Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carla Bertelli – 5° Período Doenças Desmielinizantes 1 – Revisar o Sistema Piramidal 2 – Classificar as doenças desmielinizantes (imunomediadas, hereditárias, infeciosas e metabólicas). 2 – Entender a fisiopatologia e manifestações clínicas das Síndromes Desmielinizantes (com foco em SBG e ELA) 4 – Analisar o diagnóstico das doenças desmielinizantes e seus diagnósticos diferenciais Sistema Piramidal O sistema piramidal é responsável pela execução dos movimentos voluntários, realizados através dos músculos estriados. As fibras do sistema piramidal originam-se principalmente nas células piramidais gigantes ou células de Betz localizadas na área 4 de Brodman. Os neurônios motores do sistema piramidal são chamados neurônios motores superiores. Suas fibras estabelecem sinapses com os neurônios motores de núcleos do tronco encefálico e neurônios motores da coluna cinzenta anterior da medula, chamados neurônios motores inferiores ou neurônios alfa. Os nervos periféricos (cranianos ou espinhais) originários dos neurônios motores inferiores, inervam os músculos estriados, que contraem e provocam os movimentos. As fibras do trato piramidal constituem o trato córtico- nuclear (constituído pelos tratos córtico-mesencefálico, córtico-pontino e córtico-bulbar) e o trato córtico- espinhal. As fibras do trato piramidal, após saírem do córtex cerebral, descem pela coroa radiada, passam pela perna posterior da capsula interna, ocupam a base do pedúnculo cerebral, a base da ponte e as pirâmides na base do bulbo. Pelo fato de suas fibras ocuparem as pirâmides do bulbo, recebeu o mesmo o nome de trato piramidal. Na decussação das pirâmides, situada na parte distal do bulbo, a maior parte (75% a 90%) das fibras do trato córtico-espinhal cruzam para o lado oposto, constituindo o trato córtico-espinhal lateral ou cruzado, ocupando o funículo lateral da medula. A porção remanescente (25% a 10%) das fibras constituem o trato córtico-espinhal ventral ou direto, ocupando o funículo anterior da medula. Uma parte das fibras do trato córtico-espinhal ventral inerva neurônios motores inferiores do mesmo lado, enquanto outra parte cruza para o outro lado, inervando neurônios motores contralaterais. Vias Corticospinais – As vias corticospinais conduzem impulsos para o controle de músculos nos membros e no tronco. Os axônios dos neurônios motores superiores no córtex cerebral formam os tratos corticospinais, que descem através da cápsula interna do encéfalo e do pedúnculo cerebral do mesencéfalo. No bulbo, os feixes axônicos dos tratos corticospinais formam brotos ventrais conhecidos como pirâmides. Cerca de 90% dos axônios corticospinais sofrem decussação no bulbo e, então, descem para a medula espinal, onde formam sinapses com um neurônio do circuito local ou com um neurônio motor inferior. Os 10% restantes que permanecem ipsolaterais acabam fazendo decussação na medula espinal, no nível onde formam sinapses com um neurônio do circuito local ou com um neurônio motor inferior. Desse modo, o córtex cerebral direito controla a maior parte dos músculos no lado esquerdo do corpo e o córtex cerebral esquerdo controla a maior parte dos músculos no lado direito do corpo. Existem dois tipos de vias corticospinais: o trato corticospinal lateral e o trato corticospinal anterio • Trato Corticospinal Lateral – Os axônios corticospinais que sofrem decussação no bulbo formam o trato corticospinal lateral no funículo lateral da medula espinal • Trato Corticospinal Anterior – Os axônios corticospinais que não sofrem decussação no bulbo formam o trato corticospinal anterior no funículo anterior da medula espina Via Corticonuclear – A via corticonuclear conduz impulsos para o controle dos músculos esqueléticos na cabeça. Os axônios dos neurônios motores superiores do córtex cerebral formam o trato corticonuclear, que desce com os tratos corticospinais através da cápsula interna do encéfalo e do pedúnculo cerebral do mesencéfalo Doenças Desmielinizantes Carla Bertelli – 5° Período (Classificar as Doenças Desmielinizantes) A bainha de