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FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA - A PSICOLOGIA HUMANISTA E AS PSICOTERAPIAS HUMANISTAS PARTE 02

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TERAPIA EXISTENCIAL E HUMANISTA
SDE0190
PROFESSOR: PAULO COGO, Doutor.
CURSO DE PSICOLOGIA
UNIDADE II
A PSICOLOGIA HUMANISTA E AS PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA PSICOLOGIA HUMANISTA
É o resultado de um movimento que se iniciou nos Estados Unidos após a II Guerra Mundial e que ganhou destaque a partir da década de 1960, passando a ser conhecida como Terceira Força.
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Essa nomenclatura é uma referência à oposição às duas principais correntes da Psicologia na época: o Comportamentalismo e a Psicanálise.
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As principais críticas ao Comportamentalismo foram em relação à ênfase no comportamento manifesto e ao determinismo socioambiental, a partir do qual o desenvolvimento humano é considerado como puro produto do meio, não havendo espaço para a subjetividade e a autonomia.
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Já em relação à Psicanálise, as críticas se deram em função do determinismo do inconsciente na vida psíquica, minimizando o papel da consciência e do livre-arbítrio.
Foi criticada também pela ênfase nos aspectos psicologicamente disfuncionais, não atentando para a saúde ou para elementos potencializares de saúde mental.
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Embora não se possa falar de uma única Psicologia Humanista, pois existem várias teorias psicológicas vinculadas a ela, é possível afirmar que elas têm em comum o fato de serem alicerçadas nos pressupostos da Fenomenologia e das Filosofias da Existência, recebendo, por isso, também a denominação de Psicologias Humanistas-Existenciais ou Existenciais-Humanistas.
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FUNDAMENTOS FENOMENOLÓGICOS E EXISTENCIAIS
A Fenomenologia, que tem como um de seus principais expoentes Edmund Husserl, autor de grande influência na Filosofia Contemporânea, contrapõe-se ao modelo positivista de Ciência, o qual se afasta das experiências humanas em nome da neutralidade e da objetividade.
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Para Husserl, a Ciência, assim constituída, oferece muito pouco no que se refere às questões mais fundamentais para a humanidade, seus valores, sua cultura e o sentido da existência individual e coletiva.
O que Husserl propõe é o “retorno às coisas mesmas”, validando o estudo da experiência humana através da observação dos dados trazidos pela consciência, no aqui e agora.
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Os fenômenos são dotados de significados construídos pelos próprios homens, e o mundo, assim, é produto da atividade do próprio sujeito e, por isso, chamado de mundo subjetivo.
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Já as Filosofias da Existência, na figura de seu precursor, Kierkegaard, e de outros expoentes, tais como Heidegger, Sartre, Jaspers - esses também influenciados pela Fenomenologia -, detêm sua atenção na análise da existência humana.
O ser humano, nessa perspectiva, é entendido como um ser consciente, singular e dotado de liberdade, pela qual deve se responsabilizar.
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A existência é concebida como uma realidade sempre inacabada, um constante devir, no qual estamos sempre implicados, em relação com outros seres humanos e com o mundo que nos cerca.
Trata-se, no Existencialismo, portanto, de um ser concreto, limitado no tempo e em relação com os outros.
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Assim, essa filosofia assumiu uma forma de humanismo, apontando para uma valorização pessoal e responsável do homem.
No âmbito da Psicologia, uma importante contribuição do Existencialismo está em resgatar a questão antropológica, situando a pessoa existencialmente no curso de sua história.
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PARTINDO DESSES PRESSUPOSTOS, QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES GERAIS DAS PSICOLOGIAS E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS?
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1ª. Sendo o Homem um ser em permanente construção de si mesmo, as Psicologias e Psicoterapias Humanistas rejeitam também concepções estáticas da natureza humana, destacando a tendência para o crescimento, num movimento de sair de si, de projetar-se em um contínuo processo de vir a ser.
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2ª. O Homem está implicado - mas não determinado - em seu relacionamento com o ambiente, seja esse físico, fenomenológico-experiencial, interpessoal ou sócio-histórico-cultural.
