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Aula 04 Neurologia e Genética do Envelhecimento Gabriela Bexiga Neurologia e Genética do Envelhecimento Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ANALICE OLIVEIRA FRAGOSO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Autora Gabriela Bexiga Olá. Meu nome é Gabriela Bexiga. Sou Farmacêutica Bioquímica fiz Mestrado na área da Educação Física, onde pesquisei Feitos do treinamento físico aeróbio no pâncreas de camundongos fêmea LDL Knockout ovariectomizadas. Avaliei a influência do exercício físico aeróbio sobre as diferentes células das ilhotas pancreáticas, através de análises Bioquímico, Morfoquantitativa e Imuno-histoquímica. Papiloscopista e Diretora da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo (AFPCESP), faço parte da Comissão Multidisciplinar no Departamento de Perícia Médica do estado de SP aos PCDs inscritos e aprovados do Concurso Público. Leciono aulas na área da Papiloscopia, Anatomia & Fisiologia e áreas da Farmácia. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Descrever Síndromes Geriátricas e Demências ...................... 12 Descrever a Doença de Parkinson (DP) .....................................................12 Parkinson genético .......................................................................................... 13 Parkinsonismo .................................................................................................... 13 Parkinsonismo Secundário ....................................................................... 14 Parkinsonismo atípico ................................................................................... 14 Fisiopatologia ....................................................................................................... 15 Sinais e Sintomas ..............................................................................................16 Compreender Diagnóstico, Tipos de Tratamento para Doença de Parkinson .............................................................................. 17 Principais tratamentos .............................................................................................. 18 Levodopa ................................................................................................................. 18 Agonistas dopaminérgicos ...................................................................... 19 Fármacos anticolinérgicos ....................................................................... 20 Amantadina .............................................................................................................21 Inibidores seletivos de MAO-B (monoamina oxidase B) .21 Inibidores de Catecol O-metiltransferase (COMT) ..............22 Tocoferol ...................................................................................................................23 Cirurgia ...................................................................................................................................23 Terapia restauradora ..................................................................................................24 Terapia ultrassônica focalizada ........................................................................24 Medidas físicas ...............................................................................................................24 Demência Vascular ..................................................................................25 Fatores de risco ............................................................................................................. 26 Fisiopatologia .................................................................................................................. 26 Sinais e sintomas ..........................................................................................................27 Avaliação clínica e diagnóstico ........................................................................28 Diagnóstico de demência .........................................................................28 Exames de imagens .......................................................................................29 Tratamento ........................................................................................................................ 30 Medidas de suporte e segurança ..................................................... 30 Tratamento dos fatores de risco vascular .................................. 30 Inibidores da colinesterase ..................................................................... 30 Memantina ............................................................................................................. 30 Demência-fronto temporal (DFT) ....................................................30 Doença de Pick .............................................................................................................. 31 Tipos de Demência Fronto Temporal .........................................................32 Sinais e sintomas ..........................................................................................................32 Sintomas Frontais .............................................................................................33 Sintomas Temporais .......................................................................................33 Diagnóstico ........................................................................................................................34 Avaliação funcional .........................................................................................35 Tratamento .........................................................................................................................37 Neurologia e Genética do Envelhecimento 9 UNIDADE 04 Neurologia e Genética do Envelhecimento10 Olá você sabia que com o aumento de idosos no Brasil, só aumenta a incidência de doenças devido o envelhecimento. A Doença de Parkinson é a segunda doença neurológico mais comum, que se instala de forma lenta e progressiva, que no início se torna difícil de ser diagnosticada. E a demência fronto-temporal, é responsável por 10% das demências, que inicia na idade entre 55-65 anos, mais cedo quando comparados as outras demências. Você sabia que a Demência Vascular é a segunda causa entreas demências, sendo o primeiro sinal geralmente uma crise de depressão tardia. Entendeu? A importância deste conhecimento. