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EMBOLIA E ISQUEMIA → Embolia pulmonar (EP): refere-se a uma obstrução de uma artéria pulmonar, por um material que se deslocou de uma parte do corpo até os pulmões, levado pela corrente sanguínea. o Artéria pulmonar: conduz sangue venoso → Êmbolos: o corpo (sólido, líquido ou gasoso) que circula no interior dos vasos. → Quando se originam de trombos em câmaras cardíacas esquerdas ou em artérias sistêmicas, os êmbolos podem obstruir vasos em qualquer território e causar isquemia. Se oriundos do coração direito ou de veias da grande circulação, provocam obstrução das artérias pulmonares (embolia pulmonar). FISIOPATOLOGIA DA EMBOLIA → A protrombina, se transforma em trombina que faz com que fibrinogênio se transforme em fibrina – mutação que torna ela mais expressa, piora a condição; → A gravidez predispõe trombose – e também pode desencadear embolia líquida por líquido amniótico. TIPOS DE ÊMBOLOS/EMBOLIA → Êmbolos sólidos: fragmentos de trombos ou de tecidos. o Os mais comuns são os êmbolos trombóticos (tromboêmbolos, que produzem o que se denomina tromboembolia), originados da fragmentação ou do desprendimento de trombos nas câmaras cardíacas, valvas do coração, aorta e veias profundas. o Anasarca: trombo prejudicando a circulação do lado direito do coração → edemaciação generalizada. ▪ Está mais associado a embolia crônica. o Podem ocorrer êmbolos em áreas de bifurcação do tronco pulmonar – embolia pulmonar maciça com êmbolo a cavaleiro, causando morte súbita; → Êmbolos líquidos: ocorrem por líquido amniótico (rico em elementos pró- trombóticos) ou por gordura (em pacientes politraumatizados > exposição da medula óssea). → Êmbolos gasosos: ocorrência de gases na circulação sanguínea – pode ser iatrogênico; CLASSIFICAÇÃO DO TEP QUANTO A EXTENSÃO/DURAÇÃO DA OBSTRUÇÃO → Aguda maciça: obstrução maior que 50% do leito arterial pulmonar o Maior problema com trombos arteriais – quando um trombo se desfaz, o êmbolo chega com mais velocidade no local de implantação. → Aguda menor: obstrução menor que 50% do leito arterial pulmonar → Subaguda: caracterizada por múltiplos êmbolos pequenos e médios, que se acumulam ao longo de semanas. o Início insidioso (gradativo); → Crônica: não há resolução do processo obstrutivo, tornando-se o êmbolo fixo. EMBOLIA SÓLIDA → Embolia pulmonar: êmbolos nos pulmões originam-se na maioria dos casos de trombos nas veias profundas dos membros inferiores. → Fisiopatologia: obstrução do tronco da artéria pulmonar ou alojamento na bifurcação do tronco principal (embolia pulmonar maciça com êmbolo a cavaleiro na bifurcação da artéria pulmonar) causando morte súbita (parada do fluxo sanguíneo pulmonar e das trocas gasosas nos pulmões). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA EMBOLIA PULMONAR → Embolização de ramos lobares, segmentares ou subsegmentares das artérias pulmonares pode causar dor e desconforto respiratório; → Devido: o Redução da hematose – oxigenação prejudicada. o Sobrecarga pressórica do ventrículo direito (cor pulmonale) – aumento da resistência pulmonar ao fluxo proveniente do VD; o Broncoconstrição por difusão de serotonina do interior das plaquetas alojadas no interior dos êmbolos. POR QUE ALGUNS PACIENTES NÃO APRESENTAM ALTERAÇÕES CLÍNICAS NA EP? → Paciente sem alteração circulatória prévia: artéria brônquica supre oxigenação quando há obstrução da artéria pulmonar; → Microêmbolos são destruídos espontaneamente, por cisalhamento e pelo sistema fibrinolítico. SINAIS E SINTOMAS → Os êmbolos frequentemente causam: o Dispneia aguda; o Dor torácica pleurítica (quando há infarto pulmonar); o A dispneia pode ser mínima em