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DOUGLAS DOS SANTOS TABORDA ATIVIDADES FÍSICAS ALTERNATIVAS: CONCEITOS Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E TENDÊNCIAS�������������������������������������������������� 4 IMPACTOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS NO AMBIENTE NATURAL �����������������������������11 Impactos positivos ������������������������������������������������������������� 14 Impactos negativos ������������������������������������������������������������ 15 PERSPECTIVA EDUCACIONAL DAS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA ���������� 20 PERSPECTIVA DE TURISMO DAS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA ���������� 26 Turismo de aventura ����������������������������������������������������������� 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������33 2 INTRODUÇÃO As práticas corporais realizadas no ambiente natural ganham cada vez mais notoriedade na mídia, devido ao leque de relações sob as quais elas estão associadas na sociedade, como os fins políticos, ambientais, esportivos, de lazer e turismo, respectivamente� O ser humano é motivado pelo diferente, pela inova- ção, sendo assim, tais razões inspiram o indivíduo a buscar por locais e serviços que oportunizem a vivência orientada de esportes alternativos, prin- cipalmente, no que tange atingir as expectativas de vivificar sentimentos e emoções de risco e aventura, ou seja, que o desafiem a sair da zona de conforto da vida diária� Tais atividades realizadas no meio natural podem ser mediadas por profissionais capacitados na sua instrução ou orientação, ou ainda, também podem ocorrer de forma espontânea, como realizar cami- nhadas em trilhas ecológicas mapeadas, pedalar por zonas rurais para fugir do fluxo das grandes rodovias, ou ainda, passear por cachoeiras, lagos, rios, praias ou qualquer outro ambiente que permita uma reconexão com a natureza� Sendo assim, buscaremos compreender melhor tais práticas, sistematizando suas diferentes for- mas de organização e predisposições, entendendo os possíveis impactos ao ecossistema oriundos dessas práticas, mediando nossa discussão sobre uma perspectiva formativa educacional� 3 CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E TENDÊNCIAS Para atender à demanda do homem por novas experiências, ou ainda, pela busca de recuperar momentos vividos na infância e adolescência em atividades realizadas em convívio com a natureza, podemos compreender que as Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFANs) se consolidam atualmente como conteúdo de ensino obrigatório nos currículos escolares� Além do mais, se torna- ram possibilidades emergentes de entretenimento, lazer e investimento profissional sob a ótica de diferentes esferas sociais� (BETRÁN, 2003)� Considerando isso, estas atividades abrangem um leque de oportunidades didático-pedagógicas que se pode investigar na Educação Física, visto que podemos abordá-las pelo viés esportivo, entendendo sua inserção no cenário mundial, como os campe- onatos mundiais e até mesmo as Olimpíadas de verão e de inverno, ou ainda, apresentá-las como meio para fundamentar propostas ecológicas de preservação e conservação da natureza, ou ainda, como possibilidades de (ALMEIDA; MICALISKI; SILVA, 2019; LISBOA et al., 2019; SCOPEL et al., 2020; TRIANI; TELLES, 2020)� 4 Para além disso, há um crescente interesse de alunos de escolas, academias, clubes esportivo/ recreativos e corporações empresariais, pela vivência das práticas corporais na natureza, que servem para diferentes objetivos, como: a exigência física sobreposta pela sua realização em ambien- tes naturais, a busca pela manutenção da saúde mental e da qualidade de vida dos colaboradores de uma empresa, o treinamento e desenvolvimento de lideranças, o resgate e a reaproximação dos atributos instintivos de sobrevivência na natureza associados à busca por atividades que provoquem fortes emoções e sensações aos seus praticantes� (TAHARA; CARNICELLI FILHO, 2009; PIMENTEL; SAITO, 2010; MANFIOLETE et al., 2012; BERNAR- DES, 2013; FRANÇA; FRANÇA; CAREGNATO, 2021)� Por isso, é preciso compreendermos melhor os aspectos relacionados à terminologia empregada para tais atividades, pois ao propô-las, nos depara- mos com uma série de conceitos e classificações distintas que na literatura vigente mantém acesa a necessidade do debate� (BANDEIRA; AMARAL, 2020)� Nessa mesma direção, de acordo com Munhoz e Gonçalves Junior (2004, p� 2) “são muitas as no- menclaturas designadas a este tipo de atividade, a mais divulgada pela mídia é Esportes de Aven- tura”� Entretanto, quando