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Imprimir PRÁTICAS NO CAMPO DO DESIGN: SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 113 minutos Aula 1 - Design e o projeto sustentável Aula 2 - Sustentabilidade ambiental Aula 3 - Gestão de valor Aula 4 - Introdução ao projeto sustentável Referências INTRODUÇÃO A discussão em torno da sustentabilidade surge a partir da preocupação com o meio ambiente, que vem sendo esgotado por meio da produção e do consumo desenfreado de diversos tipos de produtos e serviços. O design, aliado à sustentabilidade, propõe uma nova forma de criar produtos e repensar o uso dos já existentes de forma consciente e com o pensamento para o futuro. “Houve uma preocupação dos designers em ir além, estabelecendo diretrizes projetuais que promovessem a redução do impacto ambiental nos processos produtivos” (ARRUDA, 2017, p. 44). No design de moda, por exemplo, já existem alternativas que trazem soluções para o consumo desenfreado de roupas: o Slow fashion produz a roupa com material de qualidade e atemporal sem carregar modinhas que passam, e o Upcycling recicla e transforma produtos usados em novos e com funções diferentes. Nesta aula você vai aprender que repensar é preciso, e que, dentro de práticas sustentáveis, o Design Positivo procura criar produtos que tragam a sensação de bem-estar para os consumidores. O PAPEL SOCIAL DO DESIGN COM O MEIO AMBIENTE Todos os dias você se depara com algo que causa a destruição de forma gradativa ao meio ambiente, tais como a liberação de toxinas jogadas no ar pelos carros a combustão, o descarte clandestino de resíduos tóxicos nas águas e as sobras de tecidos eliminados de forma incorreta pela indústria da moda. Esses são apenas alguns exemplos de situações que vêm destruindo o meio ambiente. Re�exões sobre esses impactos trouxeram à tona a importância de se desenvolver projetos sustentáveis. Dessa maneira, a sustentabilidade tornou-se parte fundamental para o design, uma vez que o crescimento irracional da indústria passou a destruir e alterar o meio ambiente. Fez-se necessário, portanto, o desenvolvimento de novos projetos de design. O desenvolvimento econômico fundamentado na ampliação da indústria e consumo trouxe impactos profundamente negativos para o meio ambiente e com isso a sustentabilidade passa a ser um princípio importante para o design. — (ARRUDA, 2017, p. 47) Aula 1 DESIGN E O PROJETO SUSTENTÁVEL A discussão em torno da sustentabilidade surge a partir da preocupação com o meio ambiente, que vem sendo esgotado por meio da produção e do consumo desenfreado de diversos tipos de produtos e serviços. 29 minutos São exemplos de impactos causados ao meio ambiente pelas indústrias: consumo desenfreado da população, poluição do ar, devastação de �orestas, aquecimento global e poluição da água. Esses impactos geraram grande preocupação, e desde de 1972, na primeira Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, a sustentabilidade foi consolidada, sendo incluída como uma premissa e solução aos problemas causados pela poluição ao meio ambiente. A essa altura, você deve estar se perguntando: e qual o papel do design frente aos impactos negativos causados pela evolução da indústria e do consumo? O pro�ssional de design (designer) tem a responsabilidade de projetar e trazer soluções que tragam benefícios e melhorem o meio ambiente e também tem forte papel na mudança de pensamento e na forma como as pessoas se relacionam com ele: “o design nasceu com o �rme propósito de pôr ordem na bagunça do mundo industrial” (CARDOSO, 2013, p. 15). Os séculos XVIII e XIX foram marcados pela explosão do crescimento das fábricas na Europa e nos Estados Unidos. À época, a produção em larga escala e mais rápida favoreceu uma grande variedade de bens à disposição no mercado, o que, somado ao baixo custo, resultou em um movimento consumista nunca antes visto, ou seja, muitas pessoas comprando muito e, por consequência, gerando mais resíduos. O objetivo do design sustentável é conscientizar as pessoas da importância de preservar o meio ambiente e os seus recursos naturais, criando uma geração preocupada com a sustentabilidade ambiental e social. Indivíduos que cuidem do bem-estar do próximo e não apenas preocupados com eles próprios. A empresa de bene�ciamento têxtil Benatextil é um exemplo de responsabilidade ambiental quando o assunto é design sustentável, uma vez que a companhia investe em processos de lavagens para o jeans de forma ecológica. Na Benatextil, o ozônio é aplicado às lavagens, reduzindo o uso de produtos químicos. A empresa também conta com uma estação de tratamento de água que possibilita o reuso em ciclo permanente e a �ltragem de poluentes nas caldeiras, as quais, por sua vez, utilizam lenha de poda de cajueiros. Figura 1 | Exemplo de tratamento de água para reutilização em lavanderia têxtil O conceito de sustentabilidade só começa a se delinear, de fato, a partir da primeira Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento realizada em Estocolmo no ano de 1972. Momento em que se manifesta uma grande preocupação com o crescimento populacional, assim como o processo de urbanização e a tecnologia envolvida na atividade industrial. Além disso, são lançadas as bases das ações ambientais em nível internacional, abordando questões relacionadas à degradação ambiental, à poluição e a necessidade de assistência às comunidades e países mais pobres. Melhorar a ação humana sobre o meio ambiente seria um objetivo a ser alcançado juntamente com o equilíbrio econômico e social da humanidade. — (ARRUDA, 2017, p. 42) Fonte: adaptada de Naturaltec. DESIGN POSITIVO A sustentabilidade é a esperança da sobrevivência da natureza e a certeza de que anos à frente poderemos desfrutar de água limpa, ar puro e comida natural. Como mencionado, o design sustentável é o responsável por projetar novos produtos com essa função de preservar e melhorar. “Quando os designers concebem o desenvolvimento de novos bens materiais com caráter sustentável é crucial lançar um amplo e aberto olhar sobre o bem-estar” (CAETANO et al., p. 156, 2015). O Design Positivo tem como premissa o bem-estar individual e social. O cheiro do café fresquinho, o aroma das folhas de um livro novo que você acabou de comprar, aquele sentimento de satisfação ao usar aquele par de tênis novo: tudo isso são sensações causadas por uma experiência ao utilizar ou consumir um produto. Caetano e Linden (2018) debateram sobre as pesquisas teóricas na psicologia realizadas nos últimos anos com o objetivo de desenvolver produtos que provoquem a sensação de bem-estar. Esse debate pode ajudar os designers que pretendem desenvolver produtos com o objetivo de promover o bem-estar por meio do produto. De acordo com Desmet e Pohlmeyer (2013), o Design Positivo é composto por três elementos: design para virtudes, design para prazeres e design para signi�cados pessoais, tendo como objetivo auxiliar o �orescimento humano e o bem-estar. Figura 2 | Elementos do design positivo Fonte: adaptada de Desmet e Pohlmeyer (2013). O Design Positivo se