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Meningite Introdução Doenças causadas pelo meningococo 1º isolamento: Weichselbaum ( 1887 ) Espécie: Neisseria meningitidis Neisseria meningitidis Reação morfotintorial: diplococos Gram negativo, em forma de rim ou caroço de feijão. Aspectos fisiológicos: - exigentes nutricionalmente - anaeróbio facultativo ( cultura primária - 5 – 10% CO2) - sensibilidade a ácidos graxos e metais contidos em peptonas e ágar --- adição de sangue, soro, amido, carvão no meio de cultura - enzimas autolíticas --- autólise (lise da própria bactéria) - temperatura ótima de crescimento: 36,5o C Neisseria meningitidis - estrutura antigênica Bacteria gram negativa típica, com membrana citoplasmática, camada de peptidioglicano e membrana externa (com os lipooligossacarideos). Possui uma capsula. Neisseria meningitidis - características antigênicas Sorogrupos ( polissacarídeo capsular divide a neisseria em 13 grupos sorologicos ) : 13 São eles: A,B,C,D,29E,H,I,K,L,W-135,X,Y,Z Sorotipos ( OMPs ) Tipagem dos meningococos Classicamente são tipados por 4 aspectos sorológicos a) Sorogrupos ( Ag capsular ) – 13 b) Sorotipos ( OMP – porinas anion seletivas ) – 20 c) Sorosubtipos ( OMP – porinas cation seletivas) – 10 d) Soroimunotipo ( oligossacarídeo do LOS ) - 12 Forma de transmissão Período de Transmissibilidade: persiste até que o meningococo desapareça das secreções da nasofaringe. Em geral, os meningococos sensíveis desaparecem da nasofaringe dentro de 24 horas depois de iniciado o tratamento específico. Verificou-se que o estado de portador pode ser longo (até 10 meses). Por vias aéreas - secreções do nasofaringe – Transmissão congênita – Da gestante para o feto, através da placenta ( Listeria monocytogenes) Transmissão perinatal – O feto ao passar pelo canal vaginal é infectado pela bactéria ( Streptococcus agalactiae) Transmissão via aérea ( principal e mais comum) – Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae Fatores de virulência ● Cápsula: função anti- fagocitária ● Fímbria tipo IV: aderência ● OMP: invasão ( indução da endocitose ● IgA1 protease: quebra da IgAs ● LOS: endotoxina Patogenia O meningococo através da fimbria vai fazer a aderência e invade a corrente sanguínea chegando ate as meninges e leva a um processo inflamatório. A bactéria começa a se multiplicas levando a inflamação do espaço subaracnóideo (liquor). O processo inflamatorio aumenta a permeabilidade da barreira hematoencefálica, edema citotóxico e aumento da produção do LCR e tudo isso leva a um aumento da pressão intracraniana. Existem endotoxinas, essas endotoxinas serão responsáveis pelos danos (uma das funções das endotoxinas é coagular o sangue dentro do vaso formando um trombo e o sangue não circula e a área não tem aporte de O2 e a área entra em esquemia). Sinas e sintomas - Febre elevada -Cefaleia -Vômitos -Sinal de Kernig -Sinal de Brudzinski Manifestações clínicas 1- Bacteremia sem sepse: quadro benígno (bactéria presente apenas no sangue) 2- Meningococcemia sem meningite: quadro grave (quando tem sepse: bactéria se multiplicando no sangue) 3- Meningite com ou sem meningococcemia: (com meningococcemia é muito grave) 4- Meningoencefalite: (quando o meningococo invade o cérebro, é mais raro) Sequelas da meningite - Surdez -Dificuldade na aprendizagem -Perda da visão -Amputação de membros devido a gangrena pelo agravamento de lesões na pele -Hidrocefalia -Convulsões -Perda do equilíbrio -Fraqueza e perda da função de parte do corpo referente a região afetada no cerebro DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Coleta de líquor: Se extrai o líquido cefalorraquidiano de entre as vertebras (L3 e L4) e não pode ser antes pois tem inervação e fazem uma análise desse líquido. Tentar coletar 3 tubos devido a grande quantidade de exames realizados. O líquor é submetido a analises microbiológicas, citológicas, bioquímicas e imunológicas. Exemplos de frascos/tubos ADEQUADOS para o acondicionamento de amostras líquidas e materiais após o óbito. Exemplos de frascos/tubos que NÃO devem ser utilizados no