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ACAO PENAL COMPLETO

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AÇÃO PENAL
Conceito
0 direito de ação é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma lide.
	Ação penal, segundo Frederico Marques “ é o direito de invocar-se o Poder Judiciário no sentido de aplicar o direito penal objetivo.”
	O Poder Judiciário é um órgão inerte, ou seja, depende de ser provocado através do pedido de prestação jurisdicional, feito por outro órgão ou pelo próprio ofendido.
	A essa provocação, a esse direito de se invocar a prestação jurisdicional, dá-se o nome de ação.
	Ao direito de se invocar a prestação jurisdicional penal, dá-se o nome de Ação Penal.
Fundamento legal:
É matéria de Direito Processual Penal, mas também está contida nos arts. 100 a 106 do CP.
Divisão da Ação Penal
AÇÃO PENAL : Podem ser: 
1. Pública
· Incondicionada
· Condicionada
 à representação
 à requisição do Ministro da justiça
2. Privada
· Exclusiva
· Subsidiária da Pública
· Personalíssima
ATENÇÃO!!!!
Como se faz para saber se a ação penal é pública incondicionada, pública condicionada ou privada exclusiva?
	Quando o Código Penal, na Parte Especial, após descrever o delito, silenciar respeito da ação penal será pública incondicionada.
	Quando o Código Penal, ou lei extravagante, após definir o delito, se referir à ação penal, então ela não será pública incondicionada, mas pública condicionada ou privada exclusiva.
	Quando o crime é de ação penal pública condicionada a representação, o Código emprega a expressão: “Somente se procede mediante representação”.
	Quando o crime é de ação penal privada exclusiva, o Código ou lei especial, emprega a expressão: “Somente se procede mediante queixa”.
Condições da ação:
Para se poder exigir, no caso concreto, a prestação jurisdicional, faz-se necessário, antes de tudo, o preenchimento de certas condições, que se denominam condições de procedibilidade. São condições da ação:
a) legitimidade de parte:
Somente a parte legítima é que pode promover a ação penal. Assim, apenas o titular do bem ou interesse lesionado é que pode exercer a ação penal.
0 Estado é que detém o direito de punir, sendo, portanto, o titular desse direito, apenas ele é que poderá exercer a ação penal. Todavia, em determinados casos, sem abrir mão do seu direito de punir, o Estado transfere ao particular o jus persequendi in judicio, isto é, o direito de agir e de acusar - são os casos de ação penal privada. Nestes casos, o particular é parte legítima para requerer que se instaure o processo.
Assim, se a ação penal for pública, a parte legítima para ajuizar a ação penal é o Ministério Público. Se a ação for privada, a parte legítima para intentar a ação penal é o Ofendido, através de seu advogado.
Portanto, se por acaso, num crime de ação privada, o Promotor oferece a denúncia, deve o juiz rejeitá-la, sob o fundamento de que quem a promoveu não era parte legítima.
b) interesse de agir: 
A ação só pode ser admitida quando houver indícios de materialidade e autoria e desde que não esteja extinta a punibilidade pela prescrição ou outra causa qualquer. Representa o interesse de obter do Estado-Juiz a tutela jurisdicional, desde que presente o trinômio - necessidade, utilidade e adequação. Na falta de um destes elementos, é inútil a provocação da tutela jurisdicional, porque se apresenta não apta a produzir a correção da violação do direito arguido na inicial.
Exemplo: quando já estiver extinta a punibilidade do acusado.
c) possibilidade jurídica do pedido:
O fato descrito na denúncia ou queixa-crime deve ser típico, deve estar previsto em lei como infração penal. Em sendo o fato praticado atípico não poderá haver ação penal.
Espécies de ação penal no direito brasileiro
 Em relação ao sujeito que promove a ação penal, ela pode ser pública ou privada.
Ação penal pública: quando promovida pelo Ministério Público, e constitui regra do nosso Direito.
Ação penal privada: quando promovida pelo particular. É privada, porque entendeu o Estado que certas infrações penais afetam muito mais o interesse particular que o social e, sem abrir mão do direito de punir, que lhe pertence. 
A ação penal pública, por sua vez, pode ser incondicionada ou condicionada à representação ou requisição do Ministro da Justiça..
AÇÃO PENAL PÚBLICA
A ação penal pública, seja incondicionada ou condicionada, é promovida pelo Ministério Público por meio da denúncia, que constitui sua peça inicial – (CF, art. 129, inciso I, CP, art. 100, § 1º e CPP, art. 24, caput).
	O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso é de cinco dias, e de quinze dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
Pode ser:
Ação penal pública incondicionada: quando o seu exercício não depende de manifestação da vontade de quem quer que seja. Exemplo. homicídio.
Ação penal pública condicionada: quando a propositura da ação penal depende de uma manifestação de vontade. 
Essa manifestação de vontade se cristaliza num ato que se chama representação ou requisição.