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Assim, as Psicologias e Psicoterapias Humanistas defendem que o comportamento do ser humano não pode ser adequadamente entendido a partir de referências externas à sua consciência e aos significados que imprime ao mundo, sejam essas referências provenientes do ambiente, do passado, ou do inconsciente.
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3ª. A liberdade e a responsabilidade são consideradas inerentes à condição humana e, dessa forma, é privilegiada a dimensão consciente e da experiência presente, assim como o enfoque fenomenológico (que se atém à experiência subjetiva). 
4ª. O ser humano é entendido como um todo complexo e organicamente integrado, sendo rejeitadas quaisquer concepções elementaristas e fragmentadoras da psique.
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5ª. As Psicologias e Psicoterapias Humanistas interessam-se por tudo que seja importante para a condição humana.
Dessa forma, não privilegiam o estudo das psicopatologias, mas lançam seu interesse também sobre a saúde, o bem-estar e o potencial humano de crescimento.
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QUAIS SÃO AS QUATRO ABORDAGENS HUMANISTAS EM PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA QUE FIGURAM ENTRE AS MAIS IMPORTANTES E CONHECIDAS?
A Psicologia da Autoatualização de Abraham Maslow, a Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers, a Gestalt-Terapia, de Fritz Perls, e o Psicodrama de Jacob Levy Moreno.
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PSICOLOGIA DA AUTOATUALIZAÇÃO
Considerado o principal responsável por difundir o Movimento Humanista e dar-lhe respeitabilidade acadêmica, o americano Abraham Maslow (1908-1970) desenvolveu uma teoria da personalidade que se deteve na motivação para o crescimento.
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Entendendo que os seres humanos são dotados de uma propensão inata para a autoatualização, seus estudos tiveram por finalidade maior compreender as potencialidades máximas do ser humano. 
Entretanto, para que o indivíduo se sinta autorrealizado, é necessário que satisfaça primeiramente necessidades inferiores na hierarquia elaborada por Maslow.
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São elas: 
Necessidades fisiológicas:
São todas aquelas determinadas essencialmente pelo aspecto biológico, como fome, sono, desejo sexual, etc.
Tais necessidades estão relacionadas à sobrevivência imediata.
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Necessidades de segurança:
São as necessidades que as pessoas têm de se defender de perigos reais ou imaginários.
Remetem à busca por estabilidade e previsibilidade e também se relacionam com a sobrevivência.
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Necessidades sociais (ou de amor e pertencimento):
Estão relacionadas às experiências interpessoais gratificantes, como a vivência do amor, da afeição e da amizade e ao sentimento de pertencimento a grupos.
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Necessidades de estima:
Referem-se à necessidade de ser aceito e valorizado por si e pelos outros, trazendo o reconhecimento pessoal e do grupo da sua contribuição e importância dentro dele.
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Necessidades de autorrealização:
Referem-se
à motivação para realizar o potencial máximo do ser, ou seja, o indivíduo deseja explorar suas possibilidades, atualizando seu potencial saudável e criativo.
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Maslow realizou pesquisas buscando identificar as características das pessoas com as necessidades de autorrealização satisfeitas e, assim, consideradas psicologicamente saudáveis.
De acordo com a sua definição, essas pessoas não apresentam neuroses e geralmente estão na meia-idade ou em faixa etária superior e representam cerca de 1% da população.
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Dentre as personalidades com características de autorrealização estudadas por Maslow mediante a análise das biografias e de outros registros escritos, estão o físico Albert Einstein e a escritora e ativista social Eleanor Roosevelt.
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Os indivíduos dotados da característica de autorrealização apresentam em comum as seguintes tendências:
1ª. Percepção objetiva de realidade;
2ª. Plena aceitação de si, dos outros e da própria natureza;
3ª. Compromisso e dedicação a algum tipo de trabalho;
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4ª. Simplicidade e naturalidade do comportamento;
5ª. Necessidade de autonomia, privacidade e independência;
6ª. Experiências de “pico” ou místicas intensas;
7ª. Atitude de criatividade;
8ª. Alto grau de interesse social.
