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• CC Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. •Para se utilizar da petitória deve haver a escrituração – tratando-se de propriedade. QUEM ESCOLHE O TIPO DE RITO É O OBJETO DA AÇÃO AÇÕES POSSESSÓRIAS E AÇÕES PETITÓRIAS •As ações possessórias visam à defesa da posse (situação de fato), as ações petitórias têm por finalidade a defesa da propriedade (situação de direito). As ações petitórias são aquelas em que o autor quer a posse do bem, e ele assim deseja pelo fato de ser proprietário. •Ambas tem origem no direito romano (vindicatio). •CC Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. •Cuidado – contrato de gaveta não confere propriedade, já que bem imóvel deve ser registrado para transferir a propriedade, tendo apenas a posse. Muitas vezes o cliente lhe conta que tem a propriedade mas ele apenas tem a posse. •São exemplos de ações petitórias: •ação reivindicatória art. 1228 cc/2002 • ação de usucapião art. 1238 e segts do cc/2002 •ação publiciana 1228 c/c 1238 CC/2002 (espécie de reivindicatória sem título) •ação de imissão na posse, •ação exempto - 1136 cc/2002 Ações possessóriasAções possessórias •Há procedimento especial – Não há de se conceder o parecer técnico logo de pronto, deve-se saber os detalhes. POSSE E PROPRIEDADE PRIMEIRAMENTE, DENTRO DO CÓDIGO CIVIL/2002: PROPRIEDADE PRESSUPÕE UMA ESCRITURAÇÃO AÇÕES PETITÓRIAS – PROPRIEDADE É QUESTÃO DE DIREITO Ações possessórias típicas – Posse é questão de fato •PREVISÃO LEGAL: Art. 554-568 cpc/2015 •A.1 disposições legais – art. 554-559 •A.2 manutenção e reintegração de posse - 560-566 •A.3 interdito proibitório – 567-568 •DEFINIÇÃO DO STJ: “Procedimento judicial que visa à proteção do possuidor da coisa contra atos de violência ou de esbulho que a atinjam ou possam atingi-la.” (Glossário STJ) •OBS: Tutela apenas a posse Justa (art. 1200 do CC/2002) (não violenta, clandestina ou precária) TIPOS DE AÇÕES POSSESSÓRIAS (interditos possessórios) •Interdito Proibitório: A ação de interdito proibitório destina-se à proteção preventiva da posse que se acha iminência, ou sob ameaça, de ser molestada. Seus pressupostos objetivos são: estar o autor na posse do bem;a ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu; justo receio de vir a ser efetivadas a ameaça. •Manutenção da posse: A ação de manutenção de posse têm como objetivo proteger a sua posse de alguma perturbação ou algo que venha a atrapalhar a continuação dela. Ou seja, seu objetivo é proteger a posse da turbação. •Reintegração de posse: A reintegração de posse, também chamada de ação de esbulho possessório, é um tipo de ação judicial especial que visa devolver a posse de um bem para alguém, visto que essa pessoa perdeu, por algum motivo, a posse completa do bem em questão. •OBS1: teoria da posse no Brasil – Ihering •OBS2: Principio da fungibilidade – Art. 554 CPC/2015 - . A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. (tendo em vista a MUTABILIDADE DO ESTADO DE FATO) AMEAÇA – “Ocorre quando há receio sério e fundado de que a posse venha a sofrer turbação ou esbulho. TURBAÇÃO – ocorre quando um terceiro impede o livre exercício da posse sem que o legítimo possuidor a perca integralmente e muitas vezes se dá por meio de um ato clandestino e violento ESBULHO - ocorre quando o possuidor ou proprietário perder, por violência ou clandestinidade, a posse exercida sobre um bem. LEGITIMIDADE •ATIVA – Possuidor: A legitimidade ativa diz respeito à possibilidade de alguém figurar no polo ativo de uma ação, pedindo um provimento jurisdicional preventivo ou reparatório de direito próprio ou de terceiro •PASSIVA – Agente do esbulho, turbação ou ameaça; CÔNJUGE – Apenas em caso de composse (CPC 73, §2º): É