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Teoria da Comunicação e Semiótica Unidade 1 – Questões Epistemológicas Final da década de 1960 → O curso de Comunicação Social passou a existir como área de conhecimento. Está ligado ao desenvolvimento dos meios de comunicação como “produtores de uma ‘cultura de massa’”. Ditadura militar e “boom” da Economia (milagre econômico), slogan “país do futuro”. Conceito de Comunicação ● O termo deriva do latim communicatio – comum ou igual ● Atividade realizada conjuntamente ● Ação do comum = comum + ação ● No sentido literal refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto da consciência A comunicação envolve: Um ethos (espírito característico de uma comunidade ou povo), que diz respeito a quem opina ou argumenta; Um logos (razão, palavra) que se refere à racionalidade essencial à opinião/ argumentação a ser defendida Um pathos (paixão), que é a arte de provocar sentimentos por meio da opinião e da argumentação A Comunicação é dialógica e em permanente recomeço De acordo com Orozco a comunicação é o lugar onde o poder é gerado e também onde se ganha ou se perde o poder. Para os Teóricos da Comunicação, a televisão, o rádio, o jornal, as agências de publicidade, etc são instrumentos comunicacionais (ou extensores comunicacionais). Eles levam a comunicação de um lugar ao outro, carregam informações, mas sozinhos não são a Comunicação. A Comunicação é um processo humano anterior aos meios de comunicação e faz parte da história da humanidade. ↳ Ex: As pictografias dos homens das cavernas registravam a vida cotidiana da época. Extensores: parede das cavernas, as tintas, o cinzel de silício e o próprio artista. ● Meios de comunicação: são os mediadores e transmissores da herança social (cultura). ● Herança social: produção cultural de um povo (religião, educação, formação do estado, arquitetura, hábitos alimentares, etc). Ciência de Comunicação A comunicação tem métodos, objeto de pesquisa, definições e conceitos próprios, por isso é uma ciência. Segundo Polistchuck e Trinta (2003) a ciência é um conjunto de proposições e de argumentos que dizem respeito a determinado campo de estudos. Técnica e Tecnologia Estudos científicos se encarregam de produzir tecnologia para que os homens possam usá-la. O uso da tecnologia só é possível se houver a técnica para manuseá-la. Domínio da Técnica sem a necessidade do entendimento da Tecnologia “Temos a técnica para usar, mas desconhecemos como a tecnologia foi desenvolvida”. O mundo está interligado graças aos Meios de Comunicação. É o mundo da velocidade da informação. A sociedade está mediada pelos Meios de Comunicação. Embora se fale em sociedade democrática, nem todos têm acesso à educação e às tecnologias de ponta. A internet e a televisão são as novas praças de discussão e formadoras de opinião pública. Unidade 2 – Escola de Chicago e Escola Funcionalista A universidade de Chicago é uma instituição com mais de um século de tradição (1890). Ela abriga importantes pesquisadores cujas referências são mundiais. Entre 1925 e 1940, a Escola de Chicago produziu um vasto e variado conjunto de Pesquisas Sociais direcionado à investigação dos fenômenos sociais que ocorriam especificamente no meio urbano da grande metrópole americana. Assim teve início um novo campo de pesquisa: a Sociologia Urbana. ● 1ª geração de sociólogos: Albion W. Small; Robert Ezra Park. Ernest Watnson Burgess; Roderick Duncan McKenzie e Willian Thomas. ● Décadas seguintes: Frederic Thrasher; Louis Wirth e Everett Hughes. Escola de Chicago Contextualização Histórica Início do século XX, desenvolvimento dos grandes centros urbanos e a migração maciça de famílias do campo para as cidades em busca de trabalho. Essa migração descontrolada gera a formação de bolsões de pobreza, subempregos, criminalidade e violência urbana. Em 1900 mais