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DOENÇAS DERMATOLÓGICAS Grupo de doenças caracterizadas pela produção inadequada de anticorpos pelo paciente ⇒ autoanticorpos ⇒ que se direcionam aos constituintes moleculares do epitélio: a) afetando a adesão entre as células epiteliais ⇒ Queratinócitos (cél. epiteliais) se ligam entre si através de desmossomos b) afetando a união do epitélio com o tecido conjuntivo subjacente ⇒ Queratinócitos se ligam à membrana basal do TC através de hemidesmossomos - A partir desse ataque, formam-se bolhas - vesículas ● PÊNFIGO ● PENFIGÓIDE ● LÍQUEN PLANO Técnicas de diagnóstico → imunofluorescência direta e indireta para encontrar os alvos teciduais desses autoanticorpos + biópsia perilesional (em todos) —----------------------------------------PÊNFIGO Pênfigo vulgar tem manifestações cutâneas e bucais (o vegetante também mas é raro) Patogênese: - Autoanticorpos começam a atacar principalmente a desmogleína 3 ⇒ glicoproteína presente nos desmossomos (responsáveis pela aderência) da camada parabasal do epitélio da mucosa bucal - Formando fendas intra-epiteliais acima da camada basal que se tornam vesículas preenchidas por Caract. Clínicas: - 4ª-6ª décadas - Se apresentam como vesículas, erosões e ulcerações na superfície da pele ou da mucosa bucal - A bolha intraepitelial vai ter um revestimento de epitélio fino - fácil rompimento - Já chegam à consulta com a bolha estourada → superfície ulcerada exposta - Sem predileção por gênero - 90% dos casos possuem manifestações em boca - 70% das manifestações de pênfigo se iniciam na boca e depois vão para a pele. - Úlceras dolorosas e coalescentes - Frequente em palato, ventre de língua, gengiva, mucosa jugal e mucosa labial. Obs: Lesões em pele se apresentam como vesículas e bolhas flácidas com fácil rompimento, deixando a superfície desnuda e eritematosa = tratado como paciente queimado. Pênfigo não tem cura, é controlável com tratamento. Sinal de Nikolsky Positivo = Caract. clínica do PV de induzir a formação de bolha ao aplicar pressão lateral e firme sobre uma área de mucosa ou pele normal → atestando PV (método que não exclui necessidade de biópsia, é uma informação extra, é um teste clínico desnecessário) Caract. Histopatológicas: - Biópsia de áreas adjacentes clinicamente íntegras p/ ver os queratinócitos, próx à região ulcerada ou erodida = Tecido perilesional - Observa-se uma fenda intraepitelial logo acima da camada basal, e a camada espinhosa do epitélio se quebra (acantólise - células acantolíticas que perderam a adesão), células soltas dessa camada vão para dentro da fenda ficando + arredondadas, sendo chamadas de células de tzanck. - Entrada de líquido no interior da fenda por osmose - Restam as “pedras de sepultura” Tratamento: - Corticosteroides sistêmicos (prednisona) + imunossupressores ⇒ mais rápidos para eliminar as lesões bucais dolorosas. - Corticosteróides tópicos para lesões bucais + “fáceis” —-----------------------------------PENFIGÓIDE Penfigóide das membranas mucosas = Doença vesículo bolhosa Patogênese: - Autoanticorpos atacando os hemidesmossomos que conectam a camada basal do epitélio com a membrana basal do TC ⇒ quebra ⇒ formação de bolhas subepiteliais Caract. Clínicas: - Mulheres 50-60 anos - Vesículas ou bolhas que podem ser vistas clinicamente, teto mais espesso que o do pênfigo por sua localização subepitelial - Bolhas se rompem → área extensa de ulceração superficial - Dolorosas - Difuso → mais freq em gengiva = gengivite descamativa se desenv. - Complicação + significante = envolvimento ocular = SIMBLÉFARO Lesão cicatricial causa adesão da conjuntiva palpebral e a conjuntiva bulbar - pode levar à cegueira = ocorre a fibrose Caract. Histopatológicas: - Separação entre o epitélio de superfície da mucosa e o tecido conjuntivo subjacente - formada na região de MB = fenda subepitelial = vista por biópsia da região perilesional. Tratamento: - Corticosteróides tópicos - Corticosteróides sistêmicos + imunossupressores (em menor dosagem que no tratamento de pênfigo) —------------------------------ LÍQUEN PLANO Doença mucocutânea crônica - imunologicamente mediada ⇒ alterações genéticas. Idiopática. Citotóxica. Patogênese: - Ataque de linfócitos aos queratinócitos basais do epitélio - destruindo-as, ação idiopática. A banda de linfócitos fica bem concentrada no TC subjacente, logo abaixo da camada basal do epitélio.. - O infiltrado se organiza em faixas - predomínio de LT CD8+ - Diferente do pênfigo e do penfigóide, o LP destrói as células, não suas junções. Caract. Clínicas: - Mulheres adultas - meia-idade - LP cutâneo é mais freq que o bucal - LP CUTÂNEO = PPP - pápulas púrpuras e pruriginosas, afetando reg flexoras das extremidades - Presença de linhas brancas ceratóticas que se entrelaçam - estrias de wickham - LP BUCAL = 2 formas: reticular e a erosiva. - LP RETICULAR ⇒ + comum, assintomática, envolve + mucosa jugal posterior bilateralmente, podem se apresentar como estrias de wickham (lesões brancas) ou como pápulas (cor da mucosa) - LP EROSIVO = Sintomáticos, áreas eritematosas, atróficas com variado grau de ulceração central, periferia da lesão apresenta as estrias brancas irradiadas. Quando em ulceram gengiva → desenvolve-se gengivite descamativa - Outras áreas de desenvolvimento: superfície dorsal da língua, gengiva, vermelhão do lábio, palato. Caract. histopatológicas: - Graus de ortoceratose ou paraceratose (responsável pelas estrias) - Cristas epiteliais pontiagudas - formato de dentes de serra - Infiltrado inflamatório linfocitário abundante em faixa subjacente ao epitélio - Destruição das células basais do epitélio Tratamento: - LP reticular: nenhum tratamento necessário por ser assintomático, a não ser que os pacientes tenham candidíase sobreposta → terapia antifúngica. - LP erosivo = dor → corticosteróides sistêmicos (agressivo) e corticosteróides tópicos potentes → diminui a lesão e depois retorna.
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