Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA CISTO EPIDÉRMICO INTRODUÇÃO • É o tipo de cisto mais comum; • Mais comum em adultos, raro em crianças; • CISTO = estrutura com uma parede epidérmica com presença de um conteúdo (líquido ou pastoso) não neoplásico no interior. **Erroniamente chamado de “cisto sebáceo” • PATOGENIA: pode ser um processo obstrutivo do folículo piloso que leva a um encistamento de células sebáceas ou ou pode ser pela formação de um cisto de inclusão devido trauma local • MÚLTIPLOS CISTOS EM CRIANÇAS: investigar síndrome de Gartner (síndrome genética relacionada com a presença de múltiplos pólipos intestinais, risco de câncer intestinal, osteomas mandibulares e presença de múltiplos cístos na pele). • LOCALIZAÇÃO MAIS COMUM: áreas seborreicas: face, tronco superior, cervical; QUADRO CLÍNICO • Nódulo, móvel, dimensões variáveis, cor normal da pele, firme, bem delimitado, redondo. • A localização é intradérmica ou subcutânea, a consistência é dura ou branda, às vezes com flutuação. • Pode haver orifício central com eliminação de massa branca, consistente e de odor fétido • Assintomático. OUTRAS FORMAS CLÍNICAS • MÍLIO: múltiplos microcistos principalmente em região periorbicular • LÚPIA (doença genética que inicia sua manifestação na puberdade) → Presença de múltiplos cistos epidérmicos localizados no escroto, grandes lábios ou couro cabeludo. DERMATOLOGIA - ANA LUÍZA ALVES PAIVA – 7° PERÍODO – 2023/1 2 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO • ATÉ 1CM: Marsupialização (faz um corte superficial no centro e empurra a lateral para “parir” o cisto) • >1CM: excisão com retirada completada, incluindo cápsula. *Sempre remover a cápsula para evitar recidivas locais. *Complicações: Formação de abscesso. MILIO • Cisto epidérmico de 1-2 mm; • Comum em crianças: imaturidade das funções tegumentares • Obstrução dos folículos da face; • Aparecem pricipalmente em 2/3 superiores da face e em região periorbicular; TRATAMENTO • Expectante; • Abertura com agulha e retirada queratótica; • Ac retinóide tópico (adapaleno tbm pode ser usado). CERATOSE SEBORREIACA INTRODUÇÃO • Lesões verrucosas derivadas de proliferação de queratinócitos do infundíbulo folicular • Autossômico dominante; • A partir da 4ª década/após 30 anos; • Não sofre transformação maligna; • LOCALIZAÇÕES MAIS COMUNS: Face, pescoço, tronco, região infra mamária (mulheres), membros e dobras; • Persistente; • EVOLUÇÃO: Claro aveludado → escuro graxento. 3 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA QUADRO CLÍNICO • Única ou múltiplas pápulas circunscritas, ligeiramente elevadas, verrucosas; • Castanho-claro a escuro, poucos milímetros a 2 cm; • Escama aderente, córnea, graxenta (da sensação de que é possível retirar com a unha), superfície sulcada, cerebriforme; • Presença de cistos córneos associados. • *As ceratoses seborreicas podem inflamar-se em consequência de traumas e, mais raramente, por infecção secundária, tornando-se eritematosas, crostosas e dolorosas. • ATENÇÃO: SINAL DE LESER-TRÉLAT: síndrome paraneopláscia (relação com adenocarcinomas gástricos, carcinomas de mama, adenocarcinmas do colo e linfomas) → aparecimento súbito de multiplas ceratoses seborreicas eruptivas em tronco TRATAMENTO • Fins estéticos; • Eletrocoagulação superficial + Curetagem (com a gaze); • Crioterapia; • ATA (ácido tricloroacético) 50%; DERMATOSE PAPULOSA NIGRA • É um tipo de ceratose seborreica • Múltiplas lesões papulares de 2-4 mm, pretas, ligeiramente elevadas, em face (particulamente na região malar e fronte, ocorrendo tbm no pescoço, face anterior do tronco e dorso). • Mulheres, jovens, negras; TRATAMENTO: Mesmo do anterior. 