Seja condicionada, seja incondicionada, a ação penal inicia-se por um ato processual: a denúncia, peça inicial, que é apresentada pelo representante do Ministério Público. Tratando-se de ação penal privada, a sua peça inicial é denominada queixa.
A ação penal pública divide-se em:
1) Ação penal Pública Incondicionada
2) Ação penal Pública Condicionada: a) à representação
b) mediante requisição do Ministro da Justiça
Ação penal publica incondicionada: 
É a regra no processo penal. É a ação penal que não fica subordinada a nenhuma autorização do ofendido. Havendo indícios de autoria e prova de materialidade o Ministério Público ajuíza a ação penal, através do oferecimento de uma denúncia. 
Titularidade da ação penal pública incondicionada:
É de titularidade exclusiva do Ministério Público, com uma única exceção: no caso de inércia demonstrada pelo órgão público, é admitida ação penal privada subsidiária, proposta pelo ofendido ou seu representante legal.
Princípios da ação penal pública incondicionada.
São princípios que regem a ação penal pública incondicionada. 
1) Princípio da obrigatoriedade : ldentificada a hipótese de atuação, não pode o Ministério Público recusar-se a dar início à ação penal. Devendo denunciar e deixando de fazê-lo, o promotor poderá estar cometendo crime de prevaricação.
Atualmente, o princípio sofre inegável mitigação com a regra do art. 98, I, da Constituição Federal, que possibilita a transação penal entre Ministério Público e o autor do fato, nas infrações penais de menor potencial ofensivo. A possibilidade de transação está regulamentada pelo art. 76 da Lei 9.099195, substituindo nestas infrações penais, o princípio da obrigatoriedade pelo da discricionariedade regrada.
2) Princípio da indisponibilidade: Oferecida a ação penal, o Ministério Público dela não pode desistir (CP, art. 42). Tal princípio não vigora no caso das infrações regidas pela Lei n. 9.099/95, cujo art. 89 concede ao Ministério Público a possibilidade de, preenchidos os requisitos legais, propor ao acusado, após o oferecimento da denúncia, a suspensão condicional do processo, por prazo de dois a quatro anos, cuja fluência acarretará a extinção da punibilidade do agente ( art. 89). 
3) Princípio da oficialidade ou investidura: Os órgãos encarregados da persecução penal são oficiais, isto é, públicos.
4) Princípio da autoritariedade: Corolário do princípio da oficialidade. São autoridade públicas os encarregados da persecução penal extra e in judicio (respectivamente, autoridade policial e membro do Ministério Público).
5) Princípio da oficiosidade: Os encarregados da persecução penal devem agir de ofício, independentemente de provocação, salvo nas hipóteses em que a ação pública for condicionada à representação ou à requisição do ministro da justiça.
6) Princípio da indivisibilidade: Também aplicávelà ação penal privada (CPP, art. 48). A ação penal pública deve abranger todos aqueles que cometeram a infração, não podendo o Ministério Público escolher, dentre os indiciados, quais serão processados.
7) Princípio da intranscendência: A ação penal só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática do delito, é personalíssima.
Sendo a ação penal pública e obedecidos tais princípios, o Ministério Público ( promotor na justiça estadual ou procurador da república na justiça federal) oferecerá uma denúncia.
Denúncia:
A denúncia é a peça inicial da ação penal pública, responsável por formular a acusação sempre que houver indícios de autoria e prova de materialidade de uma infração penal
A sua definição jurídica está inserida no artigo 24 do Código de Processo Penal e as suas características técnicas possuem previsão legal no artigo 41 do Código de Processo Penal.
Requisitos da denúncia
A denúncia tem os seus requisitos legais previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal, segundo consta da seguinte redação:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas.
Prazo
Estabelece o artigo 46 do Código de Processo Penal os prazos para o Ministério Público oferecer a denúncia é de 5 dias, contado da data em que recebeu os autos do inquérito policial, se o denunciado estiver preso, e de 15 dias, se estiver solto.
Ação Penal Pública Condicionada
 É aquela cujo exercício se subordina a uma condição. Mesmo havendo indícios de autoria e prova de materialidade, o Ministério Público não poderá oferecer a denúncia, fica condicionado a aguardar a representação do ofendido ou de seu representante legal; ou à requisição do Ministro da Justiça, conforme o caso. 
Assim, essa condição tanto pode ser a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal (representação), como também a requisição do Ministro da Justiça. 
Entretanto, a ação continua sendo pública, exclusiva do Ministério Público, que só pode dar início se a vítima ou seu representante legal o autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade. 
Ação penal pública condicionada:
 a) À representação do ofendido
 b) À requisição do Ministro da Justiça
Todavia, uma vez iniciada a ação penal, o Ministério Público a assume incondicionalmente, a qual passa a ser informada pelo princípio da indisponibilidade, sendo irrelevante qualquer tentativa de retratação.
