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Gustavo Moreno T19 AULA 11: AVC HEMORRÁGICO: Anatomia: Cérebro Tentório Tronco cerebral Cerebelo Caixa craniana – sangue + líquor + encéfalo Conteúdo – Stank Neuroanatomia: PPC = PAM - PIC FSC = 50-60 ml/min Obs – quando aumento mais o metabolismo (PAM) o FSC continua o mesmo (PPC), até o momento que perdemos a autorregulação e teremos um aumento do PIC Quando temos um aumento do PIC, a PAM aumenta para realizar a regulação FSC e clínica: > 60 Hiperemia 50-60 Normal 30-40 ECG lento 20-30 Metabolismo anaeróbio 15-20 Paralisia fisiológica <10-15 Morte celular Tipos: Hemorragia Subaracnóidea (sangramento no espaço entre as fissuras) Hemorragia Intraparenquimatosa (ruptura de pequenos vasos) Hematomas epidural e subdural Definição: Desordem neurológica aguda Produzida por injúria nao traumatica do SNC de origem vascular** Acompanhada de disfunção neurológica focal* Persiste em > 24 horas ou resulta em morte nas primeiras 24 horas. O AVC hemorrágico -AVCH- é causado pela ruptura espontânea (não traumática) de um vaso, com extravasamento de sangue para o interior do cérebro (hemorragia intraparenquimatosa), para o sistema ventricular (hemorragia intraventricular) e/ou espaço subaracnóideo (hemorragia subaracnóide) Hemorragia intraparenquimatosa: Epidemiologia: Subtipo de AVC com pior prognóstico Incidência corrigida pela idade = 41,81:10.5 Redução de 29% da incidência desde 1990 – principalmente com o melhor controle de comorbidades, como HAS. HIP – 27,90% HSA – 9,70% AVCi – 62,4 Relação mortalidade: incidência 1,9x maior (hemorrágico) Fatores de risco: Não modificáveis: idade > 50 anos, raça negra, gênero masculino Modificável (predisponentes): HAS → 70 a 80% (microaneurisma de charcot-bouchard), transformação hemorrágica do AVCi, MAV, uso de drogas ilícitas, angiopatia amilóide, coagulopatia, trombose venosa cerebral. Obs – HAS , quando não tratada corretamente ao longa da vida, ela prejudica a elasticidade dos vasos, com o tempo sofrendo essas mudança de pressões, as paredes começam a deteriorar, assim, formando microaneurismas de Charcot-Bouchard (sinal de dilatação da parede do vaso de pacientes com HAS descontrolado) Diagnóstico: Quadro clínico Exs laboratoriais → auxílio no ponto de vista de coagulação Exames radiológicos → neuroimagem (tomografia é o método de escolha!!) Neuroimagem: TC – exame de escolha / RNM e AngioRNM (são usados para a investigação da etiologia) Obs – no caso de crise convulsiva, abre um quadro de pior dor de cabeça da vida + sintoma focal, podem dar pistas de que é um AVCh. Volume do hematoma: AxBxC / 2 A = maior diametro da hemorragia na TCC B = o maior diâmetro perpendicular a A, no mesmo corte C = o número de fatias do TC ocupadas pelo hematoma menos, multiplicado pela espessura da fatia (comumente 1 cm) Obs – precisa ver em quantas fatias sai o sangramento Expansão do hematoma: Volume do hematoma está relacionado com a apresentação inicial 72,9% apresentam expansão entre 3 a 24 horas +10% → + 5% mortalidade → - 16% funcionalidade(pós alta desse paciente) Grande foco do AVCh é evitar a expansão do hematoma cerebral Manejo terapêutico: ABC → via aérea, circulação, parte respiratória Tomografia sem contraste → hemorragia → 5 pilares no tratamento História médica (causa) → tempo e início dos sintomas, visando a expansão do hematoma, convulsão? (se sim o prognóstico é pior) … 1º passo – Avaliação da história médica: Pesquisar sobre possíveis fatores de risco e situações que possam ser prevenidas Tempo dos sintomas – ou quando viram o paciente normal da última vez Início e progressão dos sintomas Fatores de risco vascular Medicações em uso Trauma ou cirurgia recente Demência Etilismo e abuso de drogas Convulsões Hepatopatia Ca e doenças hematológicas: Exame físico: Sinais vitais Exame físico geral, focando na cabeça, coração, pulmões, abdômen e extremidades Exame neurológico detalhado Exame de sangue e urina: Exame completo, uréia, nitrogênio, creatinina e glicose Tempo de protrombina, com RNI e tempo parcial de tromboplastina ativada – pesquisar por fatores de coagulação Troponina cardiaca específica