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Neurologia e Genética do Envelhecimento 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: • Descrever a doença de Parkinson; • Compreender diagnóstico e tipos de tratamento para doença Parkinson; • Identificar a Demência Vascular, tratamentos; • Entender sobre a Demência Fronto-Temporal, diagnóstico e tratamento. Vamos, então, rumo ao conhecimento. Bons estudos! OBJETIVOS Neurologia e Genética do Envelhecimento12 Descrever Síndromes Geriátricas e Demências INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você vai aprender sobre as principais demências com o envelhecimento, descreveremos sobre a doença de Parkinson, diagnóstico e tipos de tratamento, falaremos também da Demência Vascular, fatores de risco e tratamento. E entenderá também sobre a Demência Fronto-Temporal. Será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Descrever a Doença de Parkinson (DP) A doença de Parkinson é uma patologia lentamente progressiva e degenerativa do sistema nervoso central, tendo como principal característica a perda do controle motor. A doença de Parkinson (DP), se caracteriza como uma doença degenerativa, progressiva e crônica, do qual é afetada na maioria entre os pacientes idosos. Sendo considerada a segunda doença neurológica mais comum. A média da doença é cerca de aproximadamente 57 de anos, sendo uma doença até a presente data idiopática. Idiopática é derivado do grego ἴἴ ἴ ἴ ἴ, idios (de si próprio) + πἴἴ ἴ ἴ, pathos (sofrimento), do qual o significado é causa desconhecida, obscura. Pode ocorrer em pessoas entre os 21 e 40 anos de idade com a Doença de Parkinson, mas são situações raríssimas, do qual é denominado de Doença de Parkinson de início precoce ou jovem (DP jovem). A doença de Parkinson (DP) é afetada na seguinte porcentagem: • 40 anos, está em 0,4% da população; • 65 anos, está em 1,0% da população; • 80 anos, está em 10% da população. Como pode observar com o avançar da idade, a incidência da Doença de Parkinson aumenta chegando até a 10% da população. Neurologia e Genética do Envelhecimento 13 A doença de Parkinson (DP), é causada pela diminuição de um neurotransmissor dopamina (substância química responsável pela transmissão de mensagens entre as células nervosas) Na perda desta substância ocasiona sintomas e sinais característicos: • Instabilidade postural e/ou de marcha; • Movimentos lentos e diminuídos (bradicinesia); • Acinesia (perda do movimento); • Rigidez muscular (o que mais acomete aos idosos); • Tremores em repouso; • Pouca expressão facial; • Pouco sintomas não motores (depressão). Com a evolução da doença ocorre complicações consequente secundárias dos sintomas e sinais, comprometendo mental/emocional, social e econômico tornando a pessoa em situação incapacitante. (Eduardo Matias dos Santos Steidl, 2007) O Parkinsonismo é caracterizado devido a disfunção ou a morte dos neurônios que produzem a dopamina no sistema nervoso central (SNC). Parkinson genético Existem casos genéticos, atualmente são 8 genes já reconhecidos e relacionados à Doença de Parkinson, dos quais os mais importantes são os: • Alfa-sinucleina (autossômica dominante); • Parkina (autossômica recessiva). Parkinsonismo A doença de Parkinson (DP) é idiopática, não tem uma causa definida, mas existem outras formas de Parkinsonismos que ocorrem por causa genética ou secundários devido outras doenças e devido o contato com substâncias, que são denominadas de parkinsonismos atípicos, podendo ocorrer por pessoas de qualquer idade e sexo, mas com a prevalência maior entre os idosos acima de 60 anos. Neurologia e Genética do Envelhecimento14 Parkinsonismo e Doença de Parkinson, não são sinônimos, sendo a Doença de Parkinson um distúrbio do cérebro, que foi descrita por James Parkinson, em 1817. Agora o Parkinsonismo é um termo genérico que adquire sintomas parkinsonianos devido outras causas, por exemplo efeito colateral de um medicamento. Parkinsonismo Secundário • A pessoa adquire o Parkinsonismo, devido outras doenças; • Um traumatismo; • Por toxinas; • Doenças metabólicas; • Efeito colateral de medicamentos. Os principais medicamentos que pode causar o Parkinsonismo são os neurolépticos antipsicóticos como as fenotiazonas (clorpromazina), butirofenomas (haloperidol), as piperazinas (ziprasidona) e também tem os antidepressivos, mas este últimos são mais raros. Parkinsonismo atípico Já se refere a um grupo de doenças neurodegenerativas que possuem alguma semelhança com a doença de Parkinson, mas apresentam alguma característica clínica diferente da DP, mas sendo um prognóstico pior. São situações que tem a resposta modesta ou até nenhuma com o tratamento à levodopa. Podendo ser doenças neurodegenerativas como: • Atrofia multissistêmica: Caracterizado por flhas no sistema autonômico ocorrendo desmaios, disfunção erétil, constipação, retenção urinária e associado com tremores , perda da coordenação motora e rigidez. • Degeneração corticobasal: São rigidez mais severa, possui dificuldade de fazer movimentos