empenha na realização pessoal como um todo, no campo tangível e intangível. Essa realização vem por meio de um produto projetado com o intuito de ajudar o indivíduo a se sentir realizado dentro das expectativas pessoais. Con�ra a seguir algumas experiências prazerosas do Design Positivo. • Experimentar emoções positivas: o prazer é uma sensação de satisfação, desejo realizado. Buscamos a realização dessas sensações ao usar um produto. O design do prazer trata da afetividade, no contexto pessoal, como os seus ideais, o seu corpo, sua interação com o meio onde vive. Na Figura 3 você verá o resumo dessas emoções positivas listadas pelos pesquisadores que tratam do assunto. Figura 3 | Resumo das experiências prazerosas do Design Positivo Fonte: Caetano e Linden (2018). • Tornar-se uma pessoa moralmente boa: a qualidade da virtude expressa o que é certo e justo, ser moralmente bom. “O design orientadopara as virtudes visa favorecer comportamentos virtuosos antes, durante e após as interações com produtos” (CAETANO e LINDEN, 2018, p. 7). O design para as virtudes trata das qualidades da moral e ética, ou seja, de princípios que norteiam o indivíduo para o bem. Figura 4 | Variáveis das experiências virtuosas com o uso de produtos no Design Positivo Fonte: Caetano e Linden (2018). • Busca por signi�cados pessoais: o design voltado para os signi�cados pessoais busca ajudar mediante a simbologia dos produtos, colaborando para o alcance dos objetivos pessoais e de valor. O design para o signi�cado pessoal está relacionado aos sonhos, aos valores pessoais, como saúde e bem-estar físico e mental. Figura 5 | Resumo das experiências de signi�cados pessoais do Design Positivo Fonte: Caetano e Linden (2018). Dessa forma, o Design Positivo traz um pensamento renovado para o design de produtos, em que a função e a funcionalidade não são mais os principais elementos de um bom projeto. O produto deve ser algo que modi�que o ambiente e o pensamento de quem o consome. “Essas novas abordagens do design têm como propósito favorecer o pensamento positivo, contribuir para bem-estar pessoal, diminuir o consumo insustentável e com isso favorecer a sustentabilidade” (CAETANO et al., 2015, p. 151). IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA DA MODA A indústria da moda é responsável por 8% da emissão de gás carbônico na atmosfera, �cando atrás apenas do setor petrolífero; e o poliéster, uma das �bras mais utilizadas no mercado fashion, é responsável pela emissão anual de 32 das 57 milhões de toneladas globais de compostos orgânicos voláteis que se transformam em gás ao entrar em contato com o ar, sendo altamente prejudicial à saúde (CAMARGO, 2021). No mundo da moda, o Fast Fashion (moda rápida) representa a efemeridade do setor, fortalecendo o comprar por comprar. Nessa lógica, toda semana uma nova coleção é lançada, ocupando as “araras” das lojas e trazendo, como consequência, um volume absurdo de resíduos que são descartados muitas das vezes no meio ambiente. Isso gera impactos devastadores no meio ambiente. Segundo o site Ecycle (2021), as roupas comercializadas das fast fashions são utilizadas no máximo cinco vezes e produzem 400% a mais de emissões de gás carbônico, quando são comparadas a peças comuns. A composição da �bra de peças de roupa também é um fator de preocupação, uma vez que a grande maioria mistura de poliéster e algodão, o que não permite a reciclagem a roupa. Nas últimas décadas, a produção têxtil está disparada no topo do ranking entre as atividades que mais poluem o meio ambiente. Os impactos ambientais são muitos e devastadores. Os principais são a poluição da água, do ar, o grande volume de resíduos que não podem ser reciclados e o uso elevado de energia. Berlim (2012) lista os principais impactos causados pela indústria da moda: Consumo de energia: a queima de combustíveis fósseis ainda é utilizada por boa parte da indústria no mundo. Ela queima muito CO2, o qual, por sua vez, é uma das causas do efeito estufa. Uso de produtos tóxicos: no bene�ciamento têxtil são utilizados produtos químicos nos setores de estamparia, tinturaria e alvejamento. Agrotóxicos, como pesticidas, são usados em plantações de algodão. “Tais inseticidas têm alto nível de toxicidade e causam efeitos endócrinos e neurológicos, cujos sintomas surgem a médio e As peças fabricadas em grande escala e em menor tempo dão uma falsa ideia de economia, pois são roupas de baixa qualidade e feitas para não durar. Logo, quanto mais se compra em fast fashions, mais descartes são feitos – torna-se um ciclo: comprar, usar e descartar. — (CARVALHO, 2020) longo prazo após a exposição” (BERLIM, 2012, p. 45). Consumo de água e produção de e�uentes químicos: na irrigação das plantações de algodão e nos setores de acabamento são utilizadas a água e descartados produtos químicos na mesma, a saber: • Tingimento com uso de corantes. • Branqueamento ótico e alvejamento. • Acabamento da lã. • Bene�ciamento do couro. • Impermeabilização e tratamento antichamas. • Agentes biocidas utilizados na viscose e algodão para prolongar o tempo do tecido no estoque evitando a degradação. Resíduos sólidos: a indústria têxtil gera um grande volume de resíduos sólidos na tecelagem nas etapas de corte, produzindo pelos de tecidos, que são as sobras da �ação dos �os, buchas na montagem do tecido, e retalhos, muitos retalhos. VÍDEO RESUMO O vídeo irá apresentar as alternativas que o Design Sustentável apresenta para o desenvolvimento de produtos e as soluções para a preservação e manutenção do meio ambiente. Além disso, você verá como o designer pode intermediar esses projetos e de que forma o Design Positivo contribui para uma mudança de comportamento no consumo e na relação do usuário com os produtos. Saiba mais Existem várias alternativas para a aplicação do design sustentável em diversos setores. Na moda, um movimento é o Fashion Revolution, que nasceu após a tragédia no Rana Plaza em 2013, em Bangladesh, no qual um prédio desabou causando 1127 mortes. Esse movimento tem como um dos seus principais objetivos o �m da exploração humana e do meio ambiente causados pela indústria da moda. Você pode se aprofundar ainda mais sobre o assunto acessando o site do movimento. Todos esses resíduos têxteis sólidos encontram mercado quando transformados em estopas ou enchimentos para travesseiros e bichos de pelúcia, entre outros. Em relação a resíduos sólidos têxteis domésticos, ou seja, aqueles gerados pela sociedade quando o produto é descartado, não é comum encontrar dados. — (BERLIM, 2012, p. 49-50) Disponível em: https://www.fashionrevolution.org/about/. Acesso em: 1 fev. 2022. