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Resumo Teoria da Comunicação e Semiótica - Cruzeiro do Sul Virtual - Questões Epistemológicas Escola de Chicago Escola Funcionalista Escola de Frankfurt Estudos Culturais Contemporaneidade Lógica da S

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Teoria da Comunicação e Semiótica 
 
Unidade 1 – Questões 
Epistemológicas 
Final da década de 1960 → O curso de Comunicação 
Social passou a existir como área de conhecimento. 
Está ligado ao desenvolvimento dos meios de 
comunicação como “produtores de uma ‘cultura de 
massa’”. Ditadura militar e “boom” da Economia 
(milagre econômico), slogan “país do futuro”. 
Conceito de Comunicação 
● O termo deriva do latim communicatio – comum 
ou igual 
● Atividade realizada conjuntamente 
● Ação do comum = comum + ação 
● No sentido literal refere-se ao processo de 
compartilhar um mesmo objeto da consciência 
A comunicação envolve: 
Um ethos (espírito característico de uma comunidade 
ou povo), que diz respeito a quem opina ou 
argumenta; 
Um logos (razão, palavra) que se refere à 
racionalidade essencial à opinião/ argumentação a ser 
defendida 
Um pathos (paixão), que é a arte de provocar 
sentimentos por meio da opinião e da argumentação 
A Comunicação é dialógica e em permanente 
recomeço 
De acordo com Orozco a comunicação é o lugar 
onde o poder é gerado e também onde se ganha ou 
se perde o poder. 
Para os Teóricos da Comunicação, a televisão, o rádio, 
o jornal, as agências de publicidade, etc são 
instrumentos comunicacionais (ou extensores 
comunicacionais). Eles levam a comunicação de um 
lugar ao outro, carregam informações, mas sozinhos 
não são a Comunicação. 
A Comunicação é um processo humano anterior aos 
meios de comunicação e faz parte da história da 
humanidade. 
↳ Ex: As pictografias dos homens das cavernas 
registravam a vida cotidiana da época. Extensores: 
parede das cavernas, as tintas, o cinzel de silício e o 
próprio artista. 
● Meios de comunicação: são os mediadores e 
transmissores da herança social (cultura). 
● Herança social: produção cultural de um povo 
(religião, educação, formação do estado, arquitetura, 
hábitos alimentares, etc). 
Ciência de Comunicação 
A comunicação tem métodos, objeto de pesquisa, 
definições e conceitos próprios, por isso é uma 
ciência. 
Segundo Polistchuck e Trinta (2003) a ciência é um 
conjunto de proposições e de argumentos que dizem 
respeito a determinado campo de estudos. 
Técnica e Tecnologia 
Estudos científicos se encarregam de produzir 
tecnologia para que os homens possam usá-la. 
O uso da tecnologia só é possível se houver a técnica 
para manuseá-la. 
Domínio da Técnica sem a necessidade do 
entendimento da Tecnologia 
“Temos a técnica para usar, mas desconhecemos 
como a tecnologia foi desenvolvida”. 
O mundo está interligado graças aos Meios de 
Comunicação. É o mundo da velocidade da 
informação. 
A sociedade está mediada pelos Meios de 
Comunicação. 
Embora se fale em sociedade democrática, nem 
todos têm acesso à educação e às tecnologias de 
ponta. 
A internet e a televisão são as novas praças de 
discussão e formadoras de opinião pública. 
 
Unidade 2 – Escola de 
Chicago e Escola 
Funcionalista 
A universidade de Chicago é uma instituição com mais 
de um século de tradição (1890). Ela abriga importantes 
pesquisadores cujas referências são mundiais. 
Entre 1925 e 1940, a Escola de Chicago produziu um 
vasto e variado conjunto de Pesquisas Sociais 
direcionado à investigação dos fenômenos sociais que 
ocorriam especificamente no meio urbano da grande 
metrópole americana. 
Assim teve início um novo campo de pesquisa: a 
Sociologia Urbana. 
● 1ª geração de sociólogos: Albion W. Small; Robert 
Ezra Park. Ernest Watnson Burgess; Roderick Duncan 
McKenzie e Willian Thomas. 
● Décadas seguintes: Frederic Thrasher; Louis Wirth 
e Everett Hughes. 
 
