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GESTÃO DE CARREIRA
2
Kamila Cristina Gaino 
Paula Vitória Galesi Abdala Boarin
São Paulo 
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
GESTÃO DE CARREIRA
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A 
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Ana Cláudia Cerini Trevisan Stuchi
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________________ 
Boarin, Paula Vitória Galesi Abdala
B662g Gestão de carreira / Paula Vitória Galesi Abdala 
 Boarin, Kamila Cristina Gaino. – São Paulo: Platos 
 Soluções Educacionais S.A., 2021.
 42 p.
 
 ISBN 978-65-5356-076-5
 1. Gestão de carreira. 2. Atuação profissional.
 3. Formação profissional. I. Gaino, Kamila Cristina. II. Título. 
CDD 658.3
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB-8 010289
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Panorama do mercado de trabalho __________________________ 05
Planejamento de carreira ____________________________________ 20
Desenvolvimento de competências __________________________ 37
Networking e marca pessoal __________________________________ 52
GESTÃO DE CARREIRA
5
Panorama do mercado 
de trabalho
Autoria: Kamila Cristina Gaino
Leitura crítica: Ana Cláudia Cerini Trevisan Stuchi
Objetivos
• Conhecer o panorama do mercado de trabalho no 
Brasil, identificando seus desafios e suas tendências.
• Reconhecer os aspectos da cultura brasileira que 
impactam as organizações.
• Aprender sobre a carreia em T.
6
1. Introdução
O objetivo deste material é estimulá-lo a refletir e a planejar sua 
carreira profissional e, para tal, é importante que você conheça o 
contexto no qual estamos inseridos.
Com isso, neste Tema, você aprenderá um pouco a respeito do 
panorama do mercado de trabalho no Brasil e da cultura brasileira 
dentro das organizações. Abordaremos também, brevemente, a visão 
internacional e das grandes tendências relacionadas ao futuro do 
trabalho. E, para finalizar, trataremos de alguns conceitos da carreira 
em T.
1.1 Desafios do mercado de trabalho no Brasil
Sem dúvidas, a pandemia ocasionada pela Covid-19 em 2019, 2020 e 
2021 impactou negativamente o mercado de trabalho a nível mundial, 
e, ao menos aqui no Brasil, esses impactos, infelizmente, apenas têm se 
intensificado com o passar do tempo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
no 1º trimestre de 2021, havia cerca de 14,8 milhões de pessoas 
desempregadas, alcançando o mais alto patamar desde 2012, o que, 
até então, representava 14,7% da população brasileira (IBGE, 2021). 
Isso significa que estamos atravessando um cenário desafiador, por 
isso é importante analisar em que momento da carreira você está, 
identificando as possibilidades e tendências do mercado.
Outro aspecto desafiador que ainda permanece no contexto atual é 
a disparidade de gênero. Segundo a pesquisa Mulheres no Mercado de 
Trabalho, realizada pelo IBGE no ano de 2018, “a população ocupada, 
na faixa etária de 25 a 49 anos era de 56,4 milhões de pessoas, sendo 
54,7% de homens e 45,3% de mulheres” (IBGE, 2018, p. 2). O relatório 
7
ressalta que não há grandes variações desde o ano de 2012, salientando 
a predominância masculina no mercado de trabalho brasileiro.
Em relação aos rendimentos, o relatório aponta uma enorme 
desigualdade salarial entre homens e mulheres que atuam no mesmo 
cargo, como é possível observar no Quadro 1:
Quadro 1 – Rendimento médio: homens versus mulheres
Grupos ocupacionais
Rendimento médio (R$) Participação 
de mulheres 
(%)Homens Mulheres
Diretores e gerentes
6.216 4.435 41,8
Profissionais das ciências e 
intelectuais
5.890 3.819 63,0
Técnicos e profissionais de nível 
médio
3.320 2.386 45,2
Trabalhadores de apoio 
administrativo
2.071 1.785 64,5
Trabalhadores dos serviços, 
vendedores dos comércios e 
mercados
1.958 1.295 59,0
Trabalhadores qualificados, 
operários e artesãos da 
construção, das artes mecânicas 
e outros ofícios
1.752 1.150 16,2
Operadores de instalações e de 
máquinas e montadores
1.895 1.303 13,8
Membros das forças armadas, 
policiais e bombeiros militares
5.301 5.338 13,2
Fonte: adaptado de IBGE (2018).
8
Assim, por mais que muitos não visualizem, há uma grande diferença, 
uma enorme desigualdade salarial entre homens e mulheres que 
atuam no mesmo cargo. Além disso, observa-se um percentual baixo de 
mulheres em cargos de liderança, apenas 41,8%.
Certamente, um cenário como esse é bastante favorável para que as 
pessoas atuem na informalidade. No próximo tópico, trataremos um 
pouco mais dessa questão.
1.1.1 Informalidade no Brasil
No Brasil, o IBGE é o órgão responsável pelas informações relacionadas 
a dados da população. Por meio de sua Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílio Contínua (PNAD), calcula a informalidade, classificando 
como informais todos os trabalhadores empregados no setor privado 
sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira assinada, 
empregador sem registro no CNPJ, trabalhador por conta própria sem 
registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar (IBGE, 2020).
De acordo com esses dados, cerca de 41,6% dos trabalhadores 
brasileiros estão atuando em regime informal (IBGE, 2020).
O mesmo ocorre com os empreendedores: conforme pesquisa realizada 
pelo GEM Brasil em 2019, poucos eram formalizados, como é possível 
visualizar no Quadro 2:
Quadro 2 – Empreendedores formalizados (2019)
Empreendedores 2019
Que obtiveram o CNPJ 26,1%
Que NÃO obtiveram o CNPJ 73,6%
Outros 0,3%
Fonte: adaptado de GEM (2020).
9
Dentre os principais motivos apresentados por aqueles que não 
obtiveram a regularização, estava a não percepção da necessidade do 
CNPJ, como se pode verificar no Quadro 3:
Quadro 3 – Motivos para a NÃO regularização (2019)
Motivos
% dos 
empreendedores 
sem CNPJ
Não vê necessidade 27,4%
Acha a formalização cara 17,2%
Não sabe se irá continuar com o negócio por muito tempo 12,5%
Atividade exercida não exige CNPJ ou possui outro tipo de 
registro, alvará, licença
12,4%
Não tem como pagar os impostos 8%
Fonte: adaptado de GEM (2020).
Esses dados sugerem que ainda falta mais conscientização para que os 
empreendedores percebam a importância de estarem regularizados, 
mas, além disso, fica clara a necessidade de mudanças políticas, culturais 
e sociais no Brasil. E, mesmo diante desse cenário, o empreendedorismo 
tem motivado inúmeros profissionais, seja pelo desejo de autonomia, 
independência e liberdade de criação, seja por ser uma alternativa para 
inserção no mercado de trabalho.
1.1.2 Empreendedorismo
O empreendedorismo é o ato de “projetar novos negócios ou de idealizar 
transformações inovadoras” e também é a “vocação, aptidão ou habilidade 
10
de desconstruir, de gerenciar e dedesenvolver projetos, atividades ou 
empresas” (EMPREENDEDORISMO, [s.d.]).
De acordo ao relatório The Global Competitiveness Report, publicado 
anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, em 2019 o Brasil ficou em 
71ª posição no ranking (são considerados aqui 141 países), com um índice 
de competitividade de 60,93%. Tal índice avalia o desempenho econômico 
e a eficiência do governo e dos negócios, considerando questões de 
infraestrutura básica, tecnológica e educação.
De um modo geral, há duas formas de empreender. Vamos conhecê-las 
melhor:
• Oportunidade: é quando se identifica uma oportunidade, um 
nicho de mercado no qual se decide investir. Em alguns casos, a 
pessoa concilia o negócio mesmo estando em outro emprego, com a 
intenção de aumentar sua fonte de renda.
• Necessidade: é quando a pessoa empreende, muitas vezes de forma 
autônoma, pois não encontrou nenhuma oportunidade de trabalho e 
precisa gerar renda para sustento da família.
De acordo a pesquisa GEM (2020), aproximadamente 10 milhões de 
empreendedores encerraram seus negócios no Brasil no ano de 2019, 
em grande parte, afetados pela pandemia do coronavírus. De acordo 
a pesquisa, o número de empreendedores iniciais motivados pela 
necessidade aumentou de 37,5% e ultrapassou os 50%.
Neste ponto, pode ser interessante avaliar em qual momento da carreira 
você está: talvez esteja superanimado com seu trabalho, talvez esteja 
insatisfeito, querendo trocar urgentemente de empresa, ou possivelmente 
esteja até buscando novas oportunidades e adentrando o mundo do 
empreendedorismo. Assim, este pode ser um bom momento para pensar 
sobre: qual é o seu grande sonho de carreira? E a sua vocação? Você quer 
trabalhar em uma grande organização? Quer empreender? Já parou para 
11
pensar sobre isso? Aproveite enquanto estamos estudando e observando 
as tendências que o mercado apresenta, quem sabe você não encontra 
uma possibilidade para mudar sua história?
1.2 Cultura brasileira nas organizações
De modo geral, entende-se cultura como sendo “as ideias, costumes, 
habilidades, artes etc. de dado grupo de pessoas em determinado 
ambiente”; logo, uma cultura corporativa é “o conjunto de regras não 
escritas de comportamento, valores, regras de contratos/procedimentos, 
e assim por diante, que influenciam o modo pelo qual os negócios são 
conduzidos no local de trabalho” (WHITE, 2012, p. 66).
No Brasil, temos organizações hierarquizadas com diversos níveis, ou seja, 
existe uma hierarquia formal, com níveis verticais, desde os mais baixos, 
como os operacionais (operadores, auxiliares, assistentes), até os níveis 
mais estratégicos, como os que englobam a gerência e alta diretoria. A 
partir da constatação dessa divisão, pode-se observar que há uma grande 
disparidade de salários entre o primeiro nível, em que há, por exemplo, 
profissionais com cargo de auxiliar, e a diretoria, diferença essa que é 
culturalmente “aceita” como algo “normal”. Pode-se observar também uma 
dificuldade para estruturas horizontais (como as de times multidisciplinares 
e as metodologias ágeis) funcionarem assertivamente nas organizações 
brasileiras devido às barreiras culturais que poderão emergir (HOFSTEDE-
INSIGHTS, 2020).