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Os materiais e bens oriundos na natureza não são recursos inesgotáveis e são necessários à sobrevivência humana. Atualmente, a preservação do meio ambiente é um assunto que tem sido explorado em várias áreas do mercado global, a exemplo da indústria na moda. O planejamento e a gestão ambiental passaram a ser práticas que constroem uma nova era para o Fashion Design, e os consumidores de moda estão cada vez mais preocupados em como suas roupas são produzidas. Parte dessa nova geração de clientes já traz em sua consciência a responsabilidade ambiental, fazendo com que as indústrias e empresas do setor implementem em suas produções um sistema renovável e sustentável. Nesta aula você irá aprender sobre o uso de recursos naturais pela indústria e, mais especi�camente, como o planejamento ambiental pode gerar impactos positivos para o meio ambiente, desenvolvendo o pensamento socioambiental desde a cadeia de produção até o consumidor �nal. PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL O Sistema de Gestão Ambiental é um termômetro que mostra como a empresa tem se preocupado com o meio ambiente. Ele promove um constante planejamento sobre o que fazer e como fazer para desenvolver projetos e propor soluções que não impactem de forma negativa o meio ambiente, informando e conscientizando as pessoas sobre a importância da preservação da natureza e dos seus recursos. O Sistema de Gestão Ambiental estabelece uma política ambiental para todos os setores da empresa. Ele planeja, implementa e operacionaliza as práticas que essas políticas determinam, estabelece veri�cações frequentes, ações corretivas e análise crítica. — (BERLIN, 2012, p. 51) Aula 2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Os materiais e bens oriundos na natureza não são recursos inesgotáveis e são necessários à sobrevivência humana. Atualmente, a preservação do meio ambiente é um assunto que tem sido explorado em várias áreas do mercado global, a exemplo da indústria na moda. 27 minutos https://www.fashionrevolution.org/about/ A essa altura, você pode estar se perguntando: mas o que realmente é um Sistema de Gestão Ambiental? Como ele funciona na prática? Segundo o dicionário on-line (2022), “sistema” é uma reuniãode elementos, que podem ser abstratos e se organizam para formar um todo de forma interligada. Já “gerir algo” é o mesmo que gerenciar, administrar, ou seja, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma estrutura planejada de forma consciente para cuidar e preservar do meio ambiente de acordo com a legislação ambiental: “a de�nição mais simpli�cada de SGA é que ele representa um ciclo contínuo de planejamento, implementação, revisão e melhoria das ações da organização para que possam ser cumpridas as obrigações ambientais” (AMORIM, 2005, p. 20). Portanto, o Sistema de Gestão Ambiental não é um planejamento engessado, funcionando de acordo com o tipo e tamanho da empresa e da legislação ambiental. As questões que se relacionam ao meio ambiente cada vez mais são discutidas e direcionadas para um entendimento maior. É papel dos empresários desenvolver e pôr em prática ações sustentáveis desde a fabricação dos produtos até a chegada desse produto ao consumidor �nal. Dessa forma, planejar e desenvolver projetos com o olhar voltado para a preservação do meio ambiente se tornou uma re�exão necessária entre os designers. Para que ações sustentáveis ocorram de maneira adequada, o ciclo “planejar, executar, revisar e melhorar” deve acontecer de forma ininterrupta, num processo de melhoria contínua também chamado de ciclo de qualidade, ou PDCA (Plan, Do, Check, Action). Nas palavras de Amorim (2005, p. 20), “para melhorar o desempenho ambiental, a organização tem que avaliar não apenas quais são as ocorrências, mas também por que elas ocorrem.” Figura 1 | Modelo PDCA A legislação ambiental é uma legislação em bloco para todos aqueles que estão interessados em adequar suas produções à legislação ambiental. É claro que, para o mundo rural ou para algumas empresas em especial, tem-se algumas especi�cidades, mas a legislação é uma só. No caso da gestão ambiental e dos sistemas em si, idem. O que vai mudar, talvez, seja o processo, em razão da quantidade, do volume, do tamanho da empresa em questão. — (DAL FORNO, 2017, p.12) Fonte: elaborada pela autora. Con�ra a seguir as atribuições de cada etapa. Planejar: determina ações com a �nalidade de alcançar os resultados esperados, de acordo com a regime ambiental da empresa. Fazer: executa as ações determinadas. Checar: �scaliza as ações e os processos de acordo com o regime ambiental, �nalidade e metas a serem alcançadas. Agir: conduz as ações de melhoria contínua de acordo com os resultados expostos. Desta forma, a gestão ambiental permite que as organizações revisem seus sistemas de produção para desenvolver paulatinamente novas maneiras de produzir, sem esgotar os recursos tão preciosos que a natureza nos oferece. RECURSOS AMBIENTAIS Desde que o conceito de sustentabilidade se uniu à moda, a preocupação com o meio ambiente e os seus recursos naturais tornaram-se uma constante inquietação para as grandes indústrias e também empresas menores. Portanto, faz-se necessário que o pro�ssional de design compreenda e conheça cada vez mais sobre o assunto. Nas últimas décadas, o termo “Recursos Naturais” tem sido substituído no Brasil por “Recursos Ambientais”. Podemos considerar como “recurso ambiental” tudo o que é essencial para o homem e que ele pode obter na natureza. Os recursos ambientais têm sua materialidade tangível ou não e são totalmente independentes da ação do homem para existir, transformar-se e evoluir. A Lei nº 6.938/1981 descreve como recursos naturais o solo, o subsolo e os elementos da biosfera, atmosfera, as águas interiores, super�ciais e subterrâneas, os estuários e o mar. Classi�cação dos recursos ambientais Os recursos ambientais se classi�cam em dois grupos diferentes quanto a sua renovação: recursos renováveis e não renováveis. • Recursos renováveis: são os que conseguem se reestruturar após serem extraídos da natureza. Exemplo de recursos renováveis são os ecossistemas cultivados. • Recursos não renováveis: são os que após o uso não conseguem ser produzidos novamente. São �nitos ou demoram um longo tempo para se regenerarem. Exemplos de recursos não renováveis: petróleo e água. Os recursos ambientais também podem ser classi�cados quanto a sua origem. • Recursos minerais: são substâncias que se desenvolvem de forma natural e que são extraídos da terra. Exemplos: ouro, prata e cobre. • Recursos biológicos: são todas e qualquer matéria-prima e energia que o homem consegue extrair dos seres vivos para vestuário, calçados, alimentos e mobília. • Recursos agropecuário: são os alimentos e matéria-prima fornecidos para a indústria, como frutas, legumes, carne, ovos e leite. A indústria têxtil, por exemplo, usa recursos agropecuários como o algodão e a lã. • Recursos �orestais: são os materiais retirados da �oresta. Exemplos: madeira, papel, resinas (usadas na indústria das tintas e vernizes), castanhas e sementes (utilizadas na indústria de alimentos). • Recursos marinhos: correspondem aos animais marinhos e às algas. São usados na indústria de cosméticos, farmacêutica e alimentar. • Recursos hídricos: são as águas de superfície ou subterrânea usadas para diversas atividades. • Recursos energéticos: recursos que produzem ou acumulam energia. Carvão, barragens que transformam a força da água em energia e petróleo são exemplos de recursos energéticos. Segundo Dias (2013, p. 19), “os recursos naturais são imprescindíveis ao desenvolvimento humano nas diversas áreas de atividades, como na indústria farmacêutica, na têxtil, e até na geração de energia”. Embora ainda bastante utilizado no passado como referência aos cuidados com o ambiente, o termo recursos naturais quase não faz mais parte da legislação brasileira recente, que adotou preferencialmente o termo recursos ambientais. — (DULLEY, 2004, p. 22) Agora que você conheceu um pouco sobre os bens e recursos naturais, poderá compreender a importância do desenvolvimento de práticas de design que preservam e colaboram para o cultivo e para a proteção dos bens e recursos naturais. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Desde 2014 o movimento Fashion Revolution impacta as pessoas com a pergunta “quem fez minhas roupas?” E esse questionamento evoluiu para outras questões: como são feitas as minhas roupas? De onde vêm? Qual material é utilizado? Quais impactos elas causam ao meio ambiente? Não só a indústria da moda passou a se preocupar com o meio ambiente como também os consumidores de moda, em boa parte do mundo, estão se conscientizando e consumindo moda de maneira responsável. O consumo consciente fez nascer no consumidor de moda algo que interfere na sua decisão de compra, o sentimento de responsabilidade ambiental. Para Berlim (2012, p. 12), “podemos considerar, então, que alguns consumidores já estabelecem novas relações de consumo em outras esferas, que escapam a todo e qualquer controle, se não de suas próprias capacidades de desejos”. Para muitos consumidores, o que vai de�nir se aquela calça vai parar ou não no guarda-roupas não é mais a tendência, a qualidade, o preço ou até mesmo o desejo profundo de possuir uma peça de moda. É, na verdade, a forma como aquela peça foi produzida e o processo que a fez chegar até a loja. E, de olho nesse novo consumidor preocupado com o meio ambiente e a preservação dos recursos naturais, algumas empresas têm estabelecido relações estreitas com o design sustentável: “por ser o consumidor e seu comportamento de vital importância para as empresas de moda, a base do crescimento econômico destas vem passando por uma re�exão que foca seus clientes, atuais e futuros, dentro do cenário da sustentabilidade” (BERLIM, 2012, p. 73). A responsabilidade ambiental, além de ter o olhar voltado para a natureza e seus recursos, também engloba o contexto social. Para Berlim (2012), o termo responsabilidade ambiental pode ser utilizado com responsabilidade socioambiental, uma vez que as dimensões sociais e ambientais se ligam. Figura 2 | Política de responsabilidade socioambiental Fonte: TRT. De acordo com Berlim (2012), a responsabilidade socioambiental nas empresas origina-se em duas diretrizes, a ética e a instrumental: • Visão ética: princípios morais, sociais e religiosos. O comportamento da empresa e das pessoas que trabalham nela deve ser ético e moral, mesmo que isso impacte de forma negativa a economia da empresa. • Visão instrumental: é um pensamento racional, o qual demonstra que os comportamentos éticos e morais podem caminhar juntos e impactar a economia da empresa de forma positiva. Essa visão procura melhores alternativas e competitividade. A responsabilidade socioambiental tem sido explorada em todas as áreas do mercado, não sendo mais um diferencial desenvolver um produto que em sua concepção exista uma preocupação com o meio ambiente e com a ética humana. Veja a seguir exemplos de empresas que praticam a responsabilidade socioambiental (BARBOSA, 2014). Amanco: empresa que fabrica tubos e conexões, a Amanco sempre está em busca de matérias-primas menos poluentes. Essa preocupação com o meio ambiente, inclusive, ocasionou a inovação na formulação de alguns de seus produtos, que passaram a utilizar tecnologias mais limpas. Na produção de tubos e conexões, por exemplo, é utilizado o tolueno, um solvente que pode causar dependência aos funcionários que acabam inalando o vapor do produto. Esse solvente foi trocado pela Amanco por outro de menor impacto para a saúde dos funcionários e para o meio ambiente. A Amanco ganhou em 2009 o selo Sustentax, que certi�ca produtos sustentáveis. Natura: utiliza o óleo de murumuru em seus cosméticos da linha Natura Ekos. Esse óleo é extraído de uma planta amazônica de difícil manejo, cujo processo pode culminar em queimadas. Para eliminar essas queimadas, a Natura fez uma ação com 400 famílias que forneceram matéria-prima à empresa. Essas famílias foram orientadas a não realizarem mais as queimadas. Como resultado, essa reeducação ambiental preservou mais de três mil palmeiras das quais o óleo era extraído. Atualmente, a Natura mantém uma rede de fornecedores com 26 comunidades pelo Brasil. Embora ainda não exista um consenso generalizado acerca da pertinência ou não das empresas assumirem posturas socioambientais, alguns setores da economia global já perceberam que, ao agir de forma responsável, são geradas não apenasoportunidades de diferenciação, antecipação e consciência, mas uma nova relação com o consumidor é estabelecida. Essa relação é fundamentada nas novas formas de percepção e de sensibilidade do neoconsumidor. — (BERLIM, 2012, p. 75) VÍDEO RESUMO O vídeo irá apresentar o Planejamento na Gestão Ambiental, abordando como ele se relaciona com a indústria da moda e impacta de forma positiva a produção e o comportamento sustentável. Você verá também o que são os recursos naturais e como são divididos, além de compreender a importância de o designer conhecê-los. Por �m, você entenderá como cada recurso natural pode ser usado e preservado, desenvolvendo a responsabilidade ambiental e social. Saiba mais O vídeo irá apresentar o Planejamento na Gestão Ambiental, abordando como ele se relaciona com a indústria da moda e impacta de forma positiva a produção e o comportamento sustentável. Você verá também o que são os recursos naturais e como são divididos, além de compreender a importância de o designer conhecê-los. Por �m, você entenderá como cada recurso natural pode ser usado e preservado, desenvolvendo a responsabilidade ambiental e social. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Desde os anos 1970 o temor pelo esgotamento dos recursos naturais causa inquietação às grandes empresas e indústrias, mas foi a partir de 1990 que a sustentabilidade passou a ser um tema mais debatido globalmente, sendo motivo de inúmeros investimentos em prol da preservação da natureza. O meio ambiente mostrou que não é uma fonte inesgotável. E os consumidores, cada vez mais atentos e conectados, estão preocupados com os recursos naturais e o consumo consciente. De olho nesse cenário, várias empresas buscam fazer a sua parte por meio de boas práticas socioambientais. Aula 3 GESTÃO DE VALOR Desde os anos 1970 o temor pelo esgotamento dos recursos naturais causa inquietação às grandes empresas e indústrias, mas foi a partir de 1990 que a sustentabilidade passou a ser um tema mais debatido globalmente, sendo motivo de inúmeros investimentos em prol da preservação da natureza. 