mielina é essencial para a condução rápida de sinais nervosos ao longo de axônios com grande diâmetro. Os oligodendrócitos produzem e mantêm mielina no sistema nervoso central (SNC). As células de Schwann produzem e mantêm mielina nos nervos periféricos. Inúmeras doenças afetam preferencialmente a mielina, sendo que os neurônios, axônios e outros tipos de células são relativamente preservados. Essas doenças desmielinizantes variam amplamente em termos de etiologia e patogênese e incluem infecções imunomediadas, infecções de origem genética e doenças nutricionais. Tipo Doença Imunomediadas • Recorrentes • Esclerose Múltipla • Neuromielite Óptica • Monofásicas • Neurite Óptica • Mielite Transversa • Encefalomielite Aguda Disseminada Hereditárias • Adrenoleucodistrofia • Leucodistrofia • Matacromática Metabólicas • Deficiência de B12 • Mielinólise Pontina Central Infecciosas • Leucoencefalopatia multifocal progressiva • Panencefalite Esclerosante Subaguda As doenças imunomediadas formam a categoria mais comum de doenças desmielinizantes, sendo que a esclerose múltipla (EM) é a mais prevalente entre essas doenças. A esclerose múltipla se caracteriza pela presença de sintomas recorrentes ou progressivos, desmielinização no SNC e disseminação de lesões no espaço e no tempo. As doenças desmielininzantes do SNC são condições adquiridas que se caracterizam por dano preferencial à mielina, com relativa preservação dos axônios. Os deficits clínicos são consequências do efeito da perda de mielina na transmissão dos impulsos elétricos ao longo dos axônios. A história natural das doenças desmielinizantes é determinada, em parte, pela limitada capacidade de o SNC regenerar a mielina normal e pelo grau de danos secundários que os axônios sofrem à medida que a doença progride. Vários processos patogênicos podem causar a perda da mielina. Estes incluem destruição imunomediada de mielina, como na esclerose múltipla, e infecções. Na leucoencefalopatia multifocal progressiva, a infecção dos oligodendrócitos pelo vírus JC pode resultar em perda da mielina (descrita anteriormente). Além disso, doenças hereditárias podem afetar a síntese ou a manutenção dos componentes da mielina, sendo denominadas leucodistrofias e discutidas juntamente com as doenças metabólicas. Neuromielite Óptica – Síndrome com neurite óptica bilateral sincrônica (ou quase) e desmielinização da medula espinal. Predileção por mulheres, é mais comumente associada com a má recuperação a partir do primeiro ataque, e é caracterizada pela presença de anticorpos contra aquaporina-4. Essa proteína é o principal canal de água de astrócitos, e as áreas de desmielinização na NMO mostram perda de aquaporina- 4. Esses anticorpos ferem astrócitos através de mecanismos dependentes do complemento Encefalomielite Aguda Disseminada – A encefalomielite aguda disseminada é uma desmielinização monofásica difusa que pode se seguir a uma infecção viral ou, raramente, a uma imunização viral. Os sintomas se desenvolvem tipicamente 1 ou 2 semanas após a infecção antecedente e incluem dores de cabeça, letargia, e coma em vez de achados focais, como se vê na EM. A evolução clínica é rápida, e até 20% das pessoas afetadas morrem; os demais pacientes se recuperam completamente. Encefalomielite Hemorrágica Necrotizante Aguda – (também conhecida como leucoencefalite hemorrágica aguda de Weston Hurst) é uma síndrome fulminante de desmielinização que em geral afeta adultos jovens e crianças. A doença quase invariavelmente é precedida por infecção das vias áreas superiores, namaior parte das vezes de etiologia desconhecida. A doença é fatal em muitos pacientes ou leva a deficits significativos na maior parte dos sobreviventes. Carla Bertelli – 5° Período Mielinose Pontina Cetral – Doença aguda caracterizada por perda de mielina na ponte e nas porções do tegmento pontino, geralmente em um padrão mais ou menos simétrico. Surge mais comumente de 2 a 6 dias após a rápida correção da hiponatremia, embora também possa ser associada a outros distúrbios eletrolíticos graves ou desequilíbrios osmolares, e também pode ser conhecida