Além disso, é possível notar que o brasileiro tem uma cultura coletivista e 
que valoriza os grupos, sendo comum, por exemplo, que se criem vínculos 
de amizade no ambiente de trabalho, o que não acontece em outros países 
(HOFSTEDE-INSIGHTS, 2020). Pode-se dizer, assim, que a cultura brasileira 
é baseada nos relacionamentos, isto é, relacionamo-nos de forma pessoal 
com os nossos colegas de trabalho e isso, em alguns momentos, acaba por 
influenciar o trabalho. O importante é manter sempre a imparcialidade, 
12
o que, às vezes, é uma grande dificuldade, pois muitos profissionais 
“favorecem” seus amigos em detrimento dos colegas com os quais 
não têm tanto vínculo. Sabe quando o colaborador A pede algo para o 
colaborador B e ele não faz, mas, quando o colaborador C pede exatamente 
a mesma coisa, ele faz? Você já deve ter visto essa situação em algum 
lugar, pois é bastante comum e é um claro exemplo dessa parcialidade 
nos comportamentos dentro do ambiente de trabalho. Então, atente-se: 
não há o menor problema em criar laços de amizade na empresa, mas é 
imprescindível ser profissional.
Existe também uma dimensão de cultura que leva em conta traços 
femininos e masculinos. Uma cultura mais feminina transparece o cuidado, 
o equilíbrio de vida pessoal e profissional e o coletivo; já a masculina denota 
mais o individualismo e a competitividade, pois geralmente é mais voltada 
para o resultado. De acordo com estudos, o Brasil se enquadra em uma 
cultura média, ou seja, assumirá mais características de uma ou de outra 
cultura dependendo da região do país onde a empresa está localizada, pois 
cada região tem seus traços particulares (HOFSTEDE-INSIGHTS, 2020).
Outro ponto que aparece no estudo é a prevenção de incertezas, e, 
nesse quesito, há a questão burocrática do nosso País, que representa 
a necessidade da existência de regras e sistemas jurídicos complexos 
(HOFSTEDE-INSIGHTS, 2020). O grande problema é que normalmente essa 
burocracia (que deveria ajudar) acaba acarretando mais prejuízos do que 
benefícios. E, aqui, aparece aquele famoso jeitinho brasileiro, que às vezes 
acaba “saindo do controle”.
O estudo também apresenta a orientação de longo prazo que os países 
têm, na qual o Brasil foi classificado como intermediário, ou seja, não 
apresenta foco nem na normativa (passado) nem na pragmática, que está 
mais relacionada ao planejamento do futuro, à construção, hoje, do que se 
quer ser e ter amanhã enquanto país (HOFSTEDE-INSIGHTS, 2020).
13
Há também, no Brasil, uma cultura de indulgência, na qual se valoriza o aqui 
e o agora, o prazer imediato sem julgamento, o ser feliz agora (HOFSTEDE-
INSIGHTS, 2020).
Você provavelmente já observou alguns desses pontos apresentados 
anteriormente na organização em que você trabalha ou em que algum 
familiar ou amigo trabalha.
A partir disso tudo, fica a lição sobre a importância de sempre agir de forma 
imparcial e ética.
E, agora, vamos conhecer um pouco mais sobre as tendências relacionadas 
ao futuro do trabalho.
1.3 Tendências sobre o futuro do trabalho
Ao longo dos anos, tem se tornado possível observar que tudo à nossa 
volta vem se transformando cada vez mais rápido. O que antes demorava 
décadas para acontecer, agora, em alguns meses, pronto: já aconteceu. 
Isso se dá, em grande parte, devido aos avanços tecnológicos que, de certa 
forma, modernizaram os processos produtivos e aperfeiçoaram os diversos 
setores de atuação profissional. Por isso, é importante que tanto empresas 
quanto candidatos se atualizem e acompanhem essas disrupções, caso 
contrário, ficarão para trás.
Antes da pandemia do coronavírus, em 2019, o impacto da tecnologia no 
mercado de trabalho já era uma realidade, afinal, já havia profissionais 
que trabalhavam em home-office e que já usavam as ferramentas on-line, 
por exemplo. Porém, com a pandemia, tudo foi acelerado, e empresas 
precisaram migrar suas operações para o trabalho remoto e, na maioria 
dos casos, isso aconteceu forçadamente.
De acordo com o relatório Jobs lost, jobs gained: Workforce transitions in a 
time of automation, divulgado pela McKinsey (2017), há algumas principais 
14
tendências que foram ainda mais aceleradas com as transformações dos 
últimos anos. Na Figura 1, você poderá conhecê-las melhor.
Figura 1 – Tendências para o futuro do trabalho
Fonte: adaptada de McKinsey (2017).
15
Alguns estudos nos trazem ainda os drivers da mudança, que são os 
agentes dessas alterações e que nos apontam algumas “direções” a 
serem seguidas pelo mundo. Na Figura 2, você as conhecerá:
Figura 2 – Drivers da mudança
Fonte: adaptada de IFTF (2020).
16
Perceba que, entre uma figura e outra, há informações de duas fontes 
diferentes, mas que, de um modo geral, as tendências apresentadas 
se complementam ou serepetem. Com isso, percebe-se que o mais 
importante de tudo é se adaptar a esse cenário.
Agora, vamos analisar de que maneiras você pode se preparar para 
essas mudanças. Vamos lá?
1.4. Como se preparar para tantas mudanças?
Em primeiro lugar, é preciso estar disposto a olhar esse cenário de uma 
forma positiva, sobretudo se você é de gerações mais antigas, para as 
quais, por exemplo, o normal, o esperado era estudar, conseguir um 
emprego CLT e trabalhar nessa mesma empresa por vários e vários 
anos, de preferência até a aposentadoria. Sei que pode parecer uma das 
piores notícias que você vai ler, mas fato é que cada vez mais teremos 
menos vagas CLT, então, quanto antes você se organizar, melhor será e 
mais bem preparado estará.
Agora, você deve estar se perguntando: como eu me preparo para isso? 
A resposta a esse questionamento leva a várias reflexões importantes, 
vamos a elas:
• Cuide com muito carinho das suas finanças: você pode estar 
confuso e se interrogando: o que é que minhas finanças têm a 
ver com isso? Muito simples: quando você não tem uma reserva 
financeira, por exemplo, você precisa aceitar qualquer tipo de 
atividade e, talvez, por medo de perder o emprego, você não 
dê suas opiniões e esteja “engolindo sapos”, situação que é 
muito diferente de quando você se organiza e tem uma reserva 
financeira, pois, caso você seja desligado da empresa em que atua, 
não haverá necessidade para “desespero” imediato, você poderá, 
com calma, buscar uma nova e melhor oportunidade de trabalho. 
Então, fazer o seu planejamento financeiro e pensar na sua reserva 
17
financeira é uma tarefa primordial e que deve ser executada o 
quanto antes. A fim de atingir esse objetivo, comece com o que 
você tem e vá investindo. Atualmente, há diversas opções de 
investimentos, com baixo, médio e alto riscos, e você pode iniciar 
seu investimento com valores bem baixos. Esse é o tipo de atitude 
que fará você, no futuro, pensar: “por que que eu não comecei a 
poupar antes?”. Então, para evitar arrependimentos, comece hoje 
com o que você tem.
• Planejamento de carreira: nem é preciso dizer que esse 
planejamento é essencial. A ideia aqui é que você planeje sua 
jornada profissional, ou seja, é que você se conheça, conheça o 
mercado de um modo geral e defina seus objetivos e um plano de 
ação para alcançá-los.
• Gestão da marca pessoal: independentemente de você utilizá-
la ou não, para valorizar a sua marca pessoal, teoricamente, sim, 
deve-se levar em consideração que você é um produto. Quando 
falamos em marca pessoal estamos englobando uma infinidade de 
fatores, os quais vão desde a sua imagem e as suas roupas até seu 
comportamento e suas atitudes. É o como as pessoas o percebem. 
Portanto, invista em você.
• Mudança de área: considerando que a expectativa de vida está 
aumentando gradativamente, você provavelmente mudará de 
emprego ou mesmo de área em algum momento da sua jornada. 
Uma boa forma de ir se familiarizando com esse cenário é 
observar as coisas que você gosta de fazer, seus hobbies e pensar 
“será que tem alguma forma de eu gerar renda com os talentos 
que eu tenho? E se eu desenvolver novos talentos?”. Pensando 
dessa forma, talvez você consiga identificar outras fontes de renda 
ou outros direcionamentos para sua carreira. Aqui podemos tratar 
também do ser multicarreira, que é quando se faz uso de diversos 
talentos e se tem a possibilidade de trabalhar em áreas diferentes, 
de preferência com atividades que você tenha prazer em realizar.
18
• Desenvolvimento de competências: é vital buscar novos 
conhecimentos sempre. E atente-se: eles não precisam, 
necessariamente, ser relacionados ao seu emprego ou à sua 
área de atuação. Você pode desenvolver competências mais 
técnicas e, aqui, podemos mencionar a fluência em idiomas e o 
desenvolvimento das competências comportamentais, as quais, 
diante de um cenário em evolução, é importante desenvolver, pois 
o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Falaremos 
mais sobre elas adiante.
E, agora, você vai conhecer o conceito de carreira em T.
1.5 Carreira em T
Diante de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, 
desenvolver competências e habilidades para expandir os 
conhecimentos em sua área de atuação se torna essencial.
O termo teve origem na expressão em inglês t-shaped professional, que 
significa um profissional com um mix de conhecimentos. A letra T não 
foi escolhida ao acaso. O eixo vertical representa os conhecimentos 
específicos que o profissional adquire, o eixo horizontal compreende as 
competências generalistas, ou seja, todos os conhecimentos adquiridos 
em diversas áreas. Trata-se de profissionais multidisciplinares e, 
justamente por essa razão, as empresas estão cada vez mais em busca 
deles. Neste ponto, é importante ter em mente o conceito de lifelong 
learning, que significa, basicamente, “aprender é para toda a vida”, ou 
seja, não devemos parar de buscar conhecimentos nunca; devemos 
sempre estar em busca de aprender algo novo.
