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Gustavo Moreno T19 Aula 02: Revisão farmacologia do sistema cardiovascular: Hipertensão Arterial: (Clarisse) Pressão arterial: Pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias Produto do débito cardíaco pela resistência vascular periférica PA = DC . RVP Hipertensão arterial: Doença crônica não transmissível definida por níveis pressóricos Tratamento anti-hipertensivo: (medidas gerais e terapia farmacológica). Medidas gerais: Controle dietético: dieta hipossalina e hipolipídica Exercício físico Tratar outros fatores de risco – obesidade, diabetes Retirar ou evitar fármacos hipertensores Terapia farmacologica Fármacos Anti-Hipertensivos: PA = DC . RVP ⇒ Os anti-hipertensivos reduzem a PA por atuarem sobre a resistência periférica e/ou sobre o DC. Fármacos: Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) Antagonistas do receptor de angiotensina AT1 Simpaticolíticos α e β Bloqueadores de canais de cálcio Diuréticos Normalmente associações entre esses fármacos → depende do risco cardiovascular (orientação para o uso) Obs – não indicado o uso de BRA com IECA Inibidores da ECA: Angiotensinogênio → Renina → Angiotensina I → ECA → Angiotensina II →AT1 AT1 → aumento RVP → aumento de PA AT1 → aumento aldosterona? → aumento Na+ e H20 → Aumento de volume → aumento do DC e PA IECA → bradicinina → estimula a liberação de substâncias vasodilatadoras (contribui com efeito terapêutico) Obs - A bradicinina é degradada pela ECA. IECAs → estimulação de prostaglandinas (prostaciclinas) → aumento de óxido nitrico (NO) → vasodilatação e redução de niveis pressóricos Fármacos: Captopril – protótipo do grupo Molécula original ativa: captopril, lisinopril Pró-fármacos (esterases): enalapril, ramipril, quinapril, benazepril São recomendados como tratamento de 1º escolha contra HAS em pacientes com uma variedade de indicações, incluindo: risco alto de DAC ou história de DM, AVE, IC, IAM ou DRC. Diminuem a PA reduzindo a RVP sem aumentar reflexamente o débito, a frequência ou a contratilidade cardíaca. Outros usos clínicos: Insuficiência cardíaca – fármacos de escolha Doença renal crônica – fármacos de escolha Nefropatia diabética – retarda progressão e diminuem albuminuria Efeitos adversos: Hipotensão Angioedema Tosse seca – mais comum em mulheres (normalmente no início do tratamento, se continuar é importante rever a terapêutica e trocar a classe) Alterações na gustação e rashes (captopril) Hipercalemia (monitorar níveis séricos, devido a liberação de aldosterona) Hiperpotassemia Contraindicados na gravidez (efeitos teratogênicos)!!! Interação: Diuréticos poupadores de K+ (espironolactona) e suplementos AINEs – redução do efeito dos IECAs (COX → prostaglandin [PG12]) Tosse seca provocada pelos IECAs IECA Posologia RAM Considerações Captopril* 25mg-150mg (2-3x/d) Usual: 50-100mg (2x/d) Tosse (0,5-2%), hipotensão (1-3%), ↑ K+(11%), IRA (1-10%), rash (4-7%) Ajuste de dose para disfunção renal. Biodisponibilidade reduzida com alimentos (30-40%) Enalapril* 5mg-40mg 1-2x/d IRA (<20%), Hipotensão (1-7%),Tontura (4-8%),Tosse (1-2%), Cefaleia (2-5%) Ajuste de dose para disfunção renal.Absorção não influenciada por alimentos Lisinopril 5-40mg 1x/d Tontura (12-19%), hipotensão (7- 11%), IRA (2-11%),Tosse (4-9%) Ajuste de dose para disfunção renal.Absorção não influenciada por alimentos Não deve associar