Escola de Chicago 
Contextualização Histórica 
Início do século XX, desenvolvimento dos grandes 
centros urbanos e a migração maciça de famílias do 
campo para as cidades em busca de trabalho. 
Essa migração descontrolada gera a formação de 
bolsões de pobreza, subempregos, criminalidade e 
violência urbana. 
Em 1900 mais da metade de Chicago havia nascido 
fora da América. Chicago tornou-se uma cidade 
industrial, um centro comercial e uma próspera bolsa; 
capitalismo selvagem se desenvolveu (tumultos e 
greves operárias). Era também a cidade da arte e da 
cultura, influenciada pela religião protestante, que tinha 
um grande respeito pelo ensino e pelos livros. Uma 
cidade moderna, reconstruída de aço e concretos 
após o incêndio de 1870. Nela foram construídos os 
primeiros arranha-céus dos Estados Unidos. 
Todos os problemas sociais se converteram nos 
principais objetos de pesquisa para os sociólogos da 
Escola de Chicago. Estimularam a elaboração de novas 
teorias, conceitos sociológicos e novos procedimentos 
metodológicos. (Anomia Social). 
Ecologia Humana 
Robert Ezra Park, um dos mais importantes 
precursores dos estudos urbanos elaborou esse 
conceito. 
● Analogia entre o reino animal/vegetal e o mundo 
dos homens, criando a Teoria da Ecologia Humana. 
● A cidade é um grande campo de observação, um 
grande laboratório social. 
● Essa abordagem questiona se o habitat social 
determina ou influencia o modo e estilo de vida dos 
indivíduos. 
● Método de pesquisa empírico (observação) 
Segundo Mattelart & Mattelart (2004), os 3 
elementos que definem uma comunidade são: 
↳ População organizada em um território através de 
uma identidade cultural; 
↳ Relação simbiótica entre os sujeitos – 
interdependência mutua gerada por necessidades 
fisiológicas e sociais; 
↳ Competição e divisão de trabalho que geram uma 
cooperação competitiva que dá sentido à vida e 
forma a comunidade orgânica (competição → 
conflito → adaptação → assimilação) 
● A função da comunicação é regular a competição, 
permitir o compartilhamento de uma experiencia e 
vincular-se à sociedade. 
● A ecologia humana entende que a mudança adquire 
o caráter de equilíbrio diante da crise (equilíbrio social 
e balança biótica), e opera a transição de forma 
estável. 
● O conceito de Ecologia Humana e Concepção 
Ecológica foram influenciados pelo Evolucionismo 
Social (inspirado pelos estudos de Darwin). 
↳ As sociedades evoluem, algumas desaparecem e 
outras surgem. 
● A coleta de dados e informações sobre as 
condições da vida urbana era feita de forma 
participativa. O pesquisador se inseria no ambiente que 
era o objeto da pesquisa. Ao mesmo tempo era 
pesquisador e interagia com o pesquisado. 
A Escola do Crime 
Os temas mais estudados pela Escola de Chicago 
foram as várias formas de criminalidade e o fenômeno 
da imigração. 
Os estudos apontavam que as áreas mais 
abandonadas pelo poder público (sem infraestrutura e 
serviços essenciais) transformaram-se rapidamente 
em áreas com altas taxas de criminalidade. 
Herança da Escola de Chicago 
● Para Coulon (1995) a Escola de Chicago pode ser 
considerada o berço de uma grande variedade de 
abordagens empíricas, inclusiva a da observação 
participativa, que tem em comum o fato de se inserir 
em uma sociedade (deixando de lado a sociologia 
especulativa). 
● A comparação dos fatos a partir da vivencia do 
Cientista Social no meio urbano e na vida das 
comunidades por meio da observação direta para 
coletar os dados. 
 