 VAMOS APRENDER???? 
Apenas alguns crimes são de ação penal pública condicionada à representação. Vamos aprender quais são:
	Crimes cuja ação depende de representação da vítima ou de seu representante legal.
	
	1) Perigo de contágio venéreo (CP, art. 130, § 2º);
	2) crime contra a honra de funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II, c/c o art. 145, parágrafo único;
	3) ameaça (art. 147, parágrafo único);
	4) violação de correspondência (art. 151, § 4º);
	5) correspondência comercial (art. 152, parágrafo único),
	6) furto de coisa comum (art. 156, § 1º);
	7) estelionato ( art 171, § 5º do CP)
	8) tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de transporte, sem ter recursos para o pagamento (art. 176, parágrafo único),
	9) corrupção de preposto e violação de segredo de fábrica ou negócio (art. 196, § 1º, X a XII, c/c o § 2º),
	9) lesões corporais leves ou culposas ( at. 88 da Lei 9099/95)
Natureza jurídica da representação
A representação é a manifestação de vontade do ofendido ou do seu representante legal, no sentido de autorizar o desencadeamento da persecução penal em juízo. 
Trata-se de condição objetiva de procedibilidade. É condição específica da ação penal pública. 
Na ausência desta não se pode dar início a persecução penal.
Prazo para oferecimento da representação
0 prazo para exercer o direito de representação é de 6 (seis) meses, a contar do dia em que o ofendido ou seu representante legal vier a saber quem é o autor do crime.
Forma da Representação
A representação não tem forma especial. 0 Código de Processo Penal, todavia, estabelece alguns preceitos a seu respeito (art. 39, caput e §§ 1º e 2º), mas a falta de um ou de outro não será, em geral, bastante para invalidá- la óbvio que a ausência de narração do fato a tornará inócua.
A representação pode ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministério Público ou à autoridade policial (cf. art. 39, caput, do CPP).
Feita a representação contra apenas um suspeito, esta se estenderá aos demais, autorizando o Ministério Público a propor a ação em face de todos, em atenção ao princípio da indivisibi1idade.
Irretratabilidade da Representação
A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia (CPP, art. 25). A retratação só pode ser feita antes de oferecer a denúncia, pela mesma pessoa que representou.
Não vinculação do Ministério Público
A representação não obriga o Ministério Público a oferecer a denúncia, devendo este analisar se é ou não caso de propor ação penal, podendo concluir pela sua instauração, pelo arquivamento do inquérito, ou pelo retorno dos autos à polícia, para novas diligências. Ainda, não está vinculado à definição jurídica do fato estabelecida na representação
Titularidade do Direito de Representação:
A representação somente pode ser oferecida pela vítima ou seu representante legal (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, art. 24, § 1º). 
Se a vítima for maior de 18 anos, somente ela pode oferecer a representação. 
A representação poderá ainda ser prestada através de procurador com poderes especiais (art. 39). 
ATENÇÃO: 
1) Se o ofendido for menor de 18 anos: quem faz a representação é seu representante legal (pai, mãe, avós maternos ou paternos, irmão maior de 18 anos e até mesmo os tios que detenham a guarda legal). Se houver colidência de interesses, o juízo da Infância e da Juventude deve nomear curador especial para apreciar a conveniência em apresentar a representação. 
Existe colidência de interesses, por exemplo, quando o autor do delito é o próprio representante legal.
Prazo independentes para oferecimento da representação: A Súmula 594 do STF diz: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
Segundo o autor Fernando Capez[footnoteRef:1], extraímos da Súmula 594 do STF, duas correntes doutrinárias: [1: Curso de Processo Penal. 2023. ] 
A) A primeira corrente entende que o prazo decadencial não flui enquanto for incapaz, pois, se não pode exercer o direito, não pode haver contagem de prazo. Quando ele fizer 18 anos, terá o prazo de 6 meses para exercer a representação. Isso independe do fato de o representante legal tomar conhecimento ou não do crime. Portanto, seriam dois direitos com dois titulares. O acerto dessa posição está em definir um critério objetivo, que independa de ter havido ou não conhecimento do representante legal, até porque a prova desse conhecimento é dificílima de ser produzida com confiabilidade.
B) A segunda corrente entende que é direito único, mas com dois titulares, de modo que, operada a decadência, está fulminado o direito. Neste caso, é preciso distinguir duas situações: a) o menor leva ao conhecimento do representante legal o delito do qual foi vítima, então começa a correr o prazo de 6 meses para que seja feita a representação. Não sendo realizada, opera-se a decadência; b) o menor não conta para o representante legal, então quando completar 18 anos terá o prazo de 6 meses para fazer a representação. Isso porque contra o menor de 18 anos não corre prazo e, em relação ao representante legal, também não, pois não tinha conhecimento do ocorrido.