coordenados (apraxia), mioclonias • Demência com corpos de Lewy: É um dos tipos mais comuns de doença progressiva, tendo como característica principal o declínio cognitivo com flutuações de atenção e vigília, sintomas motores, alucinações visuais, perda de movimento e rigidez. Neurologia e Genética do Envelhecimento 15 • Paralisia supranuclear progressiva: Caracterizado por paralisia pelo olhar (principalmente olhar para baixo), frequentes quedas e alterações da personalidade. A causa mais comum da doença de Parkinson é a condição neurodegenerativa, mas ele também pode ser causado por diversas outras doenças. Fisiopatologia Na doença de Parkinson, ocorre devido à perda de fibras dopaminérgicas nos gânglios da base também pela presença de corpos de Lewy. Ela leva a uma diminuição das células que produzem a dopamina, sendo um neurotransmissor monoaminérgico, da família das catecolaminas e das feniletilaminas, que tem a função de enviar as mensagens para as partes do cérebro que controlam a coordenação e o movimento, tendo como principais sintomas a ocorrência de tremores, distúrbio de marcha e equilíbrio e rigidez muscular. Com a redução deste neurotransmissor, dopamina, ocorre o desequilíbrio do controle motor, pois ocorre o aumento da atividade acetilcolina. A Doença de Parkinson, diminui os níveis de dopamina na substância negra. Isto também explica a psicose, depressão e a perda cognitiva. Os corpos de Lewy (cheios de sinucleina), podem também acumular em diversas partes do sistema nervoso: • Gânglios simpáticos; • Neocórtex, bulbo olfatório; • Núcleo basilar, hipotálamo; • Núcleo motor dorsal do nervo vago; • Plexos mioentéricos do trato gastrointestinal. A doença de Parkinson, raramente ocorre sem corpos de Lewy. Provavelmente existe predisposição genética em alguns casos da DP. Dos casos da Doença de Parkinson, 10% tem histórico familiar. Neurologia e Genética do Envelhecimento16 Os casos que aparecem devido a causa genética, geralmente são pessoas mais jovens, sendo mais benigno, quando comparados com os casos de Doença de Parkinson aos idosos. No entanto, estudos comprovam, que o risco é menor entre os consumidores de chá, café e também os fumadores. O café causa neuroproteção, por se tratar de um antagonista do receptor A2A, demonstrando melhorias na Doença de Parkinson relacionada aos sintomas dos tremores, comprometimento motor e não motor, porém exige mais estudos adicionais.(Laura Oliveira Rolim de Carvalho, 2019) Sinais e Sintomas Os Sinais e sintomas da Doença de Parkinson (DP), de início aparece na forma difícil de ser diagnosticada. Sendo geralmente o primeiro sintoma aparecendo com tremor em umas das mãos quando em repouso. Depois são afetados as mãos e os pés, e normalmente de forma assimétrica. Podendo também afetar a língua e a mão, exceto a voz, e vai ocasionando outros sinais e sintomas: • Aumenta o tremor em momento de fadiga ou tensão emocional; • Geralmente envolvendo o punho e os dedos da mão, algumas vezes envolvendo o polegar movendo-se contra o dedo indicador (rolamento de pílula); • Bradicinesia: movimentos grosseiros e lento; • Sono: Sonolência diurna, despertar precoce, pesadelos. O transtorno do sono pode desenvolver devido a incapacidade de se virar na cama, o transtorno comportamental do sono REM, levando a surtos violentos de atividade física. • Nos músculos: ocorre rigidez dos membros, instabilidade, contrações musculares rítmicas, dificuldades de começar a caminhar, dificuldades movimento corporal, andar arrastado lento; • Instabilidade postural, podendo resultar em quedas, (com o avanço da doença); • Congelamento da marcha, pode parar abruptamente; Neurologia e Genética do Envelhecimento 17 • Movimentos distais causam micrografia, levando a escrita ficar com a letra muito pequena; • Na fala: espasmos na laringe, fala mansa, dificuldade em falar; • Salivação excessiva (sialorreia), baba; • Nariz: perda de olfato, • Sistema urinário: Incontinência urinária ou gotejamento; • Humor: Apatia (insensibidade emocional) ou ansiedade • Depressão. A demência pode ocorrer entre um terço dos pacientes, e com a evolução da doença, os movimentos podem ficarem menos volumosos. Compreender Diagnóstico, Tipos de Tratamento para Doença de Parkinson O diagnóstico da doença de Parkinson (DP), é feita principalmente com base nos sintomas motores. IMPORTANTE: Suspeita-se a pessoa com Doença de Parkinson, em momento de repouso apresenta com tremor, ocorrendo diminuição dos movimentos ou seja com mais rigidez. • Teste de coordenação: “dedo-nariz”, desaparece ou diminui o tremor, no membro que está sendo testado. • Exame neurológico: Nos movimentos alternantes, o paciente não consegue realizar os movimentos os rapidamente sucessivos e nem os movimentos rápidos; • Sensação e força: Continua normais; • Reflexos: Normais mais possui dificuldade de obter devido os tremores ou a rigidez acentuada. O diagnóstico é avaliado em exames clínicos, verifica os sintomas e também pode recorrer a PET scans (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons) e SPECTs. Neurologia e Genética do Envelhecimento18 Para diferenciar a Doença de Parkinson de Parkinsonismo secundário ou típico, muitas vezes os médicos testam a resposta obtida com o tratamento à levodopa. REFLITA: Tratamento com Levodopa tem uma resposta muito boa quando são casos de Doença de Parkinson. Agora se for de Parkinsonismo secundário ou atípico, já o levodopa não possui uma resposta ou apresenta uma resposta muito leve. Principais tratamentos Para tratamento da Doença de Parkinson, são utilizados diversas formas, pode ser por meio de fisioterapia e também pode associar com fármacos, a fim de aliviar os sintomas da doença e melhorar a qualidade de vida. Levodopa A Levodopa ou L-Dopa, é