E, diante de tantas transformações, é importante estar sempre atento 
e de olho nas oportunidades que aparecem. É fundamental que você 
continue buscando atualização não apenas na sua área de atuação, 
mas também em outras áreas, pois isso pode ser importante para você 
19
ampliar o seu repertório. Para atingir esse objetivo, você pode também 
investir em experiências: conhecer novas pessoas, novos lugares, 
enfim, vivenciar. Será muito significativo para o seu desenvolvimento 
profissional e pessoal também.
Referências
EMPREENDEDORISMO. In: DICIO – Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 
[s.d.]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/empreendedorismo/. Acesso em: 21 
out. 2021.
GEM. Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: 2019. 
Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira Greco. Curitiba: IBQP, 2020.
HOFSTEDE-INSIGTHS. Hofstede Insights, [s.l.], 2020. Disponível em: https://www.
hofstede-insights.com. Acesso em: 1 set. 2021.
IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílios Contínua – Divulgação Especial: Mulheres no Mercado de Trabalho. 
Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. PNAD Contínua Trimestral: 
desocupação cresce em 10 das 27 UFs no 3º trimestre de 2020. Agência IBGE 
notícias, Rio de Janeiro, 27 nov. 2020.
IBGE. Instituto Nacional de Geografia e Estatística. PNAD Contínua – Divulgação: 
Maio de 2021. IBGE, Rio de Janeiro, 2021.
IFTF. Future Work Skills 2020. Institute for the future, Palo Alto, 2020. Disponível 
em: https://www.iftf.org/futureworkskills. Acesso em: 1 set. 2021.
MANYIKA, J. et al. Jobs lost, jobs gained: Workforce transitions in a time of 
automation. [s.l.], McKinsey & Company, 2017. Disponível em: https://www.
mckinsey.com/~/media/mckinsey/industries/public%20and%20social%20sector/
our%20insights/what%20the%20future%20of%20work%20will%20mean%20for%20
jobs%20skills%20and%20wages/mgi-jobs-lost-jobs-gained-executive-summary-
december-6-2017.pdf. Acesso em: 1 set. 2021.
WHITE, A. Planejamento de Carreira e Networking. São Paulo: Cengage Learning: 
Senac Rio de Janeiro, 2012. (Série Profissional).
20
Planejamento de carreira
Autoria: Kamila Cristina Gaino
Leitura crítica: Ana Cláudia Cerini Trevisan Stuchi
Objetivos
• Conhecer a importância e as etapas do 
planejamento de carreira.
• Identificar valores, missão, propósito e visão.
• Perceber seus conhecimentos, habilidades, atitudes, 
talentos, paixão e comportamentos.
• Realizar o diagnóstico da sua situação atual.
• Traçar objetivos de carreira.
• Elaborar um plano de ação.
21
1. Introdução
Se buscarmos no dicionário a palavra planejamento, vamos encontrar 
que se trata de “ação ou efeito de planejar, de elaborar um plano” e 
que é a “determinação de etapas, procedimentos ou meios que devem 
ser utilizados no desenvolvimento de um trabalho” (PLANEJAMENTO, 
2020, [s.p.]); e, se procurarmos carreira, veremos que significa a 
“esferade atividade” ou a “profissão” (CARREIRA, 2020, [s.p.]). Ou seja, o 
planejamento de carreira é você pensar no que precisa ser feito para 
efetivamente alcançar seus objetivos, neste caso, profissionais.
Neste Tema você compreenderá as etapas de um planejamento de 
carreira, bem como a sua importância e conhecerá algumas ferramentas 
que o ajudarão a pensar em sua carreira, incentivando o seu lado 
protagonista. E, para iniciar, vamos tratar do planejamento de carreira.
2. Planejamento de carreira
O planejamento de carreira é um processo e, para executá-lo, é preciso 
fazer um levantamento a respeito de quem você é e de quem você quer 
ser no futuro. Fazer o planejamento é pensar em como você poderá 
alcançar os seus objetivos e, efetivamente, ser quem você quer ser. Na 
Figura 1, você conhecerá os aspectos que precisará considerar para 
realizá-lo.
22
Figura 1 – Etapas do planejamento de carreira
Fonte: elaborada pela autora.
É sempre importante ressaltar que a responsabilidade de montar 
um planejamento de carreira é exclusivamente sua, afinal, você é 
o responsável por sua carreira, por sua jornada profissional. Nesse 
contexto, você é o protagonista e pode (e deve) decidir quais são as 
melhores alternativas para você: se é trabalhar na empresa em que está 
atualmente, se é buscar outras empresas com vagas CLT ou, quem sabe, 
se é tornar-se um empreendedor, trabalhar por projetos, ser freelancer.
Apesar de algumas empresas realizarem o “plano de carreira”, perceba 
que ele está exclusivamente relacionado à sua jornada profissional 
23
dentro da empresa. Isso é diferente do planejamento de carreira, que 
engloba a sua trajetória profissional completa, ou seja, seus objetivos 
de carreira, que podem não necessariamente incluir permanecer na 
empresa para o resto da sua vida. Percebe, então, a importância que 
esse processo tem para a sua vida?
Como você pôde perceber, o planejamento de carreira se trata de um 
momento de autoavaliação no qual se faz uma análise dos seus pontos 
fortes e a desenvolver. Além dele, ainda analisaremos o mercado e, a 
partir disso, definiremos objetivos e um plano de ação. Com isso, fica 
a sugestão de você pegar um caderno, uma folha e uma caneta ou 
um lápis para fazer suas anotações sobre cada uma das etapas desse 
processo.
2.1 Quem é você?
A primeira fase do planejamento de carreira está intimamente 
relacionada ao autoconhecimento: quem é você afinal de contas? Qual 
é a sua identidade? Esse é um momento que costuma causar certo 
desconforto no início, mas não desanime, siga em frente.
Vamos descobrir aqui quais são seus valores, sua missão, propósito, 
visão além de tentar identificar seus pontos fortes e fracos. Para iniciar, 
vamos falar sobre valores.
2.1.1 Valores
São formados por padrões ou princípios utilizados nos momentos de 
tomada de decisão. São fatores que, para você, são indispensáveis e que 
podem ser influenciados por vários elementos, como crenças, família, 
amigos e vivências (WHITE, 2012). Além disso, estão muito ligados ao 
que você acredita e é normal que mudem com o passar do tempo, isso 
porque suas vivências mudarão com os anos e, de repente, algo que 
24
fazia muito sentido para você na sua adolescência, talvez hoje já não 
faça mais tanto sentido assim, bem como algo em que você acredita 
hoje pode ter outro significado para você daqui a alguns anos.
Talvez, neste momento, você esteja se perguntando: qual a relação 
dos valores com a carreira? Bem, imagine que alguns de seus valores 
sejam autonomia, flexibilidade e liberdade; então, provavelmente, 
se você trabalhar em uma empresa familiar em que as decisões são 
completamente centralizadas no dono da empresa, por exemplo, e tiver 
que cumprir horários fixos, sem nenhuma flexibilidade ou possibilidade 
de negociação, pode ser que você não se sinta tão confortável e os seus 
dias se tornem um martírio.
No Quadro 1, você verá alguns exemplos de valores:
Quadro 1 – Exemplos de valores
Valores
Alegria Criatividade Humildade Poder
Amizade Dinheiro Igualdade Prazer
Ambição Diversão Independência Prudência
Aprendizagem Empatia Interação
Realização 
pessoal
Caridade Entusiasmo Justiça Respeito
Coletividade Espontaneidade Lealdade Segurança
Competência Família Liberdade Solidariedade
Conforto Flexibilidade Organização Status
Coragem Honestidade Otimismo Tradição
Fonte: adaptado de Gold (2019).
25
Há muitos outros valores, por isso, caso não tenha encontrado algum 
nessa relação, é possível incluí-lo na lista.
Falando nisso, quais são seus valores, você já os tem definidos? Se sim, 
parabéns! Caso contrário, que tal descobri-los?
Outro elemento importante em um processo de autoconhecimento é a 
missão, e é sobre ela que falaremos a seguir, vamos?
2.1.2 Missão
A missão se relaciona ao motivo pelo qual nós existimos e está 
relacionada aos nossos talentos e objetivos (MARQUES, 2018). Ela deve 
descrever quem é você, o porquê de você existir e o que você faz para 
que se torne a pessoa que quer ser. Além disso, deve estar de acordo 
com os seus valores (WHITE, 2012).
Marques (2018) indica a existência da tríade do equilíbrio, que se refere 
à missão, ao propósito e à visão de futuro. Segundo o autor, “todos 
temos um sentimento, uma força incontrolável que nos leva a superar 
dificuldades e desafios, sejam eles do tamanho que forem”. Assim, 
quando encontramos nossa missão de vida, “nos tornamos capazes de 
planejar melhor nossa vida pessoal e profissional, consequentemente 
passamos a ter muito mais prazer em fazer o que fazemos” (MARQUES, 
2018, p. 330).
Seguindo ainda nessa linha, vamos tratar agora do propósito.
2.1.3 Propósito
A palavra tem origem no latim e significa “aquilo que eu coloco adiante” 
(CORTELLA, 2016, p. 9).
26
Segundo Baba (2016, p. 79), “ter consciência do propósito é sinônimo 
de ter consciência do serviço, pois o seu propósito nada mais é do que 
o serviço que você veio prestar à humanidade”. Bastante forte esse 
pensamento, não é mesmo?
Outro pensamento igualmente relevante sobre isso é o do filósofo Mário 
Sérgio Cortella, que nos ensina que uma vida com propósito “é aquela 
em que eu entenda as razões pelas quais faço o que faço e pelas quais 
claramente deixo de fazer o que não faço” (CORTELLA, 2016, p. 9).
Seus propósitos estão claros para você?
Além desta, outra definição importante é a de visão, a qual estudaremos 
no próximo tópico.
2.1.4 Visão
Quando falamos em visão, estamos tratando do olhar para o futuro, ou 
seja, é o que você deseja alcançar lá na frente (RITOSSA, 2012).
É muito importante ressaltar que, se você trabalha ou tem a intenção 
de trabalhar em alguma empresa, é fundamental que sua missão, 
seu propósito de vida e seus valores estejam relacionados à missão, 
à visão e aos valores da instituição também, porque, dependendo da 
divergência existente, ela poderá fazer com que você se desmotive ou 
que acabe ficando doente.