como transtorno de desmielinização osmótica.. Embora possa envolver a maioria das partes do cérebro, as regiões periventriculares e subpiais são poupadas, e é extremamente raro o processo se estender abaixo da junção pontomedular. O quadro clínico das lesões pontinas é o de uma quadriplegia em rápida evolução, que pode ser fatal ou levar a deficits graves em longo prazo, incluindo a síndrome do encarceramento, em que os pacientes ficam totalmente conscientes, mas sem apresentar resposta. É imperativo que a hiponatremia seja corrigida devagar e com cuidado, a fim de evitar essa complicação trágica. (Esclerose Lateral Amiotrófica) Distúrbio neurológico violento que afeta seletivamente a função motora. ELA é primariamente um distúrbio que se manifesta em indivíduos de meia-idade ou idosos, afetando mais frequentemente a faixa etária entre 50 e 60 anos, com indivíduos do sexo masculino quase duas vezes mais afetados que o sexo feminino. ELA afeta os neurônios motores em três locais: nas células do corno anterior (NMI) da medula espinal; nos núcleos motores do tronco encefálico, em particular os núcleos do hipoglosso, e nos NMS do córtex cerebral. O fato de que a doença seja mais extensiva nas porções distais das vias afetadas na medula espinal inferior, em vez de nas porções proximais, sugere que os neurônios afetados sofrem primeiramente degeneração em seus terminais distais e que a doença avança até que, finalmente, a célula-tronco nervosa morre. Uma característica marcante da doença é que todo o sistema sensorial, mecanismos de regulação de controle e coordenação do movimento e o intelecto permanecem intactos. Os neurônios da motilidade ocular e os neurônios parassimpáticos na medula espinal sacral também são preservados. A morte dos NMI leva a denervação, com retração posterior da musculatura e atrofia das fibras musculares. É esta atrofia das fibras, denominada amiotrofia, que aparece na designação da doença. A perda de fibras nervosas em colunas laterais da substância branca da medula espinal, juntamente com gliose fibrilar, confere uma firmeza ou esclerose a esse tecido do SNC. O termo esclerose lateral designa essas alterações. Etiologia e Patogênese – A causa da destruição dos NMI e NMS em ELA é incerta. Cinco por cento dos casos são familiares. Acredita-se que os outros sejam casos esporádicos, sem histórico familiar da doença. O gene para um subconjunto de ELA familiar foi mapeado para superóxido dismutase 1 (SOD1) no cromossomo 21. As proteínas do neurofilamento, que funcionam no transporte axônico de moléculas, são destruídos em ELA. Outros loci genéticos para ELA foram mapeados, mas ainda não clonados. Outro mecanismo sugerido na patogênese de ELA é lesão exotóxica pela ativação de canais iônicos dependentes de glutamato, que são diferenciados por sua sensibilidade ao ácido N-metil-D- aspártico. Embora a autoimunidade tenha sido apontada como causa de esclerose lateral amiotrófica, a doença não responde a agentes imunossupressores, que normalmente são utilizados no tratamento de distúrbios autoimunes. Manifestações Clínicas – Os sintomas da ELA podem estar relacionados com o envolvimento dos NMS ou NMI. As manifestações de lesões NMS incluem fraqueza, espasticidade ou rigidez e controle motor fino prejudicado. Disfagia (dificuldade para engolir), disartria (dificuldade de articulação da fala) e disfonia (dificuldade de emitir os sons da fala) podem resultar do envolvimento de NMI no tronco encefálico ou de uma disfunção dos NMS descendentes para o tronco encefálico. As manifestações da destruição de NMI incluem fasciculações, fraqueza, atrofia muscular e hiporreflexia. Cãibras musculares que envolvem as porções distais das pernas representam frequentemente um sintoma precoce. A apresentação clínica mais comum é uma fraqueza de progressão lenta e atrofia nos músculos distais de um dos membros superiores. Depois ocorre a distribuição regional da fraqueza clínica, refletindo o envolvimento das áreas adjacentes da medula espinal. Por fim, são afetados os NMS e NMI que inervam vários membros e a cabeça. Nos estágios mais avançados, são