um fármaco do grupo antiparkinsoniano, utilizado no tratamento das síndromes parkinsonianos. Eles vão agirem na via dopaminérgica, a fim de promover a neuroproteção, melhorando os sintomas da doença. Figura 1 - Molécula da Levodopa, fármaco que revolucionou o tratamento da doença de Parkinson Fonte: Wikimedia Neurologia e Genética do Envelhecimento 19 Devido a diminuição da dopamina, ocorre o desequilíbrio do controle motor. Mas como a dopamina é uma substância que não consegue chegar até o cérebro, foi feito a Levodopa, sendo uma precursora da dopamina. A Levodopa, atravessa a barreira hematoencefálica, considerado um precursor da dopamina, caminha até os gânglios basais, ocorrendo a descarboxilação, para formar a dopamina. Sendo um fármaco que é utilizado há mais de 40 anos, eficaz no controle dos sintomas da rigidez e lentidão dos movimentos. O tratamento com a Levodopa, é eficaz na diminuição da rigidez muscular e da bradicinesia (lentificação dos movimentos voluntários). A levodopa é considerado o tratamento mais eficaz. Mas quando a Doença de Parkinson está avançada, pode não obter a resposta com a levodopa, podendo ocorrer discinesias (movimentos musculares anormais) e flutuações nos sintomas motores. Mas vale lembrar que, o uso da levodopa tendem a desenvolver com o tempo uma série de alterações motoras, flutuações, discinesias, distúrbios do sono e gastrintestinais. (Antônio L. Teixeira Jr, 2004) Agonistas dopaminérgicos Agonista de dopamina, estimulam os receptores dopaminérgicos do corpo estriado. Tem a função de ativar receptores de dopamina. Atuam na ativação de diversos receptores de dopamina (D1, D2, D3), a fim de tratar os sintomas. Utilizados como monoterapia, mas sendo útil com pequenas doses de levodopa, em pacientes com alto risco de discinesias e também em pacientes acima de 60 anos. IMPORTANTE: 1% a 2% dos pacientes que fazem uso de agonistas dopaminérgicos, podem causar impulsos compulsivos a compras excessivas, jogos de azar, comer em excesso ou hipersexualidade, levando a retirada, troca ou redução do fármaco. Neurologia e Genética do Envelhecimento20 • Rotigotina (Neupro®): aplicar um adesivo, 1 vez por dia, uso contínuo; • Apomorfina (Uprima®): sublingual, usar 1 comprimido debaixo da língua e injetável subcutânea. Apomorfina tem forte ação dopaminérgica, com efeito rápido (entre 3 e 20 minutos). A apomorfina, também é utilizada no tratamento de disfunção erétil, ou seja impotência masculina. (nome de venda = Uprima®). Fármacos anticolinérgicos Fármacos anticolinérgicos, podem ser produzidas sinteticamente ou ser extraídas de plantas. Possuem mecanismo de inibir a ação da acetilcolina, levando a diminuição dos tremores. São prescritos para diversas indicações, sendo também eficaz para o tratamento da Doença de Parkinson. Utilizam como monoterapia no início da doença, e com o passar do tratamento pode associar com a levodopa. Os efeitos adversos podem ocorrerem: boca seca, comprometimento cognitivo, aumento da temperatura corporal, perda da acomodação visual, entre outros. Estes fármacos são prescritos em pessoas jovens com doença de Parkinson, para o tratamento de tremores predominantes. Tratamento com medicamentos anticolinérgicos, aumenta o risco de demência e diminui a função cognitiva, principalmente para os idosos. (Yoshiyama Y, 2012) Os fármacos mais utilizados para o tratamento da DP: • Benztropina; • Triexifenidil. Os Anti-histamínicos que possuem efeito anticolinérgicos, são utilizados para tratamento do tremor: • Difenidramina, 25 a 50 mg VO, 2 a 4 vezes/dia; • Orfenadrina, 50 mg VO, 1 a 4 vezes/dia. Neurologia e Genética do Envelhecimento 21 Os Antidepressivos tricíclicos anticolinérgicos, se prescrever para depressão, já atua como adjuvante da levodopa: • Amitriptilina, 10 a 150 mg VO, à hora de dormir. Amantadina Indicado para tratamento de Parkinson primária e Parkinsonismo secundário em casos de agentes externos e também para pacientes idosos com Doença de Parkinson associada a alterações ateroscleróticas. O Mecanismo de ação da Amantadina, não é totalmente esclarecida, mas estudos comprovam que é um antagonista N-metil- D-aspartato (NMDA) de glutamato, que tem a ação de aumentar a concentração extracelulares de dopamina devido a inibição da recaptação da dopamina em nível pré-sinaptico, ou aumentar a sensibilidade do receptor da pós sináptico dopamina ou por estimulação intrínseca do neurônio receptor dopaminérgico. A Amantadina alivia os movimentosmusculares anormais (discinesias) que ocorre à levodopa, reduz os tremores (pouco) e a rigidez. • Pramipexol (0,75 a 4,5 mg/dia, VO); • Ropinirol (3 a 6 mg/dia, VO até 24 mg/dia); • Rotigotina (via transdérmica, 1 vez ao dia, uso contínuo); • Apomorfina (via injetável). IMPORTANTE: Bromocriptina, é um fármaco que está limitado só para uso de tratamentos de adenomas pituitários, devido o risco de ocorrer fibrose pleural e da valva cardíaca. Inibidores seletivos de MAO-B (monoamina oxidase B) Inibe uma das enzimas que degradam a dopamina no cérebro, aumentando a ação de cada dose de levodopa, atuando como neuroprotetor. Neurologia e Genética do Envelhecimento22 Normalmente utilizado em combinação com L-Dopa, para o tratamento da Doença de Parkinson. Os IMAO-B, aumenta o tempo da eficácia da levodopa. • Selegilina (Jumexil; Deprilan; Niar): 5mg, via oral, 1 x ao dia, uso contínuo. Pode ser utilizado no início como monoterapia, do qual inibe o metabolismo oxidativo da Levodopa, com isso leva a redução da produção dos radicais livres, onde ocorre a neuroproteção e controla os sintomas leves. Possuem metabólitos semelhantes à anfetamina do fármaco, quando consomem alimento a base de tiramina (p.ex.; queijos), o médico poderá recomendar em evitar alimentos em quantidades