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Corrimento vaginal e cervicite

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CORRIMENTO VAGINAL E CERVICITE 
VAGINOSE CITOLÍTICA 
Algumas mulheres, por razões desconhecidas, 
apresentam proliferação excessiva de 
Lactobacillus, o que danifica o epitélio vaginal, 
diminui o pH e leva ao aparecimento de sintomas 
clínicos: 
• corrimento geralmente abundante 
• prurido 
• sensação de queimação 
• desconforto 
• dispareunia 
DIAGNÓSTICO 
Sintomas clínicos: prurido, corrimento 
esbranquiçado, queimação, disúria, dispareunia. 
Exame clínico: conteúdo vaginal geralmente 
aumentado, de aspecto flocular, fluido ou em 
grumos, aderente ou não às paredes vaginais. 
pH < 4 
TRATAMENTO 
Duchas vaginais com bicarbonato de sódio, 
particularmente no período pré-menstrual - 4 
xícaras água morna com 1-2 colheres de sopa de 
bicarbonato de sódio, 2x/ semana. 
CANDIDÍASE 
No trato genital feminino, a Candida sp. 
pode ser encontrada em aproximadamente 20% 
das mulheres saudáveis assintomáticas. 
Candida albicans é a espécie mais 
prevalente, responsável por 85% a 95% dos casos. 
Fisiopatologia: condições que alterem a 
concentração hormonal como gravidez e uso de 
contraceptivos de alta dosagem facilitam a 
proliferação dos fungos. A ingestão de 
antibióticos atua no mesmo sentido, 
provavelmente por alterar a flora protetora 
lactobaciliar. Quando o sistema imune não 
consegue inibir a proliferação dos fungos, ocorre a 
passagem do estado saprófita para o patogênico, 
com consequente aparecimento de sinais e 
sintomas. 
Quadro clínico: 
• prurido 
• corrimento esbranquiçado 
• desconforto 
• dor 
• dispareunia 
Fatores predisponentes: diabetes melitus 
descompensada, estados de imunossupressão, 
tabagismo, distúrbios alimentares com excesso de 
ingestão de hidratos de carbono, hábitos de 
higiene ou vestuário inadequados, estresse 
excessivo. 
DIAGNÓSTICO 
Quadro clínico 
Exame físico: 
• hiperemia vulvar 
• edema e fissuras 
• hiperemia da mucosa vaginal 
• conteúdo vaginal esbranquiçado, de 
aspecto espesso ou flocular, aderido ou 
não às paredes vaginais. 
pH < 4,5 
Teste de aminas: negativo 
O diagnóstico clínico deve sempre ser confirmado 
pela presença de fungos, que pode ser realizada 
por meio de: exame a fresco, colocando-se em 
lâmina de vidro uma gota de conteúdo vaginal e 
uma gota de soro fisiológico ou hidróxido de 
potássio a 10% e observando ao microscópio a 
presença de hifas e/ou esporos; bacterioscopia 
com coloração pelo método de Gram e cultura em 
meios específicos. 
TRATAMENTO 
Orientar medidas higiênicas: 
• uso de roupas íntimas de algodão (para 
melhorar a ventilação e diminuir umidade 
na região vaginal); 
• evitar calças apertadas; 
• retirar roupa íntima para dormir. 
Primeira escolha: 
• Via vaginal: miconazol creme a 2% – um 
aplicador (5 g) à noite, ao deitar-se, por 7 
dias; 
A via oral deve ser reservada para os casos de 
candidíase resistente ao tratamento tópico: 
fluconazol, 150 mg, VO, dose única; 
VAGINOSE BACTERIANA 
Vaginose bacteriana é o desequilíbrio da flora 
vaginal caracterizado pela substituição da flora 
microbiana saudável (dominada por Lactobacillus) 
por microbiota variável, composta por mistura de 
bactérias anaeróbias e facultativas. 
Etiologia: Gardnerella, Atopobium, Prevotella, 
Megasphaera, Leptotrichia, Sneatia, 
Bifidobacterium, Dialister, Clostridium e 
Mycoplasmas. 
Estimativas mundiais de prevalência variam de 
10% a 30%. 
Fatores de risco: raça negra, uso de duchas 
vaginais, tabagismo, menstruação, estresse 
crônico e comportamentos sexuais, como elevado 
número de parceiros masculinos, sexo vaginal 
desprotegido, sexo anal receptivo antes do sexo 
vaginal e sexo com parceiro não circuncisado. 
Quadro clínico: 
• Corrimento de intensidade variável; com 
odor fétido (odor de peixe) – piora com 
intercurso sexual desprotegido e durante a 
menstruação 
DIAGNÓSTICO 
Quadro clínico 
Exame físico: 
• Conteúdo vaginal homogêneo, 
esbranquiçado ou amarelado; 
• Não é acompanhado por processo 
inflamatório; 
Três dos quatro a seguir: 
• corrimento vaginal branco-acinzentado 
homogêneo aderente às paredes vaginais; 
• pH > 4,5 
• teste das aminas positivo 
• presença de “células-chave” (“clue cells”), 
que são células epiteliais recobertas por 
cocobacilos Gram variáveis na 
bacterioscopia 
TRATAMENTO 
Metronidazol 500 mg por VO duas vezes ao 
dia durante 7 dias. 
TRICOMONÍASE 
IST não viral mais comum no mundo. 
Estudos no Brasil referem prevalência que varia 
de 2,6% a 20% no sexo feminino. 
No homem, infecta a uretra inferior, 
podendo atingir a próstata, vesícula seminal e 
epidídimo. Na mulher, além da vagina e 
exocérvice, pode acometer a uretra, bexiga, 
glândulas de Skenne e Bartolin e endocérvix. 
A infecção do trato genital feminino pelo 
protozoário não induz imunidade duradoura, 
sendo comuns as infecções recorrentes. 
Quadro clínico: 
• corrimento profuso, amarelado ou 
amarelo-esverdeado 
• ardor genital 
• sensação de queimação 
• disúria 
• dispareunia 
Os sintomas acentuam-se no período pós-
menstrual. 
DIAGNÓSTICO 
Quadro clínico 
Exame físico: 
• hiperemia dos genitais externos 
• corrimento espesso, de aspecto purulento, 
exteriorizando-se pela fenda vulvar 
• aumento do conteúdo vaginal, de 
coloração amarelada ou amarelo-
esverdeada, por vezes acompanhado de 
pequenas bolhas 
• paredes vaginais e ectocérvice 
hiperemiadas 
• colo uterino com “aspecto de framboesa” 
pH > 4,5 
Teste das aminas: positivo 
O método mais utilizado para o diagnóstico, 
devido ao baixo custo e à praticidade, é a 
bacterioscopia a fresco, colocando-se em uma 
lâmina de vidro uma gota de conteúdo vaginal e 
uma gota de solução salina e observando-se ao 
microscópio; o parasita é identificado pela 
movimentação pendular. 
Papanicolau não é considerado teste diagnóstico 
devido à baixa sensibilidade. 
TRATAMENTO 
Metronidazol, 2 g, VO, dose única.

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