4 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA ACROCÓRDON/APÊNDICE CUTÂNEO • É um papiloma pedunculado (pólipo), redondo ou oval e macio; • Adquirido; • Áreas de dobras (pescoço, pálpebras, tronco, inguinal e axila); • É habitualmente assintomático, todavia, em certas ocasiões, pode tornar-se dolorosos após traumatismo ou torção e pode tornar-se crostoso ou hemorrágico; • Meia idade, mais comum em mulheres e em pacientes obesos; • Com o passar do tempo, as lesões tendem a se tornar maiores e mais numerosas, particularmente durante a gravidez; • Pápupa pedunculada, filiforme, 1-5mm; **Alguns estudos recentes têm demonstrado associação com a resistência há insulina (altos níveis circulantes da insulina provoca um efeito anabólico na epiderme, promovento a ativação de um fator estimulante de crescimento epidérmico, gerando acrocódons e acantose nigricans); TRATAMENTO • Fins estéticos; • Exerese; • Eletrodessecação de base; SIRINGOMA INTRODUÇÃO • Tumor/hiperplasia de glândula sudorípara écrina composta por elementos ductais bem diferenciados, existindo formas localizadas comuns e formas disseminadas raras que podem ter caráter familiar; • As lesões iniciam-se na adolescência e aumentam progressivamente; • Mulheres jovens/adolescência; • Histórico familiar ou não; • Muito frequente nos portadores de síndrome de Down, sendo nesses doentes habitualmente de localização orbitária ainda que possam ocorrer formas disseminadas QUADRO CLÍNICO • Pápulas achatadas normocrômicas ou ligeiramente hipercrômicas, 1-3 mm, amarelo-corado, restrita à região periorbicular BILATERAL; • Forma: hidroadenoma eruptivo – região cervical, colo e axila - RARO; 5 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO • Biópsia tipo shaving (corta pela base da lesão) + cicatrização por 2ª intenção; • Eletrocauterização superficial; • Aplicação de ATA; • Laser ablativo de CO2; *Diagnóstico diferencial com verruga plana (normalmente unilateral); *Não há risco de malignização; QUELOIDE INTRODUÇÃO • Perda do controle da proliferação celular dos fibroblástos pós-trauma; • 4-6% da população; • Herança autossomica dominante ou recessiva; • Mais comum em negros e descendentes asiáticos, não específico desses grupos; • Produção acentuada de TGF-B1 e TGF-B2: resposta excessiva do tecido conjuntivo ao trauma; • Tensão, infecção e presença de corpo estranho na ferida, aumentam a chance de queloide; • LOCALIZAÇÃO MAIS FREQUENTE: mento (única localização da face que é mais comum), tronco superior, pavilhão auricular; • Menos frequente na genitália, face e região palmo-plantar. QUADRO CLINICO • Lesão que excede a linha da lesão inicial, endurecida e brilhante. • Lesões eritemato acastanhado fino, firme; • Prurido e dor local QUELOIDE CICATRIZ HIPERTRÓFICA Excede a área de injúria Não excede a área de injúria Não tende a regredir Regressão em meses Sintomático Assintomático (dor, prurido) 6 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO • Combinação terapeutica é mais eficaz; • Excisão cirurgica + alguma das seguintes opções: • Corticoide intralesional no pós-operatório imediato (triancinolona) + 1 vez por mês durante 6 meses; • Crioterapia; • Radioterapia pós-operatória; • Laser; • Placas ou gel de silicone (Kelo-cote); *PREVENÇÃO: Cuidado com cicatriz + fita de silicone – faixa de compressão- (12-24h por dia durante 3 meses). LIPOMA INTRODUÇÃO • Tumor de partes moles (adipócitos) mais comum; • Adipócitos maduros e encapsulados; • 4ª