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As pesquisas de Maslow foram alvo de muitas críticas por terem sido realizadas com amostras pequenas e, portanto, de caráter explanatório e inconclusivas do ponto de vista da generalização.
Também, sua afirmação de que as necessidades estão dispostas em uma hierarquia são questionadas por muitos estudiosos do campo da motivação.
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No entanto, é inegável sua contribuição para as Psicologias e Psicoterapias Humanistas e, mais amplamente, para a Psicologia Científica, pois, ao estudar as dimensões positivas da experiência e o potencial de desenvolvimento, voltou-se para áreas do funcionamento humano historicamente ignoradas nesse campo de conhecimento.
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ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
Fundada pelo americano Carl Rogers (1902-1987), a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) tem como uma de suas premissas fundamentais a ideia de que as pessoas usam sua experiência para se definir, ao mesmo tempo em que possuem em si os recursos para a autocompreensão, a modificação de seus autoconceitos, de suas atitudes e de seus comportamentos. 
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Tais recursos dizem respeito a um dos constructos mais importantes da ACP, a tendência atualizante, a qual pode ser definida como o impulso em direção ao crescimento que é inerente à natureza humana.
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Essa tendência não é limitada aos seres humanos, mas está presente em todas as formas de vida, pelo movimento de expandir-se, tornar-se autônoma, desenvolver-se, amadurecer.
Assim como uma semente contém dentro de si impulso para se tomar uma árvore, também uma pessoa é impelida a se tornar uma pessoa total, completa e autoatualizada.
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Importante salientar, no entanto, que o impulso em direção à saúde não é uma força esmagadora que supera todos os obstáculos, mas que pode ser distorcida ou reprimida à medida que eventos do passado, crenças ou relações estabelecidas de modo condicional atuem, tornando o funcionamento incongruente.
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Além da tendência atualizante, Rogers define uma série de conceitos a partir dos quais desenvolve uma teoria da personalidade, dentre os quais os seguintes são considerados indispensáveis ao entendimento da ACP:
Campo de Experiência:
Há um campo de experiência único para cada indivíduo.
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Esse campo de experiência ou campo fenomenal contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento e que está potencialmente disponível à consciência.
É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva, pois se trata de uma construção subjetiva. 
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Self:
Dentro do campo de experiência, está o self, ou autoconceito, que é a visão que uma pessoa tem de si própria, baseada em experiências passadas, acontecimentos presentes e expectativas futuras.
É o eu organizado, consistente, mas que pode se alterar sensivelmente, conforme as situações mudam.
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O self, portanto, não é estático e imutável, mas, sim, o contínuo processo de reconhecer-se. 
Self Ideal:
Pode ser descrito como o conjunto das características que a pessoa mais gostaria de poder reclamar como suas e que, assim como o self, não é estático.
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A extensão da diferença entre o self e o self ideal é um indicador de desconforto, insatisfação e sofrimento psíquico, pois, à medida que a imagem do self ideal se distancia dos valores, dos sentimentos, do pensamento e dos comportamentos reais de uma pessoa, instala-se uma situação de incongruência, a qual por sua vez é um obstáculo ao crescimento e à saúde.
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Aceitar-se como se é na realidade, e não como se quer ser, é um sinal de saúde mental.
Aceitar-se não é resignar-se ou abdicar de si mesmo.
É uma forma de estar mais perto da realidade e de seu estado atual.
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Congruência:
Um alto grau da congruência significa que a comunicação (o que se está expressando), a experiência (o que está ocorrendo em nosso campo) e a tomada de consciência (o que se está percebendo) são todas semelhantes.
Uma pessoa, quando congruente, se expressa de forma verdadeira e autêntica.
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As crianças pequenas nos dão um bom exemplo de alta congruência, pois expressam necessidades e emoções de forma plena. 
Incongruência:
Acontece quando há diferenças entre a tomada de consciência, a experiência e a sua comunicação.
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Pode ser entendida não só como a inabilidade de perceber com precisão, mas também como a inabilidade ou incapacidade de comunicação precisa.