da metade de Chicago havia nascido fora da América. Chicago tornou-se uma cidade industrial, um centro comercial e uma próspera bolsa; capitalismo selvagem se desenvolveu (tumultos e greves operárias). Era também a cidade da arte e da cultura, influenciada pela religião protestante, que tinha um grande respeito pelo ensino e pelos livros. Uma cidade moderna, reconstruída de aço e concretos após o incêndio de 1870. Nela foram construídos os primeiros arranha-céus dos Estados Unidos. Todos os problemas sociais se converteram nos principais objetos de pesquisa para os sociólogos da Escola de Chicago. Estimularam a elaboração de novas teorias, conceitos sociológicos e novos procedimentos metodológicos. (Anomia Social). Ecologia Humana Robert Ezra Park, um dos mais importantes precursores dos estudos urbanos elaborou esse conceito. ● Analogia entre o reino animal/vegetal e o mundo dos homens, criando a Teoria da Ecologia Humana. ● A cidade é um grande campo de observação, um grande laboratório social. ● Essa abordagem questiona se o habitat social determina ou influencia o modo e estilo de vida dos indivíduos. ● Método de pesquisa empírico (observação) Segundo Mattelart & Mattelart (2004), os 3 elementos que definem uma comunidade são: ↳ População organizada em um território através de uma identidade cultural; ↳ Relação simbiótica entre os sujeitos – interdependência mutua gerada por necessidades fisiológicas e sociais; ↳ Competição e divisão de trabalho que geram uma cooperação competitiva que dá sentido à vida e forma a comunidade orgânica (competição → conflito → adaptação → assimilação) ● A função da comunicação é regular a competição, permitir o compartilhamento de uma experiencia e vincular-se à sociedade. ● A ecologia humana entende que a mudança adquire o caráter de equilíbrio diante da crise (equilíbrio social e balança biótica), e opera a transição de forma estável. ● O conceito de Ecologia Humana e Concepção Ecológica foram influenciados pelo Evolucionismo Social (inspirado pelos estudos de Darwin). ↳ As sociedades evoluem, algumas desaparecem e outras surgem. ● A coleta de dados e informações sobre as condições da vida urbana era feita de forma participativa. O pesquisador se inseria no ambiente que era o objeto da pesquisa. Ao mesmo tempo era pesquisador e interagia com o pesquisado. A Escola do Crime Os temas mais estudados pela Escola de Chicago foram as várias formas de criminalidade e o fenômeno da imigração. Os estudos apontavam que as áreas mais abandonadas pelo poder público (sem infraestrutura e serviços essenciais) transformaram-se rapidamente em áreas com altas taxas de criminalidade. Herança da Escola de Chicago ● Para Coulon (1995) a Escola de Chicago pode ser considerada o berço de uma grande variedade de abordagens empíricas, inclusiva a da observação participativa, que tem em comum o fato de se inserir em uma sociedade (deixando de lado a sociologia especulativa). ● A comparação dos fatos a partir da vivencia do Cientista Social no meio urbano e na vida das comunidades por meio da observação direta para coletar os dados. Escola Funcionalista A partir do século XVI houve varias mudanças de paradigmas, baseados em 3 núcleos de significação: → Significação Cultural, Cognitiva e Ética: Filosofia Humanista, Evolucionismo de Darwin, Positivismo de Comte, Ideal Democrático, Materialismo Histórico de Marx; → Significação Econômica Social: Industrialização e Urbanização – Capitalismo; → Significação Politica: formação dos Estados Nacionais, que construíram o ‘tipo ideal de Governo’ tendo como base, na sua maioria, o Sistema Democrático Nesse período surgiram contradições sociais e, com elas, as manifestações sociais, que obtiveram visibilidade por intermédio dos Meios de Comunicação. ● Aumento do consumo; ● Fortalecimento da burguesia; ● Crítica ao consumo (Marx sinaliza a