2) Se o ofendido for doente mental, o direito passa a ser do representante legal. Se a vítima não tiver representante, ou caso haja conflito de interesses entre a vítima com problemas mentais e aquele, ojuiz criminal deve nomear curador especial, pessoa da sua confiança, para avaliar a conveniência de oferecer a representação (art. 33 do CPP).
3) Se o ofendido (vítima) morreu ou foi declarada ausente, o direito se transfere ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do CPP). Atualmente, tal direito é reconhecido também ao companheiro em caso de união estável.
Ação pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça
Para certos ilícitos penais é necessário que o Ministro da Justiça avalie a conveniência política de ser iniciada a ação penal pelo Ministério Público. 
A requisição é ato de natureza política através do qual o Ministro da Justiça autoriza a propositura da ação penal por parte do Ministério Público em determinados delitos. 
Os crimes que dependem de requisição estão previstos no Código Penal.
São eles:
A) Os crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7º, parágrafo 3º, b);
B) Os crimes de injúria praticados contra o Presidente da República (CP, art. 141, I, c/c o parágrafo único do art. 145 do CP );
Nesses casos, somente com a requisição é que poderá ser oferecida a denúncia.
Nos crimes dessa natureza, a lei expressamente prevê que “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça”.
Não vinculação do Ministério Público:
A existência da requisição não vincula o Ministério Público, que, apesar dela, pode requerer o arquivamento do feito, uma vez que a Constituição Federal, em seu art. 127, § 1º, assegura independência funcional e livre convencimento aos membros de tal instituição, possuindo seus integrantes total autonomia na formação da opinio delicti.
Prazo: Ao contrário do que ocorre com a representação, não existe prazo decadencial para o oferecimento da requisição pelo Ministro da Justiça. Assim, esta pode ser oferecida a qualquer tempo, desde que antes da prescrição.
Retratação do Ministro da Justiça. 
Existem duas correntes quanto à possibilidade de retratação por parte do Ministro da Justiça:
a) A requisição é irretratável, uma vez que os arts. 102 do Código Penal e 25 do Código de Processo Penal somente admitem a retratação da representação. Assim entende Fernando Capez e José Frederico Marques.
b) A requisição é retratável. Apesar de os arts. 102 do Código Penal e 25 do Código de Processo só mencionarem expressamente a possibilidade de retratação da representação, podem eles ser aplicados por analogia à requisição do Ministro da Justiça, já que todo ato administrativo pode ser revogado. É a opinião de Carlos Frederico Coelho Nogueira e Damásio de Jesus, dentre outros.
Ação Penal Privada:
É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. 
É promovida pelo particular. 
Nos crimes de ação privada exclusiva, o legislador, na própria parte especial do Código Penal, expressamente declara que para a apuração daquele delito “somente se procede mediante queixa”. 
Esta, portanto, é a frase que identifica os crimes de ação privada exclusiva. 
Sua peça inicial é a queixa crime oferecida pelo ofendido ou seu representante legal, por meio de seu advogado, será privada propriamente dita, personalíssima ou subsidiária da pública.
			
Queixa crime: 
 	A peça inicial da ação penal privada ( tanto faz se é exclusivamente privada, personalíssima ou subsidiária da pública). Será oferecida pelo ofendido ou seu representante legal. 
Requisitos: São os mesmos da denúncia e estão no art. 41 do CPP
A distinção básica que se faz entre ação penal privada e ação penal pública reside na legitimidade (CF, art. 129, 1).
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
        I -  promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
 Apenas por razões de política criminal é que ele outorga ao particular o direito de ação.
Aspectos formais da queixa
O autor da ação penal privada é chamado de querelante, ao passo que o acusado é denominado querelado.
A peça processual que dá início à ação privada, como já dito, chama-se queixa-crime e deve ser endereçada ao juízo competente, e não ao delegado de polícia. 
Procuração com poderes específicos e menção do fato criminoso: Para apresentar a queixa, o procurador do ofendido deve estar munido de procuração com poderes especiais, em cujo mandato deve constar menção ao fato criminoso e o nome do querelado (o art. 44 do CPP diz “nome do querelante” por engano, já que o nome deste não teria como deixar de constar da procuração). 
Neste mandato, portanto, deve haver descrição específica, ainda que não detalhada, do crime que o procurador está autorizado a imputar ao querelado. O mandato evidentemente deve acompanhar a queixa.
A ausência de procuração com poderes especiais ou a falta de algum dos requisitos do art. 44 do Código de Processo impede o recebimento da queixa, mas a falha poderá ser corrigida dentro do prazo decadencial de 6 meses.
Se o ofendido comprovar sua pobreza, o juiz, a pedido dele, nomeará advogado para promover a ação penal (art. 32, caput, do CPP).
A pessoa jurídica pode ser vítima de crime de ação privada (dano, crime contra a propriedade industrial da Lei n. 9.279/96, por exemplo). 
Para esses casos, o art. 37 do Código de Processo dispõe que “as fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem, ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes”.