repouso e pode piorar durante as atividades. → Os sintomas menos comuns incluem: o Tosse (geralmente causada por doenças comórbidas); o Hemoptise: tosse com sangue (ocasionalmente quando há infarto pulmonar); → Os sinais mais comuns da EP são: o Taquicardia: sistema de compensação – válvula pode estar acometida ou ventrículo acometido; o Taquipneia: hematose comprometida; Regra de previsão clínica de Wells para a probabilidade de embolia pulmonar DIAGNÓSTICO EXAME LABORATORIAL → Dímero D – produto de degradação da fibrina mediada pela plasmina; o Dímero D (sangue integral/plasma) – fornecer um índice direto da ativação continuada do sistema de coagulação. o Nível elevado de dímero D tem uma sensibilidade de 85 a 98% para diagnóstico de EP, mas todos os ensaios do dímero D disponíveis apresentam baixas especificidades. o Valor preditivo negativo de > 95% (alta chance de o paciente não apresentar a doença). → Marcadores sanguíneos da disfunção ventricular direita (observados nos êmbolos pulmonares mais graves): o Peptídeo Natriurético do Cérebro (BNP) ou seu precursor N- terminal proBNP que são liberados em resposta ao alongamento do miocárdio → níveis elevados desses marcadores em pacientes com EP são associados a um prognóstico pior; o Níveis elevados de troponina I ou T e a proteína de ligação do ácido graxo (FABP) fornecem evidências da lesão do miocárdio nos portadores de EP com infarto do ventrículo direito. CK-MB também pode estar aumentada; ANGIOGRAFIA PULMONAR POR TC → A sensibilidade e a especificidade da angiografia pulmonar por TC são suficientes para seu uso como teste autônomo, descartando os exames laboratoriais; OUTRAS EMBOLIAS SÓLIDAS → Embolia cerebral, a partir de trombos cardíacos ou nas artérias que irrigam o encéfalo (p. ex., bifurcação das carótidas), causa lesões isquêmicas de gravidade variada. → Embolia mesentérica, originada de trombos cardíacos ou da aorta, são causa frequente de isquemia e infarto intestinal, muitas vezes fatais. → Embolia sistêmica: êmbolos oriundos de artérias ou do lado esquerdo do coração segue para a "árvore arterial sistêmica", na direção dos capilares. ATEROEMBOLIA → Ateroembolia: representada por fragmentos de placas ateromatosas – geralmente são pequenos e múltiplos e obstruem apenas vasos pouco calibrosos → As manifestações embólicas principais ocorrem na pele (petéquias, cianose de extremidades, gangrena), nos rins (insuficiência renal aguda), nos músculos esqueléticos (rabdomiólise – quebra de proteína muscular; evidenciada no sorológico e na urina – urina espumosa pela grande quantidade de proteínas), no sistema nervoso central (ataque isquêmico transitório, amaurose fugaz, confusão mental), nos intestinos (enterocolite isquêmica) e olhos (dor ocular e visão turva); EMBOLIA LÍQUIDA EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO → Cabeça do bebê faz atrito com o assoalho pélvico, isso pode ocasionar o rompimento da membrana uterina que tem contato direto com vaso sanguíneo de grande calibre, o que que permite a passagem de lipídeos e proteínas com características pró-trombóticas do líquido amniótico para a circulação; → Resulta das contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o interior das veias uterinas expostas durante o trabalho de parto. o Complicação rara (1/50.000 partos) o Atividade pró-coagulante – coagulação intravascular disseminada (CIVD) → consumo dos fatores de coagulação, gera hemorragia em outras áreas (choque hemorrágico no parto); o Alta mortalidade MECANISMO FISIOPATOLÓGICO → Componentes lipídicos ou derivados de células contidas no líquido amniótico ativam a coagulação sanguínea; → Obstruem a microcirculação (coagulação