Escola Funcionalista 
A partir do século XVI houve varias mudanças de 
paradigmas, baseados em 3 núcleos de significação: 
→ Significação Cultural, Cognitiva e Ética: Filosofia 
Humanista, Evolucionismo de Darwin, Positivismo de 
Comte, Ideal Democrático, Materialismo Histórico de 
Marx; 
→ Significação Econômica Social: Industrialização e 
Urbanização – Capitalismo; 
→ Significação Politica: formação dos Estados 
Nacionais, que construíram o ‘tipo ideal de Governo’ 
tendo como base, na sua maioria, o Sistema 
Democrático 
Nesse período surgiram contradições sociais e, com 
elas, as manifestações sociais, que obtiveram 
visibilidade por intermédio dos Meios de Comunicação. 
● Aumento do consumo; 
● Fortalecimento da burguesia; 
● Crítica ao consumo (Marx sinaliza a alienação das 
massas); 
● Desterritorização:Meios de Comunicação 
encurtam distâncias; 
● Crescem as cadeias de rádio, cinema, jornais, 
revistas, redes de televisão, internet, etc; 
● Sistema Midiático: o poder da Mídia relaciona-se à 
Sociedade de Massa; 
● A Mídia se torna cada vez mais persuasiva e advoga 
em causa própria. 
Modelo Matemático-Informacional 
● Claude Shannon e Warren Weaver, engenheiros da 
Companhia Telefônica dos EUA. 
● Modelo também conhecido por Teoria da 
Informação 
A comunicação é realizada a partir de uma 
mensagem, por meio de um canal, e levada ou 
entregue ao destinatário. 
Quando uma mensagem não for assimilada pelo 
receptor, admite-se que houve falha na emissão da 
mensagem pela interferência de um ruído (interno ou 
externo). 
A Escola Norte-Americana de 
Comunicação 
● A principal característica foi buscar um maior grau 
de cientificidade nos estudos comunicacionais. 
● Modelo influenciado pela psicologia e o 
behaviorismo (ciência do comportamento) que 
pregava os automotivos comportamentais. 
 
Escola Funcionalista e o Mass 
Communication Research 
● Surgiu na década de 1940 na Universidade de 
Harvard 
● Representantes: Robert Merton, Paul Lazarsfeld e 
Talcot Parsons 
● Origem: pensamentos do sociólogo Herbert 
Spencer e do francês Emile Drukheim 
Teoria Funcionalista-estrutural: cada “pedaço” da 
Sociedade desempenha um papel social que contribui 
para torna-la estável e forma o todo social. 
Tudo se inter-relaciona na Sociedade: a economia, a 
política, a família, a educação, etc. Se uma das partes 
não funcionar corretamente o Sistema torna-se 
inviável. 
Quando a sociedade tem algum problema, Robert 
Merton chamou essa instabilidade de Disfunção Social. 
Fonte → Transmissor → Fonte de interferência → 
Receptor → Destino 
Segundo Mattelart e Matterlart a audiência é vista 
como algo amorfo ou informe e que obedece sem 
questionar aos estímulos recebidos. 
● Teoria da bullet magic (ou agulha hipodérmica): 
efeito que os Meios de Comunicação têm sobre a 
sociedade. 
A Sociologia Funcionalista da mídia elaborou as 
fórmulas: 
→ Quem diz o quê? 
→ Quando – Período? 
→ Onde – Qual o meio? 
→ Por que – Qual a intenção? 
→ Para quem – Público alvo? 
Segundo Laswell, o Processo de Comunicação 
cumpre três funções principais na sociedade: 
● Vigilância do meio, revelando tudo o que poderia 
ameaçar os valores de uma comunidade; 
● Estabelecimento de relações entre os 
componentes da sociedade para produzir uma 
resposta ao meio 
● Transmissão da herança social 
● Entretenimento e diversão (essa 4ª função foi 
adicionada mais tarde) 
O duplo flow step da Comunicação (Lazarfeld e Elihu 
Katz) estudou o comportamento dos consumidores 
de moda e lazer para compreender o papel dos 
“lideres de opinião” 
↳ No primeiro degrau há as pessoas bem informadas 
e expostas à mídia; no segundo degrau estão as 
pessoas com pouca ou nenhuma informação sobre o 
tema 
Ex: diante de um programa de tv sobre um tema que 
não conhecemos podemos tomar como verdade, 
descartar ou questionar o que a pessoa do programa 
está dizendo sobre o tema 
Modelo AINDA: 
● Atenção 
● Interesse 
● Desejo 
● Aquisição ou Ação 
Quando um produto ainda não foi lançado, as agências 
de publicidade ou pesquisa de opinião têm uma lista 
de pessoas para fazer a pesquisa. Com base no 
resultado o produto pode ser modificado, ou mantido 
do jeito que está e ir direto para as lojas. 
 
