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23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 1/34
Discplina: Teoria do Conhecimento
Aula 10: A Filosofia Analítica
Apresentação:
Nesta aula, analisaremos a filosofia analítica: uma corrente filosófica que se desenvolveu no século XX. A filosofia
analítica está amparada, sobretudo, na lógica formal e valoriza a análise de conceitos, valendo-se de outras ciências,
como, por exemplo, a Matemática. Aqui, a ideia é enfatizar, mais especificamente, os trabalhos dos filósofos norte-
americanos Willard Van Orman Quine (1908-2000) e Donald Davidson (1917-2003), complementando o que
estudamos na aula anterior acerca do Neopositivismo.
Objetivos:
Definir princípios de Hegel;
Comparar as perspectivas hegeliana e marxista;
Analisar as propostas para o desenvolvimento do conhecimento filosófico moderno.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 2/34
Princípios da filosofia de Hegel
Estamos chegando ao final de nossa disciplina e vamos discutir alguns dos mais importantes nomes da teoria
do conhecimento do século XIX.
O pensamento de Hegel destaca-se não somente pela importância intrínseca, mas
por ter influenciado inúmeros filósofos posteriores. Uma de suas principais obras,
Fenomenologia do Espírito, segue sendo uma das principais referências da filosofia
contemporânea. A partir do que já havia exposto em a Fenomenologia do espírito,
Hegel escreve a Ciência da lógica, em que pondera sobre o saber e o conhecimento.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 3/34
 Georg Wilhelm Friedrich Hegel | Fonte: Wikipédia
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 4/34
O pensamento hegeliano, parte do idealismo alemão, influenciou não só a filosofia, mas, sobretudo, a
história, em que a ideia de Hegel de que o saber é fruto de seu próprio tempo constituiria uma filosofia da
história e seria retomado décadas depois em diversas correntes historiográficas. Hegel defende que um
indivíduo conhece um objeto a partir de sua cultura, seus hábitos e do tempo em que vive. Apenas dentro de
um contexto que esse saber adquire sentido, inteligibilidade.

Vídeo.

Saiba mais
Leia o artigo de Ricardo Musse <//www.scielo.br/pdf/trans/v17/v17a03.pdf> , que trata dos
pensadores do idealismo alemão.
https://www.scielo.br/pdf/trans/v17/v17a03.pdf
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 5/34
Como estudiosos, não podemos deixar de nos remeter ao que já vimos e de reforçar que o conhecimento é
construído a partir do acúmulo. Em Hegel, este acúmulo é bastante claro. O autor interessava-se pelos
estudos dos clássicos e, para ele, a filosofia clássica valorizava sobremaneira o diálogo, pois somente a partir
deste se construiria o conhecimento. O caminho para esse conhecimento foi chamado de dialética por Hegel.
Podemos citar como exemplo Sócrates, que não deixou obra escrita, pois entendia que o conhecimento é vivo
e não pode ser restrito às páginas escritas, inertes e imutáveis. Sob sua influência, seu mais notável
discípulo, Platão, escreveu diversas obras em forma de diálogo.
Hegel, de certa forma, recusa as definições padronizadas e entende que o conhecimento se transforma. Para
ele, toda ideia ou afirmação possui uma antítese, uma negação. Essa negação é superada em um terceiro
movimento, denominado síntese.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 6/34

Saiba mais
Assista ao vídeo sobre a obra de Hegel: Grandes Filósofos Hegel
<https://www.youtube.com/watch?v=FVnQWWXJ0dQ> .
https://www.youtube.com/watch?v=FVnQWWXJ0dQ
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 7/34
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 8/34
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 9/34
Hegel teve muitos alunos que auxiliaram a divulgar sua obra, além de terem produzido trabalhos inovadores
a partir de suas teorias.
Um desses discípulos foi Ludwig Andreas Feuerbach, cujo trabalho influenciaria um dos mais importantes
pensadores do século XIX: Karl Marx.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 10/34