2.1.5 Conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA)
Cada um de nós tem um conjunto de conhecimentos, habilidades 
e atitudes (CHA) que vão nos ajudar no desenvolvimento de nossas 
atividades no decorrer de nossa jornada. Por isso, vamos entender 
melhor o significado de cada um desses aspectos:
27
• Conhecimento: “é a capacidade de entender o conceito e a 
estruturação de um assunto ou atividade, bem como saber 
consolidar sua aplicação em uma realidade específica da empresa” 
(OLIVEIRA, 2018, p. 80), isto é, são os conhecimentos teóricos a 
respeito de algo.
• Habilidade: trata-se do “processo de visualizar, compreender 
e estruturar as partes e o todo dos assuntos das empresas, 
consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os 
recursos disponíveis” (OLIVEIRA, 2018, p. 80), ou seja, é o saber 
fazer.
• Atitude: “é a explicitação do comportamento, correspondendo ao 
modo de cada indivíduo se posicionar e agir perante cada situação 
apresentada em sua vida pessoal ou na empresa onde trabalha” 
(OLIVEIRA, 2018, p. 80).
Se eu lhe pedisse para fazer uma listaa respeito de seus conhecimentos, 
habilidades e atitudes, você me responderia rapidamente ou precisaria 
de um tempo para pensar?
Para selecionar suas características acerca desses aspectos, é 
importante que você observe sua rotina e suas ações e reflita: o que 
você faz bem? Quais seus pontos fortes? O que precisa melhorar? O que 
precisa desenvolver?
2.1.6 Talentos
Talento é “aquilo que a pessoa faz muito bem e normalmente é 
relacionado com a ideia de que existe uma habilidade natural para 
realizar tal atividade. Por habilidade natural entenda-se pouco ou 
nenhum esforço”. Ressalta-se também que “qualquer pessoa pode 
tornar-se um talento se buscar aprimorar-se continuamente” (GOLD, 
2019, p. 128-129).
28
Toda pessoa nasce com algumas habilidades, que também chamamos 
de dons, os quais, quando desenvolvidos, tornam-se talentos, ou seja, 
aquilo que a pessoa faz com facilidade e muito bem. Habitualmente, o 
talento é algo que a pessoa gosta muito de fazer, é uma paixão (BABA, 
2016).
2.1.7 Comportamentos
Há inúmeras ferramentas que podem nos auxiliar quanto ao 
levantamento de perfis comportamentais. Uma delas é a proposta por 
Marques (2018), a qual é fundamentada em arquétipos representados 
pelos animais: águia, gato, lobo e tubarão. Esse sistema nos ajuda a 
entender melhor o porquê temos determinados comportamentos e, por 
isso, tem sido utilizado em processos de autoconhecimento. No Quadro 
2, você verá as principais características dos arquétipos propostos por 
Marques (2018):
Quadro 2 – Características dos arquétipos
Comportamentos Pontos fortes Pontos de melhoria
Águia “Fazer diferente”
• Criativo.
• Intuitivo.
• Com foco no futuro.
• Distraído.
• Curioso.
• Flexível.
“Idealização”
• Provoca 
mudanças.
• Antecipa o futuro.
• Tem criatividade.
• Foco no aqui e 
agora.
• Impaciência e 
rebeldia.
• Defesa do novo 
pelo novo.
29
Gato “Fazer junto”
• É sensível.
• É tradicionalista.
• Tem bons 
relacionamentos.
• Realiza 
contribuições.
• Gosta de harmonia.
• Delega autoridade.
“Comunicação”
• Mantém uma 
comunicação 
harmoniosa.
• Desenvolve 
e mantém 
uma cultura 
empresarial.
• Tem comunicação 
aberta.
• Esconde os 
conflitos.
• Preza pela 
felicidade acima 
dos resultados.
• Manipula 
por meio dos 
sentimentos.
Lobo “Fazer certo”
• É detalhista.
• É organizado.
• É estrategista.
• Está sempre em 
busca de novos 
conhecimentos.
• É pontual.
• É conservador.
• É extremamente 
previsível.
“Organização”
• Cumpre regras.
• É responsável.
• É consistente.
• É confiável.
• Tem dificuldades 
para se adaptar 
às mudanças.
• Pode impedir o 
progresso.
• Extremamente 
detalhista.
30
Tubarão “Fazer rápido”
• Tem senso de 
urgência apurado.
• Tem iniciativa.
• É impulsivo e 
prático.
• É autossuficiente.
• Não gosta de 
delegar poder.
“Ação”
• Gosta de fazer e 
acontecer.
• Não gosta de 
burocracias.
• Tem motivação.
• Faz as atividades 
do modo mais 
fácil.
• Tem 
relacionamentos 
complicados.
Fonte: adaptado de Marques (2018).
Você se identificou com algum dos arquétipos? Então, para tirar da 
dúvida, se ainda não fez o seu teste, aproveite e faça já!
Assim finalizamos a análise dos elementos que se referem a nós, 
indivíduos. A proposta, até aqui, foi a de identificar em que você é bom 
e em que você precisa de desenvolvimento, ou seja, quais são suas 
fraquezas. A partir de agora, estudaremos um pouco as influências que 
sofremos do mercado.
2.2 Análise do ambiente
Nesta análise de ambiente, deve ser considerado o ambiente externo, no 
caso, o mercado de trabalho. É importante que você esteja atualizado a 
respeito das tendências do futuro do mercado de trabalho, das rupturas 
que a tecnologia pode trazer para a sua área de atuação, para que possa 
identificar as oportunidades e as ameaças.
31
As oportunidades originam-se do ambiente externo no qual as pessoas 
e empresas estão inseridas. São forças incontroláveis e que, se 
devidamente identificadas, podem ser aproveitadas e gerar benefícios. 
Com isso, a fim de que as oportunidades sejam bem aproveitadas, é 
preciso que o profissional esteja bem-preparado para tal, pois somente 
assim conseguirá tirar o melhor proveito das oportunidades que surgem 
(KUAZAQUI, 2015).
Já as ameaças podem influenciar negativamente a carreira profissional, 
por isso, quando identificadas, pode-se pensar em estratégias para que 
seus impactos sejam minimizados (KUAZAQUI, 2015).
Bem, depois de analisadas as forças, fraquezas, oportunidades e 
ameaças, você terá o diagnóstico de sua situação atual. Aqui, você 
conseguirá identificar no que você é efetivamente bom e no que precisa 
desenvolver. Também terá em mãos as oportunidades que poderão ser 
aproveitadas e as ameaças que precisarão ser minimizadas para que se 
evitem os impactos negativos. A próxima etapa é juntar todas as análises 
e fazer um diagnóstico da sua situação profissional atual.
2.3 Diagnóstico da situação atual
Após todas as análises realizadas, é chegado o momento de identificar 
quais são seus pontos fortes e fracos, assim como quais são as 
oportunidades e ameaças que o mercado está lhe proporcionando.
Para tal, é comum fazer uso da Análise SWOT, que vem do acrônimo 
das palavras em inglês: Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), 
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Na Figura 2, você 
poderá visualizá-la melhor:
32
Figura 2 – Análise SWOT
Fonte: elaborada pela autora.
Vamos, a partir de agora, entender melhor cada um dos elementos que 
compõem essa análise:
• Forças: pode-se dizer que são conhecimentos, habilidades, 
competências e talentos que você tem. São os seus pontos 
fortes, no que você se destaca. Como exemplo podemos elencar: 
conhecimentos em Excel, pensamento analítico, fluência em algum 
idioma, entre outros. Aqui você pode pensar nos seus diferenciais 
(REIS; MAZULO, 2020).
• Fraquezas: são conhecimentos, habilidades e competências 
nas quais você não se destaca tanto, mas para as quais tem 
possibilidades de desenvolvimento. Como exemplo podemos 
mencionar: dificuldade em trabalhar em equipe, pouco ou nenhum 
conhecimento no pacote Office, entre outros (REIS; MAZULO, 2020).
• Oportunidades: aqui a análise recai sobre o ambiente externo, 
ou seja, o mercado de um modo geral. A ideia é estar atento às 
33
tendências do mercado de trabalho para que possa identificá-las e 
aproveitá-las (REIS; MAZULO, 2020).
• Ameaças: a análise, neste ponto, continua no ambiente externo, 
no mercado de trabalho, nas tendências. Aqui você precisa verificar 
os itens que trazem preocupações para o seu trabalho ou para a 
sua área de atuação de um modo geral (REIS; MAZULO, 2020). Por 
exemplo: há muitos profissionais com os mesmos conhecimentos 
buscando trabalho na mesma área, alguma profissão que deixará 
de existir no futuro etc.
A proposta dessas análises é que você coloque em cada um dos 
respectivos quadrantes o que você já identificou nas observações feitas 
nos tópicos anteriores. Então, por exemplo, se você verificou que não tem 
conhecimento no idioma inglês e isso, para a sua atividade profissional, 
é importante, pode-se considerar uma fraqueza para você. A ideia aqui é 
você fazer um mapeamento completo sobre você e sobre o mercado de 
trabalho e a área de atuação. Ao concluir essa análise, você terá uma visão 
clara e objetiva a respeito de quem é você profissionalmente.
Agora que você já tem consciência de sua situação atual, ou seja, 
você já sabe no que é bom, no que precisa melhorar, assim como as 
oportunidades que pode aproveitar e as ameaças a que precisa se 
atentar, é hora de traçar seus objetivos.
2.4 Objetivos
Depois de ter realizado todas as etapas anteriores, você está pronto para 
pensar nos seus objetivos de carreira. Objetivo é “um alvo a ser atingido, 
um resultado pelo qual trabalha, um propósito a ser alcançado” e é 
fundamental nesse processo de planejamento de carreira, pois é a partir 
dele que você poderá traçar as estratégias de como vai “chegarlá” (WHITE, 
2012, p. 20).
34
Segundo White (2012), os objetivos precisam ser:
• Pessoais: é você que deve estabelecer o que deseja, não seus 
familiares, cônjuges ou amigos.
• Quantitativos: você precisa conseguir analisar se conseguiu ou não 
alcançar o seu objetivo; precisa definir um indicador para fazer essa 
avaliação, do contrário, de que forma saberá se alcançou ou não seu 
objetivo?
• Realísticos: precisam ser possíveis de alcançar. Caso contrário, você 
desanimará. Os objetivos podem e devem ser desafiadores, mas 
precisam ser factíveis, possíveis de serem atingidos.