visitamos a literatura, 5 encontramos inúmeros conceitos e perspectivas distintas que ora se aproximam, ora se distanciam em virtude de que a abrangência e magnitude do tema requer cautela� (BETRÁN, 2003; SCHWARTZ, 2006; BERNARDES, 2013)� Na tabela a seguir, procuramos sintetizar três dos principais conceitos que são fonte de organização e discussão pedagógica na Educação Física, para que assim seja possível identificar semelhanças e afastamentos dentro da perspectiva de diferentes autores� 6 Tabela 1: Conceitos-chave Esportes de aventura Esportes radicais Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFANs) São entendidos como práticas esportivas formais ou informais reali- zados na natureza, que envolvem sen- sações e emoções a partir de condi- ções de incerteza, em relação ao meio e de risco calcula- do� Realizadas em ambientes naturais (ar, água, neve, gelo e terra), com exploração das possibilidades da condição humana, em resposta aos desafios desses ambientes� Assemelham-se aos esportes de aventura, porém são realizados atra- vés de manobras arrojadas e contro- ladas como supera- ção de habilidades de desafio extremo (ex: motocross freestyle, skate na mega rampa, globo da morte)� Desenvolvidas em ambientes con- trolados, podendo ser artificiais, quer seja em manifes- tações educacio- nais, de lazer e de rendimento� Abrangem qual- quer prática que desperte o instinto aventureiro e que tenha uma ligação profunda com o meio natural, repre- sentando uma ati- vidade de diversão em seu tempo livre, tendo o corpo não como meio, mas como um fim em si mesmo, por ser o portador de emo- ções e sensações vivenciadas� Fonte: Adaptado de BETRÁN, 2003; COSTA; MARINHO; PASSOS, 2007; PIMENTEL, 2013; BANDEIRA; AMARAL, 2020� Selecionar conceitos nem sempre é tarefa fácil, pois envolve conflitos relacionados à capacidade deles em representar, de forma plena, determinado fenômeno, e ainda, existe a luta simbólica entre detentores legítimos do saber, na qual autores com linhas de pensamento antagônicas buscam a predominância de seus conceitos e tipologias sobre determinado campo acadêmico� Diante dis- 7 so, concordando com as considerações de Betrán (2003), utilizaremos o termo AFANs� De acordo com Munhoz e Gonçalves Junior (2004), quando se fala de práticas corporais de aventura na natureza, é comum encontrarmos termos como “esportes de aventura”, “esportes californianos”, “esportes alternativos” ou “esportes radicais”, para citar apenas alguns exemplos� Porém, a conotação esportiva pode prejudicar e diminuir o tipo de fe- nômeno que acontece no meio ambiente natural� (BERNARDES, 2013; INÁCIO; MORAES; SILVEIRA, 2013)� Em outras palavras, as interações entre o homem e a natureza superam qualquer possibilidade de afunilar as inúmeras possibilidades dessa rela- ção, a magnitude das ações, tampouco podem ser reduzidas a um ou outro viés de utilização e entendimento� O Canal Educação Física InForma, do Youtube, apresenta uma sistematização muito interessante e atual sobre as atividades de aventura realizadas na natureza� O vídeo incita o debate reflexivo sobre a gama de possibilidades didático-pedagógicas inerentes ao contexto das AFANs� Vale a pena conferir� Acesse em: https://www�youtube� com/watch?v=WZT9F71Y-O0�SAIBA MAIS 8 Entretanto, é preciso utilizar da cautela e do bom senso, pois Betrán (2003), nos ensina que as AFANs também agregam o esporte e o jogo em sua dimensão polissêmica� De acordo com o au- tor, as vivências possíveis na natureza integram três ambientes, são eles: terra, água e ar� Nessa mesma direção, é possível inferir que elas estão associadas ao denominado turismo na natureza� De acordo com Pimentel (2013), a oferta da maioria dos esportes de aventura na natureza ocorre através da contratação de serviços em agências de ecotu- rismo, e, de maneira muito menor, a partir da oferta ou associação às federações e confederações� Porém, o turismo na natureza também é carregado de adjetivações, sendo um campo mais difícil ainda para demarcações, pois conta com: ecoturismo, turismo verde, turismo sustentável, turismo brando, turismo alternativo, turismo eco rural (PIMENTEL; SAITO, 2010; MANFIOLETE et al., 2012; PIMENTEL, 2013)� Todas essas denominações, para evocar a mesma atividade de lazer, têm muito a ver com a carência de estudos tipológicos e a crescente comercialização das viagens a espaços naturais, o que estimula cada região receptora, ou organização emissora, a criarem rótulos para seus produtos turísticos� Nessa direção, o foco sobre a natureza do ecotu- rismo pode ser compreendido como a motivação 9 principal