Segundo Hegel, o espírito absoluto manifesta-se ou realiza-se na arte, na
religião, na filosofia. Em vernáculo isto significa: o espírito da arte, da
religião, da filosofia é o Espírito absoluto. Mas não é possível separar a arte e
a religião da sensação, da fantasia e da intuição humanas, nem a filosofia do
pensamento, em suma, o Espírito absoluto do espírito subjetivo ou da
essência do homem, sem de novo nos transferir para o antigo ponto de vista
da teologia, sem nos levar a tomar o Espírito absoluto por um outro espírito,
diferente do ser humano, isto é, como um fantasma de nós mesmos, existindo
fora de nós.
FEUERBACH, 2008 p.04
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 11/34
Comparação das perspectivas hegeliana e marxista
Ainda que possamos perceber na obra de Feuerbach uma influência hegeliana, este filósofo amplia as
proposições instituídas por Hegel, trazendo novas abordagens e um novo entendimento sobre o homem e o
conhecimento, com a transição do idealismo alemão de Hegel para outras correntes de pensamento, como o
materialismo. Não à toa, Feuerbach é uma das principais influências de Karl Marx, que critica o que seria a
ausência de análise da prática neste autor.
Em Teses sobre Feuerbach, Marx afirma o seguinte.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 12/34

A questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objetiva
não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na práxis que o ser
humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e o poder, o carácter
terreno do seu pensamento. A disputa sobre a realidade ou não realidade de
um pensamento que se isola da práxis é uma questão puramente escolástica.
MARX, 2002 p.11
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 13/34
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 14/34
Marx entende que é a práxis, cuja definição vai muito além do conceito de prática, é o que determina as
relações humanas. Neste sentido, práxis significaria a análise de questões de diversas naturezas, como a
compreensão das relações econômicas, sociais e morais e suas relações.
Passados mais de cem anos de sua morte, Karl Marx continua sendo um dos mais importantes nomes do
século XIX. Sua influência estendeu-se ao século XX e sua obra foi base para sistemas de conhecimento bem
como para sistemas políticos. Essa diversidade provoca uma série de equívocos quando analisamos a
perspectiva marxista que devemos desconstruir.
Existem, na verdade, vários Marx. Há o Marx da produção da juventude, o Marx filósofo, o historiador, o
economista, o revolucionário, dentre tantos outros. A mais famosa obra de Marx foi O capital, na qual revela-
se sua face economista. Como crítico do capitalismo, Marx tornou-se um especialista neste sistema e em
suas origens. Dessa crítica, aprofundada nos escritos ideológicos como o manifesto comunista, acabou por
reduzir o que de fato significa a obra marxista.
Reduzir em que sentido?
O senso comum se apropria da obra de Marx e a vincula somente aos regimes políticos por ela inspirados,
como é o caso dos regimes cubano e soviético. Cabe lembrar que, na prática, as propostas marxistas
sofreram adaptações ao tempo e ao lugar em que foraminseridas, dando origem a um marxismo
extremamente adaptado, como é o caso do chamado marxismo leninista, que vigorou na extinta União
Soviética.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 15/34