ATENÇÃO: Quando a vítima de um crime de ação privada quer que a autoridade policial inicie uma investigação, deve a ela endereçar requerimento para a instauração de inquérito, e não uma queixa-crime. Mas dentro do prazo de seis meses , mesmo que o inquérito não tenha sido concluído a queixa-crime deverá ser oferecida. 
A ação penal privada apresenta-se sob três modalidades
a) ação penal privada, ou propriamente dita: que somente pode ser exercida pela vítima ou por quem legalmente a represente e, no caso de morte, por qualquer uma das pessoas citadas no art. 31,
b) ação penal privada subsidiária da pública: que é aquela iniciada por meio de queixa, quando embora se trate de crime de ação pública, o Promotor não haja oferecido denúncia no prazo legal (art. 29 do CPP);
c) ação privada personalíssima: aquela cuja exercício cabe apenas ao ofendido.
Fundamento
Evitar que o streptus judici (escândalo do processo), provoque no ofendido um mal maior do que a impunidade do criminoso, caso não proposta a ação penal.
Titular da Ação penal privada
0 ofendido ou seu representante legal (art. 100 do CP, art. 30 do CPP). 
O autor da queixa crime ( vítima do crime) denomina-se querelante e o réu querelado. 
Se o ofendido ( vítima) for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardo mental, e não tiver representante legal, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado para o ato (art. 33 do CPP).
Repete-se, aqui, a problemática em torno da Súmula 594 do STF, quando o querelante é menor, com duas posições:
1. A primeira corrente entende que o prazo decadencial não flui enquanto for incapaz, pois se não pode exercer o direito, não pode haver contagem de prazo. Quando ele fizer 18 anos, terá o prazo de 6 meses para exercer a queixa. Isso independe do fato de o representante legal tomar conhecimento ou não do crime. Portanto, seriam dois direitos com dois titulares.
2. A segunda corrente entende que é direito único, mas com dois titulares, de modo que, operada a decadência, está fulminado o direito. Neste caso, é preciso distinguir duas situações: 
a) o menor leva ao conhecimento do representante legal o delito do qual foi vítima, então começa a correr o prazo de 6 meses para que seja feita a queixa. Não sendo realizada, opera-se a decadência; 
b) o menor não conta para o representante legal, então quando completar 18 anos terá o prazo de 6 meses para fazer a queixa. Isso porque contra o menor de 18 anos não corre prazoe, em relação ao representante legal, também não, pois não tinha conhecimento do ocorrido.
Princípios na Ação Penal Privada
São princípios da ação penal privada.
1) Princípio da oportunidade ou conveniência 0 ofendido tem a faculdade de propor ou não a ação de acordo com a sua conveniência, ao contrário da ação penal pública, informada que é pelo princípio da legalidade, sendo o qual não é dado ao seu titular, quando da sua propositura, ponderar qualquer critério de oportunidade e conveniência. Diante disto, se a autoridade se deparar com uma situação de flagrante delito de ação privada, ela só poderá prender o agente se houver expressa autorização do particular (CPP, art. 50, § 5º).
2) Princípio da disponibilidade: Na ação privada, a decisão de prosseguir ou não, até o final, é do ofendido. 0 particular é o exclusivo titular dessa ação, porque o Estado assim o desejou e, por isso, lhe é dada a prerrogativa de exercê-la ou não, conforme suas conveniências. Ainda, é possível, até o trânsito em julgado da sentença condenatória, dispor por meio do perdão ou da perempção (CPP, art.51 e 60, respectivamente).
3) Princípio da indivisibilidade: Segundo o artigo 48 do CPP, o ofendido pode escolher entre propor ou não a ação. Não pode, porém, escolher dentre os ofensores qual irá processar. Ou processa todos, ou não processa nenhum. 0 Ministério Público não pode aditar a queixa para nela incluir os outros ofensores, porque estaria invadindo a legitimação do ofendido.
4) Princípio da intranscendência: Significa que a ação penal só pode ser proposta em face do autor e do participe da infração penal, não podendo se estender a quaisquer outras pessoas.
Espécies de ação penal privada
a) Exclusivamente privada ( exclusiva) ou propriamente dita
Pode ser proposta pelo ofendido se maior de 18 anos e capaz; por seu representante legal, se o ofendido for menor de 18; pelo representante legal (CPP, art.34); ou no caso de morte do ofendido, ou declaração de ausência, pelo seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art.31).
b) personalíssima
Sua titularidade é atribuída única e exclusivamente ao ofendido, sendo o seu exercício vedado até mesmo ao seu representante legal, inexistindo, ainda, sucessão por morte ou ausência. Há entre nós apenas um caso dessa ação penal : O crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento (CP, art.236, parágrafo único). ÚNICO EXEMPLO DE AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA.