de uma viagem� Assim, é preciso agregar ao turismo contribuição positiva à conservação da área visitada e da comunidade residente nela� Entre as formas de turismo alternativo (em oposição ao de massa), haveria o ecoturismo, distribuído pelos enfoques culturais, educacionais, científicos e de aventura� Outro tipo de turismo alternativo a ser considerado seria o turismo rural, por possuir certa intersecção no ecoturismo� Portanto, as AFANs ocorrem predominante sob um dos enfoques do ecoturismo: o desejo pela aventura� Ainda podemos atribuir outras atividades para as AFANs, como a caça e a pesca esportiva, o escotismo, a relação terapêutica, o estilo de vida, o coaching empresarial, entre outros� (BETRÁN, 2003; SCHWARTZ, 2006; BERNARDES, 2013)� 10 IMPACTOS DAS ATIVIDADES FÍSICAS NO AMBIENTE NATURAL O que representam as AFANs quando iniciamos nossa trajetória profissional? Para responder essa questão, precisamos evocar nosso entendimento sobre como o ser humano causa impactos ao meio ambiente desde tempos remotos, e, quais são as consequências dessas ações� As elucidações de Maroun e Vieira nos ajudam a pensar a respeito: Verifica-se nos últimos anos uma mobilização mun- dial em prol das causas ambientais� É notório que a sociedade mundial vem debatendo e buscando alternativas para a preservação do planeta� Há uma comunhão de esforços entre as nações, ou pelo menos de intenções, objetivando viabilizar a adoção do propagado desenvolvimento sustentável� Um dos núcleos das discussões que se estabelece é o que se refere aos processos de degradação do meio natural� Não se concebe mais a intervenção humana com a natureza sem o devido planejamen- to, sem a adoção de medidas que minimizem ou eliminem possíveis impactos ambientais negativos� Na atualidade, é fundamental que todos os setores da sociedade desenvolvam e disseminem conheci- 11 mentos e formem cidadãos com novas atitudes e valores em relação ao meio ambiente� Divulgou-se na década de 80 que o buraco na camada de ozô- nio da atmosfera e o efeito estufa iriam pôr fim a vida humana na Terra� O anúncio dessa catástrofe que estava por vir mobilizou a sociedade mundial, o que resultou no surgimento e fortalecimento de diversas entidades e organizações ambientais� A relevância desta temática é explicitada ao se verifi- car uma infinidade de reuniões, fóruns, congressos, convenções e conferências que ocorreram a partir deste período, em níveis locais, regionais, nacionais e internacionais, culminando em diversos acordos, tratados, cartas, declarações, protocolos, normas, resoluções e planos� Entretanto a implantação das mudanças que poderiam reverter o quadro caótico em que a Humanidade se encontra está em ritmo aquém do desejado, pois as questões econômicas ainda prevalecem nos diversos fóruns de discus- são sobre o futuro do planeta� (MAROUN; VIEIRA; 2007, p� 01) Diante disso, é imprescindível analisarmos e refle- tirmos, como os envolvidos com as AFANs, sejam instrutores, proprietários dos locais, políticos, ambientalistas, acadêmicos, entre outros, têm direcionado seus esforços para intervir de forma consciente sobre os impactos causados pelo uso indevido, ou ainda, inconsequente da fauna e da 12 flora pela sociedade mundial. Entre as principais atividades nesse contexto, encontra-se o ecoturismo e/ou turismo de aventura� (MARTINS; SILVA, 2019)� A atividade ecoturística é essencialmente saudá- vel, podendo comportar uma forte sinergia entre a prática esportiva e a natureza� (BERNARDES, 2013)� As atividades de aventura dão origem às implicações, que podem ser de caráter positivo ou negativo� Por isso, além de contabilizar a econo- mia gerada, monitorar e avaliar o impacto gerado pelas AFANs são tarefas importantes� (TRIANI, et al., 2020)� As atividades turístico-esportivas têm como ob- jetivo inibir o estresse da modernidade, por isso, muitas vezes, a oferta comercial dessas ativida- des é principalmente direcionada para um público alvo com poucas aptidões físicas, ocasionando a necessidade da instrução/orientação profissional qualificada. (CIDREIRA-NETO; RODRIGUES, 2017; MARTINS; SILVA, 2019)� Além disso, se faz neces- sário enfatizar os impactos gerados, a prevenção e a segurança das AFANs� Um dos eventos mais difundidos na Educação Física atualmente é o Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA), que discute e apresenta os estudos SAIBA MAIS 13 oriundos das intervenções profissionais em diferentes contextos� Nessa mesa redonda, a temática foi “A Edu- cação Ambiental no Contexto da Aventura: diálogos e perspectivas”, apresentado por professoras inseridas no cenário