Rogers entendia que os impedimentos ao funcionamento pleno e ao potencial atualizante aparecem na infância e são aspectos normais do desenvolvimento.
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Quando a criança começa a tomar consciência do próprio self, desenvolve uma necessidade de amor ou de consideração positiva.
Como as crianças não separam suas ações de seu ser total, reagem à aprovação de uma ação como se fosse aprovação de si mesmas e, da mesma forma, reagem à punição de um ato como se estivessem sendo totalmente desaprovadas.
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Assim, segundo Rogers a criança começa a agir da forma a garantir amor ou aprovação. 
Comportamentos ou atitudes que negam algum aspecto do self são chamados de condições de valor.
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Essas são obstáculos para uma percepção exata e uma tomada de consciência realista, pois, para que se mantenham, o sujeito necessita negar determinados aspectos de si, criando, dessa forma, áreas de incongruência pessoal.
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Já o funcionamento integral e o potencial para a atualização plena é alcançado por indivíduos que:
1º. Se mantêm abertos à experiência presente e direta, experienciando seus sentimentos, sejam eles agradáveis ou não;
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2º. Vivem no presente,
num engajamento contínuo com a realidade, o que permite dizer que o self emerge da experiência, em vez de dizer que a experiência foi traduzida ou deformada para se ajustar a uma estrutura preconcebida do self;
3º. Confiam nas exigências internas e em sua capacidade de tomar decisões e de responder adequadamente.
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Partindo desse entendimento, Rogers desenvolve uma sistematização teórica e metodológica que orienta a atuação do terapeuta vinculado a ela.
Uma das mudanças é a adoção da palavra “cliente” em substituição ao termo “paciente”.
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Isso porque para Rogers há o entendimento de que o paciente é alguém que, em geral, está doente e precisa de ajuda, numa perspectiva de passividade diante de sua situação.
Para ele um cliente, no entanto, é aquele que pode ter problemas, mas ainda é capaz de entender e mudar sua situação.
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Nesse sentido, a terapia é “a liberação de capacidades já presentes em estado latente [...]. Tais opiniões se opõem diretamente à concepção da terapia como uma manipulação, por um especialista, de um organismo mais ou menos passivo” (ROGERS; KINGET, 1977, p. 192).
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Trata-se, portanto, de um processo no qual a pessoa é convidada a descobrir as facetas de seu próprio problema, tendo na figura do terapeuta um facilitador que funciona como um espelho para o cliente. 
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GESTALT-TERAPIA
O termo Gestalt-Terapia foi utilizado por Frederick Perls, Ralph Hefferline e Paul Goodman no início dos anos 1950, sendo eles considerados cofundadores dessa abordagem, muito embora Frederick Perls (1893- 1970), alemão radicado nos Estados Unidos, seja identificado mais comumente como o pai da Gestalt-Terapia.
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O termo Gestalt é alemão e pode ser traduzido como “forma”, “configuração” ou “totalidade”.
Por não haver uma tradução exata, o termo é utilizado em seu idioma original. 
Os pressupostos filosóficos da Gestalt-Terapia são, assim como na Abordagem Centrada na Pessoa, humanistas, fenomenológicos e existenciais.
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Como teorias de fundo, utiliza a Teoria de Campo, de Kurt Lewin, a Teoria Holística, de Kurt Goldstein, e a Psicologia da Gestalt.
Essa última, surgida na Alemanha no início do século XIX em oposição ao elementarismo, tem como princípio a visão dos fenômenos como totalidades, constituindo- se como um dos alicerces da Gestalt-Terapia.
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A integração dessas influências filosóficas e teóricas fez surgir três conceitos fundamentais para a Gestalt-Terapia.
São eles: 
Organismo como um todo:
Trata-se de uma noção central, tanto em relação ao funcionamento intraorgânico quanto à participação do organismo em seu meio.
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Os seres humanos são organismos unificados, não havendo diferenças entre a atividade física e a atividade mental.
Essa concepção do comportamento humano levou Perls a sugerir que qualquer aspecto do comportamento de um indivíduo pode ser considerado como uma manifestação do todo, do ser total da pessoa.
