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1 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA INTRODUÇÃO CICLO DO PELO: - Crescimento de 1 cm/mês - Queda média de 100 fios/dia FASES: 1. Crescimento (anágena): 85% dos folículos estão nessa fase 2. Regressão (catágena): 1% - há uma sinalização para interrupção do crescimento folicular 3. Descanso (Telógena): 15% dos fios estão nessa fase 4. Expulsão de haste (exógena): 1% - o folículo se solta do bulbo capilar 5. Quenógena: folículo sem haste após a fase exógena (nenhum fio ocupando o folículo), que ainda não iniciou a fase anágena. Essa fase não ocorre de forma frequente. CLASSIFICAÇÃO 1. ALOPECIAS CONGÊNITAS 2. ALOPECIAS ADQUIRIDAS • Cicatriciais (Ex.: alopecia por queimadura no couro cabeludo) • Não cicatriciais ALOPECIAS ADQUIRIDAS NÃO CICATRICIAIS ALOPECIA AREATA • Pouco mais frequente nos homens. • Pico entre 15-29 anos • Até 60% dos pacientes iniciam a doença antes dos 20 anos (doença de pessoas jovens) DERMATOLOGIA - ANA LUÍZA ALVES PAIVA – 7° PERÍODO – 2023/1 2 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA CARACTERÍSTICAS: • Pode ser localizada ou generalizada • As lesões são redondas ou ovais • Não há sinais inflamatórios (ex.: eritema) ou atrofia (paciente assintomático) • Couro cabeludo e barba: são os locais mais frequentemente acometidos OBS: Diagnóstico diferencial: Tinha do couro cabeludo → área de alopecia com tonsura dos fios, descamação, prurido, áreas costumam ser vermelhas, e, muitas vezes, pacientes são crianças. ETIOPATOGENIA: • A etiologia é desconhecida • A inflamação mantém os folículos pilosos em estado anágeno distrófico, forçando-os a passar precocemente à fase telógena ou, em alguns casos crônicos, perpetuam na fase telógena. • Fatores emocionais e traumas físico podem estar envolvidos – desencadeantes ou agravantes • Fatores genéticos: história familiar em 20% dos casos • Fatores imunológicos: associação com vitiligo (3-8%) e tireoidites (8-28%). Descrito também com atopia, urticária, doença celíaca, artrite reumatoide e diabetes tipo 1. QUADRO CLÍNICO: • Início brusco, com áreas circulares ou ovais, única ou múltipla • A placa é lisa e brilhante. Cresce em tamanho, atingindo dimensões variáveis (paciente pode ter uma retração espontânea ou pode aumentar a área de alopecia) • Na borda, podem ser retirados pelos afilados e descorados próximo a raiz, que está dilatada = cabelos peládicos (cabelo em ponto de exclamação) • Prurido e tricodinia (hipersensibilidade) podem acompanhar o quadro APRESENTAÇÕES DA DOENÇA: • Clássica (em alguns locais) • Ofíase ou pelada em coroa • Reticular • Alopécia total: todo o couro cabeludo • Alopécia universal: todo o corpo • Unhas: depressões puntiformes 3 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA DIAGNÓSTICO: • Anamnese + clínica • Tricoscopia: aparelho usado para aumentar em até 50x o couro cabeludo, ajudando a examinar as alterações e ajudar no diagnóstico. PROGNÓSTICO: • Bom prognóstico - repilação (volta o cabelo) entre 2-6 meses: no início os cabelos são de cor branca, adquirindo, posteriormente, a cor normal. Áreas novas podem surgir concomitante ou subsequente. • Índice de recorrência é alto • Fatores agravantes: início antes da puberdade, atopia, distrofia ungueais, história familiar de alopecia areata, outras doenças autoimunes, variante ofiásica e alopecia total ou universal, TRATAMENTO: FORMAS LOCALIZADAS: - Corticóide em loção ou creme; - Infiltração de triancinolona - Minoxidil 5% - Outros: Antralina, Latanoprost, Fototerapia UVA, laser, inibidores da calcineurina. FORMAS DISSEMINADAS: - Infiltração de triancinolona - Corticóide sistêmico 1mg/kg/dia - Pulsos de metilprednisolona - Ciclosporina e sulfassalazina - Metotrexato *Psicoterapeuta EFLÚVIO ANÁGENO-DISTRÓFICO • Agressão aguda que causa alopecia em dias e semanas por acometer a fase anágena CAUSAS: doenças infecciosas, quimioterápicos (quimioterapia), alopecia da sífilis 2ª, etc. 4 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO: • Afastar causa, alimentação rica em proteínas e sais minerais • Corticóide tópico (Minoxidil