Observação: No caso de ofendido incapaz, seja em razão da idade ou de enfermidade mental, a queixa não poderá ser exercida, posto que há incapacidade para estar em juízo e impossibilidade do direito ser manejado por representante legal ou por curador.
c) Ação penal privada Subsidiária da pública: 
 Proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou incondicionada, quando o Ministério Público deixar de fazê-lo no prazo legal. É a única exceção prevista à regra da titularidade exclusiva do Ministério Público sobre a ação penal pública.
De acordo com o art. 5º, LIX, da Constituição Federal, “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”.
Nota-se, pois, que o constituinte, apesar de ter conferido ao Ministério Público a titularidade exclusiva da ação penal nos crimes de ação pública (art. 129, I, da CF), não reconheceu caráter absoluto a tal prerrogativa, já que, se o órgão ministerial mostrar-se desidioso e não se manifestar dentro do prazo previsto em lei, poderá o ofendido oferecer queixa subsidiária.
PRAZO PARA OFERECIMENTO DA QUEIXA CRIME NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: São 6 ( SEIS) meses a contar da data que decorreu o prazo para o Ministério Público oferecer a ação. De acordo com o art. 46 do Código de Processo Penal, o prazo para o oferecimento de denúncia é de 5 dias, se o indiciado estiver preso, e de 15 dias, se estiver solto, a contar da data em que for recebido o inquérito policial. Findo esse prazo sem que o Ministério Público tenha apresentado manifestação, surge o direito para a vítima de oferecer a queixa em substituição à denúncia não apresentada tempestivamente. Tal possibilidade inicia-se com o término do prazo do Ministério Público e se estende por 6 meses.
De ver-se que a possibilidade de ação privada subsidiária só existe quando o Ministério Público não se manifesta no prazo legal. Por isso, se o promotor promove o arquivamento do inquérito ou determina o retorno do inquérito ao Distrito Policial para a realização de novas diligências, não cabe a queixa subsidiária. Se, apesar disso, ela for oferecida, o juiz deve rejeitá-la por ilegitimidade de parte (falta de pressuposto para a ação penal — art. 395, II, do CPP).
■ Atuação do Ministério Público na ação privada subsidiária
Tal como ocorre nas demais hipóteses de ação privada, o Ministério Público atua como fiscal da lei (custos legis) no sentido de resguardar o correto tramitar da ação, a regularidade dos atos processuais e os direitos das partes. 
Todavia, como o crime cometido é de ação pública, o art. 29 do Código de Processo Penal confere poderes diferenciados ao promotor que atua no feito, podendo ele:
1) Repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva — esta possibilidade só existe se a queixa oferecida não preencher os requisitos previstos no art. 41 do Código de Processo, sendo, portanto, considerada inviável.
2) Aditar a queixa — se entender que a queixa é viável, mas que apresenta falhas, o Ministério Público poderá aditá-la, quer para corrigir imperfeições, incluir corréu ou crime conexo não mencionado na queixa, ou, ainda, para inserir qualificadora ou causa de aumento de pena omitidas pelo querelante etc.
3) Interpor recursos — o Ministério Público poderá recorrer qualquer que tenha sido a natureza da decisão (absolvição, condenação, desclassificação, extinção da punibilidade) e também em relação ao montante da pena aplicada. Lembre-se de que, na ação privada exclusiva ou personalíssima, o Ministério Público só pode recorrer em favor do querelado.
4) Fornecer elementos de prova — o promotor poderá também requerer e participar da produção de qualquer prova.
5) Retomar a titularidade da ação em caso de negligência do querelante — não existe perempção nesse tipo de ação penal. A perempção é causa extintiva da punibilidade cabível somente nos crimes de ação privada exclusiva ou personalíssima. Decorrem de negligência do querelante após o início da ação penal, nas hipóteses elencadas no art. 60 do Código de Processo penal.
Vamos aprender? 
	Crimes de ação penal privada no Código Penal
	Nestes crimes estão descritos no próprio tipo penal ou no final do capítulo de sua previsão a frase: “ somente se procede mediante queixa”. São eles:
	1) calúnia, difamação e injúria (arts.138, 139 e 140), salvo as restrições do art. 145;
	2) alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver violência e a propriedade for privada (art. 16 1, § 1º, I e II);
	3) dano, mesmo quando cometido por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art. 163, " caput ", parágrafo único, IV),
	4) introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art.164 c/c art. 167)
	5) fraude à execução (art. 179 e parágrafo único);
	6) violação de direito autoral, usurpação de nome ou pseudônimo alheio, salvo quando praticado em prejuízo de entidades de direito (arts.184 e 186);
	7) violação de privilégio de invenção (art. 187);
	8) usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado (art. 189);
	9) violação de direito de marca de indústria ou de comércio (art. 192);
	10) concorrência desleal, propaganda desleal, desvio de clientela, falsa indicação de procedência de produto, uso indevido de termos retificativos, arbitrária aposição do próprio nome em mercadorias de outro produtor, uso indevido de nome comercial ou título de estabelecimento, falsa atribuição de distinção ou recompensa e fraudulenta utilização de recipiente ou invólucro de outro produtor (art. 196, " caput ", e§ 1ºm I a lX, c/c § 2º do mesmo artigo);
	11) induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (art. 236 e seus parágrafos);
	12) o exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência (art.345, parágrafo único).