Saiba mais
Leia o texto de Antônio Ozaí, que trata da formação e história dos partidos ligados ao
comunismo no Brasil.
<//ojs.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/download/37546/19473>
Sua produção mais voltada à filosofia se concentra em na juventude. Marx funda o materialismo histórico -
sua perspectiva de paradigma para a história - a partir destes trabalhos, que buscam diálogos constantes
com filósofos como Feuerbach. De modo geral, podemos dizer que Marx entende que as condições materiais
de produção – nela incluídas as relações sociais e os modos de produção – nos permitem construir a história
da sociedade. Este é mais um ponto em que Marx se distancia da análise hegeliana. Para Hegel, a história é
teleológica e possui um fim em si mesmo, entendendo, desta forma, a história como linear.
Marx rompe com esse sentido de linearidade inerente e progressiva, já que na perspectiva marxista a história
é um processo que depende, intrinsecamente, da organização humana para superar as contradições de seu
próprio tempo, pois, para este autor, o que move a história é a luta de classes.
1
https://ojs.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/download/37546/19473
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula10.html
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 16/34
No tocante ao conhecimento, Marx faz uma crítica a Hegel e ao seu método dialético. Para Hegel, enquanto o
processo do pensamento possui uma certa autonomia, a ideia é o que constrói a realidade. Para Marx, no
entanto, é o real em si que se transforma em conhecimento e ideia, não o contrário.
Hegel, em seu sistema filosófico, entende que o conhecimento parte de uma ideia, uma tese, uma abstração.
É esta abstração que dá origem ao que é real. Primeiro, temos a ideia do que é um livro para depois
construirmos o livro, como objeto real. Ou seja, primeiro pensamos, racionalizamos e depois esse
pensamento se materializa. Para Marx, o processo é oposto. São as formas do mundo real que produzem as
ideias. Primeiro houve a exploração de um homem pelo outro, depois a ideia de exploração foi criada.
23/10/2022 23:39 Estácio
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
Meu método dialético, em seus fundamentos, não é apenas diferente do
método hegeliano, mas exatamente seu oposto. Para Hegel, o processo de
pensamento, que ele, sob o nome de ideia, chega mesmo a transformar num
sujeito autônomo, é o demiurgo do processo efetivo, o qual constitui apenas a
manifestação externa do primeiro. Para mim, ao contrário, o ideal não é mais
do que o material, transposto e traduzido na cabeça do homem.
MARX, 1998 P.129
As proposições de Marx e o materialismo aplicado à filosofia estão em consonância com o século que se
descortina, o século XX. Este é peculiar em diversos sentidos, como falamos anteriormente, quando
discutimos o positivismo. O historiador Eric Hobsbawn, em a Era dos Extremos, denomina este como o
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breve século, por entender que começa, de fato, em 1914. O período anterior a 1914 estava mais próximo da
estrutura do século XIX, não do XX.
Atividade
1 - Em sua análise, quais são os principais pontos da obra de Marx que influenciam o mundo atual?
É nesse momento, anterior à Primeira Guerra Mundial, que a obra de Edmund Husserl ganha visibilidade.
Husserl desenvolve a fenomenologia, que teria enorme influência no século XX. A fenomenologia pode ser
entendida como um movimento filosófico e como um campo disciplinar. Podemos delimitar o objeto de estudo
da fenomenologia nas estruturas de consciência e na experimentação desta sobre o mundo. Isso quer dizer
que a fenomenologia se concentra em como interpretamos nossas experiências pessoais à luz de uma
consciência individual.
Cada experiência é, portanto, singular pois depende de como cada indivíduo ira torna-la inteligível. De modo
simplista, podemos pensar em dois indivíduos que, em um parque de diversões, decidem andar na montanha
russa. Para um indivíduo esta será uma experiência prazerosa e para o outro, não. Cada experiência é lida,
adquire sentido, a partir de uma lógica própria, característica de cada sujeito.
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Sobre Husserl, Urbano Ziles coloca que:

Desde o começo Husserl tem o objetivo de superar a oposição entre
objetivismo e subjetivismo. No final do século XIX, ainda reinava um fascínio
pelo ideal do conhecimento das ciências da natureza. Husserl quer satisfazer
à objetividade do conhecimento, seja ele ideal ou real, e à subjetividade do
cognoscente. No seu ensaio de Filosofia da Aritmética (1891) manifesta seu
objetivo, mas sucumbe ao psicologismo.
ZILES, 2007
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https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 20/34
Propostas para o desenvolvimento do
conhecimento filosófico moderno
Não podemos esquecer que no século XIX surgia a psicologia moderna, científica, estruturada por nomes
como o do alemão Wilhelm Wundt. A psicologia constituiria uma enorme influência para a psicologia. Ziles,
no trecho que destacamos, afirma que Husserl deseja, em sua obra em que enfatiza análises a partir da
lógica, distanciar-se da psicologia, mas não obtém sucesso.

Saiba mais
Leia o texto de Saulo Araujo, que trata das relações entre o Wilhem Wundt e a psicologia.
<//pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a02.pdf>
A fenomenologia extrapola as obras de Husserl e é um elemento importante para outros autores, como
Heidegger e Sartre. Como podemos notar, o trabalho de Husserl aproxima a teoria do conhecimento da
filosofia e da ciência, que ganharia cada vez mais emergência a partir do século XX.
https://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a02.pdf
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 Martin Heidegger | Fonte: Wikipédia
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A Alemanha se destaca no desenvolvimento da filosofia moderna e contemporânea. Nesse contexto, a obra
de Martin Heidegger salienta essa preponderância alemã no tocante à filosofia contemporânea. Heidegger é,
sem sombra de dúvida, um dos mais importantes filósofos contemporâneos. Seus trabalhos podem ser
entendidos como vanguardistas e, mesmo que o identifiquemos como parte de algumas correntes de
pensamento, como a fenomenologia e o existencialismo, essa classificação não dá conta do pensamento
sistematizado pelo filósofo.
Se em Husserl temos a fenomenologia como uma ciência das essências, em Heidegger veremos outro
sentido. Neste caso, a vida pessoal e profissional de ambos se cruzaram mais intimamente posto que
Heidegger foi assistente de Husserl enquanto este lecionava na Universidade de Freiburg, na Alemanha. A
despeito de suas diferenças, ao escrever sua principal obra, Ser e o tempo, Heidegger a dedica a Husserl.
Em Ser e tempo, Heidegger se detém sobre o estudo do homem em si, criticando a mera transposição do
método das ciências naturais para as ciências humanas – como defendidos pelos positivistas.
De acordo com Ida Cardinalli:
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https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 23/34