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Entende-se, também, que o indivíduo é parte de um campo mais amplo, o qual inclui o organismo e seu meio, sendo o limite de contato que define a relação entre eles.
Em um indivíduo saudável, o limite é fluido, sempre permitindo contato e depois afastamento do meio.
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Em um indivíduo neurótico, as funções de contato e afastamento estão perturbadas e ele se encontra frente a um aglomerado de situações inacabadas.
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Ênfase no aqui e agora:
Além da natureza estritamente terapêutica desse enfoque ligado à conscientização do presente, uma tendência subjacente ao trabalho de Perls é a apologia de viver com a atenção voltada para o presente - ao invés do passado ou do futuro - como algo que leva ao crescimento psicológico.
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Entende-se que a experiência presente de uma pessoa, num dado momento, é a única experiência presente possível e que a condição para se sentir satisfeito e realizado a cada momento da vida é a simples aceitação sincera dessa experiência presente.
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É importante salientar que ênfase no aqui e agora não desconsidera as vivências passadas, tampouco as expectativas futuras, mas, sim, enfatiza a percepção de ambos, tal como a experiência acontece no presente.
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A preponderância do como sobre o porquê:
Consequência da orientação fenomenológica, enfatiza a importância da compreensão da experiência descritiva, e não causal.
Toda ação tem causas múltiplas, assim como toda causa tem causas múltiplas, e as explicações distanciam-nos mais e mais da compreensão do ato em si.
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Uma relação causal não pode existir entre elementos que formam um todo; todo elemento causa e é causado por outros. 
A partir da articulação dessas três ideias, chegamos ao conceito de conscientização, ponto central em Gestalt-Terapia.
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Conscientização é o processo ou melhor a ênfase em ampliar constantemente a consciência da maneira como a pessoa se sente, pensa ou se comporta, no aqui e agora, pois, ao compreender como faz algo, ela terá melhores condições de compreender a ação em si.
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Trata-se de um continuum de consciência, ou seja, de um processo de “dar-se conta” que não acontece apenas do ponto de vista racional ou intelectual, mas também emocional e sensorial, ou seja, que envolve o ser total da pessoa. 
Uma das proposições básicas da Gestalt-Terapia é que todo organismo possui a capacidade de realizar um equilíbrio ótimo consigo e com seu meio.
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As condições para realizar esse equilíbrio envolvem, por um lado, a conscientização das próprias necessidades e, por outro, um ritmo adequado de contato e afastamento com/do meio.
Ao contrário, a incapacidade de perceber as próprias necessidades e de distinguir de forma apropriada os limites de contato gera o desequilíbrio e interrompe o crescimento psicológico.
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Nesse sentido, o crescimento psicológico está relacionado com a expansão das áreas de consciência.
Um indivíduo maduro e saudável é aquele autoapoiado, pois, utilizando-se do que Perls chamou de sabedoria do organismo, estará consciente da experiência de si a todo o momento, identificando a emergência da necessidade mais importante.
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A relação terapêutica em Gestalt-Terapia é considerada, antes de tudo, um encontro de duas pessoas que se arriscam num encontro existencial.
Nessa relação, ambas estão centradas no presente e enfatizam a experiência direta proporcionada pelo encontro e pelo diálogo.
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Nesse sentido, o gestalt-terapeuta rejeita o papel de agente “transformador” no processo terapêutico, pois sua estratégia é a de encorajar o paciente a ser quem ele é.
Ele acredita que a mudança não ocorre por tentativa, coerção, persuasão, insight, interpretação ou qualquer outra possibilidade.
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Ao contrário, a mudança pode ocorrer quando o paciente abandona, ao menos naquele momento, o que ele gostaria de se tornar, e busca ser quem é.
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HUMANISTAS
PSICODRAMA
Foi criado por Jacob Levy Moreno (1889-1974), que foi um médico, psicólogo, filósofo, dramaturgo romeno-judeu nascido na Romênia, crescido em Viena na Áustria e naturalizado americano.
Criou também a Sociometria, tendo deixado grandes contribuições para a Psicologia Social, através do estudo dos grupos.