alienação das massas); ● Desterritorização:Meios de Comunicação encurtam distâncias; ● Crescem as cadeias de rádio, cinema, jornais, revistas, redes de televisão, internet, etc; ● Sistema Midiático: o poder da Mídia relaciona-se à Sociedade de Massa; ● A Mídia se torna cada vez mais persuasiva e advoga em causa própria. Modelo Matemático-Informacional ● Claude Shannon e Warren Weaver, engenheiros da Companhia Telefônica dos EUA. ● Modelo também conhecido por Teoria da Informação A comunicação é realizada a partir de uma mensagem, por meio de um canal, e levada ou entregue ao destinatário. Quando uma mensagem não for assimilada pelo receptor, admite-se que houve falha na emissão da mensagem pela interferência de um ruído (interno ou externo). A Escola Norte-Americana de Comunicação ● A principal característica foi buscar um maior grau de cientificidade nos estudos comunicacionais. ● Modelo influenciado pela psicologia e o behaviorismo (ciência do comportamento) que pregava os automotivos comportamentais. Escola Funcionalista e o Mass Communication Research ● Surgiu na década de 1940 na Universidade de Harvard ● Representantes: Robert Merton, Paul Lazarsfeld e Talcot Parsons ● Origem: pensamentos do sociólogo Herbert Spencer e do francês Emile Drukheim Teoria Funcionalista-estrutural: cada “pedaço” da Sociedade desempenha um papel social que contribui para torna-la estável e forma o todo social. Tudo se inter-relaciona na Sociedade: a economia, a política, a família, a educação, etc. Se uma das partes não funcionar corretamente o Sistema torna-se inviável. Quando a sociedade tem algum problema, Robert Merton chamou essa instabilidade de Disfunção Social. Fonte → Transmissor → Fonte de interferência → Receptor → Destino Segundo Mattelart e Matterlart a audiência é vista como algo amorfo ou informe e que obedece sem questionar aos estímulos recebidos. ● Teoria da bullet magic (ou agulha hipodérmica): efeito que os Meios de Comunicação têm sobre a sociedade. A Sociologia Funcionalista da mídia elaborou as fórmulas: → Quem diz o quê? → Quando – Período? → Onde – Qual o meio? → Por que – Qual a intenção? → Para quem – Público alvo? Segundo Laswell, o Processo de Comunicação cumpre três funções principais na sociedade: ● Vigilância do meio, revelando tudo o que poderia ameaçar os valores de uma comunidade; ● Estabelecimento de relações entre os componentes da sociedade para produzir uma resposta ao meio ● Transmissão da herança social ● Entretenimento e diversão (essa 4ª função foi adicionada mais tarde) O duplo flow step da Comunicação (Lazarfeld e Elihu Katz) estudou o comportamento dos consumidores de moda e lazer para compreender o papel dos “lideres de opinião” ↳ No primeiro degrau há as pessoas bem informadas e expostas à mídia; no segundo degrau estão as pessoas com pouca ou nenhuma informação sobre o tema Ex: diante de um programa de tv sobre um tema que não conhecemos podemos tomar como verdade, descartar ou questionar o que a pessoa do programa está dizendo sobre o tema Modelo AINDA: ● Atenção ● Interesse ● Desejo ● Aquisição ou Ação Quando um produto ainda não foi lançado, as agências de publicidade ou pesquisa de opinião têm uma lista de pessoas para fazer a pesquisa. Com base no resultado o produto pode ser modificado, ou mantido do jeito que está e ir direto para as lojas. A partir da década de 1960 surge uma outra corrente de pensamento que é a dos “Usos e Gratificações”. ↳ O receptor passa a ser agente capaz de interpretar e satisfazer suas necessidades Na mesma época surgiu a Teoria dos Efeitos em Longo Prazo que introduz a hipótese da Agenda Setting ↳ Por essa hipótese as pessoas usam os assuntos veiculados em suas conversas. Então, a Mídia pauta a conversa cotidiana. Dessa fórmula originaram-se as análises de conteúdo, das mídias, de audiência e de efeitos Unidade 3 – Escola