A partir da década de 1960 surge uma outra corrente 
de pensamento que é a dos “Usos e Gratificações”. 
↳ O receptor passa a ser agente capaz de interpretar 
e satisfazer suas necessidades 
 
Na mesma época surgiu a Teoria dos Efeitos em 
Longo Prazo que introduz a hipótese da Agenda 
Setting 
↳ Por essa hipótese as pessoas usam os assuntos 
veiculados em suas conversas. Então, a Mídia pauta a 
conversa cotidiana. 
 
Dessa fórmula originaram-se 
as análises de conteúdo, das 
mídias, de audiência e de 
efeitos 
Unidade 3 – Escola de 
Frankfurt, Estudos Culturais 
e Contemporaneidade 
A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923 na 
Universidade de Frankfurt, em um clima de 
instabilidade sócio-político-econômico, sendo que a 
maioria dos fundadores descendia de famílias judias da 
classe média alemã. 
● 1ª geração: Max Horkheimer, Theodor Adorno, 
Herbert Marcuse, Eric Fromm, Leo Lowenthal 
● 2ª geração: Jurgen Habermas, Albrecht Wellmer e 
Karl-Otto Apel 
O governo fechou a Escola em 1933 e iniciou 
perseguição política contra eles. Por isso, grande parte 
dos intelectuais se refugiou nos EUA. 
Escola de Frankfurt 
→ Teoria Crítica 
A partir de ideais marxistas, os teóricos fizeram uma 
revisão, introduzindo elementos da Filosofia da Cultura 
e da Ética, da Psicologia e da Psicanálise. Surgia, desse 
novo olhar, a Teoria da Cultura para explicar as 
contradições do Capitalismo da Sociedade moderna. 
A Teoria Crítica se opôs ao Funcionalismo Sociológico. 
Para os pensadores da Escola de Frankfurt, a razão 
é crítica, deve se apoiar na História e não deve ser 
neutra nem à Ciência, nem à Sociedade. 
Os Meios de Comunicação estão a serviço da 
ideologia da classe dominante, que persuade as classes 
inferiores com o intuito de manipulá-las 
● Theodor Adorno e Max Horkheimer escreveram 
a Dialética do Esclarecimento (ou Dialética do 
Iluminismo) e criaram juntos o conceito de Industria 
Cultural 
↳ Os produtos culturais seguem a mesma lógica dos 
bens de consumo, buscando satisfazer cada vez mais 
consumidores. 
↳ Tudo se transforma em mercadoria 
● Walter Benjamin analisa a “aura” que todas as obras 
de arte originalmente possuem – A alma do artista 
que fica impressa em sua obra. 
↳ Graças à tecnologia, as obras perdem seu valor 
estético como objeto único (perdem sua aura). 
↳ Ex: no Cinema o ator não tem envolvimento com 
o público como no Teatro. O objeto tecnológico torna 
a relação impessoal e multiplicada para milhares de 
pessoas – ator e acessório desempenham papéis 
semelhantes. 
↳ Mas, apesar disso, as técnicas permitem que as 
massas conheçam as Artes e a parte de sua herança 
cultural. 
● Herbert Marcuse critica a sociedade capitalista. Sua 
obra O homem unidimensional se tornou a Bíblia do 
movimento de contracultura dos anos 1960. 
↳ Critica tanto os países capitalistas como comunistas, 
pois falharam no processo democrático (não há 
igualdade). 