26 minutos Nesta aula, você vai compreender como as companhias podem agregar valor aos seus produtos/serviços através da sustentabilidade e como novos empreendimentos têm crescido com o olhar voltado à preservação do meio ambiente. Bons estudos! GERAÇÃO DE VALOR Para você compreender o conceito de geração de valor, vamos falar um pouco sobre valor, seu signi�cado e o que ele representa. A�nal, o que é valor? O signi�cado dessa palavra é discutido em diversos campos do saber: na economia, �loso�a, sociologia e até mesmo na antropologia. De maneira geral, o valor pode ser identi�cado como uma qualidade, um atributo positivo. Por exemplo: você acabou de comprar uma máquina de lavar, eletrodoméstico que ainda não possuía em sua residência. Agora, enquanto a máquina lava as suas roupas, você poderá fazer outras atividades. Contudo, essa é uma função já conhecida da máquina de lavar roupas. Assim, como a fabricante poderia agregar valor a esse produto? Digamos que essa máquina, além de lavar roupas, possua um sistema de reaproveitamento de água e também a possibilidade de acionamento de forma remota, por meio do seu smartphone. Logo, possuindo essa máquina, você tem mais tempo para passar com a família e ainda está contribuindo para a economia de água e a preservação do meio ambiente. Perceba que o bem-estar de cumprir o papel ético de cuidar do meio ambiente e a conectividade com o seu smartphone foi um valor acrescentado à máquina de lavar. Isso é apenas uma forma de entendermos o conceito de valor, que ainda pode ter vários outros signi�cados de acordo com o campo de estudo: “a noção de valor não é, em hipótese alguma, recente. Já há muito, os antigos atribuíam importâncias diferentes às coisas que os circundavam” (OLIVEIRA, 2021, p. 17). Segundo Oliveira (2021), Aristóteles, há dois mil anos, dividiu o conceito de valor em seis classes: Figura 1 | Classes de de�nição de valores de acordo com Aristóteles Walters e Lancanster (2000) de�nem ‘valor’ como o conjunto de benefícios e utilidades proporcionados por um produto ou serviço, menos o seu custo de aquisição. Desta forma, a percepção de valor pelo consumidor �nal é a diferença entre os benefícios recebidos e o montante �nanceiro pago. — (SILVA; LIMA; COSTA, 2015, p. 1.331) Fonte: elaborada pelo autor. De acordo com o Dicionário Online, “valor é o que se paga ou se recebe por algo; algo que pode ser útil; valia; conselho de valor” (VALOR, 2022). Também existe no mercado uma diferença entre preço e valor. Geralmente, preço de�ne-se como o quantitativo em dinheiro gasto para se obter um produto ou serviço, enquanto o valor é o benefício, a vantagem que o produto/serviço pode lhe oferecer além da sua funcionalidade. Dessa forma, o preço é a quantidade de dinheiro que você desembolsa por um produto ou serviço, enquanto o valor tem a ver com sua experiência como usuário dele. Por exemplo: você pode pagar R$ 30 pelo serviço de assinatura da Net�ix, mas aquele serviço tem o valor para você de R$ 50, uma vez que seu principal hobby é ver �lmes e séries. Atualmente, um bom atendimento, um bom preço e uma peça de qualidade não são mais su�cientes para in�uenciar uma compra para muitos clientes. O produto ou serviço precisa oferecer o valor intangível da satisfação real do consumidor. Veja a seguir exemplos de duas empresas que agregaram valor aos seus serviços e produtos: Amazon: além de vender os seus produtos, possui um sistema de entrega e�ciente, com um serviçode entrega programada que resulta em descontos de até 15%. Também possui um serviço de atendimento ao consumidor acessível e on-line. Dove: com a campanha “Retratos da real beleza”, a Dove conseguiu �rmar uma maior aproximação e relacionamento com o público feminino, mostrando mulheres reais em corpos reais. O valor agregado não está apenas no que a empresa oferece como recurso material, mas como a empresa fornece esse recurso e a forma como esse recurso irá entrar na vida do consumidor e trazer algum tipo de benefício, transformação e bem-estar, satisfazendo o cliente além da funcionalidade do produto. EMPRESA CONVENCIONAL VERSUS EMPRESA INOVADORA Existem algumas diferenças básicas entre a empresa convencional e a inovadora. A empresa convencional, ou tradicional, tem como foco o lucro, e o seu desenvolvimento é mais lento se comparado ao de empresas que investem em inovação. A empresa convencional cresce em um ambiente já �rmado mercadologicamente, priorizando a zona de conforto e seguindo o famoso ditado: “em time que está ganhado não se mexe”. Geralmente, essa empresa não investe em novas oportunidades, resultando em um crescimento dentro do seu próprio capital de giro, preservando assim a sua continuidade no mercado. Empresa inovadora O conceito de inovação é aprimorado no século XX. A inovação surge como o ato de se arriscar, inserir algo novo na empresa, algo que pode trazer a diferença das demais empresas gerando lucro através da novidade: “Inovação, em seu sentido mais genérico, pode ser de�nida como algo novo para a organização. A palavra inovar, do latim, signi�ca tornar novo, renovar, enquanto inovação traduz-se pelo ato de inovar” (MACHADO, 2004, p. 21). A inovação pode acontecer de várias maneiras, podendo ser de processo, de produto, de serviço, de atendimento, etc. Na indústria, por exemplo, pode acontecer uma inovação de um novo tecido que tenha proteção UV (inovação de produto), ou até uma inovação no atendimento realizado por um avatar virtual (inovação de serviço), a exemplo do que foi feito pela Magazine Luiza, com a atendente “Lu”. Como mencionado no bloco anterior, ao menos desde 1970 pautas relacionadas aos impactos gerados ao meio ambiente e à falta de recursos naturais no futuro estão presentes nas reuniões de empresas, as quais, por sua vez, buscam inovar de forma sustentável. Uma empresa tradicional tem propriedade e operações mais focadas no lucro imediato e na sua consolidação — isto é, por se sustentar pelas suas próprias pernas, sem depender tanto de investimento externo. Quando desejam aumentar receita, precisam elevar os custos na mesma medida. — (PADRÃO, 2021) Além disso, a pressão por novas ações sustentáveis envolveu também o governo, tanto por meio da criação de uma legislação-base (regulando a exploração de �orestas, estipulando a cobrança de tributos ambientais ou incentivando o uso e�ciente da energia elétrica) quanto por meio de ferramentas, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Meio Ambiente (Rima). — (SILVA et al., 2012, p. 12) Toda essa preocupação resulta no conceito de inovação sustentável, que nada mais é do que a inovação desenvolvida para a sustentabilidade do meio ambiente. Portanto, nessa perspectiva a inovação não se restringe apenas a um novo item tecnológico inserido na linha de produção de uma fábrica para otimizar o tempo de fabricação, ou de uma nova forma de inteligência arti�cial aplicada ao mercado digital. A inovação é a base para novas formas de empreender, novas formas de produzir e comercializar produtos ou