de Frankfurt, Estudos Culturais e Contemporaneidade A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923 na Universidade de Frankfurt, em um clima de instabilidade sócio-político-econômico, sendo que a maioria dos fundadores descendia de famílias judias da classe média alemã. ● 1ª geração: Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Eric Fromm, Leo Lowenthal ● 2ª geração: Jurgen Habermas, Albrecht Wellmer e Karl-Otto Apel O governo fechou a Escola em 1933 e iniciou perseguição política contra eles. Por isso, grande parte dos intelectuais se refugiou nos EUA. Escola de Frankfurt → Teoria Crítica A partir de ideais marxistas, os teóricos fizeram uma revisão, introduzindo elementos da Filosofia da Cultura e da Ética, da Psicologia e da Psicanálise. Surgia, desse novo olhar, a Teoria da Cultura para explicar as contradições do Capitalismo da Sociedade moderna. A Teoria Crítica se opôs ao Funcionalismo Sociológico. Para os pensadores da Escola de Frankfurt, a razão é crítica, deve se apoiar na História e não deve ser neutra nem à Ciência, nem à Sociedade. Os Meios de Comunicação estão a serviço da ideologia da classe dominante, que persuade as classes inferiores com o intuito de manipulá-las ● Theodor Adorno e Max Horkheimer escreveram a Dialética do Esclarecimento (ou Dialética do Iluminismo) e criaram juntos o conceito de Industria Cultural ↳ Os produtos culturais seguem a mesma lógica dos bens de consumo, buscando satisfazer cada vez mais consumidores. ↳ Tudo se transforma em mercadoria ● Walter Benjamin analisa a “aura” que todas as obras de arte originalmente possuem – A alma do artista que fica impressa em sua obra. ↳ Graças à tecnologia, as obras perdem seu valor estético como objeto único (perdem sua aura). ↳ Ex: no Cinema o ator não tem envolvimento com o público como no Teatro. O objeto tecnológico torna a relação impessoal e multiplicada para milhares de pessoas – ator e acessório desempenham papéis semelhantes. ↳ Mas, apesar disso, as técnicas permitem que as massas conheçam as Artes e a parte de sua herança cultural. ● Herbert Marcuse critica a sociedade capitalista. Sua obra O homem unidimensional se tornou a Bíblia do movimento de contracultura dos anos 1960. ↳ Critica tanto os países capitalistas como comunistas, pois falharam no processo democrático (não há igualdade). ↳ Criticava o Sistema Capitalista Industrial que ao inventar falsas necessidades gerava um universo unidimensional de ideias e comportamentos levando à uma massificação acrítica. ● Jurgen Habermas diz que para haver a construção da opinião pública, deveria existir uma discussão gerada dentro de um espaço privado. ↳ Os jornais faziam a mediação da opinião pública entre sociedade e Estado, divulgando e legitimando opiniões ↳ Em 1989 cria a Ação Comunicativa cujo conceito está orientado para o “entendimento mútuo”. A ação comunicativa ocorre no interior da Sociedade e entre os interlocutores sociais. A Teoria Crítica nos convida a refletir sobre o papel dos Meios de Comunicação, da tecnologia e do consumo exagerado para não nos tornarmos “homens-máquinas”, mas sim humanos, críticos (cujas análises têm alicerce e profundidade). Estudos Culturais O estudo da cultura envolve várias outras disciplinas como a Comunicação, a História, a Geografia, a Filosofia, a Sociologia, a Teoria Literária, etc. Segundo Johnson (1999) os estudos culturais dizem respeito ao lado subjetivo das relações sociais. Nesse conceito de subjetividade, duas coisas são focalizadas: o eu individual e o eu coletivo. Estudos Culturais x Teoria da Cultura O aprendizado dos Estudos Culturais é realizado por meio das várias disciplinas que ele estuda. Na Teoria da Cultura, o aprendizado é realizado por meio da leitura critica de textos significativos dessa área. Nos Estudos Culturais, a Cultura não é uma prática, nem meramente a descrição