acondicionamento e transporte dos materiais biológicos. O liquor tem que ser centrifugado a 2000rpm por 20 min. Sedimento: Gram e cultura Sobrenadante: Látex ▪ Citologia - É feito a contagem do número total de célula - Na contagem específica de leucócitos é colocado o líquido e corado pelo método de gram ou pelo método de Ziehl Neelsen, fazendo movimento de zigue-zague OBS:meningite bacteriana: predomínio de neutrófilos ▪ Bacterioscopia Método Gram Positividade varia conforme agente etiológico: - 90% p/ S. pneumoniae - 86% p/ H. influenzae ( tipo b ) - 75% p/ N. meningitidis depende da concentração bacteriana: - 25% - concentração for 10 (elevado a 3) UFC ou menos - 97% - concentração for igual ou superior a 10 (elevado a 5) UFC Sensibilidade de 60 a 90% e especificidade próxima de 100% (quando realizada por profissionais bem treinados) O uso prévio de antimicrobiano: as chances de informações sobre a etiologia pelo Gram ou pela cultura reduzem a menos de 50% - podendo o LCR ficar estéril em 90-100% dos casos após 24 a 36hrs de antibioticoterapia adequada. Método Ziehl Neelsen Cultura É feita semeando o liquor em ágar chocolate enriquecido e ágar sangue, todos os microorganismos envolvidos com meningite crescem em agar choco e sangue. OBS: (35º C / 18 - 24h 5 – 10% CO2) Ágar chocolate Ágar sangue Hemocultura É necessário coleta de sangue para fazer a cultura, isso porque a bactéria pode estar presente no sangue. Teste de aglutinação pelo látex Aglutinação pelo Látex (imunológica) - a sensibilidade do método é variável. Mistura o liquor com anti-soros específicos, aonde aglutinar tem a bactéria corresponde ao anti-soro. Sensibilidade conforme a bactéria: - S. pneumoniae: 65 a 71% - H. influenzae: 88 a 95% - S. agalactiae: 97% - N. meningitides: 64% com especificidade de 98% Pesquisa de portadores Meio de Thayer – Martin Ágar VCN - vancomicina: inibe G+ - colistina: inibe G-, que não neisserias - nistatina: inibe fungos Kit Lacen: Meio de ágar chocolate, que é introduzido de 5 a 10 gotas do liquor. E duas laminas uma corada e outra não corada que precisam ser enviadas para o Estado. Epidemiologia Prevalência - Mundo: sorogrupos A, B, C, W-135, Y - Brasil: sorogrupos B, C, W- 135 Meningite meningocócita no Brasil: Que fatores induziram a ocorrência das epidemias? - Grandes números de suscetíveis (novos nascimentos) - Modificações dos sorogrupos circulantes - Vigência de situações de vulnerabilidade social Década de 20: Meningococo A (50 %) + C (25%) Década de 40: Meningococo A 1971 a 1975- Meningococo e depois A (superposição) A partir da década de 90- meningococo B e C Tratamento Drogas de escolha: Penicilinas ( vai acabar com a infecção na meninge mas não acaba com a bactéria na região da nasofaringe e é necessário usar a rifampicina) Prevenção Antibioticoprofilaxia: Rifampicina Vacinação – surtos epidêmicos ou de rotina aplicado com 2,4 e 6 meses de idade. Meningogococcemia A Nesseria vai passar pela nasofaringee depois corrente sanguinea, e vai para o resto do corpo. Pode coagular o sangue dentro dos vasos, causar febre e pode atacar a glandulas suprarenais. Atraves das fimbrias aderem a nasofaringe, passam para a corrente sanguinea e o polissacarideo capsular vai impedir a fagocitose e a bacteriolise e elas começam a se multiplicar no sangue. Nas bacterias tem as endotoxinas, especificamente o lipideo A e ele leva a formação de trombos na microvasculatural terminal e ele vai agregar as células endoteliais, aumenta a permeabilidade vascular e leva a perda da tromboresistencia e logo leva a formação de trombos por todo o corpo. Quandos os vasos afetados são poucos, são formados as petequias. Quando os vasos afetados são maiores leva a amputação de membros, mas oq leva a morte dos pacientes é a sindrome de Waterhouse-Frridericheson, quando as glandulas suprarenais são acometidas e a distruição das suprarenais leva ahipotensão, choque e concentração intravascular disceminada que leva a uma disfunção cardiovascular severa. Principais agentes bacterianos por faixa etaria
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