das AFANs� Assista ao vídeo em: https://www� youtube�com/watch?v=tWOVyGxgBo8� IMPACTOS POSITIVOS As AFANs estão associadas à filosofia de desenvol- vimento equilibrado e utilizam o know-how turístico do local para gerar riqueza e, assim, proporcionar manutenção e valorização das qualidades am- bientais da região� Seguindo essa linha, Guaiano (2013) descreve quatro aspectos fundamentais que revelam as atividades de aventura como sinônimo de sustentabilidade: “a proteção dos recursos naturais; a valorização econômica; a participação da população local; o turismo como ferramenta de conservação” (p� 310)� Segundo o autor, as atividades de aventura são efetivamente contabilizadas quando incluem efeitos positivos na população local e no espaço natural, tais como: nível de emprego, crescimento econômico, estímulo para outros negócios e opor- tunidades, diversificação das atividades econômi- cas, aproveitamento de terrenos já saturados pela atividade agrícola ou outras utilizações, benefício 14 nos aglomerados ao nível das infraestruturas bá- sicas, entre outros� Uma das atividades de sustentabilidade presente nas AFANs compete aos seus adeptos em entender e mini- mizar os impactos da ação do ser humano na natureza� Para isso, dentro das atividades de caminhada, é pos- sível escolher locais para realizar o plantio de mudas de árvores nativas daquela região que outrora foram suprimidas pelo homem e pela atividade industrial� Fato é que estas ações permitem uma conscientização e uma reconexão do homem com sua região� IMPACTOS NEGATIVOS Diversas investigações (DULLEY, 2004; SCHWARTZ, 2006; MAROUN; VIEIRA, 2007; BERNARDES, 2013; CIDREIRA-NETO; RODRIGUES, 2017), comentam que a maioria das empresas que ofertam serviços de AFANs não está cumprindo o que oferece em seus roteiros, como educação ambiental, deixando de lado os interesses do grupo de turistas� Em razão do baixo impacto ambiental, as AFANs passarama ser vistas como solução econômica ao meio ambiente, por isso, as consequências se contradizem com o significado real do termo. Com REFLITA 15 esse mesmo foco, consideramos as contribuições de Santos Soares e Paixão: Não se pode negar que o contato com a natureza, através das práticas de aventura, apresenta um viés positivo e outro negativo� Por um lado, pode, por exemplo, aumentar a consciência ecológica dos envolvidos com a prática esportiva, pode inibir a ação predatória em seus locais de prática e contribuir para a melhoria da qualidade de vida� No entanto, quando não planejadas, essas mesmas práticas es- portivas podem interferir negativamente nos fatores ambientais, podendo ocasionar danos aos ambientes onde são praticados� Embora divulguem que essas práticas junto à natureza são preservacionistas, pode haver um desequilíbrio nos ecossistemas, devido à construção de infraestruturas de apoio à sua realização� Acrescenta-se ainda a poluição sonora e ambiental, lixo, devastação e erosão nos locais utilizados para a prática� (SANTOS SOARES; PAIXÃO, 2010, p� 01) Desse modo, com o intuito de satisfazer às ne- cessidades daqueles que procuram por AFANs, lugares pouco conhecidos, porém, repletos de uma condição natural para atividades de aventu- ra, imediatamente, se tornaram pontos turísticos, movimentando a economia em geral, trazendo visibilidade regional e proporcionando aos nativos 16 a venda de seus bens de produção� (MAROUN; VIEIRA, 2007; PROCHNOW; VASCONCELOS, 2008; SANTOS, IMBERNON, 2014)� Entretanto, tal processo pode transformar locais que antes eram calmos e tranquilos, e lugares muito movimentado� Ainda seguindo nessa linha de pensamento, muitas localidades não estavam adequadamente preparadas para um crescimento imediato de suas atividades turísticas, o que inúmeras vezes reflete a falta de recursos humanos qualificados, a estrutura física não contempla as necessidades dos turistas, e ainda, o comportamento inadequado com a natu- reza causa impactos ambientais pontuais, como: erosão e perda de solo ao longo de trilhas, acúmulo de lixo, fogueiras em locais inapropriados� Tais impactos podem evoluir para questões sociais como o tráfico de drogas, a prostituição infantil, a desagregação familiar e a deterioração das comunidades locais� (SANTOS SOARES; PAIXÃO, 2010; BERNARDES, 2013; POTT; ESTRELA, 2017; AMARAL JUNIOR et al., 2018)� Conhecendo os possíveis efeitos e impactos da atividade humana em decorrência das AFANs, podemos agir para reduzir possíveis resultados negativos das ações na natureza� Um movimento interessante, que nos auxiliam diretamente a en- tender melhor sobre o assunto, pode ser observado nas ações do Movimento