captopril após a refeição* Antagonistas do receptor ATi (ARAII/BRAs): Bloqueiam os efeitos da angiotensina II no receptor AT1 (Gq) Ações: Vasodilatação Aumentam a excreção de NaCl e água Sartanas (sufixos): Losartan Candesartan Valsartan Eprosartano Irbersartana Olmesartana Uso clínicos: Semelhantes ao IECAs (relação ao uso clínico) Fármacos de 1ª escolha para o tratamento da HAS, especialmente em pacientes com DM, IC ou DRC. Efeitos adversos e interações similar ao dos IECAs → menor risco de tosse e angioedema Contraindicados para as gestantes!! Não devem ser associados a IECAs BRA Posologia RAM Considerações Losartana 25-100mg 1x/d (ou dividido em 2 doses) Hipotensão (1-10%)*, tosse, ↑ K+ (1-10%), IRA Não há ajuste de dose para disfunção renal. Diminui relativamente a absorção com alimentos. Valsartana 80-320mg/d Tontura (>10%)*, ↑ K+, hipotensão, tosse e IRA Não há ajuste de dose para disfunção renal. Diminui relativamente a absorção com alimentos. Risco de Hipercalemia !! Simpaticolíticos alfa e beta): Antagonistas Alfa 1: prazosina, terazosina, doxazosina Antagonistas Alfa 2: metildopa, clonidina Antagonistas Beta: Seletivos β1: atenolol, metoprolol, nebivolol -Não seletivos β1/β2 : propanolol, alprenolol, timolol -Labetalol e carvedilol: bloqueiam os receptores α1, β1 e β2 #Antagonista Alfa 1: Ação na musculatura lisa / Vasodilatação (alfa1) PA=DC . RVP* Obs: Alfa 1 ⇒ Ação de vasoconstrição → aumento da resistência vascular periférica → aumento PA Ação do antagonista alfa 1 ⇒ vasodilatação Diminuem a RVP e reduzem a PA, relaxando os músculos lisos de artérias e veias sem gerar mudanças no débito cardíaco, por isso, não ocorre taquicardia no tratamento prolongado. Uso clínico: Devido aos resultados fracos e ao perfil de efeito adversos, os alfa-bloqueadores não são recomendados no tratamento inicial da HAS, mas pode ser usados em casos refratários* Obs: Indicações para HAS refratária Alfabloqueador Posologia Considerações Doxazosina 1-16mg 1x/d Hipotensão ortostática na 1ª dose (10%). A prazosina apresenta maior seletividade α1 Prazosina LI: 1-20mg 2-3x/d XL: 4-8mg 1x/d Hipotensão ortostática na 1ª dose (10%). A prazosina apresenta maior seletividade α1 Obs: Prazosina → Próstata (podem ser usado par Hiperplasia de próstata) #Antagonistas Beta: Obs: B1 → coração e rins Coração – Elevação do DC e FC → aumento de PA Rins – aumento de renina → aumento da angiotensina II → aumento de PA e proteção cardíaca Medicamentos com sufixo “-ol” PA = DC* . RVP Ações: -redução do DC (β1) -redução da liberação de renina (β1) -prevenção do remodelamento cardíaco (β1) Uso clínico: HAS com doença cardíaca concomitante, IAM, angina e ICC. Contraindicados (não seletivos - bloqueia B1/B2 → propanolol) para tratamento da HAS em asmáticos, pois vai produzir broncoespasmo, levando a uma crise asmática. Obs: Cuidar medicamentos que bloqueiam Beta 2 → broncoespasmo Cuidado em diabéticos → podem mascarar sintomas de hipoglicemia (taquicardia, sudorese e tremor nas mãos) A redução da atividade cardíaca pode produzir cansaço (comum), que pode impactar em atividades física e domésticas mais pesadas (devido à diminuição do DC) Retira do fármaco deve ser gradual (fazer desmame) Pode haver hipotensão, fadiga, insônia, bradicardia e disfunção sexual Propranolol é não seletivo // Carvedilol bloqueia receptor Beta e Alfa. Beta-B Posologia Considerações Atenolol* 25-100mg 