Exceções dos Prazos na Ação Penal Privada: Como já dito , o prazo para o ofendido ou seu representante legal exercer o direito de queixa é de 6 (seis) meses, contado do dia que vierem a saber quem foi o autor do crime (CPP, art.38), com a possibilidade de haver exceções:
A) Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (ART. 236 do CP) - seis meses, contados a partir do trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento;
B) Crimes de ação privada contra a propriedade imaterial que deixar vestígios, sempre que for requerida a prova pericial - trinta dias, contados da homologação do Laudo Pericial.
0 prazo para propor a ação penal privada é penal e decadencial, conforme regra do artigo 10 do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o dia final.
Esse prazo é decadencial e, portanto, peremptório, não se interrompendo em razão da instauração de inquérito ou por outro motivo qualquer. 
Por gerar extinção da punibilidade, o prazo decadencial tem natureza penal, de modo que se inclui na contagem o primeiro dia (aquele em que o ofendido tomou ciência da autoria).
Decadência é a perda do direito de ação em face do decurso de prazo sem o oferecimento da queixa.
No caso de ofendido menor de 18 anos, o prazo da decadência só começa a ser contado do dia em que ele completar essa idade, e não no dia em que ele tomou conhecimento da autoria.
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de seis meses a contar do encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer denúncia.
	Em resumo:
06 meses - representação (ação penal pública condicionada)
06 meses - ação penal privada
06 meses - ação penal privada subsidiária da pública a contar do término do prazo para o promotor oferecer a denúncia
01 mês - ação penal privada personalíssima:
Induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento - art. 236 do Código Penal: 01 mês a contar do trânsito em julgado que anulou o casamento no cível.
O prazo de oferecimento da queixa é de 6 meses, contados da data do conhecimento do autor dos fatos (CPP, art. 38, e CP, art. 103).
Observação: Lembre-se, como dito anteriormente de que o pedido de instauração de inquérito não interrompe o prazo decadencial.
Institutos na ação penal privada
1) Decadência do Direito de Queixa ou de Representação: Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de seis meses, contados do dia em que veio saber quem é o autor do crime – (CP, art. 103, 1ª parte). Da mesma forma, salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de propor ação penal privada subsidiária se não o exerce em seis meses contados do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia – (CP, art. 103, 2ª parte).
2) Perempção: É uma sanção aplicada ao querelante, consistente na perda do direito de prosseguir na ação penal privada, em razão de sua inércia ou negligência processual. (art. 60 do CPP). 
É então uma penalidade, sanção de natureza processual imposta ao querelante negligente e que conduz à extinção do processo e da punibilidade. Os casos de perempção estão previstos no art. 60 do CPP. 
Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
3) Renúncia do direito de queixa: o direito de queixa pode ser renunciado antes de proposta a ação penal. 
A renúncia ao direito de queixa (também possível em relação ao direito de representação) é um ato unilateral do ofendido, que não necessita de aceitação do imputado para produção de efeitos. 
Somente se pode falar em renúncia antes do exercício do direito de queixa (ou de representação). 
Espécies de renúncia: A renúncia poderá ser :
A) expressa (por escrito, art. 50) ou
B) tácita (art. 104, parágrafo único, do CP), quando houver a prática de ato incompatível com a intenção de acusar alguém (admitindo-se qualquer meio de prova para sua demonstração, art. 57 do CPP) Exemplo: . quando o ofendido convida o agressor para ser padrinho do casamento de sua filha e coisas do gênero), é extremamente relevante (e corriqueira) a questão da indenização paga pelo ofensor à vítima. 
A regra geral prevista no art. 104, parágrafo único, do Código Penal é a de que não implica renúncia “o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime”.
A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, se estenderá a todos (art. 49 do CPP).
4) Perdão do querelante : o querelante pode perdoar o querelado, desistindo da ação penal privada já proposta, de modo expresso ou tácito.
Trata-se de ato bilateral, na medida em que o ofendido deve oferecer (no curso do processo) e o réu aceitar. 
É possível a partir do recebimento da queixa (antes o que pode haver é renúncia) até que ocorra o trânsito em julgado da sentença (art. 106, § 2º).
Se forem dois ou mais querelados, o perdão concedido a um deles aproveita a todos, face ao princípio da indivisibilidade da ação penal (art. 51 do CPP), não produzindo efeito, todavia, em relação ao que recusou.
