeira e principal parte do bom desempenho profissional de todos os professores e todo o processo de ensino é baseado nele. É necessário analisar as necessidades dos alunos desde o início para ser possível atendê-las e, assim, saber o que planejar, ou seja, entender os alunos e o ambiente é essencial. O planejamento da aula é extremamente importante para a prática docente, pois evita a rotina e improvisação, melhora a eficiência do ensino, garante melhor desempenho da prática docente, orienta as atividades, evita a confusão da sala de aula e garante a segurança das orientações do ensino. E, além disso, também é vital para o sucesso no processo de ensino. A prática pedagógica é uma atividade cognitiva complexa que requer o desenvolvimento de diferentes habilidades, incluindo: atenção, compreensão, memorização, comunicação, expressão, raciocínio e criatividade. Isso 36 leva à criação de novos conhecimentos que, subsequentemente, geram novas experiências. Este ato pretende identificar os efeitos do planejamento, na prática docente na aprendizagem dos alunos e nos resultados da avaliação. O planejamento não se limita aos professores em sala de aula, mas é uma ação que permeia toda a comunidade escolar e está vinculada a todas as experiências impostas pela sociedade e trazidas pelos alunos. Portanto, pode-se dizer com certeza que o trabalho docente é sistemático, sempre visando o sucesso do aluno na aprendizagem. Portanto, o professor pode planejar seu curso separadamente, mas deve seguir algumas orientações estabelecidas pela direção da escola e pela secretaria de educação, de modo a não se desviar muito do plano geral da escola, o que prejudica a autonomia do professor na execução do seu plano de aula. Portanto, para aprender mais sobre o plano e sua importância, também é preciso entender a forma e o nível do plano: planos de aula, planos de ensino, planos de escola e currículo. No planejamento educacional, o currículo escolar precisa ser considerado, uma palavra do latim, curriculum, significa caminho, caminho, em geral, é a distribuição dos conteúdos a serem aprendidos e das atividades a serem realizadas durante o percurso do ensino fundamental. Trata-se da trajetória de cada aluno, incluindo as disciplinas que serão ministradas em cada semestre, os temas que cada disciplina abordará e as habilidades que o aluno deverá dominar ao final de cada etapa. O conhecimento é determinante de desigualdades na sociedade, quem tem conhecimento, tem poder. Para ela, os processos educacionais não envolvem apenas o conhecimento advindo das ciências ou o conhecimento instrumental, mas também um conjunto mais amplo de meios de construção de compreensões que possibilitam viver melhor. Ressalta, ainda, que, nesta sociedade informático-cibernética, a educação é chamada a priorizar o domínio de certas habilidades a ela relacionadas. O desafio é saber: qual a sociedade que se busca; qual a escola que se precisa ter; quais professores para nela atuar. (GATTI, 2009 apud DOS SANTOS, 2018). O currículo é um documento de orientação para todos os professores e funcionários de uma instituição, especialmente os professores. Esse documento deve ser planejado conforme a situação real dos alunos e das escolas, e apresentar diversidade de conteúdo, além de ser de extrema importância para o cumprimento 37 dos projetos políticos educacionais. Todas as pessoas que estão direta ou indiretamente relacionadas à dinâmica do processo educacional de uma escola particular devem participar do desenvolvimento do currículo escolar, mas o objetivo final é definido pelo diretor, supervisor de ensino, consultor educacional e professor. Para melhor compreender o planejamento de ação docente, é necessário distingui-lo do conceitode plano, pois possuem significados diversos. Portanto, o planejamento é um processo psicológico que inclui a análise, a reflexão e a previsão do comportamento, por outro lado, o plano é o resultado do processo psicológico do planejar, ou seja, o delineamento dos fragmentos obtidos no processo. Diante da urgência do planejamento, muitos professores se perguntam “O que ensinar? ” Portanto, sabendo que o mais importante é promover o desenvolvimento harmonioso geral dos alunos. Envolve as áreas de cognição, emoção e psicomotora, e não se deve considerar a quantidade de conteúdo. Em vez disso, considere a qualidade do conteúdo. São os objetivos delineados acima que devem nortear a escolha desses propósitos. Outro aspecto de um bom plano é que ele é flexível, ou seja, se necessário, possíveis ajustes podem ser feitos para melhores aplicações sem comprometer sua unidade e continuidade. Sabendo que, na prática docente, planejar é também atingir os objetivos esperados, superar dificuldades, garantir a unidade e a continuidade. Além de diminuir a improvisação, isso é comum no planejamento, alguns professores não buscam refletir a sua prática sucumbindo à improvisação. Percebemos que o planejamento é essencial para o melhor desenvolvimento de professores e alunos. Embora o