Outros exames: neuroimagem e ECG . Obs: lembrar que o paciente pode ter IAM em casos de AVCh, devido a injúria miocárdica associada. Prognóstico: ICH Score Componente Valores Pontos ECG 3-4 5-12 13-15 2 1 0 Volume do hematoma > 30 ml < 30 ml 1 0 Hemorragia intraventricular Sim Não 1 0 Origem infratentorial Sim Não 1 0 Idade >80 anos < 80 anos 1 0 Obs – qualquer sangramento infratentorial é mais importante, pois é um espaço menor e pode comprimir muito rápido o tronco cerebral, causando uma morte rápida. Suporte especializado Manejo terapêutico: (2º passo) Controle da PA – a cada 10 mmHg de incremento da PA nas primeira 24 horas, há aumento em 16% de risco de desfecho desfavorável Quanto mais hipertenso, maior sangramento o paciente vai ter Controle de PA ⇒ PAS entre 140-180 mmHg (Guideline) Controle mais agressivo: volume pequeno de hematoma, sem hidrocefalia, ictus < 3 horas, dot sing, antiagregante / anticoagulação. Controle mais permissivo: HAS prévia, insuficiência renal, volume grande, hidrocefalia, hipertensão intracraniana, herniação cerebral. (Se for um caso muito agressivo, pode ocorrer também uma isquemia cerebral, por esse motivo, o tratamento é individualizado) Evitar Hipotensão!! Manejo terapêutico: (3º passo) Hemostasia (reversão da anticoagulação) Distúrbio hemorrágico → Tratar!! Plasma, vitamina K, reversores dos novos anticoagulantes Transfusão de plaquetas ( <50 mil) e plasmas (hepatopatas) Manejo terapêutico: (4º passo) Tratamento cirúrgico: Situações ameaçadoras de vida Principalmente: hemorragia cerebral!! Deterioração neurológica devido a expansão do hematoma ECG 9-12 Ictus < 8 horas Manejo terapêutico: (5º passo) Considerar a drenagem ventricular externa Presença de hidrocefalia com deterioração neurológica Sinais de herniação transtentorial Obs. Melhor monitorização – PIC Prevenção do dano cerebral secundário: Controle pressórico adequado → evitar hipotensão Normotermia, Glicemia 150-180 mg/dL Não utilizar: corticóide (exceto em tumores), anticonvulsivante profilático (exceto em crise convulsiva) Hemorragia Subaracnóidea Espontânea: Incidência: Incidência corrigida pela idade: 14,46:10.5 Redução de 17% da incidência desde 1990 Consegue reduzir com o controle de HAS e etc. Hemorragia subaracnóidea espontânea foi a que mais teve queda em comparação as outros no quesito de se tratar a HAS, consegue-se prevenir Epidemiologia: 1 a 6% da população possui aneurisma (principal causa não traumática)**** Sexo feminino - razão 1,24 // Negros - razão 2,1 20 - 30% – aneurismas múltiplos; Localização: Normalmente em locais de bifurcação Pois é onde tem mais fragilidade vascular, a musculatura perde um pouco da espessura 85% circulação anterior*** Morbimortalidade: 10 - 15% morrem antes do atendimento médico Mortalidade 30 - 44% após 30 dias da hemorragia 8-20% dos sobreviventes apresentam alto grau de dependência para as AVDs Etiologia: Anomalias vasculares causadas pela degeneração da parede arterial Camada média e lâmina elástica Processo crônico e progressivo Tipos de aneurismas: Sacular → grande maioria** Fusiforme Micótico → mais raro, causado por uma bacteremia/endocardite/SEPSE (não são causados por fungos!!) Fatores de risco para ruptura: HAS, Anfetaminas, álcool, tabagismo, aneurisma > 7mm, ACO, distúrbios hemorrágicos, HF de HSA em 5 - 20%, associação com doença renal policística autossômica dominante** Quadro clínico: 80% Cefaléia intensa de início súbito** (pior dor de cabeça que tive na minha vida), associado com náuseas e vômitos** Confusão mental até coma Irritação meníngea 35% Cefaleia sentinela 2 a 8 semanas antes – ocasionado por pequenos sangramentos Febre e leucocitose junto Crise convulsivas – 20% (depende do tamanho do sangramento) Avaliação prognóstica Escala Hunt-Hess (P) Graduação Manifestação clínica I Assintomáticos, cefaléia discreta II Cefaleiamoderada a grave, rigidez de nuca sem défice III Sonolência, confusão e sinais focais IV Topor e hemiparesia moderada a grave V Coma, rigidez de descerebração Exames complementares: Tomografia → método de escolha, primeiros 3 dias, sensibilidade de 100%, importância diagnóstica e prognóstica. Tomografia