elevadas de tiramina. • Rasagilina (Azilect®): 1mg, via oral, 1 x o dia. Utilizado como monoterapia ou como terapia adjuvante (associado à levodopa) em pacientes com flutuações de fim de dose. Ele não tem o efeito metabólico do tipo anfetamínicos, como a Selegina, ocorrendo um risco menor de ter crise hipertensiva. Potente inibidor seletivo da MAO-B (monoamina oxidase B) Inibidores de Catecol O-metiltransferase (COMT) Inibidores da COMT, previne a metabolização da levodopa, melhorando a sua biodisponibilidade cerebral. São dois fármacos: • Entacapona, cada dosagem de levodopa + 200mg de entacapona, chegando no máximo 8 dosagens ao dia (8 vezes ao dia). • Tolcapona Mais potente como inibidor, pois pode atravessar a barreira hematoencefálica. Aumentada gradualmente de 100mg para até 200mg, 3 vezes ao dia. A Tolcapona, é prescrito com cautela, pois há relatos de toxicidade hepática. Com isso deve monitorar as enzimas hepáticas periodicamente. São prescritos estes fármacos quando o paciente toma levodopa já por um período longo, e a resposta à levodopa desaparece Neurologia e Genética do Envelhecimento 23 progressivamente no final do tempo entre as dosagens (chamados efeitos wearing-off). Tocoferol Também conhecido como vitamina E, atua como antioxidante lipossolúvel na membrana e no plasma dos tecidos. O uso do tocoferol (assim como a vitamina C) melhora a função imune e limita a progressão de doenças degenerativas, desordens neurológicas, ela protege a célula neural, reduzindo o estresse oxidativo. (Anny Motta Coutinho Dantas, 2008) Cirurgia Caso não tenha resposta com os fármacos, ou não tolera os efeitos adversos, a cirurgia incluindo: • Cirurgia estimulação cerebral profunda Esta estimulação é indicada, em casos de pacientes com discinesia induzida por flutuações motoras ou por levodopa, recomendada a estimulação cerebral profunda interna do núcleo subtalâmico ou globo pálido para modular a hiperatividade nos gânglios basais • Cirurgia lesional Para paciente com DP, esta cirurgia visa controlar tremores ou interromper a hiperatividade direcionada ao tálamo do globo pálido interno. IMPORTANTE: A cirurgia lesional, não é reversível e nem modulado ao longo do tempo. Pacientes com comprometimento cognitivo, transtorno psiquiátrico ou demência não podem se candidatar à cirurgia, pois há risco de potencializar estes efeitos maléficos. Neurologia e Genética do Envelhecimento24 Terapia restauradora É uma terapia em que transplanta as células produtoras de dopamina que foram perdidos. Mas estudos demonstram que não obteve resultado de melhora aos paciente com doença de Parkinson. (Antônio L. Teixeira Jr, 2004) Terapia ultrassônica focalizada É uma terapia experimental, que pode estar disponível no futuro, que focaliza a destruição de uma pequena parte do tecido, que prejudica a função motora. Medidas físicas Aumentar a sua atividade diária o máximo possível, dentro da sua capacidade, podendo ser: • Fisioterapia; • Terapia ocupacional; • Estratégias adaptativas (colocar barras nas paredes para reduzir as quedas); • Consumir dieta rica em fibras e ingerir água (diminuir ou prevenir a constipação, devido os efeitos colaterais dos fármacos ou o sedentarismo). Como a DP é uma doença progressiva, se torna um cuidado estressante e cansativo, precisa na necessidade a busca de apoio, psicológico e suporte social. Com o passar do tempo, a DP torna-se a pessoa gravemente imóvel e incapacitada, de até comer sozinho. O ricos de morte por cauda de pneumonia aspirativa (por tornar mais difícil a deglutição). Antes da pessoa com a DP, chegarem ao estágio de incapacidade, é viável estabelecer “diretivas antecipadas”, ou seja documentos legais sobre decisões de tratamento médico, comunicando preferências, caso a situação de incapacidade ocorra. Neurologia e Genética do Envelhecimento 25 Demência Vascular A Demência vascular é a perda da função mental, pela causa da destruição do tecido cerebral, pois seu suprimento de sangue ficou bloqueado ou diminuído. Figura 2 - Destruição tecido cerebral por sangue bloqueado ou diminuído Fonte: Pixabay IMPORTANTE: A Demência vascular é a segunda causa mais comum de demência entre os idosos. Sendo levantado em 1995, que no Brasil 54% dos pacientes que apresentavam com demência eram Alzheimer e 20%, demência vascular. (Cruz & Tavares, 2002) Demência vascular é a degeneração cognitiva, crônica ou aguda, devido infarto cerebral focal ou difuso, frequentemente relacionado à doença cerebrovascular. Neurologia e Genética do Envelhecimento26 Fatores de risco É mais frequente em homens, geralmente ocorrendo após os 70 anos de idade, que ocorre em pessoas predispostas a risco vascular: • Hipertensão; • Hiperlipidemia; • Diabetes Mellitus; • Tabagismo; • Pós-AVC (Acidente Vascular Cerebral); • História prévia de doença cerebrovascular; • Insuficiência cardíaca. Fisiopatologia A demência vascular, especificamente ocorre quando múltiplos “infartos cerebrais” pequenos ou hemorragias, causando a perda axonal ou neuronal suficiente para afetar a função cerebral. • Múltiplo infarto lacunar: os pequenos vasos são afetados. Múltiplos infartos lacunares ocorrem nas massas brancas e cinzentas profundas do hemisfério cerebral. • Demência de múltiplos infartos: O nome já diz, são múltiplos infartos cerebrais, afetados vasos de tamanho médio, geralmente pela oclusão dos vasos. Devido a isso os principais ocorridos são hemiparesia (paralisia branda em uma das metades do corpo), prejuízo na memória, déficits neuropsicológicos • Demência com infarto único infarto estratégico: Infarto único que ocorre em uma área funcionalmente importante do cérebro. Por exemplo infarto giro angular, apresentará distúrbios de memórias, desorientação espacial, afasia aguda (dificuldade