afetados os músculos do palato, faringe, língua, pescoço e ombros, causando comprometimento dos processos de mastigação, deglutição e fala. As complicações agudas mais significativas da doença são produzidas por disfagia Carla Bertelli – 5° Período com aspiração recorrente e fraqueza dos músculos respiratórios. A morte geralmente resulta do envolvimento de nervos cranianos e da musculatura respiratória. (Esclerose Múltipla) Se caracteriza pela inflamação e destruição da maior parte da substância branca da mielina do SNC O sistema nervoso periférico é poupado e normalmente não existem sinais de uma doença sistêmica associada. A idade de manifestação fica entre 20 e 30 anos, com mulheres sendo afetadas duas vezes mais que homens. A EM resulta em significativa incapacidade funcional e muitas vezes relacionada com o trabalho, em indivíduos que estão no auge de sua produtividade. Etiologia e Patogênese – A esclerose múltipla ocorre mais comumente em pessoas de ascendência do norte da Europa e é incomum em asiáticos. Tem sido observado que a doença é mais comum em latitudes setentrionais, talvez relacionada com a migração seletiva de pessoas com potencial genético de suscetibilidade para essas regiões. Acredita-se que a EM seja uma doença mediada imunologicamente, que se desenvolve em indivíduos geneticamente suscetíveis. Embora o antígeno-alvo ainda não tenha sido identificado, os dados sugerem a existência de uma resposta imunológica a uma proteína do SNC. As lesões de EM consistem em trechos rígidos e com arestas vivas de desmielinização, observados por toda a substância branca, bem como, por vezes, na substância cinzenta do SNC Essas lesões, que representam o resultado de um processo de decomposição aguda da mielina, são chamadas de placas. As lesões mostram uma predileção pelo nervo óptico, substância branca periventricular, tronco encefálico, cerebelo e substância branca da medula espinal. Em uma placa ativa, existem sinais de decomposição contínua da mielina. A sequência de decomposição da mielina não é bem compreendida, embora seja sabido que as lesões contêm pequenas quantidades de proteínas básicas de mielina e maior quantidade de enzimas proteolíticas, macrófagos, linfócitos e plasmócitos. Manifestações Clínicas – A fisiopatologia da EM envolve a desmielinização de fibras nervosas da substância branca do encéfalo, medula espinal e do nervo óptico. No SNC, a mielina é formada por oligodendrócitos, principalmente aqueles que se encontram entre as fibras nervosas da substância branca. Essa função dos oligodendrócitos é equivalente à das células de Schwann no sistema nervoso periférico. As propriedades da bainha de mielina, de alta resistência elétrica e baixa capacitância, viabilizam seu funcionamento como um isolante elétrico. Fibras nervosas desmielinizadas exibem uma variedade de anormalidades de condução, que vão desdea redução da velocidade de condução até bloqueios de condução. A interrupção da condução nervosa nos nervos desmielinizados é manifestada por vários sintomas, dependendo da localização e da extensão da lesão. As áreas mais comumente afetadas pela EM são nervo óptico (campo visual), tratos corticobulbares (fala e deglutição), tratos corticospinais (força muscular), tratos cerebelares (marcha e coordenação), tratos espinocerebelares (equilíbrio), fascículo longitudinal medial (função de conjugação do olhar nos músculos extraoculares) e colunas de células posteriores da medula espinal (propriocepção e vibração). Tipicamente, uma pessoa considerada saudável apresenta um episódio agudo ou subagudo de parestesia, neurite óptica (i. e., borramento visual ou perda de visão em uma parte do campo visual, com dor ao movimentar o globo ocular), diplopia ou tipos específicos de paralisia do olhar. As parestesias são evidenciadas como dormência, formigamento, sensação de queimação ou pressão na face ou nas extremidades envolvidas, com sintomas que Carla Bertelli – 5° Período variam desde um desconforto até manifestações graves. A dor causada pela espasticidade também é um fator que pode ser aliviado por meio de exercícios de