1-2x/d Doses >100mg não demonstram maiores benefícios. Ajuste de dose para disfunção renal. Absorção não alterada com alimentos Metoprolol Succinato: 25-400mg/d Tartarato: 50-450mg/d (2-3x) Administrar juntamente com as refeições (tartarato) Propranolol* LI: 40-160mg 2-3x/d (máx: 640mg/d) LC: 80-160mg 1x/d (máx: 640mg/d) Dieta rica em proteína aumenta a biodisponibilidade em 25%. Carvedilol* 6,25-25mg 2x/d Atividade em receptores alfa 1 (vasodilatação periférica). Hipotensão mais importante no 1º mês Administrar com alimentos minimiza o risco de hipotensão ortostática. Metoprolol e Carvedilol *** → fármaco de escolha para ICC #Agonistas Alfa 2: Obs: Alfa 2 (Gi) → neurônio pré sináptico Ação do agonista alfa 2 → Reduz a Noradrenalina PA = DC . RVP* Simpaticolíticos de ação indireta Reduzem a estimulação simpática para a periferia Geram diminuição da RVP e da PA Uso clínico: Metildopa – tratamento hipertensão na gestação Clonidina: adjuvante no tratamento de HAS grave, prevenção de hipertensão causada por síndrome de abstinência Clonidina – retirada abrupta gera crise hipertensiva Agonistas alfa2 Posologia RAM ConsideraçõesMetildopa 500-1500mg 2-3x/d Sonolência, xerostomia, disfunção sexual, insuficiência hepática De escolha para gestantes Clonidina 0,1-0,6mg 2-3x/d (máx:2,4mg/d) Sonolência xerostomia, constipação, bradicardia Hipertensão rebote: cuidado com a descontinuação do medicamento Bloqueadores de canais de cálcio: Afetam principalmente o músculo cardíaco e o músculo liso vascular, inibindo a entrada de cálcio Reduzem a resistência periférica: relaxamento do músculo liso arteriolar Reduzem débito cardíaco diminuição da força de contração PA = DC x RVP Obs – normalmente não é feito Obs: Diidropiridinas (seletividade para canais de cálcio na musculatura dos vasos sanguíneos) BCCs diidropiridinas: São vasodilatadores potentes que têm pouco ou nenhum efeito clínico negativo sobre a contratilidade ou condução cardíaca. Normalmente usados para tratar hipertensão ou angina estável crônica Nifedipina, Nimodipina, Felodipina, Anlodipina. BBCs não-diidropiridinas: (benzotiazepinas e fenilalquilaminas) são vasodilatadores menos potentes em comparação com as diidropiridinas, mas têm um maior efeito na condução e contratilidade cardíaca. São mais usados para tratar arritmias cardíacas, HAS, angina estável crônica ou para redução da proteinúria Verapamil e Diltiazem Uso clínico: Hipertensão (tto inicial ou adicional) → sobretudo as diidropiridinas Tto da HAS em pacientes que com asma, DM e/ou doença vascular periférica Angina (dihidropiridinas, diltiazem) Arritmias, como a fibrilação atrial (verapamil, diltiazem) Efeitos adversos: cefaléia, tonturas/vertigem, náuseas, bradicardia, edema periférico´, hipotensão, rubor Diuréticos: Efeito: diurese induzida → redução no volume → alteração do DC PA = DC* . RVP DC = Vol Sistólico* . FC Diuréticos de alça: Alta eficácia: excreção de 15 - 25 % do Na+ filtrado “Fluxo torrencial de urina” Mecanismo de ação: inibidores do transportador Na+/K+/2Cl- no ramo ascendente da alça de Henle. Furosemida, bumetanida, torasemida Os diuréticos de alça inibem os co-transportadores e deixam o Na na alça, fazendo com que sejam excretados na urina. Potencializa a excreção de Na, K e Cl. obs - Espoliadores de potássio Uso clínico: Hipertensão Edema pulmonar agudo associado à IC aguda Insuficiência cardíaca crônica Cirrose