para formas pós quimioterapia). EFLÚVIO TELÓGENO • Eflúvio = entrada • Aumento da queda de cabelos, como consequência da reentrada em uma nova fase anágena, de grande número de folículos que previamente, de forma antecipada, entraram em telógeno. • Inicia-se 3 meses após grande estresse (físico e/ou emocional) • Tende a melhorar 3 meses após seu início • O couro cabeludo é normal CAUSAS: pós-parto, contraceptivos orais, dietas, deficiência proteica, grandes perdas de peso (ex.: bariátrica), deficiência de ferro e zinco, doenças infecciosas agudas (dengue), doenças inflamatórias de evolução crônica (Lúpus, AR). TIPOS: • Agudo: menos de 6 meses Prognóstico bom – recuperação em 95% dos casos em até 12 meses. Em 30%: causa não é elucidada. • Crônico: mais de 6 meses (forma contínua ou em ciclos) -Forma primária (idiopática): mulheres entre 30 e 60 anos, de forma insidiosa e flutuante, por anos. Algumas referem estresse emocional como gatilho. -Forma secundária: associa-se a doença crônica. DIAGNÓSTICO • Acentuação dos recessos bitemporais (principalmente em mulheres) • PROVA DE TRAÇÃO (mais de 6 fios → +) • Tricograma: > 25% de pelos telógenos • Exames: HMG/ferritina ( >40 p/homens e >70 p/ mulheres), VDRL, TSH, vitamina D 5 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO: • Afastar causa • Orientar: perda de 100/fios dia é normal • Dietas ricas em proteínas, ferro, zinco e minerais • Minoxidil 2 a 5% (mulheres 2% e homens 5%, porém na prática é usado 5% para ambos) • Resposta, em média, após 3 meses. ALOPECIA DE TRAÇÃO • Ocorre mais em mulheres – tração dos cabelos • Encontrada nas têmporas ou na orla do couro cabeludo • Causadas pelo uso de tranças, chapéus, alongamentos ou alisamento dos cabelos • Bastar afastar o agente causados para haver repilação • Quando se torna crônica, pode deixar um processo fibrótico no local e passar a ser uma alopecia cicatricial, ou seja, definitiva. ALOPECIA ANDROGENÉTICA • História familiar positiva e participação de androgênios • A dihidrotesterona (DHT) tem papel fundamental (↓proliferação do folículo) – geralmente, no sangue está em níveis normais, ela estará ↑ dentro do folículo, porém não é possível dosar. • Início somente após a puberdade e castrados não desenvolvem. Dois picos: 2-3ª ou 5-6ª década • Geralmente os níveis de testosterona são normais • A região frontal tem 1,5 vezes mais receptores androgênicos que a occipital • A enzima 5-alfa-redutase transforma testosterona em DHT, que leva a miniaturização dos folículos pilosos. APRESENTAÇÕES • NO HOMEM: início pelas entradas laterais e vertex. A seborreia geralmente acompanha o quadro. • NAS MULHERES não há seborreia e não ser formam áreas de alopecia. Há uma rarefação na linha média do couro cabeludo. **Deve-se investigar SOP, hiperplasia adrenal congênita e síndrome SAHA (seborreia, acne, hisurtismo e alopecia) • Não raro há associação com eflúvio telógeno. 6 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA DIAGNÓSTICO: • Critérios diagnósticos no homem: 1-Início após a puberdade 2- Perda e afilamento capilar bitemporal, frontal ou do vertex 3- Miniaturização visível dos fios (↓ volume dos fios) 4- História familiar em parentes de primeiro ou segundo grau LABORATÓRIO: • HOMEM: não há necessidade, salvo associação com anemia, hipotireoidismo, colagenoses, etc. -Hemograma completo, ferritina sérica, hormônios tireoidianos • MULHER: LH, FSH, DHEA-S, Prolactina, se necessário.TRATAMENTO: • Minoxidil 2-5% duas vezes ao dia • Alfaestradiol 0,025% solução alcoólica uma vez ao dia (em casos que não tem resposta com Minoxidil) • Finasterida 1 mg uma vez ao dia – uso apenas em homens • Inibe a 5-alfa-redutase tipo 2 (bloqueio seletivo: folículo e próstata) • Espironolactona 200 mg/dia – na alopecia feminina • Cirurgia REFERÊNCIAS 1. RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti/ Evandro A. Rivitti - 4.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. xii, 1636p. 2. AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem.; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.1184p.
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