planejamento seja uma ferramenta essencial para o desenvolvimento profissional do professor, o grau em que está implementado varia conforme os diferentes perfis de professores. Desse modo, afirmamos que o planejamento orienta a prática docente e também que existem princípios norteadores que conduzem ao próprio ato de planejar, um dos quais é a flexibilidade, no que diz respeito à disponibilidade: avaliar, ajustar e replanejar o percurso; outro aspecto importante é a participação, que envolve a mobilização e participação de toda a comunidade escolar, para fins de formulação de ideias e práticas. A consistência também é uma parte importante do planejamento, pois estabelece a consistência entre os elementos do plano (objetivos, conteúdo, 38 metodologia, recursos e avaliação). Junto à ousadia e objetividade estão os princípios que, juntos, fazem um bom planejamento, na hora de pensar as práticas possíveis. (FARIAS et al, 2014). Portanto, o planejamento consiste em elementos de várias naturezas, incluindo a definição de objetivos, metas a serem alcançadas na escola ou mais especificamente na sala de aula. É importante que as tarefas e exigências sociais da escola sempre existam nas metas, conforme o ambiente de vida do aluno, além disso, as metas estão sempre relacionadas aos outros componentes do plano (conteúdo, métodos, avaliação). Na definição dos objetivos da sala de aula, questiona-se como o conteúdo é disseminado, ou seja, quais métodos e recursos os professores devem / podem utilizar como ferramentas eficazes para promover a aprendizagem dos alunos, inclusive quando se considera os planos escolares, que por acaso estão em um nível mais global, a escola estabelece metas. Também podemos falar sobre definição de conteúdo, e sua relevância para o aprendizado é enorme. Sabendo da importância, o objetivo agora é a qualidade e não a quantidade, não sendo mais necessário dar muitas informações aos alunos, pois a escola é mais importante para promover o desenvolvimento harmonioso geral dos alunos, incluindo domínios cognitivos, emoções e movimentos psicológicos. Outro aspecto é a categoria de conteúdo selecionado, ou seja, o mais importante é o cotidiano da vida escolar do aluno. Porém, há uma conexão direta entre conteúdo e objetivos, pois segundo PILETTI (2007), estes devem orientá-los para que o conteúdo não seja mais um fim, mas um meio para atingir os objetivos buscados no processo de aprendizagem. O conteúdo passou por duas etapas: seleção e organização, a estrutura do material didático é um dos padrões de sua organização. Um bom planejamento de aula decorre de um currículo bem estruturado. Existem muitas definições de currículo, porém não faltam pessoas que declaram o fim do currículo como área de estudo e pesquisa. Porém “o currículo é uma construção de pessoas e como tal traz a marca do tempo e do espaço social dessas construções” (PEDRA 1997). Segundo BOURDIEU (1996) podemos dizer que quanto mais um sistema educacional consegue ocultar sua função social de legitimar a diferença de classes social sua função técnica de produzir padrões suficientes, melhor o sistema 39 educacional consegue integrar um bom currículo para as necessidades do mercado de trabalho. Não há dúvida que para o processo de ensino e aprendizagem um bom planejamento pode contribuir significativamente. Segundo VASCONCELLOS (1995), alguns dos atributos importantes do plano são: adequada organização dos currículos, racionalização do tempo, contribuição para não desperdiçar atividades de aprendizagem, auto formação dos professores, valorização da participação dos alunos e a expropriação a que os professores foram submetidos. Por outro lado, de acordo com SACRISTÁN (1998), é necessário ter cautela em face das observações de ensino de cursos. Não se deve esquecer que o currículo pressupõe a finalidade social e cultural, a concretização da socialização, e atribui a educação escolar o desenvolvimento, estímulo perspectiva do ambiente. Cada vez mais alunos nos perguntam sobre a importância de determinados conteúdos em várias disciplinas. Conteúdo oficial na história, mas pode não ser tão importante no contexto atual. Pensar, repensar, discutir e refletir sobre os rumos parece ser uma forma coerente de se livrar do dogma atual. Segundo MOREIRA (1990), um importante papel do professor crítico é estimular o desenvolvimento de comportamentos, modelos sociais e crenças em harmonia com a nova sociedade. Alimentar-se com os desejos e interesses dos alunos e do mercado pode ser um grande passo na transição de expropriação de professores teóricos para professores críticos. Além disso, segundo MOREIRA (1990), a teoria do currículo segue um novo rumo, pois o método técnico dos problemas curriculares (inicialmente baseado na formação técnica e profissional) está sendo gradativamente utilizado por um método sociológico básico (que se presume formação geral, humanística e científica). Em pesquisa com professores universitários, ele citou professores afirmando que, dada a sua reflexão