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Sua maior importância para as Psicologias e Psicoterapias Humanistas reside no fato de ter sido um dos pioneiros na criação da terapia em grupo.
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SOBRE O PSICODRAMA
É uma técnica psicoterápica cujas origens se acham no Teatro, na Psicologia e na Sociologia.
Do ponto de vista técnico, constitui, em princípio, um processo de ação e da interação.
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Seu núcleo é a dramatização.
Diferente das psicoterapias puramente verbais, o Psicodrama faz intervir, manifestamente, o corpo em suas variadas expressões e interações com outros corpos.
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A teoria de Moreno tem como base conceitos filosóficos como encontro, espontaneidade, criatividade, aqui-e-agora e teatro e conceitos teórico-técnicos como momento, teoria dos papéis, tele, role-playing, conserva cultural, entre outros, que somados às técnicas psicodramáticas compõe uma intervenção terapêutica que se propõe não reduzir a psicoterapia ao ato verbal.
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Assim, o Psicodrama é um tipo de psicoterapia em grupo ou individual em que a ação através de uma representação dramática improvisada é usada como núcleo de abordagem e exploração da psique humana e seus vínculos emocionais, visando à catarse e ao desenvolvimento da espontaneidade do indivíduo.
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TEORIA PSICODRAMÁTICA
Moreno deu importância terapêutica à improvisação dramática e retomou o conceito de catarse.
Pois, ao ocorrer uma identificação do espectador com os atores, ocorre uma catarse e, também, certa conscientização.
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Para que ocorra esta catarse, têm que existir espontaneidade e criatividade, pois do contrário, é uma mera repetição que não trará nada de novo nem aos protagonistas nem ao público.
Para Moreno é na criação espontânea que se consegue o vínculo do homem com o mundo.
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O Psicodrama possui o conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal como pontos básicos da sua teoria, além de outros como:
Tele (capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas);
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Empatia (tendência para se sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa.);
Coinconsciente (vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente");
Matriz de identidade (lugar do nascimento).
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OBRAS
As Palavras do Pai. Campinas: Editorial Psy, 1992 .
Fundamentos do Psicodrama. São Paulo: Summus Editorial, 1983.
Hipnodrama e Psicodrama. São Paulo: Summus Editorial, 1984.
J. L. Moreno: autobiografia. São Paulo: Saraiva, 1996.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
Quem Sobreviverá?: Fundamentos da sociometria, da psicoterapia de grupo e do sociodrama. Edição de Estudante. São Paulo: Daimon, 2008.
Psicodrama. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.
Psicodrama: terapia de ação e princípios da prática. São Paulo: Daimon, 2008.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
Psicoterapia de grupo e psicodrama. São Paulo: Mestre Jou, 1973.
Teatro da Espontaneidade. São Paulo: Summus Editorial, 1984.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMATUZZI, M. M. Por uma psicologia humana. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001.
CAPALBO, C. Fenomenologia e ciências humanas. Londrina: Ed. UEL, 1996.
DARTIGUES, A. O que é fenomenologia. São Paulo: Moraes, 1992, 3a. ed.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
FADIMAN, J. & FRAGER, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: Habra, 1986.
HYCNER, R. De pessoa a pessoa: psicoterapia dialógica. São Paulo: Summus, 1995.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
LIMA, Beatriz Furtado. Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico- existenciais. Goiânia: instituto de Treinamento e Pesquisa em gestalt-terapia de goiânia, 2008.
LYOTARD, J.F. A Fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
MARQUES, I. H. Sartre e o Existencialismo. metanoia. São João del-Rei, n. 1. p. 75-80, jul. 1998. 
RIBEIRO, J. P. Vade-mécum de gestalt-Terapia - conceitos básicos. São Paulo: Summus, 2006. 
ROGERS, C.R.; KINGET, M. Psicoterapia e Relações Humanas: teoria e prática da terapia não- diretiva. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.
PSICOLOGIA HUMANISTA E PSICOTERAPIAS HUMANISTAS
ROGERS, C.R. Tornar-se pessoa. 6 ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2009.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. 9 ed. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2009. 
YONTEF, G. Processo, diálogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1998.

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