A questão que perpassa a trajetória do pensamento heideggeriano é o
esclarecimento do que significa a palavra Ser. Ser e tempo dá início às suas
reflexões sobre o sentido de Ser, afirmando que sua análise precisa focalizar
primeiro o ser do homem,uma vez que esse ente, que em cada caso somos
nós mesmos, tem entre outras possibilidades de ser, a de perguntar, por isso
é quem poderá responder a essa questão.
CARDINALLI, 2015 p. 249
Ser e tempo cria uma nova linguagem para a filosofia, pois o autor recorre a uma série de neologismos para
poder expressar seu pensamento. Heidegger, portanto, transcende o próprio idioma, que não possuía
palavras que pudessem designar aquilo que a filosofia e a análise heideggeriana desejavam expressar,
promovendo uma virada na concepção da filosofia contemporânea e no próprio conhecimento.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 24/34
À fenomenologia e ao existencialismo de Heidegger somar-se-iam,
mais tarde, outras correntes como o naturalismo, que vemos no
trabalho de Willard Van Orman Quine. Seus trabalhos de lógica e sua
crítica ao empirismo lógico são exemplos de uma influência das
ciências naturais na filosofia contemporânea, que se aproxima do
empirismo científico.

Vídeo.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 25/34
Cabe lembrar que o sentido de ciência na obra de Quine não é limitado e inclui áreas como física e psicologia.
O naturalismo de Quine se concentra nas questões de verdade e objetividade e o cientista investiga e
observa seu objeto a partir destas concepções. A obra de Quine influenciaria outros filósofos do campo da
filosofia analítica, como Donald Davidson.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 26/34
Como vimos durante nosso curso, o sentido de conhecer possui inúmeras teorias e possibilidades,
construídas desde a antiguidade. Ainda que estejamos falando de um lugar próprio, circunscrito no tempo e
no espaço – no nosso caso, o século XXI – é indispensável compreender as transformações do pensamento
filosófico que analisam o próprio sentido do conhecimento humano.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 27/34
Atividade
2 - Indique a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico,
em Marx.
 a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida
material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica,
desenvolvendo o processo histórico.
 b) Para Hegel, a história pode sofrer rupturas e ter retrocessos. Por isso, utiliza-se do conceito de
movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe para
um objetivo final, que é a concretização da razão.
 c) Para Hegel, a história tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a história
é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico.
 d) Para Hegel, a história é teleológica, a razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma.
Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende
da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material,
para transformar ou retroceder historicamente.
 e) Para Hegel, a história não pode ser analisada criticamente posto que é dada, sem interferência,
enquanto para Marx ela só pode ser entendida a partir da análise dos meios de produção.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 28/34
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 29/34
3 - Em sua 11ª tese sobre Feuerbach, Marx afirma que Os filósofos até hoje interpretaram o mundo,
cabe agora transformá-lo. Muitosmarxistas interpretaram mal a frase de Marx e abandonaram livros,
teoria e partiram para a prática, negligenciando o significado da noção de práxis em Marx. Nesse
sentido, tem-se que:
 a) A noção de práxis em Marx exige que a filosofia sempre permaneça nos limites do conhecimento
teórico, pois a práxis humana deve ser conduzida por peritos técnicos, não por filósofos.
 b) A tese marxista estimulava a prática e não a teoria, já que a ideia de práxis privilegia o fazer em
detrimento do pensar, o que levaria à condenação da filosofia como teoria pura.
 c) A ideia de práxis em Marx foi desvirtuada por aqueles que não perceberam que existe uma ruptura
entre teoria e prática, que o trabalho intelectual deve prevalecer sobre o trabalho manual.
 d) A tese marxista criticava a filosofia por não favorecer uma práxis revolucionária na qual toda
prática suscita a reflexão, que por sua vez vai incidir sobre a prática, reorientando uma ação
transformadora.
 e) Marx concordava abertamente com Feuerbach e sua crítica nada mais é do que uma ampliação das
teorias de Feuerbach acerca do mundo sensível.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 30/34
4 - Husserl considerava a si mesmo e a Heidegger como os pensadores que desenvolviam e aplicavam a