• Específicos: precisam ser claros o suficiente para que não gerem 
dúvidas. Precisam dizer o que, quando, onde e quanto.
• Além disso, eles precisam ter:
• Prazo: é preciso que você determine uma data, qual o tempo 
necessário para alcançar o seu objetivo.
• Valores: é fundamental que esteja alinhado com os seus valores.
O seu objetivo de carreira pode estar ligado a: ingressar no mercado de 
trabalho; ser promovido para outro departamento; trabalhar em outro 
projeto; desenvolver novas competências; tornar-se empreendedor; ser 
um influenciador digital; fazer uma transição de carreira. Assim sendo, 
que tal definir os seus objetivos de carreira e fazer uma checklist dos 
itens apresentados anteriormente (pessoais, quantitativos, realísticos, 
específicos, com prazo, relacionados aos seus valores)?
Depois de definir seu objetivo, chegamos à etapa mais esperada: o plano 
de ação. Vamos a ele?
35
2.5 Plano de ação
Este é o momento mais esperado de todo o processo, pois é quando 
se pensa na ação, ou seja, no que é preciso começar a fazer agora 
para que se consiga alcançar os objetivos estabelecidos e realizar a 
visão especificada. Ao iniciar esta etapa, estaremos já finalizando o seu 
planejamento de carreira.
Para tal atividade, vamos utilizar a ferramenta 5W2H. Trata-se de um 
acrônimo das palavras em inglês: What, Why, Where, When, Who, How e How 
Much (ENDEAVOR, 2017). Na Figura 3, você poderá visualizá-los melhor e 
com seus respectivos significados:
Figura 3 – 5W2H
Fonte: elaborada pela autora.
36
Com essa ferramenta, você terá o seu planejamento de carreira 
concluído. Mas lembre-se de que não adianta ter um planejamento 
lindo, cheio de ações a serem realizadas e perfeito no papel se você 
não trabalhar para realizá-lo, combinado? A ideia, ao longo deste Tema, 
foi a de direcionar os seus passos, mas, a partir daqui, você precisará 
caminhar por conta própria para conquistar os seus objetivos.
Referências
BABA, S. P. Propósito: a coragem de ser quem somos. Rio de Janeiro: Sextante, 
2016.
CARREIRA. In: DICIO – Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. 
Disponível em: https://www.dicio.com.br/carreira/. Acesso em: 4 set. 21.
CORTELLA, M. S. Por que fazemos o que fazemos? – Aflições vitais sobre trabalho, 
carreira e realização. São Paulo: Planeta, 2016.
ENDEAVOR. 5W2H: é hora de tirar as dúvidas e colocar a produtividade no seu dia a 
dia. Endeavor, [s.l.], 8 fev. 2017.
GOLD, M. Gestão de Carreira: como ser protagonista de sua própria história. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
KUAZAQUI, E. Gestão de Carreiras. São Paulo: Cengage, 2015.
MARQUES, J. R. Praticando Self Coaching – PSC. Goiânia: Editora IBC, 2018.
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Como elaborar um plano de carreira para ser um 
profissional bem-sucedido. 3. ed. São Paulo: Grupo Gen, 2018.
PLANEJAMENTO. In: DICIO – Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. 
Disponível em: https://www.dicio.com.br/planejamento/. Acesso em: 4 set. 2021.
REIS, J.; MAZULO, R. Gestão de imagem: propósito, plano de carreira e êxito 
profissional. São Paulo: Senac São Paulo, 2020.
RITOSSA, C. M. Marketing Pessoal: quando o produto é você. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. (Série Marketing Ponto a Ponto).
WHITE, A. Planejamento de Carreira e Networking. São Paulo: Cengage Learning: 
Senac Rio de Janeiro, 2012. (Série Profissional).
https://www.dicio.com.br/carreira/
https://www.dicio.com.br/planejamento/
37
Desenvolvimento de 
competências
Autoria: Kamila Cristina Gaino 
Leitura crítica: Ana Cláudia Cerini Trevisan Stuchi
Objetivos
• Conhecer o conceito de competência.
• Diferenciar as hard skills (competências técnicas) das 
soft skills (competências comportamentais).
• Apresentar as soft skills mais demandadas 
atualmente.
• Indicar ideias de como desenvolver 
algumas soft skills.
38
1. Desenvolvimento
Tendo em vista que o mercado de trabalho já se encontrava em uma 
situação complicada antes da pandemia de Covid-19, essa dificuldade 
se acentuou ainda mais após o alastramento das infecções por 
coronavírus. E, considerando a situação econômica que se desenrolou, 
é possível dizer que o mercado de trabalho estará ainda mais acirrado 
e, para conseguir uma oportunidade, ou até mesmo para se manter 
empregado, será necessário apresentar algum diferencial.
Sabemos que hoje, para ser um bom profissional, já não é mais 
suficiente apenas ter o domínio técnico da sua área de atuação, é 
preciso ter as competências comportamentais desenvolvidas, assim 
como, ao considerar a cultura brasileira, é imprescindível pensar em 
networking e em atitude. É fundamental, portanto, que você aprimore 
seus conhecimentos e busque novos aprendizados. 
Ressalta-se ainda que já não há mais espaço para aqueles profissionais 
que sempre têm alguma “desculpa”, como “eu não tenho tempo” 
ou “para aprender algo novo é preciso dinheiro e eu não tenho”. 
Essas situações são compreensíveis, mas podem ser, de fato, apenas 
desculpar, pois, quanto a não ter tempo, por exemplo, é possível rever 
ou repensar as prioridades, já que, se “estar em desenvolvimento” não 
for prioridade para você, realmente, nunca encontrará tempo para 
isso. Sobre a parte financeira, hoje em dia, existe uma infinidade de 
conteúdos (alguns inclusive muito bons) disponibilizados na internet de 
forma gratuita. Então, é hora de ter atitude e ser protagonista da sua 
jornada. E aí, aceita esse desafio para aprimorar o seu desenvolvimento?
1.1 Competências
A palavra competência teve origem no termo em latim competere e 
significa “aptidão para cumprir alguma tarefa ou função”, podendo 
39
também ser “usada como sinônimo de cultura, conhecimento e 
jurisdição” (CODA, 2016, p. 5).
Desenvolver as competências é extremamente importante para que 
você tenha uma carreira promissora. Porém, antes de mais nada, você 
precisa estar disposto e disponível a aprender a aprender. Será mais 
leve se você pensar no aprender como um valor e não como uma 
obrigação, pois isso com certeza tornará o seu processo de aprendizado 
mais fácil e prazeroso.
Coda (2016) nos ensina que as competências podem estar relacionadas 
às organizações, aos cargos ou aos indivíduos e podem ser divididas da 
seguinte maneira:
• Organizacionais: estão relacionadas à competitividade e à 
sobrevivência das empresas. Um exemplo dessas competências é 
foco em inovação.
• Gerais: são as capacidades tidas como essenciais a todos os 
colaboradores da organização, independentemente de seu nível 
hierárquico ou cargo, como agregar valor.
• Profissionais: também são conhecidas por competências 
“técnicas, funcionais ou específicas” e se relacionam à eficácia 
do colaborador em exercer o seu cargo e em desempenhar suas 
atividades, uma tarefa. Por exemplo: domínio técnico.
• Gerenciais: são as capacidades esperadas para todos os 
colaboradores que têm responsabilidades administrativas ou de 
supervisão, gerência. Um exemplo é a tomada de decisões.
• Individuais ou comportamentais: são os atributos pessoais que o 
colaborador desenvolve e que também pode influenciar na eficácia 
da realização de suas atividades. Por exemplo: flexibilidade.
40
Nesse estudo, focaremos apenas nas competências técnicas, que 
também são classificadas como hard skills, e nas competências 
comportamentais, que são conhecidas como soft skills. Talvez você já 
tenha ouvido a seguinte expressão: “contrata-se pelas hard skills e se 
demitepelas soft skills”. Ou seja, não adianta o profissional ser expert, 
o melhor tecnicamente, se ele não souber, por exemplo, trabalhar em 
equipe ou sob pressão.
Nos próximos tópicos, falaremos um pouco mais sobre as competências 
técnicas e comportamentais.
1.1.1 Competências técnicas
Durante nossa trajetória obteremos uma série de conhecimentos 
técnicos, a começar pela nossa alfabetização e pelo ensino fundamental, 
que foi a nossa base. Na sequência, pode vir um curso técnico, uma 
graduação ou uma pós. É nesse momento que iniciamos a construção 
do conhecimento teórico e técnico da área pela qual optamos. Quando 
você atua no mercado de trabalho, passa a ter a oportunidade de 
desenvolver o conhecimento prático ou tácito, que é aplicar, na prática, 
o que você estudou na teoria (COUTINHO, 2020).
Segundo Coutinho (2020, p. 150), é somente quando você atua no 
mercado de trabalho, que passa a “ter a oportunidade de desenvolver o 
conhecimento prático ou tácito”, ou seja, é quando começa a aplicar, na 
prática profissional, o conhecimento adquirido na formação. Para ele,
[o] verdadeiro valor do conhecimento técnico aparece quando ele é 
colocado em prova, em prática” por isso é importante que as organizações 
também possam incentivar o “compartilhamento de conhecimento, pois é 
esta prática que vai gerar a sinergia de aprendizado. (COUTINHO, 2020, p. 
150)
41
As competências técnicas são todos os conhecimentos que adquirimos. 
Por exemplo: o idioma que você está aprendendo, aquela certificação 
que você está buscando, ou seja, todo conhecimento que você precisa 
ter para conseguir realizar o seu trabalho, as suas tarefas diárias. É tudo 
o que você aprende no ensino formal, ou não, são os cursos que você 
faz, os treinamentos; são aquelas informações que você coloca no seu 
currículo e no LinkedIn. De um modo geral, as competências técnicas 
são quantificáveis, isto é, consegue-se facilmente avaliar se você tem ou 
não. Por exemplo, se você diz que é fluente em inglês, é possível avaliar 
isso fazendo um teste prático e, durante o bate-papo nesse idioma, 
pode-se identificar qual o seu nível de proficiência.
Agora, conheceremos um pouco mais sobre as competências 
comportamentais.
1.1.2 Competências comportamentais
Com as mudanças cada vez mais aceleradas, as competências 
comportamentais têm sido muito valorizadas e demandadas no 
mercado de trabalho.