Leave No Trace e seus 17 7 princípios, conforme apresentados na figura a seguir: Figura 1: Princípios do Leave No Trace Planeje com antecedência e prepare-se Viajar e acampar em superfícies duráveis Descarte os resíduos corretamente Deixe o que você encontrar Minimize os impactos da fogueira Respeite a vida selvagem Seja atencioso com os outros Fonte: Adaptado de LEAVE NO TRACE, 2022� Visto pela ótica de minimizar impactos ambientais com consciência e eficácia, diferentes autores têm se debruçado para atingir esses objetivos, atentando para o fato de que é possível, ao mesmo tempo, praticar as AFANs sem se descuidar das questões ambientalistas, como também, manter coerência com a conservação e preservação da natureza� Frente a isso, podemos compreender melhor os efeitos e impactos negativos das AFANs quando tais objetivos não são atingidos, analisemos a tabela a seguir: 18 Tabela 2: Efeitos e impactos negativos potenciais das AFANs Agente de impacto Efeitos potenciais Impactos potenciais Trilhas pedonais Pisoteio e compacta- ção do solo Alteração da qua- lidade estética da paisagem Trilhas equestres Remoção da cobertu- ra vegetal Aumento da sensibili- dade à erosão Carros/ caminhonetes Liberação de gases de combustão Eliminação de habitat Barcos a motor Ruído Deterioração da qualidade da água; perturbação da fauna e da flora Lixo Deterioração da paisagem natural; al- teração da acidez da água; contaminação de aquíferos Redução a qualidade estética da paisagem; contaminação do solo; contaminação da água Descarga de efluentes Deterioração da paisagem natural Mau cheiro; redução da qualidade estética da paisagem; interferência na fauna e na flora aquáticas Vandalismo Remoção de atrati- vos naturais; interrup- ção dos processos naturais Redução da qualidade estética da paisagem; interferência na fauna e flora aquáticas; per- turbação de visitantes Construção de edifícios Remoção da cober- tura vegetal; elimi- nação de habitat; liberação de fumos de combustão e poei- ras; ruídos Alteração da qua- lidade estética da paisagem; aumento da sensibilidade à erosão; deterioração da qua- lidade do ar; estresse na fauna e na flora Fonte: Adaptado de GUAIANO, 2013, p� 312� 19 PERSPECTIVA EDUCACIONAL DAS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA As AFANs apresentam atualmente três âmbitos de atuação: o turístico-recreativo, o de rendimento- -competição e o educativo-pedagógico� O primeiro corresponde a sua área natural e histórica, pois nasce nesse contexto e se desenvolve por meio das empresas turísticas, que gerenciam tais práticas e oferecem diversão, aventura e natureza� O segundo âmbito provém da influência do onipresente sis- tema desportivo e corresponde à transformação e desnaturalização dessas práticas, que buscam, intrinsecamente, o prazer sensorial, motor e novas emoções em contato com a natureza, por meio da competição e do rendimento em multi-competições e raids (competições longas e difíceis com provas diversas e singulares)� O terceiro âmbito refere-se à progressiva incorporação dessas atividades no encontro educativo� Assim, é preciso temos claro fundamentos didáti- cos pedagógicos que solidifiquem uma proposta educacional para as AFANs, para isso podemos recorrer às considerações de Betrán e Betrán que nos elucidam: 20 As AFANs constituem um bloco de atividades recre- ativas capaz de engendrar por si mesmo uma série de situações motoras de grande importância por conta da transmissão eficiente de valores, atitudes e normas, da aprendizagem de conceitos integrados em diferentes âmbitos do conhecimento, mediante um processo interdisciplinar, e da realização de diversas experiências motoras de notável impacto emocional (com fortes elevações de adrenalina), pelas características intrínsecas dessas práticas em estreito contato com seu meio natural� A mo- tivação e o interesse que geram entre os alunos, a grande satisfação que sua prática reporta com a experimentação de sensações e emoções individu- ais compartilhadas com o grupo, a percepção de liberdade entre a sensação de risco sob controle e a vivência excitante da aventura, permitem que as AFANs sejam atividades apropriadas para realizar créditos interdisciplinares (créditos de síntese) com o restante das matérias da grade curricular do centro educativo, com repercussões diretas no indivíduo nos planos intelectual, moral e motor, contribuindo para a formação integral dos alunos� (BETRÁN, BETRÁN, 2006, p� 181-182) Mesmo com as reflexões apresentadas, as AFANs, como possíveis práticas educativas, ainda que presentes nos documentos oficiais da Educação Nacional até