de compreensão) � Doença dos pequenos vasos: Pode ocorrer lesões corticais e subcorticais. Os infartos subcorticais, são observados na substância branca do cérebro do idoso, podendo levar a síndrome de demência subcortical, Neurologia e Genética do Envelhecimento 27 ocorrendo prejuízo na memória, retardo psicomotor, psicose, euforia, parkinsonismo (geralmente sem tremor) Infartos (múltiplos) na substância branca frontal, levam a doença de Binswanger, muitas vezes associados à hipertensão grave e mal controlada e à doença vascular sistêmica, levando ao distúrbio da atenção e da memória, distúrbios de marcha, parkinsonismos, incontinência urinária; • Hipoperfusão: Síndrome de isquemia cerebral decorrente de hipotensão e de insuficiênciacardíaca. Comum na zona de transição entre os territórios irrigados por duas grandes artérias. Ocorrendo afasia transcortical (déficits de linguagem), apraxia, prejuízo de memória e déficits visoconstrutivos; • Demência hemorrágica: É causada por sequela de hemorragia subaracnóidea ou por hematoma subdural crônico. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas, são semelhantes das outras demências como: • Alterações de personalidade; • Dificuldade de iniciar ações ou tarefas; • Função executiva prejudicada; • Humor, alterações de linguagem; • Perda de memória; • Raciocínio lento, Estes sintomas variam, dependendo do grau e da localização que ocorre o infarto. A causa da perda da memória é mais tardia na Demência Vascular, quando comparada pela doença de Alzheimer. A medida que progride a doença, geralmente ocorrem déficits neurológicos focais: • Afasias (distúrbio de linguagem); • Anormalidades da marcha (afeta a forma como a pessoa anda); • Exacerbação dos reflexos tendinosos profundos; • Fraqueza de um membro; Neurologia e Genética do Envelhecimento28 • Hemiplegias (Hemi- metade, -plegia paralisia), é a paralisia de metade sagital (direita ou esquerda) do corpo; • Resposta extensora plantar, quando há extensão do hálux (1º dedo do pé, popularmente denominado “dedão” do pé); • Paralisia pseudobulbar com riso e choro patológico (perde o controle da manifestação de emoções). Uma pessoa com Paralisia pseudobulbar com riso e choro patológico, com uma “simples piada”, pode desencadear uma risada histérica por mais de meia hora, ou até mesmo uma simples pergunta sobre “as horas”, pode desencadear um choro que pareceu que recebeu uma notícia de uma morte de um ente querido. Avaliação clínica e diagnóstico Para avaliar primeiramente deverá: • Estudar a história clínica; • Exame físico neuropsicológica; e • Exames de imagem. Para o diagnóstico da demência vascular, o paciente tem que estar: 1. Precisa estar demente; 2. Presença de doença cerebrovascular – pela história familiar, achado em exame clínico ou por exames de neuroimagem; 3. Precisa relacionar a demência com a doença cerebrovascular. Diagnóstico de demência Para fechar o diagnóstico como demência é necessário: • Declínio cognitivo: Perda da memória e a Déficits; • Pelo menos, + 2 domínios: Perda da orientação, da atenção, linguagem verbal, cálculos, julgamento, controle motor; • Neuroimagem; • Exame do Estado Mental; • Testes neuropsicológicos formais (caso não consiga concluir com o Exame de Estado Mental. Neurologia e Genética do Envelhecimento 29 Deve também para o diagnóstico da demência excluir estados alterados de consciência ou delirium. (Cruz & Tavares, 2002) É muito utilizado o Mini Exame do Estado Mental (Mini-Mental State Examination), para diagnosticar a presença de um quadro de demência. Lembrando que depende também do nível educacional do paciente pois destaca a memória e a linguagem. Histórico familiar, história acidente vascular, levantar evidências da causa vascular para ligar a demência detectada pela neuroimagem. Fazer “avaliação completa de AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, caso observar evidências de doença cerebrovascular ou sinais focais neurológicos. Exames de imagens Exames de imagens podem mostrar se houve infarto, Múltiplos AVE lacunares, algum tipo de lesão cerebral, entre outros tipos que leva a demência vascular: • TC (Tomografia computadorizada); • RNM (Ressonância Magnética). A Ressonância Magnética e a Tomografia computadorizada, são exames de imagens, para o uso do diagnóstico de demência vascular. Com eles pode-se excluir tumores cerebrais, hematoma subdural, pode ser também a exclusão da doença de Alzheimer. Em situação de dúvida entre demência vascular e da doença de Alzheimer, utiliza o “Escore Isquêmico de Hachinski”, que ajuda a diagnosticar. O Escore Isquêmico de Hachinski, possui de 70 a 80% de sensibilidade e especificidade, na tentativa de diferenciar a Demência Vascular com a Doença de Alzheimer. (Cruz & Tavares, 2002) A taxa de mortalidade dão de 5 anos, 61% das pessoas com demência vascular, sendo considerada a mais alta, em comparação as outras demências. Neurologia e Genética do Envelhecimento30 Tratamento Medidas de suporte e segurança Tratamentos semelhantes às outras demências, ambiente alegre, familiar, iluminado. Para garantir a segurança, apoios para andar com segurança. Tratamento dos fatores de risco vascular • Parar de fumar; • Controle da diabete mellitus; • Pressão arterial, controle com medicamentos anti- hipertensívos; • Controle do colesterol, medicamentos antilipêmicos; • Caso tenha suspeita de trombose, utiliza os anticoagulantes, tendo também as drogas antiplaquetárias (Ácido Acetilsalicílico), muito utilizado para a prevenção de infartos; • Suplementação de Potássio, efeito protetor vascular (Cruz & Tavares, 2002). Inibidores da colinesterase Melhora a função cognitiva, caso associa a demência vascular com a doença de Alzheimer Memantina Antagonista de NMDA (N-Metil-D-aspartate), melhora a função cognitiva, prescritos aos doentes com demência moderada a grave, podendo utilizar junto com fármaco inibidor da colinesterase, produzindo um resultado em conjunto. Demência-fronto temporal (DFT) É o nome dado ao tipo de Demência que ocorre a degeneração de um lado ou ambos os lobos temporais e frontais do cérebro. Neurologia e Genética do Envelhecimento 31 Figura 3 - Lobos cerebrais, sendo afetado pela demência o lobo frontal e/ ou lobos temporais Fonte: Freepik A demência frontotemporal está em 10% das demências. Sendo que o início se dá em idade mais cedo, quando comparado as outras demências (Doença de Alzheimer), por volta dos 55 a 65 anos de idade. A probabilidade é a mesma tanto em homens quanto em mulheres. A demência fronto-temporal, ocorrem por razões desconhecidas, e 50% delas hereditária, que fazem com que o lobo frontal e as vezes também o lobo temporal do cérebro do cérebro se degenerem. Doença de Pick A demência frontotemporal, é denominada como “Doença de Pick”, utilizado para descrever as alterações cerebrais da Doença de Frontotemporal, que ocorre: • Atrofia frontal e temporal focal (sofre uma redução do seu volume), devido a sua perda neuronal, • Gliose, é uma alteração da substância branca do cérebro, visualizada na ressonância magnética. Neurologia e Genética do Envelhecimento32 • Células Pick são neurônios anormais (células de Pick), contendo inclusões (corpos de Pick). Doença de Pick, é uma doença neurodegenerativa não comum, causada devido o excesso de proteína tau, localizadas nos neurônios. Geralmente afeta o lobo temporal e/ou lobo frontal. Das pessoas que possuem a Demência Frontotemporal, metade delas é hereditária. São mutações genéticas referente ao cromossomo 17q21-22, que envolve o gene Tau, levando a normalidade da proteína Tau associada aos microtúbulos. As doenças frontotemporal (DFT), são consideradas Taupatias, ou seja estão dentro de uma classe de doenças neurodegenerativas que são caracterizadas pela associação patológica da proteína Tau. São considerados Taupatia, além da Doença frontotemporal, o Mal de Parkinson e Doença de Alzheimer. (M. P. Sánches, 2001) Tipos de Demência Fronto Temporal A demência fronto-temporal, tem 3 subtipos clínicos: • Dorsolateral (pseudodepressao ou síndromes de convexidade frontal); • Orbitomedial (síndrome de desinibição, pseudomania ou pseudopsicopatia); ou • Giro medial frontal/cingulado (síndrome apática, síndrome aquinêmica). Estudos apontam que o início da doença ocorre alterações nas estruturas frontais, com a progressão da doença, a atrofia se estende para as estruturas posteriores, como os lobos parietais e temporais. (Gabriel Pina PAIVA, 2019) Sinais e sintomas As demências frontotemporal ocorrem progressivamente, afetando de início alterações comportamentaise da personalidade ocorrendo alterações também da linguagem. Neurologia e Genética do Envelhecimento 33 Os primeiros sinais da demência frontotemporal, são geralmente quadros depressivos tardios seguida de distúrbios comportamentais, como negligência com higiene, desinibição, agressividade, desatenção, rigidez mental, entre outros. Sintomas Frontais Os lobos frontais (direita e esquerda), regulam o humor, comportamento, auto controle e julgamento. • Modificações em personalidades e no comportamento Algumas pessoas ficam desinibidas, com comportamentos inadequados. Falam de forma rude. Aumenta o interesse em sexo de forma anormal. Pode ter comportamento compulsivo e impulsivo, por exemplo caminhar para o mesmo local várias vezes. • Alteração na forma como a pessoa se sente e expressa as emoções A pessoa tem dificuldades com a fala, não consegue encontrar as palavras. A pessoa tem cada vez mais dificuldade em compreender as palavras e de utilizar. Com a progressão da doença, a pessoa vai cada vez com mais dificuldades de achar as palavras, de compreender, diminui as falas, repetem as palavras que outros dizem, até parar de falar. • Perda da capacidade de julgamento Sintomas Temporais Os lobos temporais (direito e esquerdo), já são ligados a parte sensoriais ( por ex. o que ouve, o que vê), com as lesões nestas localizações pode afetar: • Dificuldade nas colocações das palavras; • Afasia progressiva não-Fluente (AP): Pode perder a capacidade de se manifestar articulações das palavras ou falar; Neurologia e Genética do Envelhecimento34 • Demência semântica (DS): Perde a capacidade da compreensão das palavras, e também fica super preocupada com apenas uma atividade; • Alterações de memória (mas são tardias). Se existirem lesões no lobo temporal, a memória será a principal capacidade a ser afetada. Os sintomas da DFT, se iniciam com alterações da personalidade e alterações comportamentais, no seu caráter, demonstra insensibilidade, tornando uma pessoa obsessiva e repetitiva, ou seja, faz várias vezes a mesma ação. Apresenta dificuldade na linguagem, com palavras limitadas, repete as frases inúmeras vezes. Não acha as palavras certas para falar. Tem a dificuldade na expressão verbal e na compreensão. Os músculos também podem ser afetados em algumas pessoas, podendo ficar atrofiados (definhar). Pode afetar também o músculo do pescoço e da cabeça, dificultando o mastigar, engolir e falar. Entretanto, a sua memória no início da doença se encontra preservada, sendo mais significativos as alterações comportamentais e da personalidade, devido a esta característica, o psiquiatra possui uma grande importância de diagnosticar um quadro de demência precoce da Doença fronto-temporal (DFT). Diagnóstico Avaliação de um médico, para o diagnóstico do quadro de demência, a fim de verificar se apresenta um quadro de demência. Diagnóstico da demência: • Verificar os sintomas, com perguntas a seus familiares, cuidadores