aquele que pode ser chamado a assumir o polo passivo do processo, isto é, ser réu em uma demanda judicial. Particularidades Quem faz a intimação é o MP – art. 554 §1º c/c 178 cpc/2015 Para além da citação pessoal ou editalícia (§2º), a necessidade de publicidade via mídias (§3º). É lícita a cumulação de pedidos com perdas e danos e indenização pelos frutos, bem como novas medidas para impedir nova turbação ou esbulho bem como garantir a efetividade da tutela – art. 555 do CPC/2015•É considerada ação de caráter dúplice – Art. 556 Cabe a possibilidade de estabelecimento de caução real ou fidejussória – art. 559 Vedação legal em relação à matéria •É completamente vedado discutir domínio (propriedade) da ação possessória – art. 557 CPC/2015. Cabe, não obstante, mera alegação para reforçar o argumento sobre a posse . •Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. • Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. Procedimento especial e comum •Procedimento é especial quando for proposta a menos de um ano e um dia (posse nova). Chama-se “ação de força nova” ou “posse nova”. •Acaso seja proposta após um ano e um dia (posse velha), continua sendo uma possessória, não obstante siga o rito comum. A esse procedimento chama-se “ação de força velha”. AS AÇÕES POSSESSÓRIAS SÃO AÇÕES ESPECIAIS UNITÁRIAS •São “procedimentos que englobam, numa só relação processual, toda a atividade jurisdicional, desde a cognição à execução. Inexistindo execução de sentença, como processo separado tendente a entrega de coisa certa, não se aplicam às ações de manutenção e reintegração de posse as regras pertinentes à execução forçada e seus embargos.” •Não há “instância executória”, já que “a posse é mantida ou restituída, de plano, ao vencedor da ação, mediante simples expedição de mandado de manutenção ou reintegração”. I - INTERDITO PROIBITÓRIO – art. 567/CPC O Interdito Proibitório trata-se de um mecanismo processual de defesa da posse. Sendo uma ação de preceito cominatório utilizada para impedir agressões iminentes que ameaçam a posse de alguém As ações possessórias em sentido estrito correspondem às ofensas referidas no Art. 1.210, do Código Civil, o qual confere ao possuidor o direito de pleitear a tutela à posse, em face de três diferentes graus de ofensa à posse: esbulho, turbação e justo receio de moléstia. https://www.projuris.com.br/tudo-sobre-direito-civil/ II – Manutenção (turbação) e reintegração de posse (esbulho) •Turbação é todo ato que ameaça o livre exercício da posse, é ato de molestar ou atrapalhar o exercício normal da posse. Exemplo: a utilização conjunta. •Esbulho é a privação da posse, retirada total do uso da coisa. Pode ser total ou parcial. Exemplo: a expulsão de um morador de sua casa, não deixando-o entrar ou usar no todo ou em parte seu imóvel. Requisitos •A Turbação ou esbulho deve ser provável ou iminente •O autor deve provar que detinha a posse do bem, bem como provar a própria turbação ou esbulho. Fundamentação legal •Art. 1210/CC •Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. •§1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. •§2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Procedimento •Foro competente – CPC/2015 Art. 46 (bens móveis) e 47, §2º (bens imóveis – fórum rei sitae). •Legitimidade: ATIVA (legítimo possuidor) E PASSIVA (turbador, esbulhador, ameaçador). •Petição inicial – Art. 319/320/561 cpc •Possibilidadede tutela liminar especial / obs 562-564 caráter de evidência? •Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. Petição inicial: •REQUISITOS DO 319/320/292/344 CPC •deverá especificar (NCPC, art. 561): (a) a posse do autor, sua duração e seu objeto (inciso I); (b) a turbação, esbulho ou ameaça imputados ao réu (inciso