↳ Criticava o Sistema Capitalista Industrial que ao 
inventar falsas necessidades gerava um universo 
unidimensional de ideias e comportamentos levando à 
uma massificação acrítica. 
● Jurgen Habermas diz que para haver a construção 
da opinião pública, deveria existir uma discussão 
gerada dentro de um espaço privado. 
↳ Os jornais faziam a mediação da opinião pública 
entre sociedade e Estado, divulgando e legitimando 
opiniões 
↳ Em 1989 cria a Ação Comunicativa cujo conceito 
está orientado para o “entendimento mútuo”. A ação 
comunicativa ocorre no interior da Sociedade e entre 
os interlocutores sociais. 
A Teoria Crítica nos convida a refletir sobre o papel 
dos Meios de Comunicação, da tecnologia e do 
consumo exagerado para não nos tornarmos 
“homens-máquinas”, mas sim humanos, críticos (cujas 
análises têm alicerce e profundidade). 
Estudos Culturais 
O estudo da cultura envolve várias outras disciplinas 
como a Comunicação, a História, a Geografia, a 
Filosofia, a Sociologia, a Teoria Literária, etc. 
Segundo Johnson (1999) os estudos culturais dizem 
respeito ao lado subjetivo das relações sociais. Nesse 
conceito de subjetividade, duas coisas são focalizadas: 
o eu individual e o eu coletivo. 
Estudos Culturais x Teoria da Cultura 
O aprendizado dos Estudos Culturais é realizado por 
meio das várias disciplinas que ele estuda. Na Teoria 
da Cultura, o aprendizado é realizado por meio da 
leitura critica de textos significativos dessa área. 
Nos Estudos Culturais, a Cultura não é uma prática, 
nem meramente a descrição da soma dos hábitos e 
costumes de uma sociedade.A Cultura aborda todas 
as práticas sociais e é o somatório das suas inter-
relações. 
Segundo Schulman (1999) os estudos culturais foram 
concebidos desde o inicio como um empreendimento 
interdisciplinar. 
Principais representantes: Raymond Williams, Richard 
Hoggart, Edward Palmer Thiompson e Stuart Hall. 
● Princípios que norteiam os Estudos Culturais: 
↳ Vida vivida ou cultura vivida como um plano de 
estudo; 
↳ A importância da autonomia e complexibilidade das 
formas simbólicas em si mesmas; 
↳ Crença de que as classes populares possuem suas 
próprias formas culturais; 
↳ O ensino da cultura é plural. 
Há os que acusam de ser tendenciosa e levantar 
bandeiras políticas e sociais dos grupos marginalizados 
ou da cultura popular. Há os que dizem que seus 
argumentos são frágeis. 
Expoentes Contemporâneos 
Importantes teóricos da Mídia Contemporânea 
● Marshall McLuhan – filósofo e educador, tornou-se 
conhecido na década de 1960. 
↳ Dizia que para uma Escola se inserir na nova ordem 
social ela precisaria usar os Meios de Comunicação 
↳ Os meios de comunicação no mundo globalizado 
podem ser entendidos como extensões do homem. 
● Umberto Eco – escritor, filósofo, semiólogo, linguista 
e bibliófilo 
↳ Defende que uma obra de Arte possa ser 
compreendida a partir de várias interpretações. 
● Jesús Martín-Barbero 
 