Embora as soft skills sejam mais difíceis de serem avaliadas durante um 
processo seletivo, muitas empresas têm recorrido a testes que ajudam 
a identificar alguns traços do perfil comportamental do candidato. De 
modo geral, em um processo seletivo, podem ser realizados os seguintes 
testes:
• Fit cultural: a partir dele, é possível fazer um mapeamento sobre 
o seu estilo de trabalho, ou seja, pode-se identificar a forma como 
gosta de trabalhar e o que mais valoriza no ambiente de trabalho.
• Mapeamento de perfil: aqui a ideia é verificar algumas 
características do candidato, como: sociabilidade, como reage com 
as críticas, como lida com as emoções, entre outras.
42
• Teste situacional: aqui é dada uma situação hipotética que pode 
acontecer dentro do ambiente organizacional e você precisa 
escolher, entre as alternativas, quais delas melhor se encaixaria na 
sua forma de resolver tal situação.
• Teste de inferências: são propostas ao candidato algumas 
perguntas, que muitas vezes parecem ambíguas, pois há, em 
sua estrutura, um ou mais argumentos, e ele precisa escolher a 
alternativa que melhor as responda. Aqui se avalia o bom senso e 
o raciocínio.
Você consegue perceber que, cada vez mais, as empresas estão se 
empenhando em conhecer o candidato não só por seu currículo ou 
por seu LinkedIn (suas competências técnicas), mas também por seus 
comportamentos e atitudes, que estão muito relacionados às suas 
competências comportamentais?
Os anos de 2019, 2020 e 2021 (sobretudo os dois primeiros) foram 
bastante desafiadores, o mundo viveu uma pandemia e, de uma hora 
para a outra, tudo mudou: os hábitos, as rotinas, a forma de trabalho, 
sem contar as perdas irreparáveis, o que nos exigiu o desenvolvimento 
de muitas soft skills. Nesse sentido, a Figura 1 apresenta as competências 
comportamentais mais demandas em 2021:
43
Figura 1 – Competências comportamentais 
Fonte: adaptada de Coutinho (2020) e Vagas (2021).
44
O Fórum Econômico Mundial (2020), por meio de seu relatório The Future 
of Jobs, elencou as soft skills mais demandas até o ano de 2025. Elas 
estão descritas na Figura 2:
Figura 2 – Soft skills
 
Fonte: adaptada de WEF (2020).
É possível perceber que algumas delas já vêm sendo apontadas há 
tempos. Por exemplo, as soft skills de pensamento analítico; resolução 
de problemas complexos; pensamento crítico e analítico; criatividade, 
inovação, originalidade e iniciativa; inteligência emocional e orientação 
de serviço já apareceram nos relatórios de anos anteriores. Ou seja, isso 
45
já é um alerta, um ponto de atenção a ser avaliado. A propósito, como 
está o seu desenvolvimento a respeito dessas soft skills?
1.2 Mapeamento de competências
Você já percebeu que temos muitas soft skills e que, não 
necessariamente, precisamos ter todas elas desenvolvidas em alto nível?
Para estar sempre atualizado em relação ao desenvolvimento de suas 
hard e soft skills, é importante que você considere seus gostos, sua 
disponibilidade e disposição para aprender, bem como quais são as 
demandas da empresa e do mercado.
Uma sugestão é que você faça um levantamento a respeito de suas 
hard e soft skills. Quais você tem mais bem desenvolvidas? Aqui você 
pode se lembrar dos feedbacks que já recebeu de seus gestores, pares 
no trabalho e até mesmo de familiares e amigos. É sempre muito 
importante termos mapeadas essas informações.
Além disso, há algumas outras possibilidades, vamos a elas:
• Atividade atual: você tem alguma dificuldade em realizar as 
suas atividades do dia a dia? Se sim, pode ser que esteja faltando 
desenvolver um pouco mais alguma competência técnica, por 
exemplo.
• Você não cresce na empresa: o motivo para isso pode não 
necessariamente ser devido a alguma questão técnica, mas pode 
ser em virtude de algum aspecto comportamental.
• Seu currículo não é atrativo para o mercado: um ponto a 
observar aqui é: se você está enviando currículos e não tem 
sido chamado para nenhuma entrevista, é preciso verificar 
a formatação e a forma como você está disponibilizando as 
informações no seu currículo. Outro ponto a ser considerado é 
46
a possível falta de alguma competência técnica. Isso porque, por 
meio do seu currículo, só se pode avaliar as suas competências 
técnicas, já que o currículo é algo “frio” e não permite uma análise 
mais qualitativa a respeito de seus comportamentos, por exemplo.
Outra maneira de identificar as hard skills que precisa desenvolver é 
fazendo buscas no LinkedIn, por exemplo. Nessa plataforma, você pode 
procurar pelo perfil de profissionais que estão na função que você 
gostaria de estar ou que trabalham na empresa em que você gostaria 
de trabalhar. Acesse a página dessas pessoas, analise as formações que 
têm e os cursos que fizeram.
Para fazer essa busca, você precisa acessar o seu próprio perfil no 
LinkedIn (e, se você ainda não o tem, realize seu cadastro o mais rápido 
possível) e precisa fazer a pesquisa por empresa:
1. No campo da pesquisa, você deve colocar a empresa que deseja 
buscar. No exemplo a seguir, a empresa pesquisada foi “Boticário”, 
conforme pode ser visto na Figura 3:
Figura 3 – Pesquisa da empresa Boticário
Fonte: captura de tela do LinkedIn.
2. Após isso, você acessará o perfil da empresa no LinkedIn, 
conforme verá na Figura 4. Clicando em “Pessoas”, conseguirá 
visualizar todos os colaboradores que trabalham lá e que têm 
perfil no LinkedIn, de acordo com o apresentado na Figura 5.
47
Figura 4 – Perfil da empresa Boticário 
Figura 5 – Colaboradores do Boticário
 
Fonte: captura de tela de https://www.linkedin.com/company/grupo-boticario/.Acesso em: 
17 jan. 2022.
Fonte: captura de tela de https://www.linkedin.com/company/grupo-boticario/people/. 
Acesso em: 17 jan. 2022.
3. Além disso, você também conseguirá filtrar pelos cargos. Então, 
imagine que você queira visualizar os colaboradores que exercem 
a função de “coordenador de Marketing” para analisar as hard 
skills deles. Na Figura 6, observamos que há 333 profissionais com 
o registro de coordenador de Marketing no perfil do LinkedIn na 
empresa Boticário, segundo pesquisa realizada na rede social.
48
Figura 6 – Colaboradores do Boticário com o registro de 
Coordenador de Marketing
Fonte: captura de tela de https://www.linkedin.com/company/grupo-boticario/
people/?keywords=coordenador%20de%20marketing. Acesso em: 17 jan. 2022.
4. Você também pode fazer uma busca para visualizar as empresas 
que estão contratando para a vaga almejada. Por exemplo, vamos 
procurar vagas de “analista de logística”. Com a busca, você 
conseguirá visualizar todas as ofertas disponíveis na plataforma 
e poderá analisar quais hard e soft skills cada uma delas está 
demandando, conforme se vê na Figura 7.
49
Figura 7 – Vagas e competências demandadas 
para analista de logística
Fonte: adaptada de LinkedIn.
Se você está trabalhando, pode chamar o seu gestor para um bate-papo 
e sinalizar o seu interesse em se desenvolver e questioná-lo sobre o 
que ele acredita ser importante aperfeiçoar para conseguir dar o tão 
sonhado “próximo passo”, ou você pode perguntar diretamente para o 
departamento de Recursos Humanos.
1.2.1 Como desenvolver as soft skills
Agora que você já conhece algumas das soft skills mais buscadas 
atualmente, vamos analisar algumas formas de desenvolvê-las o quanto 
antes. É muito importante ressaltar que, por se tratar de competências 
comportamentais, o desenvolvimento delas depende muito de você. É 
relevante ressaltar também que há muito a se dizer sobre cada uma das 
soft skills apresentadas, mas que serão apresentadas a seguir apenas 
algumas dicas sobre elas:
• Pratique o autoconhecimento: você precisa se conhecer, gostar 
de quem você é, conhecer seus pontos fortes e a desenvolver. 
Você necessita saber sobre as suas emoções e os gatilhos que 
50
o levam a senti-las para que possa aprender a agir da melhor 
maneira possível e não a reagir por impulso a todo momento.
• Tenha como hábito sempre estudar: ressalta-se aqui a relevância 
de buscar aprender sobre as diversas áreas do saber (e não 
somente sobre a sua área de atuação), isso ajudará a ampliar o seu 
repertório e sua visão sistêmica.
• Esteja disposto a conhecer as novas tecnologias que já estão 
disponíveis e as que irão surgir.
• Sempre faça questionamentos para que possa entender melhor 
sobre a informação que está lendo ou recebendo. Conheça a fonte 
da informação e o mais importante: não acredite em tudo que lê, 
ouve ou vê na TV, nas rádios ou na internet.
• Desenvolva a sua comunicação e treine a escuta ativa.
• Melhore a sua empatia: desenvolva a sua capacidade de se 
colocar no lugar das outras pessoas, compreendendo suas 
emoções e sentimentos sem julgamentos. Enxergue o mundo 
através da visão das outras pessoas.
• Treine a sua capacidade de resiliência.
• Aceite as mudanças: assuma o papel de protagonista da sua 
história e da sua jornada.
• Saia da sua zona de conforto: evite posturas de resistência, não 
seja “do contra”.
• Faça coisas novas, diferentes, aquelas que não está acostumado 
a fazer ou que nunca fez, nem que seja para mudar o trajeto da 
sua casa ao trabalho uma vez ou outra. Experimente caminhos 
diferentes, conheça lugares novos, comece a praticar algum 
exercício físico.
51
• Inclua um tempinho para si mesmo na sua agenda, um momento 
só seu, nem que não faça nada, curta a sua própria companhia, 
descubra coisas que você gosta de fazer.
Agora que você já fez o seu mapeamento de competências, seja por 
meio de feedback, seja buscando no LinkedIn, por exemplo, profissionais 
com o perfil que você almeja alcançar ou o que as empresas estão 
demandando nas vagas que você almeja, é hora de pensar e agir: quais 
competências você já tem e quais precisará desenvolver? Das que 
precisa desenvolver, qual é a ordem de prioridade? Feito isso, pense 
nas ações que você precisará realizar: precisará fazer algum curso? 