década de vida; • Muitos são pequenos, mas também podem crescer e alcançar mais de 6 cm; • Mais associado em pacientes com diabetes, obesidade, hipercolesteronemia; • Solitários/ únicos em 93% dos casos; • Qualquer parte do corpo; • LIPOMATOSE (quando múltiplos): doença genética → Maior chance de lipomas viscerais;• -A síndrome dos lipomas familiares, um traço autossômico dominante que surge no início da vida adulta, consiste em centenas de lesões indolores de crescimento lento. QUADRO CLÍNICO • Nódulo, maiores e móveis, superfície macia e sem orifício de saída; • -Nuca, antebraço, coxa, dorso e nádegas; 7 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA TRATAMENTO • Acompanhamento/observação; • Marsupialização; • Lipoaspiração, pricipalmente em coleções grandes; • Solubilização com deoxycolato (sais biliares sintéticos). TUMORES E MAL-FORMAÇÕES CONGÊNITAS. HEMANGIOMA DA INFÂNCIA • Tumor + comum na infância (5-10%) • Hipótese placentária: insuficiência placentária • FATORES DE RISCO: Prematuridade (<37 semanas), crianças que nasceram com menos de 1kg, procedimentos invasivos durante a gravidez (biópsia de vilo coriônico); • -9♀ : 1 ♂; QUADRO CLÍNICO • Lesão única em cabeça, pescoço e tronco (Menos comum nos membros). • Ausente ou discreto ao nascimento; • EVOLUÇÃO: Lesão precurssora (mácula eritematosa ou anêmica ou equimótica) ou sem nada → Surgimento no 1º mês de vida → Fase de crescimento rápido (Primeiras 6 semanas) → Fase de crescimento lento (6-10 meses) →Entra em quiescência/estabilização (ao atingir 1 ano de idade) → Regressão (geralmente aos 5 anos) • Regressão 50% em até 5 anos e 90% em até 10 anos; • Cicatriz lipofibrotica TIPOS: • SUPERFICIAL (imagem 1) = Derme, papilar e reticular = lesão papular, nodular, vermelho vivo, bem delimitado; • PROFUNDO (imagem 2) = derme profunda e SC = nódulo, azulado, mal-definido; • MISTO (imagem 3) = componente superficial e componente profundo. ATENÇÃO: Mais de 5 lesões pequenas na pele → Investigar hemangioma visceral (fígado, intestino, pulmão)→ Hemangiomatose Neonatal Difusa; 8 DERMATOLOGIA – 7° PERÍODO – 2023/1 ANA LUÍZA ALVES PAIVA DIAGNÓSTICO: • Geralmente o diagnóstico é clínico, pode ser necessário uma avaliação complementar com US doppler, TC ou RNM em situações raras; TRATAMENTO Quando tratar (presença de complicações): • 10-20% da SCA; • Ulceração (geralmente é precedida por área branca e não indica regressão, pode inccionar); • Obstruções (olhos, vias aéreas); • ICC de alto débito (extenso cutâneo ou viscerais) • Hemorragia (não é comum); • Infecção (principalmelte nos ulcerados); • Alteração estética importante • **nariz de cyrano • Expectante na maioria dos casos; • 1ª linha (betabloc sistêmico não seletivo): propanolol 2-3 mg/kg/dia (iniciar com 0,5mg/kg/dia) crescente até de 8/8h por até o fim do primeiro ano. Iniciar na fase de crescimento rápido. Tirar aos poucos. • Betabloc tópico/oftalmológico: Timolol gel 0,5% (pingar o colírio ou manipular o gel para aplicar no local)→pais anciosos ou para manutenção; • Corticoide: predinisona/predinisolona 2-3mg/kg/dia até 2 anos (se não houver boa resposta em 1 mês = suspender tratamento – lembrar de fazer desmame sempre); • Drogas anti-neoplasicas; • Cirurgia: urgências ou pós-regressão; • Laser (pouco usado); REFERÊNCIAS 1. RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti/ Evandro A. Rivitti - 4.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018. xii, 1636p. 2. AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem.; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.1184p.
Compartilhar