alongamento adequados. Outros sintomas comuns são anormalidade na marcha, disfunção vesical e sexual, vertigem, nistagmo, fadiga e distúrbios da fala. (Síndrome de Guillain-Barré) Polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda com mediação imunológica. A síndrome de Guillain-Barré é uma neuropatia periférica desmielinizante que pode levar à paralisia respiratória com risco à vida. A incidência anual geral é de aproximadamente um caso em 100.000 pessoas. A doença é caracterizada clinicamente por uma fraqueza que começa nos membros distais e avança rapidamente, afetando a função muscular proximal (“paralisia ascendente”). O quadro histológico é de inflamação e desmielinização das raízes do nervo espinal e nervos periféricos (radiculoneuropatia). A síndrome define uma entidade clínica que se caracteriza por fraqueza simétrica dos membros de manifestação rápida, ascendente e progressiva e perda de reflexos. Tem sido descrita como a causa mais comum de paralisia aguda flácida não traumática. Existem várias manifestações da doença, incluindo a degeneração axônica motora pura e a degeneração axônica tanto de nervos motores quanto sensoriais. A doença é manifestada por infiltração de células mononucleares em torno dos capilares dos neurônios periféricos, edema do compartimento endoneural e desmielinização de raízes nervosas ventrais. A causa da síndrome de Guillain-Barré, provavelmente, tem um componente imunológico. A maioria das pessoas relata ter experimentado uma doença semelhante à gripe aguda antes do início dos sintomas. Além disso, aproximadamente um terço das pessoas com síndrome de Guillain-Barré têm anticorpos contra gangliosídios nervosos. Fisiopatologia – Na maioria dos casos, a síndrome de Guillain-Barré é considerada uma neuropatia desmielinizante, imunomediada (autoimune) e de início agudo. Cerca de dois terços dos casos são precedidos por uma doença aguda, semelhante à gripe, a partir da qual o indivíduo afetado recupera-se no momento em que a neuropatia torna-se sintomática. As infecções com Campylobacter jejuni, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr e Mycoplasma pneumoniae, ou vacinações anteriores, têm associações epidemiológicas significativas com a síndrome de Guillain-Barré. Nenhum agente infeccioso foi mostrado nos nervos afetados, e uma reação imunológica é favorecida como a causa subjacente. Nenhum agente infeccioso foi mostrado nos nervos afetados, e uma reação imunológica é favorecida como a causa subjacente. Uma doença inflamatória dos nervos periféricos semelhante pode ser reproduzida em experimentos com animais por meio da imunização com uma proteína mielínica no nervo periférico. Uma resposta imunomediada por células T ocorre, então, acompanhada de desmielinização segmentar induzida por macrófagos ativados. A transferência dessas células T para um animal saudável resultou em lesões comparáveis. Além disso, foi demonstrado que os linfócitos de indivíduos com síndrome de Guillain-Barré produzem desmielinização em culturas de tecidos de fibras nervosas mielinizadas. Os anticorpos circulantes que reagem com componentes dos nervos periféricos também podem desempenhar algum papel. Manifestações Clínicas – O quadro clínico é dominado pela paralisia ascendente e arreflexia. Os reflexos do tendão profundo desaparecem no início do processo. O envolvimento sensitivo, incluindo a perda da sensação de dor, geralmente está presente, mas raramente é uma característica proeminente. A velocidade da condução nervosa é retardada devido à destruição multifocal dos segmentos de mielina em muitos axônios dentro de um nervo. Os níveis das proteínas do líquido cefalorraquidiano (LCR) se elevam devido à inflamação e à alteração da permeabilidade da microcirculação dentro das raízes espinais, quando estas atravessam o espaço subaracnóideo. As células inflamatórias, por outro lado, permanecem confinadas às raízes. Portanto, há pouca ou nenhuma pleocitose do LCR. Muitos pacientes passam semanas nas unidades de cuidados intensivos hospitalares para recuperação da função normal. Com a melhora no suporte do trato