Desenvolver o networking? Bem, agora é com você: mãos à obra!
Referências 
CODA, R. Competências comportamentais: como mapear e desenvolver 
competências pessoais no trabalho. São Paulo: Grupo GEN, 2016.
COUTINHO, C. A tríade da competência: assuma o controle do seu crescimento 
contínuo. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Desemprego. IBGE, [s.l.], 2021. 
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php. Acesso em: 25 
set. 2021.
VAGAS. Saiba agora quais são as competências mais importantes de 2021. Vagas, 
[s.l.], 2021. Disponível em: https://www.vagas.com.br/profissoes/competencias-
mais-importantes-em-2021/. Acesso em: 25 set. 2021.
WEF. World Economic Forum. The Future of Jobs Report 2020. World Economic 
Forum, [s.l.], 20 out. 2020. Disponível em: https://www.weforum.org/reports/the-
future-of-jobs-report-2020. Acesso em: 27 set. 2021.
52
Networking e marca pessoal
Autoria: Kamila Cristina Gaino
Leitura crítica: Ana Cláudia Cerini Trevisan Stuchi
Objetivos
• Conhecer o conceito de networking.
• Entender a relação entre empregabilidade e 
networking.
• Conhecer os pilares da empregabilidade.
• Apresentar o conceito de marca pessoal.
• Compreender os elementos que compõem a 
imagem.
• Observar a conexão entre a marca pessoal e as 
redes sociais.
53
1. Mostrando o trabalho
Tão importante quanto ter as competências desenvolvidas é mostrá-las. 
É preciso que as pessoas saibam o que você está fazendo, no que você 
é bom, de que forma você poderia ajudar naquele projeto da empresa 
ou como você pode resolver o problema daquela companhia que 
contratou os seus serviços. E, para que isso tudo aconteça, você precisa 
se comunicar. Você já deve ter ouvido aquela máxima “quem não é visto, 
não é lembrado”, não é mesmo?
Neste Tema, vamos falar um pouquinho sobre “como” mostrar o seu 
trabalho. Falaremos sobre o networking e sua marca pessoal, vamos lá?
1.1 Networking
A palavra network significa “rede de trabalho” e qualquer “veículo que 
você utiliza para guardar contatos e trocar informações pode ser 
chamado assim: desde sua agenda até qualquer rede social da qual você 
faça parte” (REIS; MAZULO, 2020, [s.p.]).
Trata-se da “capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma 
conexão com algumas pessoas, trocando ideias, informações, sonhos e 
projetos” (GOLD, 2019, p. 42).
Antigamente, era a famosa “troca de cartões de visitas”. Não que essa 
prática tenha deixado de existir, mas hoje já é praticamente obrigatório 
esse cartão vir com alguma informação a respeito do seu contato digital.
O networking é fundamental em uma cultura relacional, como a 
que vivenciamos aqui no Brasil, mas é importante se lembrar de 
algumas regras de etiqueta: seja sempre cordial com as pessoas, 
independentemente se é o porteiro ou o presidente da empresa. Se 
o contato for através da escrita, seja por meio do envio de um e-mail, 
54
seja por meio de alguma rede social, atente-se à grafia e aos erros de 
português em geral, pois, pode parecer bobagem, mas a falta de atenção 
com a escrita pode indicar que você não foi cuidadoso o suficiente ao 
escrever a mensagem. Lembre-se também de se atentar aos horários: o 
ideal é que você se atenha ao horário comercial sempre.
1.1.1 A empregabilidade e o networking
Temos observado que o mercado de trabalho tem passado por grandes 
transformações no decorrer dos tempos, como a diminuição das vagas 
CLT e a uberização.
A empregabilidade é “a capacidade do profissional de obter um emprego 
e, principalmente, ter a sua carreira protegida dos riscos inerentes ao 
mercado de trabalho”, ou seja, o profissional precisa se adaptar frente 
às transformaçõesque estão ocorrendo. Trata-se então do “conjunto de 
competências e habilidades para que o indivíduo conquiste e mantenha 
um emprego, destacando o quanto suas características pessoas e 
profissionais influem no seu bom desenvolvimento” (GOLD, 2019, p. 55-
56).
Gold (2019) nos apresenta os seis pilares da empregabilidade e você 
poderá visualizá-los na Figura 1:
55
Figura 1 – Pilares da empregabilidade
Fonte: adaptada de Gold (2019).
• Adequação: diz respeito à sua adequação com a sua profissão; o 
ideal é que esteja baseada na sua vocação e nos seus talentos.
• Competências: refere-se às competências técnicas e 
comportamentais, as hard e as soft skills.
• Idoneidade: trata-se da sua honestidade, da sua credibilidade no 
mercado.
• Saúde: representa aqui tanto a saúde física quanto a mental. O ideal 
é você manter hábitos saudáveis e que o ajudem a diminuir o stress, 
56
infelizmente, tão comum no nosso cotidiano, para que consiga fazer 
as suas entregas de forma assertiva.
• Finanças: diz respeito a reservas financeiras e, cada vez mais, à 
possibilidade de gerar renda sem necessariamente depender do seu 
trabalho principal. É o pensar: “se eu fosse demitido hoje, o que eu 
passaria a fazer?”.
• Relacionamentos: de nada adianta você ser extremamente 
competente se você ficar se escondendo. O Brasil é um país relacional 
e muitas das vagas disponíveis são preenchidas por meio de 
indicações, assim como diversos negócios também são fechados com 
base nas indicações.
Isso não quer dizer que basta apenas ser indicado para que a vaga seja 
sua, você precisa fazer a sua parte e se preparar para as oportunidades. 
Ser indicado não é garantia alguma, mas pode significar a oportunidade 
de participar de um processo seletivo que está aberto, mas que, em alguns 
casos, não foi divulgado.
O networking também é fundamental para quem é empreendedor, pois, 
se você prestar um bom serviço, haverá sempre algum cliente fazendo 
indicação sua a seus amigos e conhecidos. É sempre bom contar com uma 
boa referência, não é mesmo?
1.1.2 Dicas para conquistar e manter seu networking
Já aprendemos que o networking se trata de uma rede de relacionamentos; 
logo, assim como qualquer outro tipo de relacionamento, é preciso 
dedicação e, principalmente, a prática de uma escuta ativa, afinal, é 
importante conhecer um pouco mais da outra pessoa também. Então, fique 
atento para não monopolizar a conversa, combinado?
57
Networking não se trata de acionar o seu contato somente nos momentos 
em que você precisa de alguma coisa, de algum “favorzinho”. Uma rede 
de relacionamento pressupõe uma rede de ajuda mútua, na qual a ideia 
principal é que ambos os lados tenham benefícios. Trata-se da troca de 
experiências e de informações, potencializando, assim, as oportunidades 
por meio dos relacionamentos.
Reis e Mazulo (2020) nos dão algumas dicas de como conquistar e também 
manter um bom networking:
• Participe de palestras, cursos, eventos, congressos e outras atividades 
relacionadas à sua área de atuação ou de outras áreas em que tenha 
interesse. Interaja nos momentos de intervalo, nos coffee breaks, e 
tenha em mente que de nada adianta participar de todos os cursos 
e, nos intervalos, ficar sentado na cadeira esperando as pessoas irem 
conversar com você; é preciso também ter iniciativa e interagir.
• Esteja sempre atualizado a respeito dos assuntos gerais, sobre o que 
está acontecendo ao redor do mundo, afinal, nunca se sabe com 
quem você iniciará uma conversa em algum evento, por exemplo. Se 
você tiver algum “alvo” para fazer contato, é importante saber sobre o 
mercado de atuação dessa pessoa.
• Tenha um cartão de visitas com seus dados de contato digital para 
poder entregar aos seus novos contatos.
• Esteja presente. Responda sempre que for requisitado, mesmo que 
seja para dizer que não tem a resposta agora e que retornará depois.
• Não compartilhe com outras pessoas os dados de contato, por 
exemplo número de telefone/WhatsApp de seus contatos, a menos, é 
claro, que você seja autorizado a isso.
• Se você ler alguma reportagem pertinente sobre um tema de 
interesse de algum de seus contatos, compartilhe com eles, é 
importante se fazer presente.
58
• Seja ético e jamais, em hipótese alguma, conte os “causos”, as 
histórias de seus contatos a outras pessoas, a menos que você tenha 
autorização para tal compartilhamento.
Outras dicas que poderão ajudá-lo são:
• Você pode iniciar seu networking estreitando os laços com pessoas 
que já fazem parte do seu dia a dia, como os colegas do bairro, da 
faculdade, do curso de inglês, do clube e dos demais lugares que você 
já frequenta.
• Nas redes sociais, siga as empresas ou os profissionais que admira, 
observe o que é falado, responda aos comentários, interaja.
• Participe dos grupos de discussões com o objetivo de “somar”, fazer 
contribuições positivas e enriquecedoras e não de “causar”. A ideia 
aqui é criar conexões, e não arrumar confusões.
• Esteja disponível e ajude as pessoas sempre que houver 
possibilidade.
Agora, falaremos um pouco sobre a gestão da marca pessoal.
2. Gestão da marca pessoal
Inicialmente, vamos compreender a diferença entre marca pessoal e 
marketing pessoal.
A marca pessoal diz respeito a tudo que o faz único, ao que você é. Trata-
se do seu propósito, dos seus valores, do seu caráter. É como as outras 
pessoas o percebem, como se lembram de você de acordo com suas ações, 
comportamentos, conhecimentos (TEIXEIRA; PEREIRA, 2010; LOPES, 2018).
59
Marketing pessoal diz respeito às ações e estratégias pensadas para dar 
visibilidade às competências do profissional, ajudando-o, assim, a conseguir 
uma posição no mercado de trabalho, uma transição de carreira ou uma 
nova carreira, como o empreendedorismo (DELGADO; MENDES, 2021).
Temos que estar atentos também ao universo da marca, que está 
relacionado a toda a sua história, ao que você traz de valores, crenças, 
qual o seu tom de voz, estilos da sua linguagem, expressões, que estão 
relacionadas à imagem, além das redes sociais e dos compartilhamentos 
que você faz.