o presente momento, são impactadas 21 pela falta de recursos materiais, a falta de apoio da escola, ou ainda, pela falta de profissionalismo na oferta de serviços de qualidade por parte das empresas desse setor, que, associadas aos motivos anteriores, somam responsabilidades que impedem ou dificultam a implantação e desenvolvimento das delas como conteúdo pedagógico� Frente a isso, entendemos que há uma necessidade emergente de uma educação ambiental entre os alunos associada à importância da realização de créditos de síntese e o interesse de levara aula para a natureza (e vice-versa), em um ambiente de colaboração, descobrimento e diversão, que tornam essas práticas ímpares� Não obstante, do ponto de vista intrínseco, a riqueza motora dessas práticas, o conceito de corpo e modelo corporal que utilizam e a existência de outras atividades no currículo acadêmico, assim como a demanda dos alunos para a realização dessas experiências em contato direto com o meio natural, lhes atribuem validade� Entretanto, o entendimento que a sociedade tem das AFANs está diretamente relacionado com o risco e o perigo, gerando muitas dúvidas e silêncio no âmbito educativo� Ainda que o nível de aciden- tes seja muito baixo, modificar essa crença passa por um processo lento e cheio de obstáculos, que esbarra em esporádicos acidentes, que, em sua 22 maioria, ocorrem mais por azar do que pela negli- gência de educadores profissionais. No entanto, cabe destacarmos que o esforço pela discussão dessas práticas no âmbito escolar en- volve cada vez mais educadores e responsáveis dos centros educativos na elaboração de projetos e conteúdos claramente pedagógicos, permitindo uma introdução progressiva e eficaz em muitos espaços educativos� As AFANs, como um conjunto de conhecimentos constituidores do projeto de Educação Física, con- duzem novos esquemas, a nível motor, aprimorados em convívio retilíneo com a natureza, possibilitando diversos contextos ambientais� Entretanto, propor- cionam um entorno com altos níveis de incerteza motora, o que facilita distintas situações emocio- nais em variadas circunstâncias (estresse, fadiga, dificuldade, risco) (TRIANI; TELLES, 2019; BADARÓ et al., 2020; CORRÊA et al., 2020; TRIANI; TELLES, 2020; DA SILVA TRIANI et al., 2021)� Porém, favorecem a conscientização do aluno com o meio natural e a sensibilização com os problemas do meio ambiente, promovendo uma educação ambiental (BETRÁN; BETRÁN, 2006; SILVA; SILVA; INÁCIO, 2008; SANTOS SOARES; PAIXÃO, 2010)� Nessa mesma perspectiva, o conhecimento das características dos ecossistemas utilizados no 23 contexto sociocultural a qual pertencem e a utiliza- ção responsável dos diversos recursos materiais e tecnológicos, que facilitam o trabalho controlado pelos diversos planos físicos, proporcionam a alunos e educadores uma experiência de incon- testável valor educativo� (PAIXÃO, 2015; SANTOS, et al., 2015)� As AFANs permitem um completo e complexo sistema de práticas corporais realizadas nos planos terrestres, aquáticos e aéreos, e em suas variações, como a neve, o gelo sólido� Há ainda, a mescla de equipamentos que permitem ao praticante, em um primeiro momento, estar usufruindo do ambiente aquático e rapidamente migrar para o ambiente aéreo, como é o caso do kite surf, no qual o surfista utiliza simultaneamente uma prancha e uma espécie de mini paraquedas, que o impulsiona para cima, momento no qual são realizadas diferentes manobras aéreas (transição), antes de retornar para o plano aquático� Dessa forma, as AFANs permitem ao profissional de Educação Física, desenvolver experiências motoras significativas, sensíveis e principalmente de grande magnitude educativa, pois aglomeram possibilidades didático-pedagógicas de áreas do conhecimento distintas, ao mesmo tempo, que lançam os sujeitos ao desafio intrínseco de suas práticas realizadas em ambientes diferenciados, que por si só, trazem elementos de aventura como 24 obstáculos, níveis de dificuldade e a necessidade de superação de limites físico-emocionais� Por tudo isso, entendemos que as AFANs constituem um conjunto de práticas de grande valor formativo e que, se tratadas pedagógica e didaticamente, podem ajudar de forma eficaz na tarefa de educar os alunos por meio de um verdadeiro processo interdisciplinar� “A escola de aventura: possibilidade de atuação” é um projeto inovador, que traz em sua estrutura elementos didático-pedagógicos que vão de encontro ao assunto que abordamos nesse tópico� Para conhecer o seu idea- lizador e entender melhor as perspectivas educacionais intrínsecas nas AFANs, assista a web-conferência