hepática Insuficiência renal Tratamento agudo da hiperpotassemia Não são primeira escolha na maioria dos casos, apenas em emergências e/ou casos mais graves Efeitos adversos: Hipovolemia e hipotensão – idosos Hipocalcemia – associar com diuréticos poupadores de potássio Hipocalcemia Hipomagnesemia Hiperuricemia – gota aguda Alcalose metabólica Reações alérgicas Diuréticos Tiazídicos: Eficácia média: excreção de 5 - 10% do Na+ filtrado Ação diurética moderada Mecanismo de ação: inibidores do transportador Na+/Cl- no túbulo contorcido distal Tiazídicos: hidroclorotiazida, bendrofluazida, ciclopentiazida Tipo tiazídicos: metolazona, clortalidona, indapamida Sódio e potássio sofrerão uma excreção maior. Aqui teremos uma hipercalcemia, pois o cálcio tem uma excreção urinária diminuída. Uso clínico: Hipertensão – são vasodilatadores Ensaios clínicos demonstram reduzir os riscos de AVE e IAM associados a HAS Insuficiência cardíaca leve Edema A coadministração com diuréticos de alça tem efeito sinérgico Podem ser combinados com diuréticos poupadores de K+ (potássio) Efeitos adversos: São mais tolerados que os diuréticos de alça Alcalose metabólica Hiperglicemia – inibição da secreção de insulina Hiperlipidemia (colesterol total e LDL) Hiperuricemia (gota) Disfunção erétil Reações de hipersensibilidade Hipercalcemia – vantajoso em idosos com risco de osteoporose Diuréticos poupadores de potássio: Eficácia baixa: excreção menor que 5% do Na+ filtrado Ação diurética fraca Mecanismo de ação (túbulo coletor): 1)–Antagonistas dos receptores de aldosterona: Espironolactona/eplerenona. 2)–Bloqueadores do canal de sódio epitelial (ENaC): Triantereno e amilorida. No caso dos medicamentos que foram classificados como antagonistas da aldosterona, a expressão de transportadores fica reduzida, o que reduz a capacidade de retenção de sódio, logo, o efeito final será uma maior excreção de sódio. Aumenta a retenção de potássio, diminuindo sua excreção. Atuação no ducto coletor 1) Antagonista da aldosterona: Uso clínico: Antagonistas da aldosterona Insuficiência cardíaca em geral Hipertensão arterial Hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn) ou secundário (cirrose hepática) Podem ser associados a diuréticos expoliadores de K+ Efeito adversos: Hipercalemia Desconforto gastrointestinal Efeito antiandrogênico – ginecomastia e atrofia testicular → uso na SOAP Distúrbio do ciclo menstrual Interações: IECAs, BRAs e suplementos de potássio (cuidar com essas interações) 2) Bloqueadores do ENaC: Podem ser administrados juntamente com diuréticos de alça ou tiazídicos, com a finalidade de manter o balanço de potássio. Efeitos adversos: Hipercalemia – especialmente preocupante em pacientes com comprometimento renal ou que estejam recebendo outros fármacos que possam aumentar o K+ plasmático. Diarréia, náuseas, falta de apetite. Agentes Osmóticos: Modificação indireta do conteúdo do filtrado Excreção menor que 5% do Na+ Ação diurética fraca Mecanismo de ação: retenção osmótica de água no lúmen tubular Manitol, glicerina e ureia Administração intravenosa Uso clínico: Hipertensão intracraniana aguda Elevação aguda da pressão intraocular Usados para manter o fluxo urinário após a ingestão de substâncias tóxicas agudas capazes de produzir insuficiência renal aguda. Efeitos adversos → cefaléia, náusea e vômitos
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