e também à pessoa; • Resultado do teste de estado mental; • Teste neuropsicológico formais (caso outros testes sejam inconclusivos); • CT e RM, para verificar sua localização, extensão da atrofia cerebral, e também para efeito de exclusão de outras patologias; Neurologia e Genética do Envelhecimento 35 • PET com deoxiglicose marcada com flúor-18 (18F) (fluorodesoxiglicose, ou FDG), utilizado para diferenciar a DTF com a Doença de Alzheimer; visualizando a localização das áreas hipometabólicas. Diversos instrumentos foram desenvolvidos para auxiliar na investigação em indivíduos, principalmente aos idosos, que são fatores de risco, com o intuito de diagnosticar por possíveis déficits cognitivos. Pois quanto mais cedo for diagnosticado um quadro de demência, mais cedo o tratamento com o intuito de retardar a evolução da doença. A avaliação mais amplamente usada é o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), a fim de identificar se está diante de um quadro de demência. Avaliação funcional A avaliação funcional, é um meio de mensurar os níveis que a pessoa se enquadra, em diversas áreas da demência. Do qual utiliza A Escala de Classificação de Demência Clínica (Clinical Dementia Rating - CDR), para determinar o nível da demência. (Gabriel Pina PAIVA, 2019) Figura 4 - Avaliação funcional, para calcular o nível da demência/comprometimento Fonte:Pixabay Neurologia e Genética do Envelhecimento36 A Escala de Classificação de Demência Clínica (Clinical Dementia Rating - CDR), é uma escala de 5 pontos, sendo utilizada para caracterizar 6 áreas cognitivas e funcional aplicáveis a demências relacionadas e doença de Alzheimer. (Gabriel Pina PAIVA, 2019) • Memória; • Orientação; • Julgamento; • Resolução de Problemas, Assuntos Comunitários, Casa e Hobbies e Cuidados Pessoais. É feito uma entrevista do paciente e com um membro da família (confiável), esta tabela (CDR), podendo ser calculada através de um uso de algoritmo. Essa pontuação aponta o nível de comprometimento/ demência de um paciente. Tabela 1 - Classificação de demência clínica da NACC Fonte: Editorial Telesapiens Com o aumento clínico na demência, a importância do diagnóstico precoce e preciso da demência, a fim de fazer um tratamento para interromper ou retardar a progressão da doença. O diagnóstico tem que fazer com muito cuidado, para evitar um diagnóstico errado, levando a um tratamento sem a necessidade, causando consequências negativas. Neurologia e Genética do Envelhecimento 37 Tratamento Não existe cura e nem um tratamento específico para a DFT. Devido a isso, o tratamento é feito para reposição de neurotransmissores, e também os sintomas secundários. Os inibidores da acetilcolina, não são benéficos, aos pacientes com Doença Fronto-temporal (DFT). (Teixeira-Jr & Salgado, 2006) O tratamento é feito conforme a sua necessidade, por exemplo o modo de lhe dar com a pessoa, evitando confrontos. É feito suporte, como por exemplo local iluminado, colocar relógios grandes, a fim de garantir a sua segurança e qualidade de vida. • Alívio dos sintomas • Medidas de apoio Ambiente iluminado, alegre, com estímulos (TV e rádio), evitar estímulos excessivos; • Controle dos sintomas Antipsicótico: Caso a alteração de comportamento seja compulsivo, Fonoaudiologia: Dificuldades com linguagem • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina São prescritos quando há a necessidade de tratar sintomas comportamentais. (Teixeira-Jr & Salgado, 2006) Neurologia e Genética do Envelhecimento38 BIBLIOGRAFIA Antônio L. Teixeira Jr, F. C. (2004). Tratamento inicial da doença de Parkinson. Neurociências, 143. Acesso em 21 de 12 de 2019 Cruz, L. C., & Tavares, A. (2002). Aspectos clínicos da demência vascular. Revista Médica de Minas Gerais, 115-20. Acesso em 15 de 12 de 2019 Eduardo Matias dos Santos Steidl, J. R. (2007). DOENÇA DE PARKINSON: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Disc. Scientia. Acesso em 14 de 12 de 2019 Gabriel Pina PAIVA, F. H. (2019). Demência frontotemporal em paciente feminina de 56 anos: relato de caso. Arch Health Invest. doi:2317-3009 Laura Oliveira Rolim de Carvalho, D. G. (03 de 05 de 2019). Influência do café na Doença de Parkinson. Revista Brasileira de Educação e Saúde. doi:2358-2391 M. P. Sánches, V. A.-t. (2001). La proteína tau en enfermedades neurodegenerativas. Taupatías. Neurologia.com. Acesso em 15 de 12 de 2019 Teixeira-Jr, A. L., & Salgado, J. V. (2006). Demência fronto-temporal: aspectos clínicos e terapêuticos. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. doi:0101-8108 Yoshiyama Y, K. A. (jan de 2012). Anticholinergics boost the pathological process of neurodegeneration with increased inflammation in a tauopathy mouse model. Neurobiol Dis. doi:10.1016 / j.nbd.2011.08.017. Descrever Síndromes Geriátricas e Demências Descrever a Doença de Parkinson (DP) Parkinson genético Parkinsonismo Parkinsonismo SecundárioParkinsonismo atípico Fisiopatologia Sinais e Sintomas Compreender Diagnóstico, Tipos de Tratamento para Doença de Parkinson Principais tratamentos Levodopa Agonistas dopaminérgicos Fármacos anticolinérgicos Amantadina Inibidores seletivos de MAO-B (monoamina oxidase B) Inibidores de Catecol O-metiltransferase (COMT) Tocoferol Cirurgia Terapia restauradora Terapia ultrassônica focalizada Medidas físicas Demência Vascular Fatores de risco Fisiopatologia Sinais e sintomas Avaliação clínica e diagnóstico Diagnóstico de demência Exames de imagens Tratamento Medidas de suporte e segurança Tratamento dos fatores de risco vascular Inibidores da colinesterase Memantina Demência-fronto temporal (DFT) Doença de Pick Tipos de Demência Fronto Temporal Sinais e sintomas Sintomas Frontais Sintomas Temporais Diagnóstico Avaliação funcional Tratamento