fenomenologia na reflexão filosófica, mas o estudo dos pensadores indica que Heidegger se distanciava
do fundador da fenomenologia.
Assinale a alternativa que demonstra esse distanciamento.
 a) Heidegger, ao contrário de Husserl, assumia o conceito de ser como evidente.
 b) Heidegger considerava a fenomenologia como a própria forma de filosofar, enquanto Husserl a via
como método.
 c) Heidegger evidencia uma preocupação com a metafísica, ao passo que Husserl construiu uma
fenomenologia antimetafísica.
 d) Heidegger, ao contrário de Husserl, buscou resolver o problema do ser recorrendo à consciência.
 e) A redução em Heidegger se refere a dados existenciais da consciência, e em Husserl, ao homem
concreto.
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 31/34
Notas
Teleológica
Sua produção mais voltada à filosofia se concentra em na juventude. Marx funda o materialismo histórico -
sua perspectiva de paradigma para a história - a partir destes trabalhos, que buscam diálogos constantes
com filósofos como Feuerbach. De modo geral, podemos dizer que Marx entende que as condições materiais
de produção – nela incluídas as relações sociais e os modos de produção – nos permitem construir a história
da sociedade. Este é mais um ponto em que Marx se distancia da análise hegeliana. Para Hegel, a história é
teleológica e possui um fim em si mesmo, entendendo, desta forma, a história como linear.
Marx rompe com esse sentido de linearidade inerente e progressiva, já que na perspectiva marxista a
história é um processo que depende, intrinsecamente, da organização humana para superar as contradições
de seu próprio tempo, pois, para este autor, o que move a história é a luta de classes.
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23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 32/34
Referências
CARDINALLI, Ida Elizabeth. Heidegger: o estudo dos fenômenos humanos baseados na existência humana.
Disponível em: <//www.scielo.br/ pdf/ pusp/ v26n2/ 0103-6564-pusp- 26-02- 00249.pdf
<//www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-00249.pdf> >. Acesso em: 01 jun.
2018.
FEUERBACH, Ludwig. Teses Provisórias para a Reforma da Filosofia. Covilhã: Universidade da Beira
Interior, 2008. Disponível em: <//www.lusosofia.net/ textos/ 20130224- feuerbach_ teses_
provisorias_ de_reforma_ da_filosofia.pdf <//www.lusosofia.net/textos/20130224-
feuerbach_teses_provisorias_de_reforma_da_filosofia.pdf> >. Acesso em: 28 maio. 2018.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
___________Teses sobe Feuerbach. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
NOVELLI, Pedro. Pode-se falar de uma teoria do conhecimento em Hegel? Disponível em:
<//www.ibb.unesp.br/ Home/ Departamentos/ Educacao/ Simbio-Logias /ARTIGO_04_
FILO_pode-se_falar_de_ uma_teoria_ pedro.pdf
<//www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-
Logias/ARTIGO_04_FILO_pode-se_falar_de_uma_teoria_pedro.pdf> >. Acesso em 28 maio. 2018.
https://www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-00249.pdf
https://www.lusosofia.net/textos/20130224-feuerbach_teses_provisorias_de_reforma_da_filosofia.pdf
https://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/Simbio-Logias/ARTIGO_04_FILO_pode-se_falar_de_uma_teoria_pedro.pdf
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 33/34
ZILES, Urbano. Fenomenologia e teoria do conhecimento em Husserl. Disponível em: <//pepsic.
bvsalud.org/ scielo.php? script=sci_ arttext& pid=S1809- 68672007000200005
<//pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672007000200005> >.
Acesso em: 28 maio. 2018.
https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672007000200005
23/10/2022 23:39 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/11/conteudos/1 34/34
Explore mais
Leia os textos a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre os temas desta aula. 
AQUINO, João Emiliano de. Feuerbach e a fundação sensível da filosofia
<//www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2014000100014 .> :
imediatidade e mediação na relação eu-tu. Acesso em: 28 maio. 2018.
CAES, Valdinei. Tópicos Especiais de filosofia contemporânea. Curitiba: Intersaberes, 2017.
CERBONE, David R. Fenomenologia. Petrópolis: Vozes, 2014.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Ciência da lógica: a doutrina da essência. Petrópolis: Vozes, 2017.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos - O breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das
Letras, 1994.
KAHLMEYER-MERTENS, Roberto S. 10 lições sobre Heidegger. Petrópolis: Vozes, 2015.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2014000100014%20.

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