respiratório, monitoramento cardiovascular e profilaxia contra a trombose venosa profunda, a taxa de mortalidade caiu. Plasmaférese e imunoglobulina intravenosa parecem ser benéficas, aparentemente porque removem os anticorpos patogênicos e suprimem a função imune, respectivamente. Carla Bertelli – 5° Período Diagnóstico Esclerose Múltipla O diagnóstico de esclerose múltipla deve ser feito por médicos especialistas e exige a confirmação de lesões múltiplas no SNC, com disseminação no espaço e no tempo. A presença de lesões deve ser evidente em mais de um local no SNC e devem ocorrer mais de uma vez. Inúmeros critérios diagnósticos foram propostos ao longo dos anos Os critérios mais antigos consideravam somente os sintomas e as descobertas clínicas, enquanto que os critérios atuais incorporam descobertas de IRM e, em alguns casos, permitem fazer o diagnóstico no momento do primeiro episódio clínico. Levando-se em consideração que não há nenhuma descoberta clínica patognomônica ou teste laboratorial, é imprescindível avaliar as evidências com muita cautela e, com frequência, o diagnóstico é feito alguns meses ou alguns anos após os sintomas iniciais. Outras doenças com apresentação semelhante devem ser excluídas por testes laboratoriais apropriados. O exame do LCR em indivíduos com EM mostra uma discreta elevação do teor de proteínas e, em um terço dos casos, pleocitose moderada. Os níveis de IgG no LCR estão aumentados e bandas oligoclonais de IgG são geralmente observadas na imunoeletroforese. Esse achado é indicativo da presença no SNC de um pequeno número de clones de células B ativadas, supostamente autorreativas. Estudos de imagem por ressonância magnética, baseados na identificação de lesões com realce após injeção de gadolínio, passaram a ter um importante papel para averiguar a progressão da doença. Critérios Diagnósticos para Esclerose Múltipla Diagnóstico ELA O diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é feito, inicialmente, por meio de análise clínica e exame físico, que pode mostrar algumas deficiências físicas, sinais e sintomas que podem estar relacionados à doença. Podem haver, por exemplo, tremores, espasmos e contrações musculares, ou perda de tecido muscular(atrofia). Atrofia e contrações involuntárias da língua são comuns. Além disso, a pessoa pode ter um jeito de andar rígido ou desajeitado. Os reflexos são anormais. Há mais reflexos nas articulações, mas pode haver perda do reflexo faríngeo. Alguns pacientes têm problemas para controlar o choro ou o riso, estado chamado de "incontinência emocional". Para confirmar o diagnóstico, o médico especialista pode solicitar os seguintes exames: • Exames de sangue, para descartar outras doenças; • Teste respiratório, para verificar se os músculos do pulmão foram afetados; • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da coluna cervical, para garantir que não exista uma doença ou lesão no pescoço, que pode ser semelhante à ELA; • Eletromiografia, para ver quais nervos não funcionam corretamente; • Teste genético, se houver um histórico familiar de ELA; • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da cabeça, para excluir outras doenças; • Estudos de condução nervosa; • Testes de deglutição; • Punção lombar. Carla Bertelli – 5° Período Diagnóstico SGB Geralmente é feito após a avaliação clínica do paciente, exames de eletroneuromiografia e líquor, e a exclusão de outras causas. Seguindo o protocolo utilizado, de acordo com a história e apresentação do paciente, podemos utilizar os seguintes exames para o diagnóstico de Guillain-Barré: 1. Exames laboratoriais 2. Eletroneuromiografia 3. Liquor 4. Exames de Imagem 5. Teste de Função Pulmonar Diagnóstico Diferencial O diagnóstico diferencial de esclerose múltipla pode ser bastante extenso e varia de acordo com a apresentação clínica da doença. Embora o número de doenças que causam recidivas agudas com melhora espontânea em adultos jovens seja limitado, há inúmeras considerações em relação à mielopatia progressiva em adultos mais velhos. https://drdiegodecastro.com/exame-de-eletroneuromiografia/
Compartilhar