Contudo, somente em relação aos que aceitarem se produzem os efeitos. Logo, num processo em que foi oferecida queixa contra “A”, “B” e “C”, o perdão oferecido ao réu “A” a todos os demais é estendido, podendo os corréus “B” e “C” aceitarem (conduzindo à extinção do processo e da punibilidade) e o processo continuar em relação ao “A” que não aceitou.
0 perdão é um ato bilateral, podendo ser recusado pelo querelado (art. 106, III do CP). 
A aceitação do perdão pode ser expressa ou tácita. No caso do perdão não ser aceito pelo querelado a ação penal prossegue.
0 perdão pode ser dado até o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 106, § 2º do CP).
5) Retratação do Agente: em alguns casos a pena pode ser afastada pela retratação do agente (art. 107, VI do CP). A retratação cabe nos seguintes casos:
- na calúnia ou difamação (art. 143 do CP);
- no falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, § 3º do CP);
Não depende de aceitação do ofendido. Deve ser reduzida a termo nos autos. Não se comunica aos coautores.
Sujeitos da Ação:
São sujeitos da ação penal privada:
a) Querelante é a Vítima/ofendido
b) Querelado é o agente/ofensor.
A ação penal no crime complexo
 Segundo o artigo 101 do CP, quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. 
AÇÃO CIVIL EX-DELITO
A ação civil ex-delito é o ponto de contato entre as áreas penal e civil do Ordenamento Jurídico.
Fundamento legal: Art. 63 a 68 do CPP.
Ato Ilícito: toda conduta humana que gere como efeito uma violação do Ordenamento Jurídico que esteja vinculada a uma sanção.
O ato ilícito pode gerar duas consequências:
- Ilícito Penal (o que redunda em uma sanção penal – pena)
- Ilícito Civil (o que implica em indenização)
Toda vez que um ilícito gera dano a algo que pertença a outrem (bem jurídico vida/patrimônio) haveráconsequências penais E civis.
 A ação civil ex-delito pode ser de dois tipos:
 Existência de sentença condenatória definitiva na esfera penal: a sentença proferida pelo juiz criminal equivalerá a um título executivo judicial, valendo na área penal e cível, sendo dispensável neste caso, a propositura de ação de conhecimento específica no cível para buscar um título através de uma sentença. 
 Desta forma, havendo sentença condenatória criminal com trânsito em julgado, a culpabilidade do agente estará definida nas duas áreas (cível e penal), bastando apenas executá-la no juízo cível com o objetivo de apurar o “quantum” devido, liquidando a sentença, a título de reparação de danos (art. 63 do CPP).
 Havendo ação penal e cível concomitantemente, será de bom alvitre suspender o processo cível até o julgamento definitivo na área penal. 
 O réu absolvido na área penal: Ao absolver o juiz fundamenta no artigo 386 do CPP. Se ocorrer a hipótese I e V do referido artigo, não haverá possibilidade tanto na esfera penal quanto cível. São decisões que fazem coisa julgada no cível, possibilitando inclusive a reintegração no cargo até então exercido.
 Nas demais hipóteses de absolvição previstas no artigo 386 do CPP, remanesce a possibilidade de reparação de danos junto a esfera cível.
 Assim, são espécies de ação civil “ex delicto”: Ação Civil de Conhecimento Condenatória e de Execução Civil. 
Espécies de Ação Civil Ex-Delito:
Þ Execução Civil Art. 63 do CPP, art. 475, n, II do CPC.
O legitimado passivo somente pode ser o condenado. O MP é legitimado ativo extraordinário no caso de o autor ser pobre.
O título executivo é executado por liquidação, já que não traz valor (art. 475, a e ss do CPC).
Þ Ação Civil de Conhecimento de Natureza Condenatória (Ação de Indenização) : Art. 64 do CPP.
O procedimento pode ser tanto sumário quanto ordinário.
O legitimado ativo ordinário é a vítima/ofendido e o extraordinário é o MP/Defensor. 
O legitimado passivo ordinário é o autor do fato ou o responsável civil.
Decisões penais que não impedem a ação civil ex-delito:
Þ Sentença absolutória que não tenha declarado a inexistência do fato (deve ser feita, então, uma ação de conhecimento civil), art. 66 do CPP e art. 386, II do CPP;
Þ Arquivamento do inquérito ou peça de informação (ação de conhecimento civil), art. 67, I do CPP;
Þ Decisão que julga extinta a punibilidade, art. 67, II do CPP;
Þ Sentença absolutória que decide que o fato não é crime (nem todo ilícito civil é crime).
 Decisões penais que vedam a ação civil ex-delito:
Þ Decisões que estabelecem a inexistência do fato ou a não-autoria;
Þ Exclusão de ilicitude (arts. 23, 24 e 25 do CP).
BIBLIOGRAFIA (disponíveis na biblioteca)
BITTENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 26ª edição. 2023.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte especial. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2023 (e-book)
GRECCO, Rogerio , Código Penal Comentado. Editora Impetus. São Paulo. 2022 (e- book)

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