com o professor Juliano Pimentel disponível em: https://www� youtube�com/watch?v=SuxjUFwmMxM� SAIBA MAIS 25 PERSPECTIVA DE TURISMO DAS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA Notavelmente, o turismo nacional vem crescendo gradativamente de diferentes formas e regiões brasileiras, e está diretamente relacionado com o crescimento econômico de cidades e regiões que se tornaram polos de entretenimento para diver- sos públicos a nível mundial. Para que fique mais claro a magnitude desse conceito, consideremos as reflexões de Guerra Ashton e Garcia: O turismo tem se apresentado como um fenômeno socioeconômico em crescimento em nível mundial, o que reforça a relevância em analisar o tema pro- posto� Sua complexidade exige a participação de vários atores, desde a formatação até a consolidação dos destinos turísticos, além da necessidade de compreender como as relações sociais, econô- micas, culturais e ambientais são estabelecidas no sentido de favorecer o desenvolvimento das regiões� (GUERRA ASHTON; GARCIA, 2008, p� 116) De acordo com Silva (2015), do ponto de vista his- tórico, o surgimento do turismo se dá na Europa� O progresso nos âmbitos social, cultural e econômico exigiu descobrimento de novos espaços, desenvol- vimento de estrada e, consequentemente, facilida- des para deslocamento da população (CARVALHO, 26 2016)� As pessoas mais privilegiadas percorriam Gênova, Florença, Veneza, Paris e Amsterdã no chamado Grand Tour atrás de cultura� Do nascimento dessa atividade, da proliferação e da diversificação vieram a necessidade de órgãos legisladores e promotores, resultando na Organi- zação Mundial do Turismo (OMT), criada em 1925 na Holanda (GUERRA ASHTON; GARCIA, 2008)� Já no Brasil, existia apenas a Empresa Brasileira de Turismo e só em 2003 o Ministério do Turismo (EMBRATUR) (RAMOA; PIRES, 2019)� TURISMO DE AVENTURA Fruto de um conceito mais amplo, o turismo de aventura possui uma estreita relação com a área da Educação Física, por conta das características peculiares e inerentes ao contexto das práticas corporais realizadas na natureza� Sendo assim, estão presentes nesse âmbito, elementos que contemplam conteúdos que envolvem, desde o en- tendimento de conceitos universais, como atividade física, exercício, lazer e recreação, até mesmo, a orientação direcionada de ações, comportamentos e atividades, que se entrelaçam com as questões ambientais, físicas e psicoemocionais� Para que possamos avançar, é preciso termos claro o conceito de turismo de aventura, por isso, nos debruçaremos sobre as considerações de Silva, que nos esclarece: 27 Entendem-se como atividades de turismo de aventura aquelas oferecidas comercialmente, adaptadas nas atividades esportivas de aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos� É importante ressaltar que as atividades podem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais e urbanos� De forma abrangente, o Turismo de Aventura no Brasil evoluiu a partir dos conceitos e práticas do desenvolvimento sustentável, a qual foi fortemente estimulada pela realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio Eco – 1992� (SILVA, 2015, p� 12) O termo aventura tem origem no latim “adventura”, que remete a o que há por vir, ou ainda, aconte- cimento imprevisto (BANDEIRA; SILVA; AMARAL, 2021)� Embora o sucesso do segmento acompanhe o progresso da tecnologia, nas práticas esporti- vas, tem origem em influências históricas, como viagens de peregrinos e de andarilhos do Cami- nho de Compostela, na Europa, que ainda hoje é explorado e tem como principal objetivo a procura por um descobrimento espiritual ou emocional, enfrentando o desconhecido� O turismo de aventura flutua entre dois polos pertinentes no que tange usufruir do tempo livre existente na sociedade�De um lado, temos o tra- dicional gozo do tempo livre com inúmeras pers- pectivas, desde o descanso à diversão variada� 28 Na outra ponta, os esportes de aventura, em que o elemento “perigo” se encontra em destaque, a busca por novas descobertas e desafios aos limites de nossas habilidades, como a presença de riscos controlados (MARTINS; SILVA, 2019)� Unir turismo e aventura foi uma das muitas ver- tentes bem-sucedidas originada dos esportes que, quando explorado, respeitando as normas e as técnicas, é capaz de incrementar a economia, gerando desenvolvimento, emprego e até mesmo a preservação da natureza (ICMBIO, 2018; BARROS; LEUZINGER, 2020)� Uma das principais características envolvidas com o turismo de aventura no Brasil, é que vivemos em um país de dimensões continentais, ou seja, a diversidade de opções e locais para a