serviços. A Disney Plus, Amazon Prime e Net�ix são plataformas de streaming que oferecem milhares de �lmes e séries, revolucionando o serviço que as locadoras tradicionais ofereciam e trocando o acúmulo dos plásticos das �tas e dos DVDs pelo entretenimento on-line. A C&A, com o movimento ReCiclo, inseriu em suas lojas pontos para receber roupas usadas e devolvê-las ao uso em instituições parceiras da empresa. Isso tudo pode ser chamado de inovação sustentável. Para Silva et al. (2012), a sustentabilidade possui três pilares essenciais: ambiental, familiar e �nanceiro. Unindo esses três pilares da sustentabilidade surge um termo novo, a ecoinovação, isto é, o desenvolvimento de produtos/serviços preocupados com a diminuição dos impactos ambientais. A ecoinovação traz para a empresa um retorno bené�co de forma econômica, ambiental e social, sendo a principal diferença entre uma empresa convencional e uma empresa inovadora. Segundo Koeller et al. (2019), o resgate dos diversos conceitos de inovação com a incorporação da dimensão ambiental permite identi�car diferentes recortes e termos adotados – inovação ambiental, ecoinovação, inovação verde ou inovação sustentável. Se antes as empresas tinham seu foco principalmente no lucro, agora elas também devem alinhar seus interesses à busca pela preservação do meio ambiente e igualdade social. RESULTADOS DA ECOINOVAÇÃO Para um negócio ser sustentável, são necessários planejamento, investimento e criatividade. Por isso, o meio empresarial percebeu a necessidade de preservar o meio ambiente para as futuras gerações e vem buscando algumas soluções. E para que o consumidor note que a empresa tem uma política sólida com a inovação e sustentabilidade, é necessário diminuir o uso de recursos não renováveis, transformando os recursos renováveis como sua principal fonte de fabricação de produtos, aumentando assim o ciclo de vida dos produtos. No Brasil, o conceito do que é ser sustentável se fortaleceu a partir do ano 2000. Empresas multinacionais e locais vêm buscando novas estratégias para se posicionar e competir no mercado, quer pela reorganização da cadeia e de seu custo, quer pela inclusão de novos serviços relacionados à consciência ambiental. — (SILVA et al., 2012, p. 31) Na moda, vemos isso nas marcas de slow fashion, empresas que substituíram as embalagens por outras que são recicláveis ou reutilizáveis. Para Silva et al (2012), alguns pontos estratégicos precisam ser ponderados para a aplicação da ecoinovação: Custo (recursos renováveis e recursos não renováveis): analisar os custos e comparar os benefícios, saber a diferença entre recursos renováveis e não renováveis e escolher investir no recurso que tem a capacidade de se renovar e aumentar a durabilidade do produto. Forma de produção, agentes, mercados e outros (nova cadeia): investir em um ciclo de produção que possibilite a otimização e o uso de recursos sustentáveis, produzindo e comercializando por mais tempo. Exemplo: reaproveitamento da água no processo produtivo, uso de energia solar, técnicas que diminuam o uso de produtos químicos na produção. Valor: o novo consumidor quer saber de onde veio e como foi feito o que ele consome e a rastreabilidade é o exemplo de uma inovação que traz valor para o produto, possibilitando ao consumidor conhecer a procedência do que está consumindo. Quanto mais o consumidor percebe valor, maior é o preço praticado e o ganho da empresa (SILVA et al., 2012, p. 32). A revista Época Negócios (2021) traz em seu editorial sobre negócios sustentáveis brasileiros algumas companhias que investiram na ecoinovação e superaram as expectativas com relação ao lucro. Con�ra a seguir alguns exemplos. B.O.B. Essa empresa foi fundada por dois amigos que compartilhavam da mesma preocupação: ajudar as pessoas a diminuírem a produção de resíduos. A empresa iniciou seus trabalhos em 2019 com xampus e condicionadores em barra, zero embalagens plásticas e uma produção limpa. Em 2021 a B.O.B vendeu 75 mil produtos por mês, contando com uma equipe de 40 funcionários. A empresa pretende ampliar os negócios exportando seus produtos. Água na caixa Em viagem para os EUA, a brasileira Fabiana Tchalian pediu água e uma torrada num café e �cou surpresa ao receber a água em uma embalagem de papel. Diante dessa novidade, ela desenvolveu a ideia para o Brasil e fundou uma startup. AÁgua na Caixa vende em São Paulo água mineral em caixas tetra Pack, um produto reutilizável, reciclável e com 86% do material renovável. Esses são apenas alguns exemplos e tenho certeza que você percebeu que a empresa que investe em sustentabilidade automaticamente estará inovando e evoluindo em aspectos econômicos, sociais e ambientais. VÍDEO RESUMO Neste vídeo você verá como as ações estratégicas e inovadoras adotadas pelas empresas constroem um maior valor agregado ao produto, o que resulta em maior lucro e preservação do meio ambiente. Você também vai entender como a soma sustentabilidade mais inovação resultou no termo “ecosustentável”. Saiba mais A ecoinovação uniu a sustentabilidade e a inovação em uma única ação que traz resultados incríveis para os negócios e o meio ambiente. Pesquisas indicam que ser sustentável em um empreendimento pode gerar lucro e transformar o aspecto social, além de preservar os recursos naturais para as futuras gerações. Conheça como em 2022 a sustentabilidade tem alcançado a prioridade no planejamento de diversas empresas no material a seguir. GITEL, M. Em 2022, sustentabilidade será prioridade para 70% das empresas. Notícia Sustentável, 2021. Disponível em: https://www.noticiasustentavel.com.br/sustentabilidade-prioridade-empresas-2022/. Acesso em: 18 fev. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nos anos 1990 a sustentabilidade ganhou força devido à situação em que o mundo se encontrava: em direção ao esgotamento dos recursos naturais. Desde então, o tema é alvo de debate e estudos no planeta inteiro. Nas empresas, grandes ou pequenas, a sustentabilidade, além de ser uma estratégia implementada para a preservação do meio ambiente, também se tornou uma maneira de acrescentar valor ao produto ou serviço. Atualmente, uma grande e nova geração de consumidores está preocupada com a natureza e seu ecossistema e, dessa forma, busca empresas que respeitam e preservam o meio ambiente. A geração Z representa uma parcela de consumidores conectados digitalmente, tecnológicos e ativistas ambientais. Para ela, não apenas o preço é importante, mas também a procedência do produto ou serviço. Nesta aula, você irá descobrir novos conceitos relacionados à sustentabilidade e verá como essas ações podem trazer vantagens competitivas para empresas. ECODESIGN Aula 4 INTRODUÇÃO AO PROJETO SUSTENTÁVEL Nos anos 1990 a sustentabilidade ganhou força devido à situação em que o mundo se encontrava: em direção ao esgotamento dos recursos naturais. Desde então, o tema é alvo de debate e estudos no planeta inteiro. 