intravascular disseminada); → Causam consumo dos fatores da coagulação (coagulopatia de consumo) – CIVD. EMBOLIA GORDUROSA → Pode ser provocada por: o Infusão inadequada de substâncias oleosas na circulação sanguínea (injeções oleosas intramusculares); o Esmagamento do tecido adiposo ou da medula óssea amarela em indivíduos politraumatizados; o Lise de hepatócitos com esteatose acentuada, o que causa migração de gorduras para as veias hepáticas. EMBOLIA GASOSA→ Ocorre quando bolhas de gás entram ou se formam nos vasos arteriais e ocluem o fluxo sanguíneo, causando isquemia do órgão. → O êmbolo gasoso pode entrar na circulação arterial das seguintes formas: o Acidentes iatrogênicos ou traumáticos – infusão de ar na circulação; o Ruptura alveolar após barotrauma pulmonar; o Dentro da própria circulação alveolar em doença grave de descompressão → síndrome de descompressão: resulta da formação de bolhas de ar, especialmente nitrogênio, quando um indivíduo submerso em grande profundidade (e grande pressão) retorna à superfície. ISQUEMIA → Redução do fluxo sanguíneo para um órgão ou território do organismo, ou seja, o aporte insuficiente de sangue para manter as necessidades metabólicas dos tecidos. → Isquemia sem obstrução vascular (choque) – hipoperfusão sistêmica. → Causas: o Obstrução arterial: resulta na grande maioria dos casos de aterosclerose, embolia, trombose arterial e arterites; o Obstrução da microcirculação: a. aumento da viscosidade sanguínea, b. CID (microtrombos na circulação), c. compressão extrínseca; o Obstrução venosa: trombose e compressão extrínseca; ▪ Se a obstrução interrompe o retorno venoso e aumenta a pressão hidrostática na microcirculação, o fluxo sanguíneo fica comprometido e pode até cessar, se a pressão hidrostática iguala-se à arterial (estase circulatória). CONSEQUÊNCIAS DA ISQUEMIA → Redução no fornecimento de oxigênio (hipóxia) – IAM, AVE; → Ausência do seu suprimento (anoxia) – capaz de provocar necrose; → Dependem de vários fatores: o Extensão da área isquêmica e sua localização; o Velocidade de instalação (súbita ou lenta); o Existência de circulação colateral; o Sensibilidade dos tecidos atingidos à hipóxia ou à anoxia. ALTERAÇÕES ENDOTELIAIS OBSERVADAS NOS PACIENTES COM DIABETES → A hiperglicemia contribui diretamente para a lesão endotelial através da glicação irreversível do colágeno subendotelial e de outras proteínas estruturais do vaso, formando os produtos finais da glicação avançada (AGEs). → Os AGEs promovem mudanças na estrutura e nas propriedades biofísicas da membrana basal causando alterações na permeabilidade e na capacidade vasodilatadora dos vasos. → O processo de glicação modifica as propriedades químicas da proteína interferindo em aspectos físicos e funcionais do tecido; → Alterações dos anticoagulantes naturais no diabetes: redução da atividade de antitrombina (glicação não enzimática) → Alterações do sistema fibrinolítico no diabetes: hiperglicemia atua sobre o sistema fibrinolítico estimulando a produção de PAI-1 (inibidor do ativador do plasminogênio 1). Tal condição favorece a permanência do coágulo de fibrina e, consequentemente, o desenvolvimento de trombos (impede fibrinólise); → Alterações plaquetárias no diabetes: aumento da ativação plaquetária (níveis aumentados de betatromboglobulina e fator 4 plaquetário no plasma). Aumento de P-selectina (CD62P) na superfície plaquetária; → Alterações dos fatores de coagulação no diabetes: o fibrinogênio glicado resulta na formação de um coágulo de fibrina mais denso, com fibras mais finas e resistentes à fibrinólise. Níveis aumentados de fator VII/VIII e FVW.
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