↳ Não aceita a ideia de que o receptor seja passivo 
e que não conhece sua realidade (homem 
unidimensional de Marcuse) 
↳ Cabe ao receptor dar sentido ao que recebe 
↳ 3 tipos de mediação: 
→ Estrutural: distinções sociais, vivências, 
experiências pessoais etc; 
→ Institucional: que é obtida por meio da 
escola, da igreja, etc; 
→ Conjuntural: é o momento em que o 
receptor faz valer sua vivência. 
● Néstor García Canclini 
↳ Conceitua o consumo não como uma prática 
individual, mas como uma ação cultural em que o valor 
simbólico se sobrepõe aos demais. 
● Guillermo Orozco Gómez 
↳ Usou o conceito de recepção e ampliou o 
pensamento de Jesús-Barbero. 
↳ Para ele, a televisão é um meio técnico de 
produção e transmissão de informação mas ao 
mesmo tempo transformou-se em uma instituição 
social produtora de significados. 
 
Unidade 4 – Progressão 
Lógica da Semiótica 
A linha de raciocínio a ser seguida não busca delimitar 
uma determinada Semiótica, muito menos especificar 
o seu precursor ou teórico. 
Semiótica Lógica (Período 
Clássico e Paleocristão) 
A semiótica no mundo grego procurou por uma 
identidade entre Linguagem e Pensamento. Platão foi 
o primeiro pensador a organizar a estrutura triádica 
do signo: 
 
 
SIGNO 
NOME IDEIA COISA 
 
Aristóteles fundamentou a Teoria dos Signos no eixo 
da lógica e da retórica. Denominou signos incertos 
aqueles que não apresentam relação ou definição 
clara, por possuir uma extensa diversidade de 
significados; já os signos certos, o grupo dos signos 
que apresenta apenas uma significação. 
Aristóteles conceituou o signo como uma relação de 
implicação das verdades lógicas. 
 
 
 
Os Epicuristas entendiam que o significado imaterial 
do signo não poderia ser considerado um 
componente semiótico do signo, por isso instauraram 
um processo diádico (2 elementos): 
 
 
 
Para Santo Agostinho, os signos naturais não foram 
criados na intenção de uso como signo. Ex: a 
fumaça como índice de fogo. 
Já os signos convencionais ajustavam-se sob uma 
convenção e foram criados para estabelecer a 
comunicação. Ex: a imagem do peixe que simboliza 
o religioso. 
Segundo ele, o signo é uma “coisa” simplesmente 
pelo fato de estar indicando algo, ou seja, se o signo 
não fosse uma coisa, não existiria. 
Semiótica Medieval e 
Renascentista 
A Semiótica da Era Medieval, também conhecida 
como Semiótica Escolástica (conciliava Teologia e 
Filosofia) foi considerada um grande marco no 
questionamento cientifico da Linguagem. 
Doutrina das Assinaturas 
A semiótica nesse momento tem como base a 
Bíblia. Para interpretá-la era necessário um sistema 
dividido em quatro níveis, pois assim era possível 
contemplar quatro sentidos diferentes de 
interpretação (Doutrina dos Quatro Sentidos). 
→ O primeiro nível procurou pontuar o sentido 
literal ou histórico; 
→ O segundo nível seria o sentido tropológico ou 
moral, responsável por revelar a vida do homem; 
→ O terceiro nível caracterizava a alegoria, revelava 
uma relação direta entre Cristo e a Igreja; 
→ O quarto nível denominado como sendo 
anagógico (passagem do sentido literal ao místico) 
diz respeito aos mistérios celestes. 
Semiótica Racionalista 
Modelo de Signo Diádico (Séculos XVII – XVIII) 
Descartes formulou a teoria das 3 ideias inatas: a 
primeira, Ideias Adventícias chegam à mente a partir 
dos sentidos; a segunda, Ideias Fictícias são 
produzidas pela imaginação; e a terceira, Ideias Inatas, 
são ideias essenciais que existem na mente sem o 
auxílio de um histórico. 
 