24 minutos https://www.noticiasustentavel.com.br/sustentabilidade-prioridade-empresas-2022/ O termo ecodesign nasceu em 1990, baseado na união de ambientalistas preocupados com a preservação do meio ambiente. Essa preocupação aumentou com o avanço da indústria, a exploração dos recursos naturais e a ação de movimentos ambientais e socioculturais. E o Design, através de estratégias atreladas à sustentabilidade em projetos, trouxe inúmeras contribuições à preservação ambiental. O ecodesign pode ser de�nido como o exercício de criar soluções que bene�ciam o meio ambiente e sua preservação no processo de desenvolvimento de produtos e serviços: “da mesma maneira, con�gura-se o ecodesign como uma linha tênue entre a elaboração de serviços e soluções e as demandas em favor da sustentabilidade (JÚNIOR; SILVA; MOTA, 2017, p. 224). Assim, os projetos de Design assumem estratégias que se aliam ao ecodesign, gerando uma produção limpa e responsável. Anualmente, o Brasil tem aumentado o volume da produção de resíduos. Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos 2020, a geração brasileira passou de “66,7 milhões de toneladas em 2010 para 79,1 milhões em 2019, uma diferença de 12,4 milhões de toneladas” (PIRES; OLIVEIRA, AGÊNCIA SENADO, 2021). Ademais, essa mesma pesquisa mostrou que cada brasileiro produz 379,2 quilos de lixo por ano, o que re�ete a “emergência” de tornar o ecodesign um princípio irrevogável nas pequenas, médias e grandes empresas, como também conscientizar a população por meio de ações empresariais e governamentais. Ecodesign no desenvolvimento de p O ecodesign é uma tendência crescente nas empresas e o investimento cresce paulatinamente. De acordo com Julio (2019), as empresas estão testando e aderindo novas embalagens, novas formas de entregar seus produtos e investido em matéria-prima orgânica e produtos com embalagens retornáveis. Con�ra alguns exemplos a seguir. • Pepsico: na intenção de reduzir o descarte de plástico, a empresa vem testando a venda de água em latinhas. Figura 1 | Água em lata A inovação tecnológica sustentável ou ecoinovação tangencia a capacidade de planejamento e propõe soluções projetadas e empenhadas para além dos modelos tradicionais, uma vez que busca amenizar os impactos causados ao meio ambiente e seu entorno, seja ele antropogênico ou não. — (JÚNIOR; SILVA; MOTA, 2017, p. 224) Fonte: Exame (2019). • Oka Bioembalagens: usa fécula de mandioca, �bras das frutas e sementes na produção de embalagens para a indústria de alimentos, eletrônica e cosméticos. Figura 3 | Exemplos de bioembalagens Fonte: Ideia Circular. Diante desses exemplos, re�ita como é possível reinventar o que já existe e criar algo novo, de forma criativa e ainda assim atender a necessidade do consumidor, usando a sustentabilidade aliada ao Design. VANTAGENS COMPETITIVAS SUSTENTÁVEIS Você sabe o que é uma vantagem competitiva? De forma simples, pode-se conceituar vantagem competitiva como um atributo de valor superior, ou seja, a habilidade de se superar frente aos demais. Dentro do ambiente das organizações e indústrias, a vantagem competitiva é o que diferencia uma empresa da outra, através de um • P&G: está desenvolvendo um sistema para remover material de fraldas usadas com o intuito de reciclar. • Coca-Cola: criou uma embalagem chamada garrafa retornável universal. Essa garrafa funciona para diferentes bebidas e o projeto estima que até 2030 todas as suas embalagens sejam recicladas globalmente. Figura 2 | Garrafa retornável universal desenvolvida pela Coca-Cola Fonte: pixabay. produto/serviço que une qualidade, preço justo e valor agregado. São atributos únicos que somente aquela empresa possui. Na Aula 11 você aprendeu sobre valor agregado, compreendendo que esse conceito trata do benefício que um produto/serviço oferece ao consumidor, indo além do preço (o quanto se gasta em dinheiro para obter um produto/serviço). Uma empresa que possui valor agregado já tem uma vantagem competitiva. Contudo, a vantagem competitiva não se resume apenas ao valor agregado, ou qualidade superior; ela é de�nida por Poter em quatro fases diferentes (BOTELHO et al., 2009). Quadro 1 | De�nições de vantagem competitiva Fase Estrutura e conceito Período 1 Vantagem competitiva pelo posicionamento 5 forças e estratégias genéricas Porter (1980) 2 Vantagem competitiva e contribuição das atividades Cadeia de valor Porter (1985) 3 Competitividade das localizações, cidades e nações Diamante Porter (1990) 4 Solução de problemas sociais, como a saúde Competição baseada em valor Porter e Teisberg (2006) Fonte: adaptado de Botelho et al. (2009). 1. Vantagem competitiva pelo posicionamento - a �loso�a de base era a adequação estratégica, que pressupunha dois princípios fundamentais: a necessidade de adaptação ao meio envolvente como condição para a sobrevivência e a construção e defesa da vantagem competitiva como ferramenta obrigatória para o sucesso. 2. Vantagem competitiva e contribuição das atividades - baseando-se na cadeia de valor, essa fase sugere que a empresa precisa aprender como construir sua estratégia e vantagem competitiva sem perder a conexão com o valor. Ou seja, como obter vantagem competitiva de custo sustentável se diferenciando dos seus A vantagem competitiva se trata do diferencial de uma empresa, ou seja,do conjunto de características que posicionam uma organização à frente de seus concorrentes de mercado. Dessa forma, ela tem chances muito maiores de ser escolhida no momento da compra de um produto ou serviço. Trata-se, portanto, daquilo que a sua empresa faz que a torna única e não pode ser imitado com facilidade pelos concorrentes. — (CONSENZA, 2021) concorrentes. 3. Competitividade das localizações, cidades e nações - essa fase insere uma investigação na empresa que se dedica a pesquisar quais as vantagens competitivas de empresas no âmbito nacional. Para isso, é preciso conhecer as vantagens competitivas nacionais para ajudar a sua empresa. 4. Solução de problemas sociais, como a saúde - vantagem competitiva baseada no valor agregado de forma positiva. É uma soma bené�ca à empresa e à comunidade. Você pode observar no Quadro 1 que cada fase traz uma estratégia diferente. A vantagem competitiva não se limita a apenas uma única estratégia, e com o passar dos anos evoluiu junto à evolução tecnológica, ambiental, cultural, econômica e social. Consenza (2021) elenca os principais tipos de vantagens competitivas, são elas: • Baixo custo: valor gasto para produzir o produto e distribuí-lo de forma estratégica gerando um valor �nal atrativo. • Diferencial no produto e serviço: produto/serviço superior aos da concorrência. • Localização: o lugar onde a empresa reside pode ser uma vantagem competitiva. Se bem localizada, o endereço estratégico faz total diferença. • Foco: de�nir o campo de ação da empresa, a necessidade do consumidor, o público que deseja alcançar, a persona, etc. • Conhecer bem os concorrentes. A vantagem competitiva é importante para o desenvolvimento e a evolução de qualquer negócio, pois ela pode alavancar a empresa garantindo maior volume em vendas, o que resulta em um maior lucro. A vantagem competitiva traz vários benefícios e, quando acrescida da sustentabilidade, o