da soma dos hábitos e costumes de uma sociedade.A Cultura aborda todas as práticas sociais e é o somatório das suas inter- relações. Segundo Schulman (1999) os estudos culturais foram concebidos desde o inicio como um empreendimento interdisciplinar. Principais representantes: Raymond Williams, Richard Hoggart, Edward Palmer Thiompson e Stuart Hall. ● Princípios que norteiam os Estudos Culturais: ↳ Vida vivida ou cultura vivida como um plano de estudo; ↳ A importância da autonomia e complexibilidade das formas simbólicas em si mesmas; ↳ Crença de que as classes populares possuem suas próprias formas culturais; ↳ O ensino da cultura é plural. Há os que acusam de ser tendenciosa e levantar bandeiras políticas e sociais dos grupos marginalizados ou da cultura popular. Há os que dizem que seus argumentos são frágeis. Expoentes Contemporâneos Importantes teóricos da Mídia Contemporânea ● Marshall McLuhan – filósofo e educador, tornou-se conhecido na década de 1960. ↳ Dizia que para uma Escola se inserir na nova ordem social ela precisaria usar os Meios de Comunicação ↳ Os meios de comunicação no mundo globalizado podem ser entendidos como extensões do homem. ● Umberto Eco – escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo ↳ Defende que uma obra de Arte possa ser compreendida a partir de várias interpretações. ● Jesús Martín-Barbero ↳ Não aceita a ideia de que o receptor seja passivo e que não conhece sua realidade (homem unidimensional de Marcuse) ↳ Cabe ao receptor dar sentido ao que recebe ↳ 3 tipos de mediação: → Estrutural: distinções sociais, vivências, experiências pessoais etc; → Institucional: que é obtida por meio da escola, da igreja, etc; → Conjuntural: é o momento em que o receptor faz valer sua vivência. ● Néstor García Canclini ↳ Conceitua o consumo não como uma prática individual, mas como uma ação cultural em que o valor simbólico se sobrepõe aos demais. ● Guillermo Orozco Gómez ↳ Usou o conceito de recepção e ampliou o pensamento de Jesús-Barbero. ↳ Para ele, a televisão é um meio técnico de produção e transmissão de informação mas ao mesmo tempo transformou-se em uma instituição social produtora de significados. Unidade 4 – Progressão Lógica da Semiótica A linha de raciocínio a ser seguida não busca delimitar uma determinada Semiótica, muito menos especificar o seu precursor ou teórico. Semiótica Lógica (Período Clássico e Paleocristão) A semiótica no mundo grego procurou por uma identidade entre Linguagem e Pensamento. Platão foi o primeiro pensador a organizar a estrutura triádica do signo: SIGNO NOME IDEIA COISA Aristóteles fundamentou a Teoria dos Signos no eixo da lógica e da retórica. Denominou signos incertos aqueles que não apresentam relação ou definição clara, por possuir uma extensa diversidade de significados; já os signos certos, o grupo dos signos que apresenta apenas uma significação. Aristóteles conceituou o signo como uma relação de implicação das verdades lógicas. Os Epicuristas entendiam que o significado imaterial do signo não poderia ser considerado um componente semiótico do signo, por isso instauraram um processo diádico (2 elementos): Para Santo Agostinho, os signos naturais não foram criados na intenção de uso como signo. Ex: a fumaça como índice de fogo. Já os signos convencionais ajustavam-se sob uma convenção e foram criados para estabelecer a comunicação. Ex: a imagem do peixe que simboliza o religioso. Segundo ele, o signo é uma “coisa” simplesmente pelo fato de estar indicando algo, ou seja, se o signo não fosse uma coisa, não existiria. Semiótica Medieval e Renascentista A Semiótica da Era Medieval, também conhecida como Semiótica Escolástica (conciliava Teologia e Filosofia) foi considerada um grande marco no questionamento cientifico da Linguagem. Doutrina das Assinaturas A semiótica nesse momento tem como base a Bíblia. Para