sobre o curso, dificilmente forneciam equipamentos para especialistas, mas atribuíam grande importância ao aspecto político do currículo. O “currículo dá ao educador a possibilidade de determinar o ambiente, o meio necessário a criança, e assim dirigir indiretamente a sua atividade mental. Conforme Bobbitt “o currículo é aquele conjunto ou série de coisas que as crianças e os jovens devem fazer e experimentar a fim de desenvolver 40 habilidades que os capacitem a decidir assuntos na vida adulta”. (DEWEY, 1978 apud AGUIAR G. F. 2011). Para Dewey (1978), “O currículo possibilita que os educadores determinem o ambiente, ou seja, o ambiente necessário para as crianças, e indiretamente orientem suas atividades mentais. Segundo Bobittt, “ o currículo é uma parte daquilo que as crianças e os jovens devem fazer e experimentar. Um conjunto ou série de coisas para desenvolver habilidades que lhes permitem tomar decisões na vida adulta”. A discussão do currículo é para provar aos alunos que o conhecimento é a única ferramenta disponível para a nossa sobrevivência. Em contraste com bons planos de aula e cursos bem organizados, os professores não têm tempo para se concentrar no aprendizado, na pesquisa e na preparação. Não há dúvida de que o educador moderno deve estar preparado para novos cenários no processo de ensino (incluindo a adição de mídias, novas tecnologias e atividades extracurriculares). No entanto, as instituições de ensino devem oferecer espaço suficiente paraos professores, proporcionar educação continuada e tempo permanente para o bom desenvolvimento de materiais de pesquisa e ensino. Os indicadores básicos da educação brasileira mostram um certo descaso na política governamental para a educação em nosso país. O sistema de ensino atravessa uma crise e as suas razões são amplas, no entanto, é consenso que essas deficiências se manifestam por três motivos principais: desigualdade (desigualdades na capacidade de acesso aos serviços educacionais) ineficiência (falta de correlação entre educação despesas com serviços e seu impacto nos padrões educacionais) e deficiências (uso indevido de recursos com serviços educacionais). De modo geral, toda instituição educacional está exposta a uma realidade às vezes muito diferente entre si (por exemplo: sua forma de organização política educacional, sua infraestrutura material, a área onde é inserida, os requisitos a que deve atender, etc.). Porém, mesmo diante da indiferença, os educadores incentivam um bom planejamento curricular a ser associado a uma gama muito ampla de variáveis e deve ter características substanciais. Um bom currículo depende da experiência dos professores responsáveis, do entusiasmo desses profissionais, do nível de escolaridade desses professores, da 41 situação acadêmica e da organização da escola, e das condições de trabalho proporcionadas aos professores (pela escola), o plano de educação continuada, etc. A seguir mencionamos alguns dos atributos cruciais para os pesquisadores que defendem a reflexão em torno do currículo. Descreve o desempenho de funções escolares; é uma ferramenta eficaz no processo educacional; pode, mas não deve ser um objeto estático, mas um modelo de reflexão sobre a educação; deve ser organizado a partir de diferentes níveis educacionais; pode ser moldado pelas condições da área, da cidade, escola, bairro ou sala de aula (variando no tempo ou espaço); é uma filiação a um projeto educacional; relacionar a soma dos requisitos acadêmicos como base para a experiência; ser construído de acordo com o pensamento de alunos, professores, mercado, sociedade e pessoas. Uma nova perspectiva de currículo está sendo organizada. Novos educadores críticos trabalham com pessoas interessadas (alunos, mercados, indústria, sociedade) para construir novos cursos com base em questões e reflexões. O diálogo gira em torno da importância do conteúdo (habilidade), ou seja, o conteúdo é muito importante em nossa época. Presumindo um sistema educacional justo, eficaz e eficiente, parece não haver grandes diferenças como as características salientes de um bom currículo. Os professores modernos (críticos) devem participar desta reflexão e promover a sua discussão em sala de aula. Ele está saindo de sua zona de conforto. Ouvir as opiniões da sociedade muitas vezes pode levar a excelentes resultados para a educação. Não é mais possível arquivar as possíveis contribuições que as partes interessadas têm a oferecer. 42 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, G.F., Por que pensar o currículo? 2011. ALBUQUERQUE, L.B., Estudos em Currículo e Ensino: Concepções e Práticas. Editora: Editora Mercado de Letras; Edição: 1ª. 2014. ALMEIDA G.M., A importância do planejamento para transformação da prática docente. 2018. BARBOSA, M.C.S., HORN, M.G.S., Projetos pedagógicos na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008. BOAS, B.M.F.V., Virando a escola do avesso por meio da avaliação, 2ª ed. Campinas SP. Papirus 2009. 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