II do art. 561; art. 568); (c) a data da turbação ou esbulho (inciso III); (d) a continuação da posse, embora turbada ou ameaçada, nos casos de manutenção ou interdito proibitório (inciso IV do art. 561; art. 568). •OBS: Pode-se usar de ATA NOTARIAL para comprovação; fotos, relatos, notícias em jornal, etc. – mas o importante é destacar a DATA DO INÍCIO para comprovação. PROCEDIMENTO DA PETIÇÃO •PETIÇÃO INICIAL •DESPACHO LIMINAR – POSSIBILIDADE DE LIMINAR DIFERENCIADA •CITAÇÃO – PESSOAL E EDITALÍCIA •INTIMAÇÃO DO MP •APÓS A RESPOSTA DO RÉU, O PROCEDIMENTO SEGUIDO É O COMUM •SENTENÇA CONDENATÓRIA / MANDAMENTAL LIMINAR DIFERENCIADA •Especificidade do rito •Inaudita Altera Pars – contraditório diferido ou postergado •Não cabe contra o Poder Público •Indeferimento – citação do autor para audiência de justificação prévia – nessa audiência, a figura principal é o autor. •Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. • •Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais •Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração. (Justificação exitosa). AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO •Como se portar? •O peso está todo nas costas do advogado do Autor, pois as provas juntadas na petição inicial não foram suficientes para convencer o juiz a deferir a liminar. Deve-se levar testemunhas, fotos, o que tiver para tentar convencer o magistrado nessa audiência. •Essa audiência não é de conciliação, não é pré- processual, não é para defesa, não é uma instrução. •Mas lembre-se de que todos os atos tem que ter contraditório – o advogado do réu tentará impedir a concessão da liminar. Como dito por Pontes de Miranda, “a ata de audiência é o retrato do que aconteceu”, se precisar levantar a mão para defender, deverá fazê-lo. CITAÇÃO DO RÉU •Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. •Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. •O PRAZO DE 15 DIAS É DE RESPOSTA, O DE 5 É PARA PROVIDENCIAR A CITAÇÃO! DEFESA •Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. •CABE RECONVENÇÃO? • AÇÃO DÚPLICE – Não cabe reconvenção, apenas pedido contraposto (o que define quem é autor ou réu é quem ajuíza primeiro). •STF - Súmula 237 - O usucapião pode ser arguido em defesa. •Fórum Permanente dos Processualistas Civis 443. (art. 575) Em ação possessória movida pelo proprietário é possível ao réu alegar a usucapião como matéria de defesa, sem violação ao art. 575. (Grupo: Procedimentos Especiais) CONDIÇÃO ESPECIAL: POSSESSÓRIA COLETIVA •554 - § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. •§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. •§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios •Exemplo: Sem terra, Sem teto... OUTRA AUDIÊNCIA PECULIAR: EM CASO DE POSSESSÓRIA COLETIVA, AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO •Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. •§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. •§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. •§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. OBS.: O juiz pode fazer audiência no local, por exemplo, em áreas rurais MEDIAÇÃO (EM AÇÕES COLETIVAS) •§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. •§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. •OBS: FPPC 66. (art. 565) A medida liminar referida no art. 565 é hipótese de tutela antecipada 41- 42. (Grupo: Procedimentos Especiais; redação revista no III FPPC-Rio). TUDO O QUE VIER APÓS, TANTO NO PROCEDIMENTO POSSESSÓRIO INDIVIDUAL COMO NO COLETIVO, SEGUIRÁ O PROCEDIMENTO COMUM (art. 566 CPC/2015) Resumo INTERDITO PROIBITÓRIO = AMEAÇA TURBAÇÃO = MANUTENÇÃO DE POSSE ESBULHO POSSESSÓRIO = REINTEGRAÇÃO DE POSSE
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