de crânio: Escala de FISCHER** (P) Graduação Características à TCC I Sem sangue evidente II Sangue difuso ( < 1 mm de espessura) III Coágulos localizados e pequenos ( > 1 mm de espessura) IV Sangue intraparenquimatoso ou intraventricular OBS - suspeita alta em frente a FISCHER I → fazer punção lombar: que pode vir liquor hemorrágico!!! Obs: Fischer 1 + Hess 1, fazemos o diagnóstico pela clínica? Não, mas pode desconfiar, nesse caso solicita Liquor, pois o sangramento meníngeo é pequeno e escorre por toda a coluna cervical Punção Lombar: Suspeita clínica com Fisher I Arteriografia: Padrão ouro para a detecção de aneurismas* Risco de ressangramento 5% Alternativa: AngioTC e AngioRNM Estratégia terapêutica: Ressangramento Hidrocefalia Cuidados Gerais Crises epilépticas Isquemia cerebral tardia → vasoespasmo (pior complicação – pode ocorrer depois de um tempo prolongado) Ressangramento: 4-12% nas primeiras 24 horas 50-90% em < 6 horas Mortalidade 20 - 60% Evitando o ressangramento: Controle da PA, Reverter coagulopatia Tratar dor e ansiedade Considerar antifibrinolíticos (ainda não recomendado em guideline) Tratar o aneurisma Obs – devemos deixar laxante, remédio, sem muita movimentação e tratamento dos aneurisma Meta de PA → PAS <160 mmHg*** Controle mais agressivo → vigil, sem hidrocefalia. Controle mais permissivo → HAS prévia, insuficiência renal, rebaixamento do NC, isquemia cerebral tardia. Obs – essa PA está associada à maior controle de ressangramento!!! Tratamento do Aneurisma: Ideal de forma precoce (diminuição da morbimortalidade) Escala de classificação neurológica Opções terapêuticas: endovascular (hemodinâmica – cateterismo) e neurocirurgia (dependendo da localização - craniectomia, fechando o colo do aneurisma, assim, ficando excluído da luz verdadeira do vaso ou clipagem do aneurisma) – a escolha vai depender do quadro do paciente Idealmente tratar em até 3 dias; Anticonvulsivantes: Não é recomendado anticonvulsivante se o paciente não tem convulsão Hidrocefalia: 20% em < 3 dias Resolução espontânea em 30% nas primeiras 24 horas Piora em 22% 40% Hidrocefalia crônica Dilatação do sistema ventricular Considerada complicação precoce Tratamento – DVE ou DVP (para crônica) Isquemia cerebral tardia – vasoespasmo: Qualquer déficit neurológico focal, ou perda de 2 pontos na ECG, que persiste por mais de 1 hora e não surge logo após o tratamento do aneurisma. ela não pode ser atribuída a outra coisa através de avaliação clínica, TC, RM do encéfalo e exames laboratoriais apropriados 70% dos pacientes → 30% com manifestação clínica Pode levar a isquemia cerebral tardia 3º ao 14º dia — Pico 5º ao 9º dia Principal causa de morbimortalidade nos sobreviventes Obs – complicação pode ocorrer em até 2 semanas após o evento hemorrágico Obs - Se não tratados nos primeiros 3 dias, deve esperar em torno de 20 dias para realizar o tratamento, por que o paciente não pode ser submetido à tratamento cirurgico antes disso, pois isso pode gerar vasoespasmo. Tratamento: Nimodipino 60mg 4/4h por 21 dias – melhor prognóstico para todos *** (P) É um Vasodilatador Evitar: hipotensao, febre, hiponatremia Monitorização → doppler transcraniano (usado em beira leito) Cuidados Gerais: O tratamento da Hipertensão intracraniana se presente. Evitar hiperventilação Manter euvolemia. Evitar hipervolemia Procurar manter eutermia (evitar shivering e tratar agressivamente se ocorrer) Profilaxia para DTV. Iniciar com compressão pneumática intermitente. Quimioprofilaxia pode ser introduzida 24 horas após o tratamento Manter euglicemia – recomenda-se 80 a 200mg/dL Aneurisma Não Roto: Aneurismas pequenos de ACI não está indicado tratamento cirúrgico Acompanhamento em aneurisma < 10mm. Hipertensão intracraniana: Dentro da caixa craniana: sangue, líquor e encéfalo Curva de langfitt Tríade de Cushing: HAS, bradicardia e arritmia respiratória*** Tratamento: Cabeceira elevada e pescoço centralizado Sedação, analgesia e bloqueio muscular Evitar hipercapnia Terapia osmolar: Manitol 20% – 0,5 a 1g/kg/dose – cuidar com hipernatremia Solução hipertônica – 7,5%
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