prática de atividades na natureza é vasta, permitindo que muitas localidades, antes esquecidas no mapa, pudessem reaparecer através da apresentação das AFANs, como recurso turístico e de sobrevivência para inúmeras famílias� De acordo com o Minis- tério do Turismo, essa variedade de localidades e da oferta das AFANs se baseia nas seguintes características: Estar, na maioria das vezes, associada ao turismo na natureza, praticada em ambientes naturais pre- servados (unidades de conservação e seu entorno) ou relativamente bem preservados, forte interseção 29 com o ecoturismo, sendo muitas vezes confundido como tal; Diversidade de modalidades oferecidas e praticadas; Como atividade econômica possui forte partici- pação de empresas de pequeno e médio porte (levantamentos preliminares baseados no banco de dados de empresas prestadoras de serviços no Brasil - ver documento “TA - MTur - IH – 09; Análise da oferta de atividades de turismo de aventura no Brasil” - indicam que a maioria das empresas de turismo de aventura são de pequeno porte); Envolvimento de empresários que optam pelo empreendimento como estilo de vida e não pela gestão do negócio� (BRASIL, 2005, p� 11) Ainda nessa direção, as comunidades que possuem tais características conseguiram se organizar juri- dicamente, como também, aprimorar os aspectos relacionados à melhoria no atendimento ao turista, à organização dos recursos humanos e físico/ técnicos, aperfeiçoando a recepção e hospedagem dos clientes de forma mais profissional. Assim, desenvolveu-se o conceito de Turismo de Base Comunitária (TBC), que segundo o ICMBio o TBC pode ser entendido como: Turismo de Base Comunitária é um modelo de ges- tão da visitação protagonizado pela comunidade, gerando benefícios coletivos, promovendo a vivência 30 intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da cultura dessas populações, bem como, a utilização sustentável para fins recreativos e edu- cativos dos recursos da Unidade de Conservação� (ICMBio, 2018, p� 10) Sob esta égide, as comunidades de base, organi- zadas e residentes nas Unidades de Conservação, conseguiram se fortalecer, criar uma fonte de renda estável, baseada nas características da biodiver- sidade e valorizando as peculiaridades culturais intrínsecas de cada região, como as comidas típicas, músicas, folclore, danças e práticas corporais na natureza própria de cada localidade� O documento “Turismo de base comunitária em unidades de conservação federais� Princípios e diretrizes”, apre- senta todos os elementos técnicos constitutivos de sua formatação e sistematização do TBC, bem como, ilustra de forma didática o quão importante esse movimento tem se tornado uma fonte de renda e sobrevivência para as famílias que vivem nas Unidades de Conservação� Para conhecê-lo, acesse: https://uc�socioambiental� org/sites/uc/files/2020-03/turismo_de_base_comuni- taria_em_uc_2017.pdf� SAIBA MAIS 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste e-book, compreendemos melhor a termino- logia conceitual que engloba as atividades físicas alternativas, procurando sistematizar, pedagogica- mente, as diferentes vertentes teóricas que ancoram o conhecimento dessas práticas corporais sob a ótica dos esportes de aventura, esportes radicais e das atividades físicas de aventura na natureza (AFANs)� Estudamos também sobre as diferentes formas de organização das AFANs, procurando elucidar sobre suas principais predisposições, compreendendo como a falta de conhecimento na estruturação das práticas corporais na natureza pode causar possíveis impactos ao ecossistema� Na sequência, procuramos evidenciar os estudos e orientações didático-pedagógicas e metodológicas encontradas na literatura, que nos dão suporte para pensar e articular a sistematização das AFANs, pautados por uma perspectiva educacional vol- tada a formação cidadã de seres humanos cada vez mais sensíveis e conscientes de suas ações ao meio ambiente� Por fim, abordamos a questão das possibilidades emergentes das diferentes perspectivas turísti- cas, que se manifestam nos distintos cenários ambientais, nos quais as AFANs podem ocorrer, entendendo como essas práticas corporais podem trazer benefícios à saúde integral dos adeptos e praticantes e viabilizar possibilidades de negócios comerciais em seu entorno� 32 Referências Bibliográficas & Consultadas ALMEIDA, B� S; MICALISKI, E� L; SILVA, M� R� Esportes complementares� Curitiba: Intersaberes, 2019 [Biblioteca Virtual] AMARAL JUNIOR, A� J�; VAZ, J� M�; CORREIA, P� M� S�; MANFROI, M� N�; FIGUEIREDO, J� P�; MARINHO, A. 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