Quando pensamos na gestão da marca pessoal, precisamos ter em 
mente o autoconhecimento a fim de identificar pontos fortes e pontos 
a desenvolver, assim como as oportunidades e ameaças apresentadas 
pelo mercado de trabalho. Outro ponto chave dentro dessa análise deve 
ser a definição do seu público-alvo, que pode ser as empresas onde você 
gostaria de trabalhar, ou, se você já está trabalhando e quer mudar de 
departamento, esse novo departamento. E, se você é influenciador digital 
ou empreendedor, seu público-alvo dependerá de uma série de elementos, 
mas é fundamental que você o identifique, porque todas as demais ações 
serão pensadas tendo em vista o seu público-alvo: a forma de se relacionar, 
os produtos ou serviços a serem ofertados, a forma de distribuição (se for 
algum produto ou serviço) e os canais de divulgação.
Agora, vamos estudar um pouco mais sobre a imagem, momento em que 
falaremos também sobre alguns elementos desse universo da marca.
2.1 Imagem pessoal e profissional
Se lhe fosse perguntado “o que você acredita ser a imagem pessoal e 
profissional?”, provavelmente você diria que se trata da aparência física ou 
de como nos apresentamos visualmente, certo?
60
E, de fato, você tem razão, mas a imagem de um profissional não está 
relacionada apenas à sua aparência visual (REIS; MAZULO, 2020), mas leva 
em consideração também a imagem pessoal, que é como os outros o 
percebem.
A imagem é aquilo que você parece ser; é formada por sua reputação, 
seu comportamento, sua aparência, entre outros. Reis e Mazulo (2020) 
mostram que a imagem é formada por uma série de atitudes, às quais 
precisamos estar atentos, pois é preciso ter equilíbrio. Na Figura 2, você 
poderá visualizar as atitudes apresentadas pelos autores:
Figura 2 – Conjunto de atitudes que constituem 
a imagem do profissional
Fonte: adaptada de Reis e Mazulo (2020).
61
Você imaginou que a imagemera composta de tantos elementos assim? 
Agora vamos saber um pouco mais sobre cada uma dessas atitudes:
• Autoconhecimento: é o início de tudo, pois é imprescindível 
se conhecer, saber quem você é para que possa projetar essa 
imagem sua para os outros.
• Apresentação pessoal: diz respeito a tudo que se relaciona à sua 
aparência: suas roupas, seu estilo, seu tipo físico, as cores que 
o favorecem, sua saúde, cuidados pessoais como: pele, cabelos, 
unhas, barba (para os homens). É respeitar o dress code (código de 
vestimenta) da empresa e dos lugares que você frequenta.
• Comunicação: a comunicação é fundamental para os 
profissionais nos dias de hoje, porque é importante conseguir 
se expressar adequadamente nas diversas situações cotidianas, 
independentemente de qual seja o cargo da pessoa com quem 
está conversando, por exemplo. Muitas pessoas sentem pânico 
ao pensar em conversar com um presidente de empresa, por 
exemplo.
• Elegância e gentileza: seja gentil com as pessoas, procure estar 
acessível sempre que possível, seja empático. Responda quando 
alguém lhe perguntar algo. Busque observar o que acontece ao 
seu redor.
• Essência: conheça e respeite a sua essência, o seu “eu interior”, a 
sua verdade. Não busque ser o que não é.
• Inteligência social: diz respeito à forma como nos relacionamos 
com as pessoas. Possibilita o desenvolvimento de relacionamentos 
saudáveis.
• Discrição: claro que cada um tem uma personalidade 
e precisamos respeitá-la, mas procure evitar exageros 
desnecessários.
62
• Cultura: diz respeito a tudo o que você vivenciou durante a sua 
jornada de vida, são as suas vivências. Está relacionada às suas 
linguagens, aos seus valores, às suas crenças, ao seu vestuário, a 
seus comportamentos, enfim, é o seu repertório.
• Comportamento: falamos anteriormente que a imagem é o que 
você parece ser, e o comportamento está muito relacionado a 
isso. Imagine que você seja grosseiro e ríspido com seus colegas 
de trabalho e que alguma pessoa que não o conhece, como um 
“novato” na empresa, esteja observando a situação. Qual imagem 
você acredita que essa pessoa terá de você? Outro exemplo é 
quando alguém o “fecha” no trânsito e você buzina, xinga e vai 
atrás do outro carro, o que, além de ser extremamente perigoso, 
deixará claro que você não tem controle algum sobre suas 
emoções.
• Ética: trata-se da sua conduta, que está relacionada aos seus 
valores. A frase “é o que você faz quando ninguém está olhando” é 
bastante adequada para traduzir o que é agir eticamente.
Agora que você já conhece um pouco de imagem, vamos falar sobre o 
seu posicionamento nas redes sociais.
2.2 Marca pessoal nas redes sociais
Estamos na Era da Comunicação e, com a ajuda da tecnologia, temos a 
possibilidade de estar “acessível” praticamente 24 horas por dia, 7 vezes 
por semana. Não que isso seja saudável, mas fato é que estamos a todo 
momento conectados.
Segundo dados do relatório Digital 2021 (AMPER, 2021; KEMP, 2021), em 
janeiro de 2021, aproximadamente 4,66 bilhões de pessoas ao redor 
do mundo utilizavam a internet, o que quer dizer que cerca de 59,5% 
da população mundial tem acesso à internet. Também no ano de 2021, 
havia 4,20 bilhões de pessoas ao redor do mundo que utilizavam alguma 
63
mídia social. Esses números nos mostram um crescimento de 13% (cerca 
de 490 milhões de novas pessoas) em relação ao ano de 2020. Isso 
significa que, por volta de 53% da população tem acesso a alguma mídia 
social. Com base nesses números, podemos perceber a importância de 
estar em alguma rede social para nossa marca pessoal.
Por meio das redes sociais, podemos potencializar nossa marca 
pessoal, podemos trabalhar, e muito, nosso networking. Ou seja, com 
planejamento adequado, é possível conseguir bons resultados com as 
redes sociais. Mas, da mesma forma que elas podem nos ajudar, podem 
também acabar com nossa reputação.
Embora seja um tema bastante controverso, hoje em dia, cada vez mais 
os recrutadores consultam as redes sociais dos candidatos durante 
o processo seletivo para tentar saber mais sobre cada um deles. Os 
recrutadores buscam o perfil do candidato nas redes sociais para 
observar como ele se comporta quando está mais à vontade, para 
checar como expõe as opiniões, como trabalha com as diferenças e que 
tipos de comentários torna público (VAGAS, 2021). Além disso, é possível 
identificar também os posicionamentos que o candidato faz nas redes.
Mas não são somente os recrutadores que podem observá-lo nas redes 
sociais durante um processo de seleção; muitas empresas têm como 
prática checar o comportamento de seus colaboradores nas redes 
sociais também. Inclusive, a empresa pode demitir um colaborador 
por justa causa em algumas situações. Veja, na Figura 3, alguns 
comportamentos que podem culminar em uma demissão:
64
Figura 3 – Comportamentos que podem gerar demissão
Fonte: adaptada de Alcantara (2020).
Um exemplo que, infelizmente, é visto com frequência nas redes sociais 
é um colaborador que está de atestado médico postar fotos de viagens 
com a família ou amigos ou de festas no mesmo período do atestado. 
Esse é um caso clássico de demissão por justa causa.
A partir daqui, vamos falar mais sobre a reputação.
2.3 Reputação
Se buscarmos no dicionário, encontraremos que reputação é: “conceito 
obtido por uma pessoa a partir do público ou da sociedade em que se 
vive: minha reputação sempre chega antes de mim”, “possuir nome de 
prestígio” (REPUTAÇÃO, 2021, [s.p.]), ou seja, está muito relacionado às 
opiniões que as pessoas têm a seu respeito.
O reflexo da imagem positiva é o que formará a sua reputação 
(DELGADO; MENDES, 2021). Há problemas com a reputação quando 
65
existem incoerências entre o que é falado e o que é praticado. Hoje, 
cada vez mais as pessoas têm acesso às informações, então não é mais 
possível “fingir” que é uma pessoa e ter comportamentos e atitudes 
que comprometerão a imagem que você está projetando: seus fãs, 
seguidores, suas conexões irão perceber.
Os problemas com a reputação podem impactar tanto na pessoa quanto 
nas marcas que ela representa. Quando falamos em influenciadores 
digitais, os impactos são bem grandes também, como a perda de 
seguidores e de contratos com patrocinadores, que não desejam 
associar a marca com o influenciador diante de alguma situação de crise, 
por exemplo.
Por isso, é bastante importante que você esteja em consonância, 
seja congruente com seus valores e crenças, suas opiniões, seu 
posicionamento. Faça uma avaliação nas suas redes sociais, observe as 
suas fotos, suas postagens, os grupos de que você participa, como tem 
sido sua participação, efetivamente, nelas. Sempre é tempo de observar 
e, se houver alguma divergência entre o que você posta e o que você 
efetivamente pensa, sempre é tempo de corrigir e se policiar.
E, assim, finalizamos esta disciplina. Espera-se que, com este Tema, 
você tenha compreendido a importância de mostrar o seu trabalho de 
forma organizada e planejada, assim como de estarmos sempre em 
movimento, criando conexões e as mantendo. Sem contar a relevância 
de estarmos em alguma rede social para ajudar na divulgação e na 
constância de nossa marca pessoal.
Referências
ALCANTARA, N. de. Muito cuidado: redes sociais podem causar demissão. Santos 
Bancários, Santos, 2020. Disponível em: https://santosbancarios.com.br/artigo/
muito-cuidado-redes-sociais-podem-causar-demissao. Acesso em: 7 out. 2021.
66
AMPER. We Are Social e HootSuite–Digital 2021 [Resumo e Relatório Completo]. 
2021. Disponível em: https://www.amper.ag/post/we-are-social-e-hootsuite-digital-
2021-resumo-e-relat%C3%B3rio-completo. Acesso em: 17 jan. 2022.
DELGADO, E. C. P.; MENDES, G. S. Gestão de Imagem e Personal Branding. 
Curitiba: InterSaberes, 2021.
GOLD, M. Gestão de Carreira: como ser o protagonista da sua própria história. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
KEMP, S. Digital 2021:Brazil. 2021. Disponível em: https://datareportal.com/reports/
digital-2021-brazil . Acesso

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