ganho é ainda maior. Figura 4 | Exemplos de vantagens competitivas de produtos ou serviços A vantagem competitiva sustentável impulsiona as organizações a re�etir constantemente sobre a maximização dos resultados operacionais em busca de uma diferenciação estratégica. Dessa forma, a organização deve consolidar um diferencial competitivo sustentável através do uso de novas práticas e tecnologias sustentáveis. — (OLIVEIRA et al., 2018, p. 135) Fonte: elaborada pela autora. EXEMPLOS DE PROCESSOS, SERVIÇOS E PRODUTOS SUSTENTÁVEIS Processos sustentáveis são aqueles que, na produção de produtos e serviços, utilizam metodologias que respeitam o meio ambiente, preservando os recursos naturais: “um processo sustentável considera implementar, em todo o ciclo de vida de seus bens e serviços, as melhores alternativas de produção a �m de mitigar impactos ambientais” (BEKAERT, 2020). As empresas que praticam processos sustentáveis podem ser chamadas de empresa eco-friendly (amigáveis ao meio ambiente). Para ser considerada uma empresa adepta a processos sustentáveis, é preciso se ajustar às exigências de cada segmento – indústria têxtil, construção civil, farmacêutica, etc. A seguir você irá conhecer alguns serviços e produtos sustentáveis. O Prêmio Eco, lançado em 1982, incentiva as empresas a práticas sustentáveis ligadas à sociedade e ao meio ambiente. Esse concurso é promovido pela empresa Acham. Na 36ª edição Acham do Prêmio Eco (2019) foram 11 as iniciativas que trouxeram ao Brasil tecnologias inovadoras e sustentáveis na produção de produtos e processos. Veja a seguir seis delas: Empresa - Rhodia Solvay Group Produto/serviço: Augeo Clean Multi Criação de um solvente desenvolvido com recurso renovável, utilizando glicerina do Programa Biodiesel e acetona produzida por ela. Um produto mais seguro, menos tóxico e menos danoso à saúde humana. Empresa - Rhodia Solvay Group Produto/serviço: Projeto Angela Uma empresa que abate gases causadores do efeito estufa. O complexo Angela consegue eliminar 5,3 milhões de toneladas de CO2 por ano. Empresa - ECO 1 BRASIL Produto/serviço: Limpeza a Vapor na Indústria Alimentícia Limpeza a vapor do maquinário da linha de produção, reduzindo 98% do consumo de água na higienização dos equipamentos. Esse equipamento foi desenvolvido para a empresa Arco do Brasil. Empresa - CPFL Energia Produto/serviço: Campinas Lab A CPFL Energia, em parceria com a Unicamp, desenvolveu projetos que testam tecnologias emergentes que possibilitam inovações no setor energético. Exemplos: armazenamento de energia, energia fotovoltaica, desagregação de consumo e mobilidade elétrica. Empresa - C&A Produto/serviço: Camiseta sustentável Desenvolveu a primeira camiseta que utiliza processos sustentáveis da fabricação até o descarte �nal. A produção não gera resíduos excessivos e no �m da vida útil ela se transforma em nutriente para o solo através da compostagem. Empresa - Escritório Organizado Produto/serviço: Sustentabilidade com fezes de gatos Um sistema de compostagem que transforma as fezes dos gatos em adubo. Após a decomposição, as fezes passam por reciclagem biológica que utiliza minhocas. Além de reciclar as fezes dos gatos, a areia que �ca nas caixinhas também é recuperada durante o processo. A sustentabilidade tem como papel atender as demandas atuais de forma a não degradar o meio ambiente. O desenvolvimento sustentável possibilita o incentivo a práticas de produção verde e conscientiza o consumidor de que para desfrutar no futuro de produtos e serviços fornecidos pela natureza, se faz urgente proteger e preservá-la hoje. VÍDEO RESUMO Neste vídeo, você irá aprofundar seus conhecimentos adquiridos, vendo como o ecodesign pode gerar valor ao produto ou serviço, tornando-se uma vantagem competitiva. Você irá conhecer também um pouco mais sobre o termo eco-friendly. Saiba mais O ecodesign, aliado às inovações sustentáveis, é uma força que acrescenta aos produtos e serviços valor agregado, tornando-se uma vantagem competitiva para a empresa que o pratica. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Conheça como em 2022 a sustentabilidade tem sido prioridade no planejamento de diversas empresas no artigo Inovação social e ecodesign como estratégia e prática no design de moda. Nele, conceitos são apresentados de forma simples, sendo uma leitura indispensável. JÚNIOR, J. A. S.; SILVA, T. M. L.; MOTA, L. F. B. Inovação social e ecodesign como estratégia e prática no design de moda. p. 221 -238. In: Design e Inovação Social. São Paulo: Blucher, 2017. Disponível em: https://openaccess.blucher.com.br/article-details/12-20522. Acesso em: 15 fev. 2022. Aula 1 BERLIM, L. Moda e sustentabilidade: uma re�exão necessária. Barueri, SP: Estação da Letras e Cores, 2012. CAETANO, U. F L.; VAN DER LINDEN, J. C. de S. Além do design positivo: uma proposta de ampliação do papel do bem-estar e �orescimento humano no projeto de novos produtos. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/178819. Acesso em: 3 jan. 2022. CAETANO, U. et al. Design para o bem-estar: uma abordagem orientada para o pensamento sustentável e para sustentabilidade. Estudos em Design | Revista (online). Rio de Janeiro: v. 23, n. 2, 2015. Disponível em: https://www.eed.emnuvens.com.br/design/article/view/237/189. Acessa em: 27 jan. 2022. CARDOSO, R. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2013. CARVALHO, R. O consumo desenfreado do fast fashion e suas armadilhas. CAMARGO, F. O custo por trás da indústria da moda é maior do que você pensa. Estadão, 2021. Disponível em: https://einvestidor.estadao.com.br/colunas/fernanda-camargo/impacto-ambiental-industria- moda#:~:text=tem%20sido%20reaproveitado.-,A%20ind%C3%BAstria%20da%20moda%20%C3%A9%20respons %C3%A1vel%20por%208%25%20da%20emiss%C3%A3o,57%20milh%C3%B5es%20de%20toneladas%20globais. Acesso em 31 jan. 2022. DESMET, P. M. A., POHLMEYER, A. E. Positive Design: An Introduction to Design for Subjective Well-Being. International Journal of Design, v.7, n. 3, 2013. NATURALTEC. 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Aula 2 REFERÊNCIAS 7 minutos https://openaccess.blucher.com.br/article-details/12-20522 https://lume.ufrgs.br/handle/10183/178819 https://www.eed.emnuvens.com.br/design/article/view/237/189 https://einvestidor.estadao.com.br/colunas/fernanda-camargo/impacto-ambiental-industria-moda#:~:text=tem%20sido%20reaproveitado.-,A%20ind%C3%BAstria%20da%20moda%20%C3%A9%20respons%C3%A1vel%20por%208%25%20da%20emiss%C3%A3o,57%20milh%C3%B5es%20de%20toneladas%20globais https://www.naturaltec.com.br/eta-agua-cinza-reuso/ https://falauniversidades.com.br/o-consumo-desenfreado-do-fast-fashion-e-suas-armadilhas/#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20acelerada%20de%20pe%C3%A7as,o%20trabalho%20an%C3%A1logo%20%C3%A0%20escravid%C3%A3o AMORIM, E. L. C. Gestão ambiental. Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Centro de Tecnologia – CTEC. Engenharia Ambiental, 2005. BARBOSA, V. 20 empresas-modelo em responsabilidade socioambiental. 2014. Exame. 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