interpretá-la era necessário um sistema dividido em quatro níveis, pois assim era possível contemplar quatro sentidos diferentes de interpretação (Doutrina dos Quatro Sentidos). → O primeiro nível procurou pontuar o sentido literal ou histórico; → O segundo nível seria o sentido tropológico ou moral, responsável por revelar a vida do homem; → O terceiro nível caracterizava a alegoria, revelava uma relação direta entre Cristo e a Igreja; → O quarto nível denominado como sendo anagógico (passagem do sentido literal ao místico) diz respeito aos mistérios celestes. Semiótica Racionalista Modelo de Signo Diádico (Séculos XVII – XVIII) Descartes formulou a teoria das 3 ideias inatas: a primeira, Ideias Adventícias chegam à mente a partir dos sentidos; a segunda, Ideias Fictícias são produzidas pela imaginação; e a terceira, Ideias Inatas, são ideias essenciais que existem na mente sem o auxílio de um histórico. Quanto um interlocutor pronuncia “cavalo”, o significante do cavalo não é a palavra pronunciada, mas sim o modelo mental de cavalo que está elaborado na mente do interlocutor. John Locke discordava das “ideias inatas” proferidas por Descartes. Segundo ele, não existiriam princípios inatos na mente. Locke afirmava que as ideias são signos que representam as coisas na mente do interlocutor, as palavras representam as ideias e elas não podem ser separadas ou seja: SIGNO SYMBOLON Convenção PATHÉMATA Afeccão PRÁGMATA Retrato SIGNO SEMAÍNON Significante TYGHÁNON Objeto SIGNO Ideia da coisa que representa Ideia da coisa representada SIGNO PALAVRA IDEIA Semiologia e Semiótica São duas notáveis linhas do estudo do signo. A semiologia também conhecida como Linguística Saussureana e a Semiótica Peirceana. Saussure Língua não é o mesmo que Linguagem, ela é multiforme e demanda uma abordagem física, fisiológica e psíquica e atua no individual e no social. Por isso a língua é social. Exemplo: Tanto o significado quanto o significante são psíquicos, isto é, o signo “c + a + v + a + l + o” não está ligado e não tem nenhuma relação com a cadeia de sons (significante) que poderia ser representado por outro qualquer. O Signo em Peirce A lógica de Pierce é triádica, composta do signo, do objeto e do interpretante. O signo por definição pode ser qualquer coisa, e ele os classificou em: → Signo de primeiridade é a consciência perceptiva, a primeira impressão de algo (ex: a sensação de algo frio, molhado, um espocar de sons, seria a chuva.) → Signo de secundidade tem a ver com as análises racionais que vão distinguir as partes e as qualificar (ex: começou a chover, não é um temporal, é o vento que sopra nas partes molhadas que está aumentando a minha sensação de frio). → Signo de terceiridade é o entendimento que é dado por signos e que resulta na interpretação dos elementos do universo (ex: no caso da chuva, preciso me proteger, senão ficarei encharcado, eu não tenho outra roupa, passarei muito tempo com frio, ficarei doente). Um signo não precisa ser físico, ele pode ser mental ou vago a ponte de ser um sentimento. Peirce definiu 3 propriedades para o signo: ● O quali-signo é uma qualidade específica de um signo (a coloração do céu) ● O sin-signo vem da própria existência, sin tem a ver com o singular. Se algo existe, ele é um signo (a ave que plana no céu) ● O legi-signo é algo que pertence a um sistema, uma lei (as palavras que se referiram ao céu e à ave são símbolos que pertencem a um sistema, estão subordinadas a determinadas leis). SIGNO SIGNIFICADO (Conceito) SIGNIFICANTE (Imagem Acústica) Signo Linguístico Convencional C+A+V+A+L+O SIGNIFICANTE (Imagem acústica, aspecto material, desenho, som, etc) SIGNIFICADO Conceito: animal mamífero, com cauda e crina longa, etc. Referências:Este resumo foi produzido com base nas quatro apostilas da disciplina Teoria da Comunicação e Semiótica da Cruzeiro do Sul Virtual.