 
 
 
Quanto um interlocutor pronuncia “cavalo”, o 
significante do cavalo não é a palavra pronunciada, 
mas sim o modelo mental de cavalo que está 
elaborado na mente do interlocutor. 
John Locke discordava das “ideias inatas” proferidas 
por Descartes. Segundo ele, não existiriam princípios 
inatos na mente. 
Locke afirmava que as ideias são signos que 
representam as coisas na mente do interlocutor, as 
palavras representam as ideias e elas não podem 
ser separadas ou seja: 
 
 
 
 
 
SIGNO 
SYMBOLON
Convenção 
PATHÉMATA 
Afeccão 
PRÁGMATA
Retrato 
SIGNO 
SEMAÍNON 
Significante 
TYGHÁNON 
Objeto 
SIGNO 
Ideia da coisa 
que representa 
Ideia da coisa 
representada 
SIGNO 
PALAVRA IDEIA 
Semiologia e Semiótica 
São duas notáveis linhas do estudo do signo. A 
semiologia também conhecida como Linguística 
Saussureana e a Semiótica Peirceana. 
Saussure 
Língua não é o mesmo que Linguagem, ela é 
multiforme e demanda uma abordagem física, 
fisiológica e psíquica e atua no individual e no social. 
Por isso a língua é social. 
 
 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
Tanto o significado quanto o significante são 
psíquicos, isto é, o signo “c + a + v + a + l + o” não 
está ligado e não tem nenhuma relação com a 
cadeia de sons (significante) que poderia ser 
representado por outro qualquer. 
O Signo em Peirce 
A lógica de Pierce é triádica, composta do signo, do 
objeto e do interpretante. O signo por definição 
pode ser qualquer coisa, e ele os classificou em: 
→ Signo de primeiridade é a consciência perceptiva, 
a primeira impressão de algo (ex: a sensação de 
algo frio, molhado, um espocar de sons, seria a 
chuva.) 
→ Signo de secundidade tem a ver com as análises 
racionais que vão distinguir as partes e as qualificar 
(ex: começou a chover, não é um temporal, é o 
vento que sopra nas partes molhadas que está 
aumentando a minha sensação de frio). 
→ Signo de terceiridade é o entendimento que é 
dado por signos e que resulta na interpretação dos 
elementos do universo (ex: no caso da chuva, 
preciso me proteger, senão ficarei encharcado, eu 
não tenho outra roupa, passarei muito tempo com 
frio, ficarei doente). 
Um signo não precisa ser físico, ele pode ser mental 
ou vago a ponte de ser um sentimento. 
Peirce definiu 3 propriedades para o signo: 
● O quali-signo é uma qualidade específica de um 
signo (a coloração do céu) 
● O sin-signo vem da própria existência, sin tem a 
ver com o singular. Se algo existe, ele é um signo (a 
ave que plana no céu) 
● O legi-signo é algo que pertence a um sistema, 
uma lei (as palavras que se referiram ao céu e à ave 
são símbolos que pertencem a um sistema, estão 
subordinadas a determinadas leis). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIGNO 
SIGNIFICADO 
(Conceito) 
SIGNIFICANTE 
(Imagem Acústica) 
Signo Linguístico 
Convencional 
C+A+V+A+L+O 
SIGNIFICANTE 
(Imagem acústica, aspecto 
material, desenho, som, etc) 
 
SIGNIFICADO 
Conceito: animal mamífero, com cauda e 
crina longa, etc. 
 
Referências:Este resumo foi produzido com base nas quatro 
apostilas da disciplina Teoria da Comunicação e 
Semiótica da Cruzeiro do Sul Virtual.

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